Você está na página 1de 3

Portfólio Ciclo 2

Diego Henrique Fernandes - RA 8068985


Segundo Saviani, podemos definir que um sistema é “...a unidade de vários
elementos intencionalmente reunidos de modo a formar um conjunto coerente e
operante.” (SAVIANI, 2010, pg 381)
Logo, “conclui-se que o Sistema Nacional de Educação é a unidade dos vários
aspectos ou serviços educacionais mobilizados por determinado país, intencionalmente
reunidos de modo a formar um conjunto coerente que opera eficazmente no processo de
educação da população do referido país.” (SAVIANI, 2010, pg 381)
O pesquisador chegou a estas definições analisando os diversos usos semânticos
da palavra “sistema”, seu uso cotidiano e as incongruências relativas à utilização do
termo, como em “Sistema particular de ensino”, “Sistema Objetivo, “Sistema Positivo’,
dentre outros. Para ele, um Sistema Nacional de Educação deve ser abrangente,
unificando e articulando todos os pormenores da educação, definindo normas,
procedimentos, planos e ações que, se aplicadas a todo o território nacional,
assegurariam o mesmo padrão de qualidade em educação em todos os cantos do país.
Ainda segundo Saviani o sistema Nacional de Educação, até 2010, já havia sido
relegado em três momentos distintos.
Seguindo seu raciocínio, o primeiro momento em que houve a oportunidade de
se organizar um Sistema Nacional de Educação no Brasil ocorreu na década de 1930,
com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932, lançado por Lourenço
Filho, Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e outros intelectuais da época. O
manifesto elucidava a situação da educação pública brasileira, sugerindo reformas e
planos de reconstrução da educação no país; influenciando diretamente a Constituição
Federal de 1934, que dentre outras, formulava o Plano Nacional de Educação.
O segundo momento deu-se com a Constituição Federal de 1946, que reiterou a
exigência de fixação, por parte da União, das diretrizes e bases da educação nacional.
Neste momento, principalmente uma reação conservadora, liderada pela Igreja Católica,
que temia uma espécie de monopólio de Estado sobre o ensino afastaram qualquer
preocupação com um sistema nacional unificado para a educação. Ficam claros nestes
dois primeiros momentos os obstáculos econômicos, políticos (falta de políticas
públicas) e ideológicos para a implementação do Sistema Nacional de Educação.
O terceiro momento surgiu com a elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional de 1996, em decorrência da atual Constituição Federal, promulgada
em 5/10/1988. Nessa época, também foi criado o Conselho Nacional de Educação,
substituindo o antigo Conselho Federal de Educação que havia surgido em 1961 e havia
sido extinto em 1994. Dessa vez, a organização do Sistema Nacional de Educação não
saiu do papel já que a União preferiu não se responsabilizar pela manutenção da
educação.
Até meados de 2018, a regulamentação para o sistema Nacional de Educação
(SNE), que já deveria estar em vigor desde 2016 ainda aguardava votação na Câmara;
processo hoje que está totalmente parado. No MEC, sob a batuta do atual governo,
presenciamos um retrocesso que ignora todos os anos de pesquisa e tentativas de se
estabelecer o SNE, com o Ministério se prestando a discutir pautas como o fim da
ideologia de esquerda nas escolas e a implementação da educação domiciliar.

Você também pode gostar