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►INTRODUÇÃO
A pessoa jurídica tem personalidade jurídica distinta da dos seus sócios e
administradores.
Ela tem direitos, obrigações e patrimônio próprios, inconfundíveis com os dos sócios e
administradores.
Mas a pessoa jurídica não é um ente concreto, real, como é a pessoa natural.
Trata-se de um instrumento criado pelo direito para viabilizar, incentivar, facilitar o
desenvolvimento de atividades e a produção de resultados desejados pelo
ordenamento jurídico (atividade empresarial, relevantes atividades sem fins lucrativos,
representação política ou sindical, administração dos bens públicos etc.).
Trata-se de um instrumento que busca evitar ou solucionar casos de fraude patrimonial!
É o direito material que prevê hipóteses e requisitos nos quais a personalidade de
pessoa jurídica deve ser desconsiderada, ignorada – tratando-se, para determinados
fins, a esfera jurídica do sócio (ou administrador) e da sociedade como sendo uma
coisa só.
Trata-se basicamente de casos em que pessoa jurídica é utilizada para fins abusivos,
com desvio de finalidade, com o propósito de lesar terceiros e (ou) fraudar a lei (ex.:
art. 28 do CDC; art. 50 do CC; art. 116, parágrafo único, do CTN; art. 4º, §2º, Lei
12.846/2013 etc.).
●●● E) Lei nº. 9.605/98, que disciplina a responsabilidade por lesões ao meio
ambiente.
Obs.2: Reitere-se que esse é tema afeto ao direito material (os requisitos para a
desconsideração não estão no CPC ou em outras regras processuais).
Mas cabe às leis processuais definir como se aferirá a efetiva ocorrência de algum
dos fundamentos justificadores da desconsideração da personalidade jurídica.
Também cabe às leis processuais definir como se dará a desconsideração com a
respeito às garantias constitucionais do contraditório, da ampla defesa, do devido
processo legal, da publicidade, e do acesso à justiça.
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude
de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
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CPC -
DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a
pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos
previstos em lei.
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da
personalidade jurídica.
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de
conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo
extrajudicial.
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as
anotações devidas.
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica
for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2o.
§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos
para desconsideração da personalidade jurídica.
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se
e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão
interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens,
havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.