Superação de adversidades : liderança e coletividade
A degeneração de diversas formas de governo se deram principalmente pela má
administração do poder. O democrata deixa de atender ao povo pelos próprios interesses, por exemplo. Tais acontecimentos prejudicam a coesão de uma sociedade, o que gera cidadãos mais corruptos e individualistas. A sociedade não é uma mera soma de todas as partes e, portanto, precisa ser corretamente administrada para diminuir as discrepâncias e conflitos entre os indivíduos, de modo que trabalhem-se os talentos de cada um. O líder deve ser uma ponte entre o grupo e o sucesso. Para isso, ele deve abnegar as próprias idiossincrasias pelo bem comum. Sua administração não pode ter caráter categórico, porque sua função é, outrossim, garantir o desenvolvimento do grupo como um todo, e não sua heteronomia. O líder deve ser livre de preconceitos e atento às qualidades dos membros, procurando encaixar, imparcial e objetivamente, cada pessoa em seu devido lugar. Trata-se de guiá-los a um encontro consigo mesmos; convergir o interesse comum com a atribuição de poder concedida por um contrato social ou moral. Grande parcela das pessoas encontra-se na menoridade e nada fazem para esclarecê-la; apenas elegem um líder que muitas vezes não representa a vontade da maioria. Antanho a tudo isso, é preciso que cada um seja líder de si mesmo; autônomo quanto aos pensamentos e que negue as ideologias impostas pelos tiranos. Não trata-se de desrespeitar as leis, mas de usar a vontade como legisladora de máximas universais, porque esta análise impede que a orientação do indivíduo seja espúria . A ação a qual contém o despojo dos direitos alheios não é vantajosa para o próprio indivíduo, pois prejudica a esfera social e, sendo o homem dependente da sociedade, deteriora-se a ele mesmo. Deve-se, pois, respeitar as leis que buscam equidade e visar o bem comum. O líder e o grupo não podem, portanto, apresentar uma relação de dependência, mas sim de teleologia. Todas as ações devem convergir com o sucesso do grupo, de modo que as inclinações individuais pouco importem frente a harmonia concentrada numa sociedade coesa. Somente através de tal reciprocidade os indivíduos sentir-se-ão membros de um coletivo. O líder deve delir a menoridade dos membros através de incentivos para sua autonomia racional e não corromper-se por sua vontade de poder. Ele será, então, o sábio que guiará todos os outros a uma sociedade mais justa e verdadeiramente humana.