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da língua e da religião árabe e à situação do cinema nessa cultura.

Em
seguida, o autor comenta as mudanças na língua, hábitos e religião por
influência do cinema, o qual possibilitou o intercâmbio com outros países.
Trata-se de capítulo que certamente interessa a psicólogos e sociolin-
güistas.
O cinema e a televisão na Europa Oriental é o assunto do capítulo 5,
tratado por jerzy Teoplitz. Ele focaliza a ajuda do Estado para o desen-
volvimento da cultura e a preocupação com o caráter educativo dos meios
de comunicação de massa. Mais uma vez, psicólogos escolares e pedagogos
encontrarão aqui assunto particularmente interessante para o desempe-
nho de suas funções.
O capítulo 6 é um texto de Rudá de Andrade, Luís Pico Estrada e
Daniel Ropen, que versa sobre o cinema e a televisão na América Latina.
Os autores discutem o fato de que nem os próprios latino-americanos co-
nhecem os seus filmes, de que os valores expressos nestes não são próprios
dos latino-americanos e que seus filmes são prejudicados pela dependência
destes povos aos países mais desenvolvidos. Os autores comentam as ten-
dências, influências políticas e valores culturais do cinema argentino, bra-
sileiro, mexicano, cubano e, generalizadamente, dos outros países da Amé-
rica Latina. Esta análise muito interessa ao psicólogo social.
Finalmente, o capítulo 7, de Roy T. Affleck diz respeito às expo-
sições e feiras internacionais como técnicas de comunicação de massa.
Trata das contribuições que tornaram possível as exposições e faz uma
avaliação delas.
Como se vê, a natureza e variedade dos assuntos tratados nesta obra
são de grande interesse para muitos que trabalham, não apenas no cam-
po da comunicação de massas, mas também para outros profissionais, como,
por exemplo, o psicólogo.

ELZA MENDONÇA DE MACEDO

Lewin, Kurt. PrincíPios de psicologia topológica. Trad. original princi-


ples of topological psychology, de 1936. Ed. Cultrix e Editora da U ni-
versidade de São Paulo, 1973. 244 p.

Trata-se de um livro que já pode ser considerado clássico em psicologia


e que na década de seu aparecimento, isto é, nos anos 30, causou um
certo impacto nos meios dedicados ao estudo desta área do conhecimento.
É o que se poderia dizer uma obra histórica que poderá ser útil em
vários cursos. Entretanto, dado o decurso de prazo entre seu aparecimento
e a tradução, o fato de seu autor já ter falecido há muito tempo (1947)
sem ter podido consolidar sua obra, bem como sua influência ter-se es-
tendido a outros pesquisadores, seria conveniente que sua publicação
hoje, fosse precedida de um prefácio ou de uma introdução especial.
Neste prefácio poder-se-ia situar o autor e a obra para o leitor. Este cui-
dado seria especialmente útil para o caso de estudantes universitários nem

liesenha bibliográfica 113


sempre muito zelosos em observar certos detalhes, como a data de publica-
ção de um trabalho, antes de aceitar ou de analisar a contribuição do
autor.
O livro é composto de 18 capítulos, que compreendem duas partes.
A parte 1, com nove capítulos, tem por título: A tarefa da psicologia e os
fundamentos da psicologia topológica e vetorial, tem interesse especial
para os que se interessam pela história da psicologia e por problemas
teórico-metodológicos. A parte 2 - Psicologia topológica - está subdi-
vidida em quatro itens: Conceitos de topologia, que são fundamentais para
a psicologia (um cap.); Topologia da pessoa (dois cap.) e Dimensões
do espaço vital (um cap.) . Nesta parte o autor propõe um modelo para
a descrição, explicação e previsão do comportamento. Este modelo apóia-
se conceitual e metodologicamente na matemática, mais especificamente
na geometria topológica. As bases e justificativas para o modelo aparecem
na primeira parte da obra.
O assunto é tratado pelo autor de uma maneira clara e sistemática
e seu modelo tem sido apresentado resumidamente em vários compêndios
de psicologia, sendo sua formulação básica bastante difundida.
Como complemento o livro apresenta um glossário em que os con-
ceitos básicos foram agrupados em dois conjuntos: um relativo à meto-
dologia e outro relativo aos conceitos da psicologia topológica.
GERALDINA PORTO \VITTER

Kramer, Ernest. A beginning manual f 01" psychotheraPists. N ew York,


Grune & Stratton, 1970. 132 p.

A presente obra suscita e procura responder a diversas questões relativas


à definição e objetivos da psicoterapia, atitudes desejáveis do terapeuta,
problemas surgidos durante e após o atendimento do paciente, com este
e com os seus familiares. Ao focalizar esses tópicos, Kramer transmite sua
própria experiência e formação rogeriana teórica.
Entre as questões levantadas, a principal, a avaliar pelo número de
capítulos dedicados - 5 num total de 12 - refere-se às condições necessá-
rias e suficientes às mudanças do cliente. Essas condições - escreve Kra-
mer - estão relacionadas com a própria atitude do terapeuta ou seja, à
capacidade para desenvolver um relacionamento congruente, emPático e
pleno de calor humano. Tais elementos ressalta o autor, quando harmo-
niosamente desenvolvidos permitem ao paciente ver o terapeuta como uma
pessoa sincera, genuína, que se esforça para compreendê-lo, que respeita
os seus direitos de tomar decisões próprias.
Kramer descreve o terapeuta congruente como aquele capaz de ser,
diante do cliente, a pessoa que ele realmente é; o oposto corresponderia,
de acordo com o autor ao profissional imbuído de uma linguagem téc-
nica, empenhado num trabalho estereotipadamente técnico. O terapeuta
congruente constitui ele próprio o veículo de ajuda para o cliente, e não

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