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TRAUMA TORÁCICO

ANTONY TORS
Dentre os inúmeros tipos de trauma torácico, temos as seguintes principais
complicações: PNEUMOTÓRAX, HEMOTÓRAX e HIDROPNEUMOTÓRAX.

- PNEUMOTÓRAX: é o acúmulo de ar no interior do espaço pleural com algum


grau de colapso pulmonar. O pneumotórax pode ser classificado em quatro
modalidades: espontâneo primário, espontâneo secundário, traumático e
iatrogênico.
A) O pneumotórax espontâneo primário ocorre na ausência de doença pulmonar
subjacente ou trauma. Sua incidência é maior no sexo masculino, idade entre 20-30 anos, e
em indivíduos longilíneos com diâmetro ânteroposterior do tórax reduzido. História familiar
e tabagismo estão relacionados como fatores predisponentes .
B) O pneumotórax espontâneo secundário ocorre associado a uma doença pulmonar
subjacente como, por exemplo, a doença pulmonar obstrutiva crônica, principalmente o
enfisema bolhoso. Pode ocorrer também como complicação da tuberculose, pneumonia e
neoplasia pulmonar.
C) Nos traumatismos torácicos, tanto abertos quanto fechados, o pneumotórax aparece
como uma complicação comum. No pneumotórax aberto, há comprometimento de todas as
estruturas da parede torácica com fluxo de ar nos dois sentidos com resultante aumento
progressivo de volume de espaço morto e retenção de CO2 .
D) O pneumotórax iatrogênico é fruto de procedimentos médicos invasivos. Entre as
causas mais comuns, estão os acessos venosos profundos, sendo mais freqüente nas
punções da veia subclávia .

Na manifestação clínica do pneumotórax, é observado, em mais de 90% dos


casos, dor torácica ventilatório-dependente, com localização no hemitórax
acometido e possibilidade de irradiação frênica. O segundo sintoma mais freqüente
é a dispnéia, seguido pela tosse seca. Ao exame físico, pode haver enfisema
subcutâneo, diminuição ou abolição do murmúrio vesicular e frêmito toracovocal no
hemitórax afetado e timpanismo à percussão. O desvio contralateral do ictus cordis
e da traquéia pode ser observado nos casos de pneumotórax hipertensivo.

Pneumotórax ABERTO é aquele no qual tenho livre comunicação entre o espaço


pleural e o ar atmosférico, sendo que essa comunicação é >2,5 cm. Já no FECHADO o
ar entrou ali dentro, por exemplo, no processo de punção da veia subclávia, mas não
se criou uma comunicação com o meio externo. O tratamento para cada um é
diferente. Temos então, a Toracocentese de alívio e a Drenagem de Tórax.
MATERIAL NECESSÁRIO:
A) Materiais:
- Seringa de 10 ml ou 20 ml;
- Agulha 40 x 12;
- Agulha 25 x 7;
- Lâmina de bisturi n° 22 ou 24;
- Xilocaína 1% ou 2% (SVC);
- Mononaylon 2.0;
- Seda SUTUPAK;
- Gaze;
- Água destilada;
- Clorexidine alcoólico (antissepsia);
- Dreno de tórax n° 28, 30, 32;
- Frasco coletor;
- 500 ml de SF 0,9%.

B) Material Cirúrgico:
- Cabo de bisturi;
- Pinça anatômica com dente;
- Pinça Kelly longa (2);
- Porta agulha;
- Tesoura de Mayo;
- Pinça Sheron.

C) Campos Estéreis
D) EPI ’s.

INSERÇÃO DO DRENO DE TÓRAX


1) Primeiramente identificamos qual pulmão foi acometido, direito ou esquerdo;
2) Colocamos o paciente em decúbito dorsal, com braço em extensão (ao lado da
cabeça);
3) Fazemos antissepsia da região e colocamos os campos estéreis;
4) Aplicamos (infiltração) anestésico local: xilocaína 2% SVC.
5) Fazemos uma incisão com o bisturi, de 2 cm, paralela aos arcos costais.
Incisionamos pele, subcutâneo, múscúlos... Até atingirmos o interior da caixa
torácica, então encostamos “de leve” o bisturi na pleura parietal, para fazer um
pequeno corte inicial;
6) Pegamos uma pinça Kelly, e vamos alargar o corte na pleura parietal, iniciado
pelo bisturi;
7) Exploração digital para certificação do trajeto do dreno;
8) Clampeamos o dreno de tórax em 2 pontos: o mais distal (não fenestrado)
clampeamos perpendicularmente; o mais proximal (fenestrado) clampeamos
obliquamente;
9) Introduzimos o dreno de tórax no sentido SUPERIOR E POSTERIOR;
10) Conctamos o dreno no frasco coletor, o qual deve estar preenchido com 500ml
de SF, deixando a parte interna no dreno submersa 2 cm no frasco coletor, e
posicionar o mesmo na altura do solo;
11) Fixamos o dreno;
12) Curativo.

FIXAÇÃO DO DRENO DE TÓRAX


1) Após dreno já estar inserido, através da técnica correta, vamos pegar o
Mononaylon 2.0, e fazer um ponto em U HORIZONTAL, de maneira com que o dreno
fique dentro do U.
2) Fechamos o ponto em U com um Nó de Cirurgião.
3) Fazemos a Bailarina 3x vezes.
4) Fixamos a Bailarina: 3 Pouchet do indicador OU 1 Cirurgião + 1 Pouchet.
5) Nó de contenção (de segurança) com fio SUTUPAK: 1 na base junto à pele, outro
no ápice, no final da bailarina.

RETIRADA DO DRENO DE TÓRAX


1) Com uma lâmina de bisturi, corto o nó de contenção da base e do ápice.
2) Em seguida, corto o ápice da bailarina, desenrolo a bailarina, porém mantenho o
ponto em U na pele.
3) Peço para o paciente fazer uma inspiração forçada, e imediatamente retiro o
dreno.
4) Na sequencia, aperto o ponto em U fechando a pele, com o próprio ponto em U
que estava segurando o dreno (não é necessário fazer um novo ponto, aproveitamos
o que já estava feito). Finalizo o ponto.

TORACOCENTESE
1) Identificamos o lado afetado;
2) Identificamos o local a ser puncioado: 2 EI° NA LINHA HEMICLAVICULAR;
3) Antissepsia do local a ser puncionado;
4) Botão anestésico local: xilocaína 2% SVC;
5) Pegamos Abocath 14 ou 16;
6) Introduzimos ele a 90° na parede torácica, até sentirmos que alcançamos o
espaço pleural, neste momento retiramos o Luer-Lock e deixamos “esvaziar” o
espaço pleural;
7) Retiramos a agulha e colocamos novamente o Luer-Lock;
8) Deixar o cateter plástico no local e fixá-lo com fita ou aplicar um pequeno
curativo sobre o local de inserção;
9) Preparar paciente para drenagem de tórax.

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