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A ARTE DA MAGIA E A EVOLUÇÃO

DOS REIS
 
Frazer começa descrevendo a regra de acesso ao sacerdócio de Nemi para
passar em seguida ao estudo da magia. A magia é relevante para a
resposta à pergunta: porque o rei tem de morrer (o deus que morre)?
Mas também ajuda a esclarecer o papel do rei do bosque durante sua
existência, pois a magia é um meio de controlar a natureza e,
portanto, uma função essencial do ofício real. Frazer distingue dois
tipos de magia: a magia imitativa (ou por similaridade) — a chuva
cairá depois de uma cerimônia que, de certa maneira, a imita; e a
magia contagiosa (ou por contiguidade) — um amante pode conquistar a
afeição de sua amada lançando um encantamento sobre mechas do cabelo
dela.
 
Em seguida, Frazer explora a significação do bosque de Nemi e, mais
particularmente, da árvore da qual o pretendente ao ofício de
sacerdote tinha de arrancar um ramo. E consta que, em muitas
sociedades, atribuem-se poderes fecundantes às árvores, e que, na
Europa antiga, o carvalho era, sob esse aspecto, a mais importante
delas. Ê adequado, portanto, que Diana, deusa da fertilidade, tenha um
santuário num bosque, e deduzimos que sua árvore sagrada deve ter sido
um carvalho. Vírbio, parceiro de Diana no santuário, aparece como uma
manifestação local de Júpiter, o deus do carvalho e do céu, e o rei do
bosque como a encarnação humana desse deus.

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