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Crítica

Certa vez perguntaram a Frazer se ele já tinha visto de perto


alguns desses povos “primitivos” de quem ele falava.
Respondeu com um enfático “Deus me livre!”. Embora fosse
um classicista que fez viagens a campo, estava seguro que os
dados providenciados por informantes colonialistas eram
seguros o suficiente para realizar seus estudos comparativos.
O método comparativo – consolidado na época com os bons
frutos que dera na filologia indoeuropeia – começava a ser
questionado na antropologia tanto por Boas quanto por seus
próprios pupilos britânicos. Nessa comparação massiva de
mitos e rituais, sem explicar suas divergências e variações,
sem considerar a particularidade e história de cada povo, sem
relevar as diferenças entre os povos que contam uma saga
nórdica e um conto aborígene, sem prestar atenção às
próprias interpretações dos povos sobre essas narrativas,
Frazer cometeu vários erros de confundir correlação com
causalidade. Adicionalmente, como o erudito alemão Hans
Blumenberg (1920 – 1996) apontou, a sobrevivência do mito
ao mesmo tempo da ciência demonstra que possuem funções
distintas. Todavia, ainda assim o mito, a religião e a ciência
ainda servem para explica

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