Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
que havia inúmeras realidades políticas e culturais, bem como apoiava um projeto de
modernização não revolucionária, revelando sua face conservadora. Esse historicismo
conservador condenava as revoluções e as transformações estruturais. Essa dimensão pode,
inclusive, ser percebida como relacionada à visão de mundo romântica, também conservadora.
A escola histórica alemã se desenvolve em um contexto de oposição entre alemães e
franceses. Críticos da Revolução Francesa, os historicistas tentavam retomar épocas anteriores
do passado alemão dando ressonância aos próprios valores a partir de critérios adequados a
revelarem a Nação em sua singularidade. Portanto, pretendiam uma história nacional não
universalista, ao contrário das propostas do positivismo francês. Teoria da História I | 47 A
escola historicista alemã concebe a existência de uma unidade entre homens e forças da
natureza, e a história, num fluxo geracional. A essência do homem e as suas determinações
fundidas em um mesmo núcleo, teriam seus conteúdos e formas definidos historicamente. O
espírito do povo (Volkgeist) é um conceito central dessa corrente. Para eles, algumas
personalidades estariam imbuídas de um ‘espírito do povo’, e por isso ocupariam o centro da
análise histórica. Essa postura da historiografia alemã do século XIX se enquadra muito mais no
romantismo alemão e da Escola Histórica Alemã do que no positivismo “filosófico” que nasce
com Augusto Comte. Outra importante característica do historicismo alemão que deve ser
lembrada é a possibilidade de autoavaliação por parte do historiador. Mais um elemento que,
hoje, sob formato renovado, se mostra ainda presente na prática histórica. A prática
historiográfica do “olhar sobre si”, apenas casual e esporádica até meados do século XVIII, iria
se tornar uma exigência da própria “matriz disciplinar” de História. Em vistas de sua
predisposição relativista, o Historicismo, mais do que o positivismo, sempre mostrou maior
afinidade em relação a esta necessidade de reelaborar constantemente um “olhar sobre si”
que é constituinte da própria Teoria da História. (BARROS, 2013. p. 121). Esse “olhar sobre si”
que Barros destaca soma-se a crítica documental baseada, sobretudo, a uma análise rigorosa
da procedência e autenticidade dos do