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IGREJA METODISTA – 5ª.

RE

“DISCÍPULAS E DISCÍPULOS NOS CAMINHOS DA MISSÃO ”

A BUSCA DE NOVOS CAMINHOS:


OS PLANOS QUADRIENAIS & O PLANO DE VIDA E
MISSÃO & DONS E MINISTÉRIOS

Disse Jesus: “Indo por todo o mundo, fazei discípulos de todas as nações batizando-as em
nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19).

IGREJA METODISTA
Instituto Educacional Metodista Bispo Scilla Franco – Abril de 2021.
SUMÁRIO

Introdução _______________________________________________________________ 3
I – Planos Quadrienais _____________________________________________________ 4
1. 1. Plano Quadrienal de 1975-1978 ______________________________________ 4
1.1.1. Tema: “Ministério e Missão” _______________________________________ 4
1.1.2. Concílio Geral marca História no Metodismo Brasileiro __________________ 6
2.1. Plano Quadrienal 1979-1982 _________________________________________ 8
2.1.1. Tema: “Unidos pelo Espírito, Metodista Evangelizam” ________________ 8
II – Plano Para a Vida e Missão da Igreja _______________________________________ 9
1.1. Questões que serviram como Pano de Fundo ao PVMI ______________________ 10
1.1.1. Teologia da Libertação ___________________________________________ 10
1.1.2. Planos Quadrienais ______________________________________________ 10
1.1.3. Consulta sobre Vida e Missão ______________________________________ 11
1.2. Os Planos Quadrienais Falharam? ______________________________________ 11
1.3. PVMI ____________________________________________________________ 12
1.3.1. Esboço do PVMI ________________________________________________ 13
III – Dons e Ministérios ___________________________________________________ 14
Bibliografia _____________________________________________________________ 17
INTRODUÇÃO

Ao refletirmos sobre nossa igreja e, basicamente, sobre sua organização, veremos de


forma muito contundente a presença de dois documentos de suma importância: O Plano de
Vida e Missão (PVMI) e o programa “Dons e Ministérios”.

O Plano para a Vida e a Missão da Igreja foi aprovado pelo XIII Concílio Geral, reali-
zado em 1982. A partir de então, tem sido um instrumento fundamental para a renovação da
prática missionária do povo chamado metodista em nosso país. O próprio processo de re-
descoberta e implementação do exercício dos dons e ministérios, na vida da Igreja Metodis-
ta no Brasil, é fruto da ação do Espírito Santo, que levou à aprovação do Plano para a Vida e
a Missão da Igreja.

No Concílio Geral realizado em 1987 na cidade de São Bernardo do Campo, a Igreja


Metodista optou por um novo modo de ser igreja, ou seja, uma igreja organizada em "Dons
e Ministérios". Certamente, desde este importante momento histórico, temos visto, presen-
ciado e participado de uma desafiadora construção do nosso ser enquanto igreja em solo
brasileiro.
4

I – PLANOS QUADRIENAIS

1. 1. Plano Quadrienal de 1975-1978

1.1.1. Tema: “Ministério e Missão”

Em julho de 1974, a Igreja Metodista, reunida em Concilio Geral na cidade do Rio de


Janeiro, aprovou um plano Quadrienal. Tal documento registrava e indicava as principais
orientações e diretrizes para a vida e a missão da Igreja Metodista, visando ao quadriênio
1975-1978.
O Concilio Geral da Igreja Metodista determinou em sua última reunião que um grupo
de trabalho composto de oito pessoas elaborasse as linhas gerais do planejamento a ser pro-
posto ao Concilio Geral, visando o próximo quadriênio. O grupo de trabalho se reuniu em
março e maio e, com base em estudos feitos pelo próprio Concilio Geral, desenvolveu um
documento que será levado ao plenário do Concilio para exame e aprovação.
O documento dado pelo conselho ao grupo de trabalho que preparou as linhas mestras
do planejamento propôs que tudo na Igreja Metodista seja reexaminado e “passe a existir em
função do testemunho cristão em todas as áreas”. A primeira tarefa deverá ser a de tornar o
ministério pastoral e leigo consciente do que significa seu papel na vida da Igreja, em rel a-
ção à missão. A elaboração do Plano foi bastante participativa. Houve envolvimento de vá-
rios setores e segmentos d Igreja. A sua aprovação no Concilio Geral só aconteceu após
quatro dias de muitas reuniões em grupos, para um estudo mais aprofundado.
5

O documento básico que se fundamenta biblicamente em I Pe 2.9-10, Hb 4.16, Ap


1.5-6, diz o seguinte em sua integra.

Consideramos que:

1- Nossa Igreja não se tem caracterizado por estar voltada, primeiramente para a mis-
são.
2- Nosso ministério total, pastoral e leigo, não tem sido preparado primordialmente
para a missão e, portanto, também não tido como essencial a vida missionária e de testemu-
nho;
3- Ao iniciarmos um novo quadriênio, o Espírito Santo nos provoca e nos exige obe-
diência naquilo que é a própria razão da existência da Igreja a missão;

Reconhecemos que o tema “ministério e missão” está perfeitamente consoante com as


angustias e necessidades e expectativas da Igreja Metodista neste momento.

“Propomos”

Que no planejamento para o quadriênio, as comissões levem em considerações:

a) Que tudo na Igreja Metodista (ministérios, pastoral e leigo, igreja, congregações e


grupos, instituições educacional e de serviço, e o próprio patrimônio, tudo passe a
existir em função do testemunho cristão em todos as áreas.;

b) Que nosso primeira tarefa seja a de conscientizar o ministério pastoral e leigo de sua
função em relação com a missão.

c) Que a conscientização se faça por um preparo devocional, teológico e doutrinário do


pastorado em primeiro lugar e, partindo desta, do ministério leigo o pastor prepara
para preparar para a missão;

d) Que os bispos e pastores sejam os “zeladores” da missão nas respectivas áreas;

e) Que o culto seja o “momento” no tempo e no espaço para onde convergem os missi-
onários e onde exercem a missão.
6

1.1.2. Concílio Geral marca História no Metodismo Brasileiro

O Concilio se reuniu de 04 à 14 de julho de 1974. Nas dependências do Instituto Ben-


nett de Ensino. Destinados a rever e avaliar as iniciativas e projetos levados a cabo no qu a-
driênio iniciado em 1971 e planejar as linhas da ação para o novo quadriênio que ora se ini-
ciava.

“PLANEJAMENTO”

Nos primeiros dias de sessão o Concilio apreciou um anti-projeto apresentado pelo


Conselho Geral através do qual se esboçavam as linhas gerais para um planejamento a ser
realizado pelos conciliares visando o novo quadriênio. Lidas as principais idéias do anti-
projeto foram debatidas em plenário sendo, a seguir, divididos os delegados, segundo sua
própria escolha, em grupos menores para exame das implicações do documento. Os relató-
rios dos grupos de estudos foram fundidos em um só e este se tornou a fim documentação
aprovada pelo Concilio Geral para o Plano Quadrienal. Os delegados foram divididos no-
vamente, segundo sua preferência, entre as sete áreas da vida e ação da Igreja em que o pl a-
nejamento deveria descer a nível mais concreto de sugestões; ministério cristão, missões e
evangelismo, educação cristã, ação social, unidade da Igreja, patrimônio e finanças e comu-
nicação.
Os relatórios de cada um destas áreas foram trazidos a plenário, aprovados e incorpo-
rados em um documento que se constitui no Plano Quadrienal para a Igreja.

“Legislação”

A filosofia geral de administração proposta pelo anti-projeto, foi aprovada pelo Con-
cilio Geral, com modificações de caráter mais superficial , que não alteraram suas linhas
básicas.

Estas alterações foram:

* A realização dos concílios regionais não mais serão no principio de cada ano, mas
de dois em dois anos.
7

* As federações foram regulamentadas pelas regiões, que decidiram da sua convivên-


cia e utilidade. O nome das mesas administrativas foram mudadas para seções

* No nível geral foi estabelecido canonicamente a Comissão Geral de Teologia e Li-


turgia que terá a responsabilidade de rever a liturgia a ser utilizada pela Igreja a sua vida e
adoração.

* O Colégio Episcopal foi definido como órgão destinado a manter relação de unidade
doutrinaria e orientação pastoral da Igreja.

No âmbito de Igreja local foram introduzidas algumas modificações:

* A junta de Ecônomos passa a ter o nome de: Comissão de Patrimônio e Finanças.

* Comissão de Ação Social passa a ser chamada de: Comissão de Ação Comunitária,
que procurará envolver a Igreja local com a comunidade, visando a recuperação da mesma.
Duas novas Comissões foram incluídas aos órgãos da Igreja local: A comunicação,
responsável por manter catalogados e em circulação os livros da biblioteca, fazer a divulga-
ção, angariar e renovar novas assinaturas dos periódicos da Igreja, manter a Igreja local i n-
formada dos atos internos e externos de interesse geral do crentes e executar o trabalho de
relações publicas da comunidade.
A outra Comissão e a sociabilidade, responsável por “estudar e elaborar os planos de
trabalho destinados a desenvolver a sociabilidade dos membros da Igreja e seus agregados”
e “executar os trabalhos de sociabilidade programadas para a Igreja”.
Um fato novo no panorama da Igreja local é a possibilidade de o presidente do Conci-
lio Geral ser um leigo, não mais apenas o pastor, como na legislação anterior.
8

2.1. Plano Quadrienal 1979-1982

2.1.1. Tema: “Unidos pelo Espírito, Metodista Evangelizam”

Tendo como referência a estrutura do Plano anterior, o XII Concilio Geral de IM


aprovou, em 1978, o segundo PQ, sob o Tema: Unidos pelo Espírito, Metodistas Evangeli-
zam.
No mesmo caminho do Plano anterior, o PQ de 1978 apontava para uma Igreja de
Dons e Ministérios. Nele, encontravam-se varias expressões que sugeriam a participação de
todos os metodistas na missão. Numa Igreja Ministerial, todos são ministros.
“Todos os membros da Igreja, pelo fato de pertencerem ao Povo de deus
através do Batismo, são ministros do Evangelho. São chamados pr Deus,
preparados pela Igreja para, sob a ação do Espírito Santo, cumprirem a mis-
são, em testemunho, serviço e evangelização. Sob o Espírito Santo, testemu-
nhando e servindo, a igreja, através de todos os seus membros e de todos os
recursos e bens, efetua a evangelização” 1.

Reconhecendo que a Missão é algo dinâmico, e que há uma interdependência entre as


diversas áreas da vida e missão da Igreja, o PQ d 1978, assim como o de 1974, dividia (para
efeitos pedagógico-administrativos) a missão da IM em sete áreas de ação, como fundamen-
tais para o planejamento. Mas, elas não esgotavam todas as dimensões da obra missionária.
Essas diversas áreas de ação poderiam ser classificadas, atualmente, na perspectiva dos
Dons e Ministérios da Igreja.

1
Clovis Pinto de Castro e Magali do Nascimento Cunha. Forjando uma Nova Igreja. P. 41.
II – PLANO PARA A VIDA E MISSÃO DA IGREJA

Para falarmos sobre o surgimento e implantação do PVMI, é preciso primeiramente


que tenhamos uma panorâmica do que estava acontecendo no Brasil, na Igreja Metodista e,
saber ainda em como esses fatores influenciaram a elaboração do Plano.
O contexto brasileiro desta época (final da década de 70 e início da década de 80)
apontava dados em que a sociedade optava por caminhar em direção a uma organização
mais justa e de maior participação de seus integrantes nos processos – políticos e econômi-
cos – que decidiriam seu futuro.
Muitas transformações estavam acontecendo na estrutura governamental do país, e es-
tas acabaram sucedendo na organização da sociedade, em torno de propostas que partiram
de representantes autênticos e assim, consolidaram um regime de abertura política e respon-
sabilidade social2. Isto é, a sociedade passou a entender que ela podia e, devia, participar
das decisões referentes a organização e governo do país.
Assim, o exercício de uma cidadania efetiva e atuante foi promulgado como sendo o
caminho para uma sociedade mais justa, para superação das injustiças, opressões e restabe-
lecimento da dignidade de vida para a população.

2
GUERSON, Cláudio Verneque. Vida e Missão da Igreja: um estudo do surgimento do plano para a vida e a
missão da Igreja Metodista. São Bernardo do Campo, 1995. Monografia. Faculdade de Teologia da Igreja
Metodista.
10

1.1. Questões que serviram como Pano de Fundo ao PVMI

1.1.1. Teologia da Libertação

A Teologia da Libertação norteia seu pensamento partindo de uma igreja engajada na


sociedade, preocupada com a dignidade da vida humana. Para esta, a vida é ponto de partida
para Leitura da Bíblia.
Toda a situação vivenciada pelo país durante as décadas de 1960/70 favoreceram o
crescimento e permanência dessa Teologia entre os brasileiros. Esta surgiu primeiramente
no seio da Igreja Católica e aos poucos foi adentrando outras comunidades também.
Como a Igreja Metodista estava passando por mudanças, para solidificar sua identi-
dade no Brasil, viu nesta Teologia referencial para seu envolvimento com as questões perti-
nentes ao país.

1.1.2. Planos Quadrienais

O XI Concílio Geral, realizado entre os dias 04 a 14/07/1974 no Rio de Janeiro, nas


dependências do Instituo Bennet de Ensino, sob o tema “Missão e Ministério” mostrou co-
mo preocupação básica: a necessidade de evidenciar uma igreja mais brasileira e aprovar
um documento que aprimorasse o processo de mudanças significativas na organização e
administração da igreja Metodista iniciadas no X Concílio Geral.
Para atender essa necessidade, foram criados os Planos Quadrienais que tinham co-
mo função propiciar diretrizes para a Vida e Missão da Igreja por um período de quatro
anos partindo de uma igreja mais envolvida com a comunidade na qual está inserida. Este é
um primeiro passo para uma igreja mais voltada para a realidade e todas as suas questões.
Nesta perspectiva, a mensagem do Colégio Episcopal ao XI Concílio Geral da igreja Meto-
dista ressalta aspectos importantes a serem resgatados neste momento:

A Igreja, inserida no mundo como está, não pode olhar o mundo com indife-
rença e menos ainda numa contemplação inoperante. O silêncio, diante da
desnutrição é concordar com a fome, problema que se agiganta para vergo-
nha nossa e tristeza de Deus. O silêncio diante da miséria é concordar com
os desníveis que resultam num sistema empobrecido de compreensão huma-
na. O silêncio diante de uma tecnologia e de um desenvolvimento onde as
conseqüências poluam desde o ar que respiramos até os sentimentos que
enobrecem a vida é capitular covarde e cômodo. O silêncio diante da guerra
é aprovar a substituição do amor pelo ódio, os desvios e as explorações eco-
nômico industriais e a destruição do maior tesouro das gerações – sua moci-
dade. O silêncio diante dos vícios é aceitar padrões que só destroem a pessoa
humana; precisamos, porém atingir as causas para não tratar os efeitos palia-
11

tivos. O silêncio diante das injustiças e/ou dos esmagamentos dos valores in-
tegrantes da personalidade é crime de lesa imagem e semelhança de Deus,
atitude não recomendável para o cristão. O silêncio diante de toda e qualquer
espécie de radicalização que oblitere a razão, cerceei a liberdade, avilte a vi-
da humana, desdiz do Evangelho de Jesus Cristo e do Cristo do Evangelho.
A igreja precisa falar.3
O 2o Plano Quadrienal foi elaborado e aprovado durante o XII Concílio Geral em Pi-
racicaba nas dependências da UNIMEP, nos dias 23 a 30/09/1978 sob o tema “Unidos pelo
Espírito, Metodistas Evangelizam”. Neste Concílio, além da aprovação do PQ, houve uma
conclamação a consolidação do pastorado feminino, a exemplo do que já acontecia nos
EUA.

1.1.3. Consulta sobre Vida e Missão

Aconteceu como parte das comemorações do 50o aniversário da autonomia da Igreja


Metodista. E consistia num questionário, enviado aos/as pastores/as da Igreja Metodista,
presidentes de Federações de Jovens, Senhoras e Homens, Superintendentes Distritais, Pre-
sidentes de Conselhos Regionais e membros da Igreja Metodista. O objetivo desta Consulta
era definir a missão da igreja, avaliar sua vida atual e propor alternativas para que esta se
ajustasse à missão que, sabia, precisar realizar.
Desta Consulta, obteve-se cerca de 50 respostas que, analisadas, revelaram dois pon-
tos primordiais de interesse: a) leigos e clérigos com melhor preparo e b) estrutura eclesiás-
tica desburocratizada.
O resultado desta pesquisa foi um documento que serviu de base para o PVMI.

1.2. Os Planos Quadrienais Falharam?

Parando para analisar os progressos obtidos a partir dos Planos Quadrienais e o que
precisaria ser melhorado, a IM percebeu que não havia alcançado as igrejas locais, nem
todos compraram a idéia dos Planos. E refletindo entenderam que a linha teológica do PQ
não é uma linha popular na igreja, embora seja Metodista e talvez por isso não tenha pene-
trado a igreja, igreja-povo.
Nas palavras de Elizeu Constantino, presidente do Conselho Geral temos: “Viu-se
que para os Planos Quadrienais terem chegado à igreja local, a Igreja Metodista deveria ter
sofrido um processo pedagógico muito acentuado, mas isso não ocorreu o que gerou uma
não adesão por parte das lideranças, leitura inadequada e até ignorância consciente do Pl a-

3
ATAS E DOCUMENTOS. XI Concílio Geral da Igreja Metodista. São Paulo, Imprensa Metodista, 1977, p 03.
12

no. Mas aqueles que tentaram fazer do PQ uma força, percebemos sinais muito claros de
renovação”.

1.3. PVMI

Com bases nestes acontecimentos, foi convocado o XIII Concílio Geral da Igreja Me-
todista, no Instituto Izabela Hendrix em Belo Horizonte – MG, para os dias 18 a
28/06/1982, sob o tema “Somos Cooperadores de Deus”.
A ênfase principal deste Concílio era afirmar que “este não é mais um Plano Quadrie-
nal mas um plano que pode ser observado e em cima dele se programar durante o período
em que a igreja achar que ainda serve para seu propósito e sua política” – palavras de Jorge
Cândido Pereira Mesquita no editorial do Expositor Cristão da 2 a quinzena de junho de
1982. Este PVMI, segundo os Cânones da Igreja Metodista, deverão orientar a ação da igre-
ja nos próximos anos, enquanto necessário devendo ser avaliado periodicamente.
Assim, surgiu o PVMI como fruto dos anseios latentes nos corações metodistas do pa-
ís de terem uma igreja com identidade brasileira, que norteasse a sua Missão a partir de um
documento elaborado nessa realidade. Uma igreja comprometida com a missão no país, o
evangelho e todas a s questões do cotidiano brasileiro.
Para que não incorressem no mesmo erro cometido em relação aos Planos Quadrie-
nais, o Conselho Geral da IM reuniu-se na Chácara Flora em SP, para redigir o que seria o
primeiro germe para a Vida e Missão. E preocupou-se em criar um texto com uma redação
que fosse acessível a todos/as membros da igreja.
A postura assumida no PVMI é a do Amor pleno na sociedade, na Igreja e no mundo.
Sabendo-se que a prática do amor acontece no meio das pessoas, na comunidade, na cidade,
no país.

Essas experiências nos têm mostrado que a Igreja necessita de um


plano geral, que inspire sua vida e programação, e que não será dentro do
curto espaço de um quadriênio que corrigiremos antigos vícios que nos im-
pedem de caminhar. Esse fato esteve claro na semana da Consulta Vida e
Missão e no documento que ela produziu. Ao adotarmos aquele documento
como base do novo plano, estamos propondo ao Concílio não mais um pro-
grama de ação para o quadriênio, mas linhas gerais que deverão orientar toda
ação da Igreja nos próximos anos, enquanto necessário, devendo ser avaliado
periodicamente.4

4
COLÉGIO EPISCOPAL. Plano para a vida e a Missão da Igreja. Biblioteca Vida e Missão. São Paulo: Edito-
ra Cedro,2001. p.09.
13

1.3.1. Esboço do PVMI

a) Herança Wesleyana: elementos fundamentais da Unidade Metodista


b) Entendendo a vontade de Deus
c) Necessidades e Oportunidades
d) O que é trabalhar na Missão de Deus
e) Como participar na Missão de Deus
f) Situações nas quais acontece a Missão
g) Os frutos do trabalho na Missão de Deus
h) Esperança e Vitória na Missão de Deus.

O PVMI pode ser resumido como uma tomada de posição que a Igreja queria: meto-
dismo com “cara” e identidade brasileiras. A ação da Igreja Metodista, orientada pelo PVMI
é transformada, novos documentos surgem, por exemplo: Diretrizes para Educação e poste-
riormente o Movimento Dons e Ministérios.
14

III – DONS E MINISTÉRIOS

Foi no concílio geral da Igreja Metodista em 1987, que foi decidido implantar o mo-
vimento “Dons e Ministérios”. Não é um programa da Igreja, e sim um movimento do Deus
Trino na vida do seu povo, que se fundamenta no testemunho bíblico do povo de Deus no
Antigo Testamento e na Igreja Primitiva 5, testemunho este, conduzido pelo Espírito, que
representa o caráter ministerial de toda a Igreja, onde a participação de todos/as (pastores/as
e leigos/as). Os Dons e Ministérios não são meras opções humanas, mas concessão da graça
divina, graça essa que é a fonte, origem e sustentação do mesmo.

É através da visão de uma “Igreja Missionária”, que nasce o movimento “Dons e Mi-
nistérios”. No processo de implantação e desenvolvimento dessa nova configuração e vi-
vência da Igreja que surge alguns questionamentos, tais como: Como sair de uma “igreja de
cargos e poderes” para uma “igreja de ministérios?”, como conciliar a realidade de uma
“igreja pluralista” com a vivência de uma “igreja em unidade” – fundamental para caminha-
da dos Dons e Ministérios? 6. Dons e Ministérios não elimina os fundamentos, as bases e os
princípios bíblicos, teológicos, práticos e missionários contidos no Plano para a Vida e Mis-
são da Igreja.

Dons e Ministérios não existem para si mesmo, não se esgota em si mesmo, porque ao
se esgotar em si perde o objetivo da Missão, é voltado para o desenvolvimento da Missão,
em promover o Reino de Deus (visão missionária), é como instrumento dinamizador e reali-

5
Colégio Episcopal da Igreja Metodista. Carta Pastoral sobre Dons e Ministérios, P. 14.
6
ID., Ibid., P. 7.
15

zador da Missão divina, levando a Igreja a depender da ação e manifestação do Espírito,


conforme é declarado no XIV concílio, “entendemos que o exercício dos “Dons e Ministé-
rios” tornar-se-á “instrumento dinamizador” da proposta missionária da Igreja” 7. O serviço
é o que concretiza a realidade do Dom. O “movimento” trouxe nova motivação e alento no
período final do qüinqüênio, sendo um novo caminhar na vida da Igreja, mas presente na
Palavra do Senhor, visível na Igreja Primitiva, constante na história da Igreja. No Concílio
Geral da Igreja Metodista em 1987 discutiu e decidiu:

a) Reafirmou o princípio conciliar para todos os níveis, inclusive a igreja local e a


descentralização do poder;

b) a igreja local deixou de ser vista como unidade institucional, e, sim, “Comunidade
de Fé”;

c) enfatizou o sacerdócio universal de todos os crentes e a necessidade de todos se en-


volverem na missão;

d) reafirmou o conceito de Igreja e missão percebida nos últimos anos e presentes no


“Plano para ávida e Missão da Igreja”;

e) reafirmou a unidade da Igreja e o princípio metodista da conexidade. 8

O movimento Dons e Ministérios surge do princípio do “sacerdócio universal de todos


os crentes” formulado pelos reformadores, pois o Espírito Santo distribui dons para todos os
seres humanos, na comunidade dos fiéis, a fim de que todos tenham serviço e possam parti-
cipar da missão de Jesus, desenvolvendo os dons que foram concedido. Então a comunidade
deixa de girar em torno de um eixo central para funcionar com a participação de todos os
fiéis.

Dons e Ministérios visa o aperfeiçoamento, amadurecimento, equipamento do cris-


tão/ã e de toda a comunidade. Outro objetivo é a comunhão, a convivência, o relacionamen-
to da Comunidade de Fé no desempenho do serviço. Também visa à edificação do Corpo de
Cristo através da mútua cooperação de cada parte, do auxílio de cada irmão/a, que proporci-
ona o crescimento a luz da verdade e do amor, em Cristo, e assim constituir a unidade da Fé.
Dons e Ministérios são expressões do amor e da vontade de Deus revelada na pessoa de

7
Igreja Metodista. Registros, Atas e Documentos do XIV Concílio Geral, P. 83
8
Colégio Episcopal da Igreja Metodista. Plano Nacional: Ênfases e Diretrizes. P.17-18
16

Jesus Cristo. A Igreja que vivência esse movimento tem que passar pela experiência da co-
munhão do amor, do propósito e do partir do pão.

É fundamental a ação do Espírito Santo em todo o processo, consciência, desperta-


mento, desafio, estruturação, preparação e expressão dos Dons e Ministérios, respondendo a
realidade e necessidade específica de cada comunidade. O movimento de Dons e Ministé-
rios implica em frutos de vida e testemunho, o fruto do Espírito os acompanha.
17

BIBLIOGRAFIA

ATAS E DOCUMENTOS. XI Concílio Geral da Igreja Metodista. São Paulo, Imprensa


Metodista, 1977,
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Carta Pastoral sobre Dons e Mistérios.
Biblioteca Vida e Missão, Pastorais, nº 9. São Paulo: Cedro, 1988.
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Igreja Ministerial: Desafios e Oportu-
nidades. São Bernardo do Campo: Imprensa Metodista, 1991.
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Plano Nacional: Ênfases e Diretrizes.
São Paulo: Imprensa Metodista, 1997.
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Carta pastoral sobre ecumenismo. 2ª
ed. São Paulo: Cedro, 2001.
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Cânones da Igreja Metodista 2001.
São Paulo: Cedro, 2001.
COLÉGIO EPISCOPAL. Plano para a vida e a Missão da Igreja. Biblioteca Vida e Missão.
São Paulo: Editora Cedro,2001.
COLEÇÃO DONS E MINISTÉRIOS. A Igreja dos Dons e Ministérios: A Visão dos Bispos
Metodistas. Piracicaba: Agentes da Missão, 1991.
GUERSON, Cláudio Verneque. Vida e Missão da Igreja: um estudo do surgimento do plano
para a vida e a missão da Igreja Metodista. São Bernardo do Campo, 1995. Monografia.
Faculdade de Teologia da Igreja Metodista.
IGREJA METODISTA. Registros, Atas e Documentos do XIV Concílio Geral. São Bernardo
do Campo: Instituto Metodista de Ensino Superior, 1987.

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