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Já vimos que surgiram no século 19 os pregadores da “segunda bênção”. Homens de Deus como
Dwight Lyman Moody, R. A. Torrey, A. B. Simpson, Andrew Murray, A. J. Gordon, F. B. Meyer e
Charles Grandison Finney passaram a ensinar, à luz da Bíblia, que a nomenclatura bíblica “batismo no
Espírito Santo” não era sinônimo de conversão, mas uma experiência subsequente à conversão e que se
caracterizava por ser um revestimento de poder do Alto para dinamizar o serviço cristão. Moody,
Simpson e principalmente Torrey enfatizavam que todo cristão deveria buscar esse revestimento de
poder. Porém, nessa época, os cristãos evangélicos ainda não entendiam que as línguas estranhas eram
a evidência externa do batismo no Espírito. Os pregadores da segunda bênção criam na
contemporaneidade dos dons espirituais. Era comum ouvir registros de que em algumas reuniões havia
línguas estranhas, profecia, cura divina etc., mas nunca se vinculava as línguas ao batismo no Espírito.
Em 1891, John Lake casou com Jennie Stevens, e dias depois descobriu que sua esposa estava com
tuberculose e uma incurável doença do coração. Durante anos ele orou por ela, até que, depois de ler
Atos 10.38, orou pela cura de sua esposa com fé na Palavra de Deus e viu o milagre acontecer. Era 28
de abril de 1898. A partir dessa data Lake não seria mais o mesmo. Em 1907, sabendo do Avivamento
da Rua Azusa (que abordaremos mais adiante), Lake jejuou pedindo a Deus o batismo no Espírito com
a evidência da glossolalia. Ao final do jejum, recebeu a bênção e iniciou seu ministério evangelístico
com manifestação da cura divina. Direcionado pelo Espírito, foi para a África do Sul. Antes de morrer,
voltou aos Estados Unidos, onde continuou pregando até partir para a eternidade em 1935. Quando
isso ocorreu, as igrejas sul africanas Missão de Fé Apostólica e Cristã Sião, ambas fundadas por ele
naquele país, já contavam, juntas, com mais 100 mil membros e 600 congregações na África do Sul.
Maria Woodworth Etter converteu-se a Cristo em 1857, na Igreja dos Discípulos. Passou um tempo
com os Quakers e depois voltou à Igreja dos Discípulos. Quando pregava em uma congregação da sua
igreja, foi batizada no Espírito Santo com Evidência de línguas estranhas. Como essa doutrina ainda
não havia sido popularizada por Charles Parham, Etter entendera apenas que o revestimento de poder
do Alto que recebera viera, nesse caso, acompanhado de línguas. compreender a experiência que
vivenciara posteriormente. Sua pregação era acompanhada por visões, profecias, milagres, línguas e
libertações. Quando o Avivamento de Azusa começou, Etter se juntou a ele.
O que atraiu esses alunos foi o fato de a proposta de Parham consistir em promover um ano de estudos
onde ele e os demais alunos estudariam sobre “como descobrir o poder que capacitará a Igreja a
enfrentar o desafio do novo século”. Seria um ano de treinamento com estudo da Palavra, oração e
evangelismo. Cada aluno teria um período de três horas do dia dedicadas exclusivamente à oração.
Conta-se que alguns passavam a noite orando. Era também uma “escola de fé”, como se chamava, já
que nenhuma taxa seria cobrada para moradia e alimentação. O objetivo da escola era, em síntese,
preparar-se para a obra do Senhor e clamar a Deus por um novo avivamento para as igrejas.