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Uma Luz que Alumia 2

UMA LUZ QUE ALUMIA

Um trabalho feito por amor aos irmãos sinceros


das Igrejas das diferentes Reformas

Orlando G. de Pinho,
Secretário da Associação Paulista da I.A.S.D.
Adalberto Simon,
Ex-membro da Igreja da Reforma

Associação Paulista da Igreja Adventista


Do Sétimo Dia - São Paulo
Primeira edição: Dez mil exemplares - 1975

"Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra


profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia
que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a
estrela da alva nasça em vosso coração." - II Pedro 1:19.

"Os que têm grande luz e nela não têm andado, terão
trevas correspondentes à luz que desprezaram."
– Testemunhos para Ministros, pág. 163
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ÍNDICE

Apresentação
Por Que Saí da Reforma
1. Igreja Adventista do Sétimo Dia – Origem
e Desenvolvimento
2. Uma Incumbência Intransferível
3. O Espírito de Profecia na Igreja Verdadeira
4. Um Povo Escolhido por Deus
5. A Direção de Deus Na Igreja
6. O Nome Adventista do Sétimo Dia
7. Ide a Todo Mundo – Uma Obra Abarcante
8. Evidências da Indestrutível Continuidade
da Igreja Adventista do Sétimo Dia
9. Inspiradas Referências aos Adventistas do Sétimo Dia
10. Por Que Ellen G. White Escreveu Tanto Sobre Reforma?
11. Razões Para as Reprovações de Deus
12. Sérias e Necessárias Advertências
13. Por Que Babilônia?
14. Uma Plataforma Firme e Inalterável
15. Quem São os 144 Mil?
16. Uriah Smith e os 144 Mil
17. Quando o Silêncio é Eloquência
18. O Anjo de Apocalipse 18
19. Como Começou o Movimento de Reforma na Alemanha
20. Aspectos da História do Movimento de Reforma
21. Ministério da Calúnia e da Invencionice
22. Um Velho Método Reformista
23. O Mesmo Processo Usado Por Satanás no Éden
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APRESENTAÇÃO

A idéia do presente trabalho foi do irmão Adalberto Simon, hoje


membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, depois de haver estado na
igreja da Reforma por mais de quarenta anos.
O irmão Simon teve o cuidado de selecionar algumas dezenas de
citações de livros da irmã Ellen G. White, no que se refere a partes no
interesse de esclarecer irmãos reformistas, almas sinceras que ainda
lutam para compreender as razões por que são reformistas.
Reconheceu a irmã White que em muitas religiões há almas
sinceras que estão vivendo consoante a luz que receberam; a estas
especialmente – por serem sinceras – o Senhor enseja a adição de mais
luz da Sua Palavra; mais compreensão do Seu querer e da Sua vontade;
e a segura orientação sobre a verdade e a verdadeira igreja, o povo de
Deus remanescente.
E o resultado disto são as decisões, o abandono da confusão, a
renúncia, a conversão, a aceitação da mensagem adventista e o
ingresso na igreja.
Nesse nível estão muitos irmãos reformistas.
Eles precisam de ajuda; e este trabalho os favorecerá nisto. Se o
examinarem com oração e desejo de receber a luz que Deus lhes deseja
dar – sobretudo afastados de influências perturbadoras, quem sabe a
sós ou na companhia de outros irmãos também sinceros – estamos
certos de que uma nova e verdadeira imagem do movimento adventista
terão. Quem sabe muitos se sentirão como Saulo de Tarso na estrada
de Damasco e, então, ouvirão aquela mesma Voz que o chamou e
advertiu a não recalcitrar contra os aguilhões.
Este é o nosso desejo. E aqui está, neste trabalho, a oportunidade;
quem sabe, para muitos, será a última.
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Convém não desprezá-la.
Orlando G. de Pinho
POR QUE SAÍ DA REFORMA

Muitas pessoas me perguntam porque saí da Reforma, depois de lá


haver estado por quarenta e quatro anos. Indagam se tive algum
problema nessa igreja; se foi induzido por algum adventista ou se foi em
resultado de alguma polêmica. Nada disso aconteceu.
Ouvindo que dezenas de reformistas estavam aceitando a Igreja
Adventista do Sétimo Dia, fiquei pensativo e me lembrei do conselho de
Jesus, em João 5:39, para que se examinem as Escrituras; e também o
conselho do apóstolo Paulo, em I Tess. 5:21, que recomenda examinar
tudo e reter o bem; comecei também a examinar os Testemunhos. E
fiquei surpreso quando descobri ser falso o ensino reformista de que a
Igreja Adventista do Sétimo Dia caíra em 1914; longe disso, ela continua
firme e assim continuará até o fim como Igreja Remanescente.
Neste trabalho estão reunidos grande parte dos trechos dos
Testemunhos que estudei e que me convenceram da verdade e me
levaram para a Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Dou graças a Deus por tem-me revelado essas verdades, por ter-
me feito compreendê-las.
O meu conselho, ao caro leitor, é que estude com atenção as
citações do Espírito de Profecia e medite nos comentários deste
trabalho. E estou certo de que se surpreenderá, como eu o fui.
É bom não esquecer que Deus não aceita desculpas, quando se
recebe mais luz da Sua vontade; e, especialmente, aquela que indica
qual é o Seu povo verdadeiro.

(Adalberto Simon)
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CAPÍTULO 1
IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA
– ORIGEM E DESENVOLVIMENTO

A IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA, como organismo religioso


devidamente organizado, data de 1863, quando, em congresso que se
reuniu em Battle Creek, nos Estados Unidos, de 20 a 23 de maio, com a
presença de representantes de Associações e Igrejas Adventistas, foram
estudados planos de organização e eleita a primeira comissão da
Associação Geral, que teve como presidente John Byington e,
secretário, Uriah Smith.
Seu início, no entanto, derivou do despertamento profético-
religioso que se deu no começo do século dezenove e que culminou
com o famoso desapontamento de 22 de outubro de 1844, ocasião em
que devia ocorrer a segunda vinda de Jesus Cristo, conforme o
Milerismo anunciava.

DESPERTAR PROFÉTICO

As profecias bíblicas, notadamente as dos livros de Daniel e


Apocalipse, por seus misteriosos e atraentes símbolos e a sua
conotação com o desenrolar de muitos eventos históricos, desde o
Império Babilônico, tiveram, a partir do século dezoito, um sem-número
de estudiosos, investigadores e expositores.
Em diversas partes do Mundo muitos pregadores surgiram,
espontaneamente e sem ligação um com o outro, para anunciar a
segunda vinda de Jesus Cristo como prestes a ocorrer.
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O prelúdio disto foi o movimento reformador protestante, que
propiciou o contato popular da Bíblia e suscitou fosse investigada com
ardente desejo de aprender.
Eventos da Natureza, preditos nas Escrituras Sagradas,
contribuíram para acentuar o interesse pela Bíblia. Com efeito, o
terremoto ocorrido em 1.° de novembro de 1755, conhecido como
Terremoto de Lisboa, mas que se estendeu por grande parte da Europa
e da África; o Dia Escuro, ocorrido a 19 de maio de 1780 (sem
explicação até hoje, pois a posição do Sol e da Lua com relação à Terra
não justificava a ocorrência de eclipse); e a Queda das Estrelas, a 13 de
novembro de 1833, vista desde o Canadá até ao México; foram os três
grandes sinais proféticos de grande influência e que, por assim dizer,
deram autenticidade às profecias bíblicas.

TEMA CENTRAL

O tema central das pregações era a segunda vinda de Cristo. Nisto


se empenharam inúmeros pregadores.
O Dr. José Wolff, um dos mais notáveis poliglotas e viajantes dos
missionários do mundo, foi um desses denodados homens que
proclamaram o segundo advento de Jesus. Entre 1821 e 1845, ele viajou
pela África, Ásia, Estados Unidos e Oriente Próximo, anunciando a
segunda vinda de Cristo.
Na Inglaterra, por influência de Henrique Drummond, banqueiro e
membro do Parlamento, realizaram-se assembléias proféticas anuais, a
primeira delas, em 1826, conhecidas como Assembléias Albury, por
terem sido realizadas no espaçoso lar de Drummond, no parque Albury.
O objetivo dessas assembléias, que tiveram o eminente pregador
Eduardo Irving como líder, era estudar as profecias relativas à segunda
vinda de Cristo. José Wolff e mais uns vinte pastores de várias
denominações achavam-se presentes. As profecias de Daniel e
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Apocalipse eram estudadas nessas reuniões e delas resultou um novo
impulso às pregações na Inglaterra e em outras partes do mundo, sobre
o advento de Cristo.
Manoel Lacunza, chileno de nascimento, sacerdote católico da
ordem jesuíta, ordenado em 1766, também foi atraído para o estudo
das profecias, resultando ele mesmo escrever o livro "La Vinda Del
Mesías en GIoria e Majestad". Nesse trabalho, por razões óbvias,
Lacunza usou o pseudônimo de Ben Ezra.
Esse livro circulou em forma manuscrita na Espanha e na América
do Sul e foi depois traduzido para o latim e o italiano.

UM PREGADOR AMERICANO

William Miller foi um dos proeminentes pregadores americanos da


segunda vinda de Cristo, durante a primeira parte do século dezenove.
Miller nasceu a 15 de fevereiro de 1782, em Pittsfield, no estado
de Massachusetts, nos Estados Unidos. Era o mais velho de uma família
de dezesseis filhos. O pai foi combatente na guerra da Independência e
sua mãe era senhora de acendradas virtudes, filha de um pregador
batista.
As deficiências da escala rural da época, eram compensadas pela
sua devotada mãe; isto e o seu grande amor pelos livros, que lia com
avidez e grande desejo de aprender, deram a Miller suficiente base para
a sua carreira de pregador. Foi primeiro sargento, meirinho e juiz de
paz. Era estimado e respeitado por suas qualidades de homem íntegro e
fiel.
A leitura que fez da Bíblia, produziu um novo rumo espiritual em
sua vida, pois deixou as idéias deístas para filiar-se à Igreja Batista, que
lhe deu uma credencial de Pregador. Nessa religião permaneceu até a
sua monte.
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UMA APAIXONANTE PROFECIA

William Miller dedicou dois anos a um estudo aprofundado da


Bíblia, especialmente das profecias e, por volta de 1816, ele manifestou
sua convicção de que Jesus Cristo voltaria em breve.
A análise que ele fez da profecia de Daniel 8:14, que diz: "Até duas
mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado", causou-
lhe profunda impressão. Repassou datas e conferiu algarismos,
consultou fontes históricas e, por fim, na sua última conclusão,
verificou, alarmado, que o retorno de Jesus dar-se-ia a 22 de outubro de
1844.
O desdobramento deste grande período profético, o mais extenso
da Bíblia, como sua contagem a partir do ano 457 antes de Cristo, ano
de um decreto de rei Artaxerxes, até 1844 da nossa era, sempre
despertou a curiosidade de dezenas de expositores da Bíblia, em
diferentes épocas; e Miller foi um dos mais dedicados e perfeitos
estudiosos do assunto. Apenas um erro ele cometeu, do qual não lhe
coube culpa, pois seguiu a idéia comum naquele tempo, a de
interpretar o santuário referido na profecia como sendo a Terra; assim,
nessa linha de interpretação, a profetizada purificação do santuário seria
a destruição da Terra pelo fogo.

TEMOR E CONVICÇÃO

A exposição que Miller fazia dessa profecia era convincente, e a


idéia do próximo retorno de Jesus Cristo agitou o mundo religioso,
primeiramente na Nova Inglaterra. De 1839 a 1840, homens de
influência e capacidade, dentre eles escritores e pastores, aceitaram os
ensinos de Miller e a ele se uniram em sua campanha de evangelização.
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Surgia, assim, o movimento conhecido como Milerismo, que,
baseado na profecia acima aludida, dos 2.300 anos, pregava a volta de
Cristo para 22 de outubro de 1844.
Além dos Mileritas, outras religiões evangélicas também passaram
a anunciar o advento de Cristo. Estima-se em mais de quinhentos os
pregadores que se empenharam nessa campanha. Todos estavam
unânimes quanto à data de 22 de outubro de 1844 para o retorno de
Cristo.
Diretamente com William Miller estavam os seguintes pregadores:
Pastor Josué Himes – 1ª Igreja Cristã de Boston
Capitão José Bates – Igreja Congregacional
Pastor Hary Jones – Pastor Congregacional
Pastor Charles Fitch –1ª Igreja Congregacional Livre de Boston
Pastor Josias Litch – Metodista Episcopal, da Nova Inglaterra
Pastor George Storss – Pregador Metodista
Pastor Henry Dana Ward – Igreja Episcopal
Pastor N. N. Whitting – Igreja Batista
Pastor José Marsh – Igreja Cristã
Pastor Elon Galusha – Igreja Batista
Pastor S. S. Snow – Igreja Congregacional
Pastor Tiago White - Igreja Cristã

As pregações eram feitas em igrejas, salões, teatros e em grandes


tendas de lona.
Foi um despertar religioso memorável, sem igual, que reuniu
considerável número de adeptos. Uns por convicção, outros por temor
ou companheirismo. Os fiéis mileritas estavam possuídos de plena
convicção de que Jesus viria na data aprazada, por isso o espírito de
renúncia, piedade e abnegação, de oração e súplicas, era nota saliente.

O AMARGOR DO DESAPONTAMENTO
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Mas o anoitecer do dia 22 de outubro de 1844 trouxe para


milhares de pessoas um dos mais chocantes desapontamentos de que
se têm notícia.
A tensa expectativa durante as horas do dia fatídico; o antegozo de
uma felicidade nova e eterna; a agradável doçura da proclamação de
um evento, transformaram-se em amarga desilusão.
Foi tríplice a conseqüência do desapontamento, que já na mesma
noite de 22 de outubro de 1844 se esboçava e que se tornou evidente
com o decorrer dos dias. Esse tríplice resultado foi:

1.º O retorno de grande número a sua anterior maneira de viver,


sem fé e sem esperança religiosa;
2.º Outros persistiram em marcar novas datas para a volta de
Cristo, desanimando por fim e desaparecendo como
agrupamento religioso;
3.º Um terceiro grupo, formado por pessoas devotas e mais
sinceras, embora bem reduzido em número, manteve-se unido
no reexame das Sagradas Escrituras, com muita oração e
jejuns, com o objetivo de descobrir onde estava o erro que
motivara o desapontamento.
Este terceiro grupo entregou-se a diligentes estudos e chegou à
conclusão de que o tempo profético estava correto e que o equívoco se
dera quanto ao evento a ocorrer nessa data, que não era com respeito
à Terra mas sim com o Santuário celestial, do qual Jesus Cristo é o
Sumo-Sacerdote, como afirmam as Escrituras Sagradas.

SURGEM OS ADVENTISTAS

O estudo do que a Bíblia ensina com respeito ao Santuário


Celestial, foi a chave que resolveu o mistério da decepção ocorrida a 22
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de outubro de 1844 e uniu este terceiro grupo de ex-mileritas que se
empenharam a fundo na investigação das profecias e em estudar e
rever conceituações das doutrinas evangélicas, confrontando-as com a
Bíblia.
O resultado disto, que veio progressivamente, foi a recomposição
do quadro doutrinário evangélico, com doutrinas apoiadas exclusivamente
pela Bíblia.
Crenças até então populares foram rejeitadas, como a do primeiro
dia da semana (Domingo) como dia de guarda; a da imortalidade da
alma, que contraria os propósitos da segunda vinda de Cristo, ocasião
em que, segundo a Bíblia, os justos mortos ressuscitarão e os justos
vivos serão transformados; a aceitação da Lei de Deus dos Dez
Mandamentos, como está na Bíblia e a obrigatoriedade da sua
observância; e muitas outras, inclusive foi dada especial ênfase aos
princípios de saúde.
A imprensa teve papel saliente na divulgação desta nova corrente
religiosa, que logo tomou decisões e fez planos que a projetou nos
Estados Unidos e, dali, para todo o mundo.
Foi em 1860 que foi adotado o nome de Adventista do Sétimo Dia,
que significa a crença no segundo advento de Jesus Cristo e a adoção do
sétimo dia da semana (o Sábado) como dia de guarda.
Os nomes de importância na formação da Igreja Adventista do
Sétimo Dia foram: José Bates, J. N. Andrews, Uriah Smith, Hirão Edson,
Tiago White, Ellen Gould Harmon, Raquel Oakes, José Turner e J. N.
Loughborough, sem desmerecer a atuação de muitos outros.
A juventude foi um atributo desses líderes, com idade média de 20
anos em sua maioria.

ESTRUTURA-SE A ORGANIZAÇÃO
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Esclarecidas e fundamentadas que foram as doutrinas básicas e
formulados os principais métodos de ação, os dirigentes adventistas
concluíram, por volta de 1863, que haviam obtido uma visão da tarefa
que o pequeno grupo devia enfrentar.
Empreenderam então o processo de formação da igreja, de modo
decidido, sério, consciencioso e convictos da função que sentiam caber-
lhes no contexto religioso cristão.
Assim, a Igreja Adventista do Sétimo Dia cresceu em organização,
em meros para se manter e disciplina.
Quarenta anos depois, em 1903, a Igreja Adventista do Sétimo Dia
estava plenamente amadurecida e, nesse ano, sua sede mundial foi
transferida de Battle Creek Washington para D.C., onde está até hoje.
A jovem Ellen Gould Harmon (Ellen G. White, depois de casada)
teve papel saliente na organização e planificação da Igreja Adventista
do Sétimo Dia. Sua preeminente missão foi ajudar a construir a
dinâmica de uma fé bíblica num movimento cristão. Foi líder espiritual e
pioneira, desde a idade de 17 anos. Conquanto nunca negasse ter sido
vocacionada para a função profética, certa vez assim se expressou com
respeito ao seu trabalho:
"Procurar ser uma profetiza é coisa que jamais fiz. Se outros me
chamam por esse nome, nada tenho a lhes opor. Mas o meu trabalho
tem abrangido tantos setores que eu não posso chamar-me a mim
mesma outra coisa que não mensageira, enviada com uma mensagem
do Senhor a Sen povo e para assumir o trabalho em qualquer setor que
Ele indique".

Sua atuação literária compreende um total de cem mil páginas


manuscritas. Dezenas de seus livros estão hoje publicados em várias
línguas e abrangem educação, religião, medicina, alimentação, etc..
Teve grande influência no estabelecimento do trabalho médico e
educacional adventista em diferentes partes do mundo.
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Administrativamente, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem sua
sede mundial em Washington, D. C., nos Estados Unidos. Sua diretoria é
renovada no presente a cada cinco anos, em assembléia que reúne
representantes da Igreja de todas as partes do mundo. Não há distinção
de raça ou cor nas eleições ou fora delas, nem para ser eleito.
A Associação Geral está dividida em ramos administrativos por
todo o mundo, denominados Divisões, que, por sua vez, abrigam
Uniões, Associações e Missões, até chegar ao simples membro que é
parte integrante do todo. Na América do Sul, a Divisão Adventista está
construindo a sua nova sede em Brasília.

CAPÍTULO 2
UMA INCUMBÊNCIA INTRANSFERÍVEL

"Em sentido especial foram os adventistas do sétimo dia postos


no mundo como vigias e portadores de luz. A eles foi confiada a última
mensagem de advertência a um mundo a perecer. Sobre eles incide
maravilhosa luz da Palavra de Deus. Confiou-se-lhes uma obra da mais
solene importância: a proclamação da primeira, segunda e terceira
mensagens angélicas. Nenhuma obra há de tão grande importância.
Não devem eles permitir que nenhuma outra coisa lhes absorva a
atenção.
"As mais solenes verdades já confiadas a mortais nos foram dadas,
para as proclamarmos ao mundo. A proclamação dessas verdades deve
ser nossa obra. O mundo precisa ser advertido, e o povo de Deus deve
ser fiel ao legado que se lhe confiou." – Testemunhos Seletos vol. III,
pág. 288. (Grifos nossos)
"É propósito de Deus que a verdade para este tempo seja revelada
a toda a tribo, e nação, e língua, e povo." Idem pág. 293.
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"Sobre nós está colocado um sagrado encargo. Foi-nos dada a
comissão: 'Ide, pois, e fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; instruindo-as a observar todas
as coisas que vos tenho mandado. Eis que Eu estou convosco todos os dias
até ao fim do mundo." – Test. Seletos, Vol. III, pág. 289. (Grifo nosso)
Estas poucas citações do Espírito de Profecia são suficientes para
que se ponham os pontos nos "ii", nos lugares certos. Um povo foi
escolhido por Deus que tomou o nome (depois de escolhido e por
aprovações de E. G. White, como profetisa) de adventistas do sétimo
dia e a este povo foi confiada a mensagem de advertência ao mundo, a
última. advertência. Essa mensagem, que profeticamente coincide com
a fase final da história do mundo, motivou a escolha do instrumento
para dá-la ao mundo. Deus não a confiou a nenhuma organização
religiosa existente. Ele próprio modelou e estruturou o povo que devia
servi-Lo.
À semelhança do que o Senhor fez com respeito a João Batista,
chamando-o para um trabalho específico de preparação para a primeira
vinda do Senhor, assim fez Ele ao suscitar o movimento que culminou a
22 de outubro de 1844, do qual uns poucos e sinceros estudiosos da
Palavra de Deus restaram e dos quais Deus serviu-se para estabelecer o
Seu povo.
Não há nisto nenhuma pretensão ou orgulho, nem obstinação
cética, nem vaidade denominacional, nem honrarias humanas
envolvidas. Os fatos são históricos, autênticos e irrefutáveis. Há
comprovações muito sérias de que a mão do Senhor a tudo dirigiu.
E através de todos estes anos de existência da Igreja Adventista do
Sétimo Dia, jamais houve um momento de vacilação ou de dúvida com
respeito ao seu destino sagrado. Ela tem levado avante esse
cometimento, na força do Senhor, e dele jamais abrirá mão. As
arremetidas de opositores, o clamor dos inconformados, as tramas e
artimanhas de caluniadores e defraudadores, sempre foram
Uma Luz que Alumia 16
desprezados e a isso nunca foi dada maior atenção, porque a
incumbência de proclamar a vinda do Senhor, que Deus confiou à Igreja
Adventista do Sétimo Dia, não permite desvio de atenção, perda de
tempo com os "gritos" contra a caravana.
Os que se aliam ao povo de Deus, especialmente aqueles que
deixam esses agrupamentos de contestadores, logo sentem o alívio da
libertação e, cheios de gozo e alegria, assumem participação nesta
incumbência intransferível, de dar ao mundo a mensagem da próxima
vinda de Jesus.

Parodiando Neemias, podemos dizer: "Estamos empenhados numa


grande obra, não podemos deixá-la. Desejamos que os que se nos
opõem temam e reconheçam "que o nosso Deus fez esta obra." -
Neemias cap. 6.

CAPÍTULO 3
O ESPÍRITO DE PROFECIA NA IGREJA VERDADEIRA

Sabemos hoje, pelos estudos das profecias bíblicas, que o ano de


1844 marcaria o início de uma fase solene para a humanidade, no que
diz respeito à salvação em Cristo Jesus. O início do juízo investigativo
que ocorreria nesse ano e a necessidade de um povo para liderar,
paulativamente, a proclamação da última mensagem de advertência de
Deus ao mundo, anunciando a segunda vinda de Cristo, eram assuntos
por demais grandiosos para serem resolvidos e levados a bom termo
por equipe humana.
As igrejas evangélicas existentes, tradicionais e acomodadas,
viviam na base de suas estruturas centenárias, comprometidas com
métodos de ação evangelística e, todas elas, com marcantes
características oriundas do paganismo bebido pelo romanismo: a
guarda do domingo e a arenga na imortalidade.
Uma Luz que Alumia 17
Ademais, também elas, essas tradicionais igrejas, tinham tido a seu
tempo a visitação do Senhor, para uma revisão em seus quadros, pelo
estudo das profecias, como teve o romanismo no advento de Lutero. O
que resultou, tanto dum lado como de outro do controvertido aspecto
religioso, foi o desdobramento do número de denominações religiosas
cristãs, que se firmaram em seus pontos antagônicos ou na base das
interpretações dos que lhe deram origem, dentre os reformadores.
E o passar do tempo, desde Lutero, veio provar que o lado humano
é muito forte na disputa de preferências e na defesa de idéias pessoais,
mesmo quando se trate de interpretar a Palavra de Deus.
Então o que fazer? Deus o sabia, e na base de Sua Onisciência é
que dispôs todas as providências.
Desde os primórdios do cristianismo, ainda na gestão da igreja
apostólica, ou seja a do Novo Testamento, mais precisamente a do
primeiro século, que não havia manifestação profética. Era a segunda
interrupção, esta agora mais longa. Era o período de vivência do
cristianismo que teve, desde o apedrejamento de Estêvão, no ano 34 da
nossa era, um transcurso diversificado, passando por períodos de glória,
sanguinário, apóstata, controvertido, disperso, até chegar, exausto, a
1844, fim dos 1.810 anos da parte restante da profecia de Daniel,
capítulo 8, verso 14. Em todo esse transcurso não houve manifestação
profética autêntica. Não houve, portanto, liderança direta de Deus,
embora não faltassem em todos os quadros religiosos talentosos
indivíduos, brilhantes personalidades e devotados homens de Deus.
Assim, na tarefa final, por ser a última mensagem de salvação
antes do fim de todas as coisas, era necessária a intervenção direta de
Deus, pelo Seu Espírito, por meio de um profeta. A coordenação e a
estruturação do Seu povo, para o fiel cumprimento do encargo da
última mensagem, em todos os detalhes e na amplitude que devia ter,
precisava da liderança do Céu.
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E foi o que aconteceu, na escolha da jovem de 17 anos, Ellen Gould
Armo, logo após o desapontamento de 1844.
Como ocorreu esse chamado de Deus?
Em janeiro de 1842, Guilherme Foy, batista de Boston, Estados
Unidos, recebeu uma visão em que via os remidos da Terra conduzidos
às glórias do Céu. Guardou silêncio disso, embora sentisse que devia
falar. O resultado de sua desobediência, como ele próprio o considerou,
foi a depressão e a dúvida. Em fevereiro teve visão semelhante, com
ordem positiva de comunicá-la. Três dias mais tarde, venceu o desejo
de não falar e relatou a visão a uma congregação de Boston.
Depois de viajar longamente apresentando sua mensagem, Foy
recebeu uma terceira visão, pouco antes da decepção. Foram-lhe
apresentadas coisas novas, mostrando-lhe três plataformas que
indicavam uma terceira fase da mensagem de Deus para aquela época.
Sua firme convicção de que Jesus viria imediatamente, impediu-o de ter
clara compreensão da visão. Isto o levou a interromper seu trabalho
público.
Em seu lugar, Deus escolheu a Hazen Foss, inteligente jovem
adventista de Portland, Maine, a quem deu uma visão poucas semanas
antes da decepção. Esta visão apresentava as três plataformas
mostradas a Foy. Foss fui advertido de algumas dificuldades que se lhe
apresentariam como mensageiro do Senhor, e foi-lhe ordenado relatar a
visão. Temendo o ridículo do povo, recusou fazê-lo. Foi-lhe novamente
dada a visão com a advertência de que se continuasse a recusar-se,
seria privado do dom. Como ainda recusasse, teve uma terceira visão,
em que se lhe dizia que o dom havia sido dado á pessoa mais fraca
entre os fracos.
Extremamente assustado, convocou uma reunião com o desígnio
de relatar a visão, mas não pôde recordar nem um pormenor dela. Com
grande angústia, exclamou: "Esqueci-a! Sou um homem perdido!".
Uma Luz que Alumia 19
Em dezembro de1844, dois meses após a decepção e quando os
crentes mais necessitavam de uma voz que lhes comunicasse certeza do
Céu, Deus deu uma visão a Ellen Gould Harmon, jovenzinha de
dezessete anos, irmã gêmea de uma família de oito filhos. Seu pai era
agricultor em Gorham, Maine, mas depois se mudaram para Portland.
Eram todos membros da Igreja Metodista, da qual foram excluídos
quando se interessaram pelas conferencias de William Miller e creram
na segunda vinda de Jesus como ele pregava.
Ao receber a primeira visão, obedeceu as instruções do anjo e
relatou a uns sessenta crentes de Portland o que lhe sucedera. Alegrou-
se quando viu que aceitaram sua mensagem como vinda do Céu.
Seguindo a ordem: "Deves... relatar aos outros o que te hei revelado",
Ellen viajou para animar os crentes adventistas. Numa concisa
representação simbólica, foi-lhe apresentado o futuro da igreja. O
tempo abrange de 22 de outubro de1844 até os santos entrarem na
Nova Jerusalém.
Tanto Guilherme Foy como Hazen Foss ouviram a jovem Ellen
relatar a primeira visão que tivera. Foy, na ocasião, pôs-se de pé e
explicou em voz alta que essa visão era a mesma que havia tido. Igual
testemunho deu Foss. Foy morreu pouco tempo depois; Foss viveu até
1893, mas nunca voltou a ter interesse pessoal na religião.
A rejeição da luz que Deus comunica é coisa muito séria para ser
rejeitada sem conseqüências.
Ellen G. Harmon, depois White pelo seu casamento com James
White, passou por todas as provas que autenticam se alguém fala em
nome de Deus, inclusive os sinais físicos que acompanhavam suas
visões, notadamente o mais extraordinário deles: a total ausência de
respiração.
A história da Igreja Adventista do Sétimo Dia está entretecida com
a da direção recebida pelo dom de profecia. Durante setenta anos, a
serva escolhida por Deus transmitiu à igreja as mensagens do Céu. As
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doutrinas estudadas cuidadosamente na Palavra de Deus foram
confirmadas por suas mensagens; e quando o caminho parecia obscuro,
o povo recebia mensagens de alento.
Houve através dos anos inimigos que atacaram hostilmente a Sra.
White por pretender receber revelações divinas. A obra dessas pessoas
fundamentava-se principalmente no preconceito, na desfiguração dos
fatos e na franca falsidade. Era de se esperar esses ataques. Ellen G.
White instou com os membros da igreja para que examinassem as
mensagens, observassem a mensageira e julgassem de acordo com as
provas.
E o testemunho da Igreja foi sempre o mesmo: Os Testemunhos de
Ellen G. White são fruto do Espírito de Deus.
(Fonte das informações acima: História da Nossa Igreja)

Se a Igreja Adventista do Sétimo Dia não tivesse o Espírito de


Profecia não seria a verdadeira igreja, mas apenas uma a mais no
quadro das muitas existentes no mundo cristão.
A prova bíblica é: "E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer
guerra ao resto da sua semente, os que guardam os mandamentos de
Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo". Apoc. 12:17. E o
"TESTEMUNHO DE JESUS É O ESPÍRITO DE PROFECIA." Apoc. 19:10.
E aí estão as três características identificadoras da igreja
remanescente: a paciência dos santos, a guarda dos mandamentos de
Deus e o espírito de profecia.
A recepção do dom de profecia independe da vontade humana.
Uma pessoa muito devota pode dedicar tempo a uma preparação
espiritual, com estudo, oração e jejuns, com o fim de compreender
aspectos da vontade de Deus ou para adquirir forças para enfrentar
situações probantes. Pode, nesses momentos de recolhimento
devocional, receber mais dotações do Espírito de Deus com o fim de
ajudá-la ou orientá-la na condução do problema. Porém, pessoa alguma
Uma Luz que Alumia 21
poderá proceder dessa forma com o objetivo de tornar-se profeta.
Ninguém pode dispor-se a ser profeta. É uma escolha direta de Deus
para o fim que Ele tenha em vista no interesse do plano da salvação.
"O Espírito de Profecia, segundo se manifestou na vida e na obra
de Ellen G. White, influenciou profundamente o inicial desenvolvimento
adventista do sétimo dia. Isso se verificou de maneira notável naquela
década de foi de 1844 a 1855, durante a qual se estabeleceram os
elementos essenciais de doutrina e prática. Tomando e recebendo o
lugar que lhe competia em manter, corrigir e dirigir o movimento em
progresso, as instituições mediante este dom nunca foram um
substituto para o estudo da Bíblia. Se bem que sua presença fosse
predita nas Escrituras, seu aparecimento foi inesperado, pois os
pioneiros da mensagem não estavam, no princípio, preparados para
aliviar plenamente a própria posição que ocupavam, ou discernir a
vasta obra que se achava diante deles." – Ellen G. White, Mensageira da
Igreja Remanescente, pág. 59.
"A Sra. White não fez pretensiosas exigências de reconhecimento
de seus méritos. Conquanto não negando ter sido vocacionada para a
função profética, disse simplesmente: 'Procurar ser uma profetisa é
coisa que jamais fiz. Se outros me chamam por esse nome, nada tenho
a lhes opor. Mas o meu trabalho tem abrangido tantos setores que eu
não posso chamar-me a mim mesma outra coisa que não mensageira,
enviada com uma mensagem do Senhor a Seu povo e para assumir o
trabalho em qualquer setor que Ele indique'." – Ellen G. White e a Igreja
Adventista do Sétimo Dia, pág. 17.
Todo o trabalho da irmã White, daquilo que ela escreveu, consta
de 45 mil páginas manuscritas e 4.500 artigos aparecidos em nossas
revistas. De tudo isso há um fichário-índice, por assuntos, que levou
muitos anos a ser preparado e que abrange mais de 16 mil fichas. Ela
escreveu cem mil páginas de conselhos.
Uma Luz que Alumia 22
Todo esse repositório sagrado, que testifica do Espírito de
Profecia na Igreja Adventista do Sétimo Dia, todo ele em seu texto
original tal qual ela o produziu, está sob custódia de uma comissão
especial, formada por sucessão desde que ela instituiu a primeira, em
sala especial, à prova de fogo, na sede da Associação Geral da Igreja
Adventista do Sétimo Dia, em Washington, D. C., Estados Unidos.
Esse acervo testifica o legado dado por Deus à Sua Igreja, e tem
servido todos estes anos de guia e orientação.
Todos que chegam junto a esse precioso arquivo, na ampla sala
onde ele está, sentem um profundo sentimento de graças a Deus, pelas
revelações nele contidas e porque ali estão os instrumentos pelos quais
o Senhor falou ao Seu povo.
As palavras finais de confiança da irmã White foram estas:
"Não espero viver muito tempo. Meu trabalho está quase
terminado... Penso que não mais terei testemunhos para o nosso povo.
Nossos homens de mente firme sabem o que é bom para o crescimento
e progresso da causa. Porém, com o amor de Deus no coração,
precisam aprofundar-se mais e mais no estudo das coisas de Deus." –
Review and Herald, de 15 de abril de 1915 (Citado em Testemunhos
Seletos, vol. III, pág. 443).
"Ao recapitular a nossa história passada, havendo revisado cada
passo de progresso até ao nosso nível atual, posso dizer: Louvado seja
Deus! Ao ver o que Deus tem obrado, encho-me de admiração e
confiança na liderança de Cristo. Nada temos que recear quanto ao
futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem
guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado." – 1915, Life
Sketches, pág. 196 (Citado no volume dos Testemunhos acima referido).
Nada mais é preciso acrescentar para testificar da autenticidade do
movimento adventista do sétimo dia; da sua origem divina e da missão
que lhe foi confiada.
Uma Luz que Alumia 23
Onde está o profeta desses movimentos espúrios, desses grupos
dissolventes e contestadores? Onde começa a sua história?
Onde as razões decentes da sua existência?

CAPÍTULO 4
UM POVO ESCOLHIDO POR DEUS

"Nossa obra de publicações foi estabelecida por direção de Deus e


sob a Sua especial supervisão. Teve por desígnio o preenchimento de
um propósito definido. Os adventistas do sétimo dia foram escolhidos
por Deus como um povo peculiar, separado do mundo. Com a grande
talhadeira da verdade Ele os cortou da pedreira do mundo, e os ligou a
Si. Tornou-os representantes Seus, e os chamou para serem
embaixadores Seus na derradeira obra de salvação. O maior tesouro
da verdade já confiado a mortais, as mais solenes e terríveis
advertências que Deus já enviou aos homens, foram confiadas a este
povo, a fim de serem transmitidas ao mundo; e na realização dessa obra
nossas casas publicadoras se encontram entre as mais eficientes
instrumentalidades." – Testemunhos Seletos, vol. III, pág. 140 (Grifo
nosso).
"Estamos unidos na fé quanto ás verdades fundamentais da
Palavra de Deus... Temos uma mensagem mundial. Os mandamentos de
Deus e os Testemunhos de Jesus Cristo são a responsabilidade do nosso
trabalho." – Carta 37, 1887. Evangelismo, pág. 179.
"Esta obra missionária do evangelho precisa manter-se atingindo e
anexando novos territórios, ampliando as porções cultivadas da vinha. O
círculo deve ser estendido até que rodeie o mundo" . – Evangelismo, pág.
19.
"A verdade contida nas mensagens do primeiro, segundo e terceiro
anjos precisa ser proclamada a toda nação, tribo, língua e povo; deve
Uma Luz que Alumia 24
iluminar as trevas de todo o continente e estender-se até as ilhas do
mar...". – Ibidem.
"Decididos esforços devem ser feitos a fim de serem abertos novos
territórios no Norte, no Sul, no Oriente e no Ocidente..." – Idem, págs.
19 e 20.
"Deus qualificou o Seu povo para iluminar o mundo. Ele os dotou
de faculdades por meio das quais devem eles estender a Sua obra até
que ela circunde o globo. Em todas as partes da Terra devem
estabelecer hospitais, escolas, casas publicadoras e facilidades afins
para a consumação da Sua obra." – Medicina e Salvação, pág. 330.
(Grifo nosso).
"Devemos sentir agora a nossa responsabilidade de trabalhar com
intenso ardor, a fim de comunicar a outros as verdades que Deus nos
tem revelado para o tempo atual. Não podemos ser demasiado
diligentes... Agora é o tempo de proclamar a última advertência. Uma
virtude especial acompanha presentemente a proclamação desta
mensagem; mas por quanto tempo? – Só por um pouco de tempo
ainda. Se houve jamais uma crise, essa crise é justamente agora.
"Todos estão decidindo agora o seu perpétuo destino. Os homens
precisam ser despertados a fim de reconhecer a solenidade do
momento e a proximidade do dia em que terá terminado a graça.
Esforços decisivos têm de ser envidados, a fim de apresentar esta
mensagem ao povo de modo preeminente. O terceiro anjo deverá
avançar com grande poder". – Evangelismo, pág. 16 e 17. (Grifo nosso)
"Os exércitos de Satanás são muitos, e o povo de Deus deve
espalhar-se por todo o mundo, erguendo o estandarte da verdade nos
lugares entenebrecidos da Terra e fazendo tudo quanto for possível
para destruir o reino do demônio". – Idem, pág. 18. (Grifo nosso)

Os Testemunhos acima, do Espírito de Profecia, são muito claros e


de fácil compreensão, no sentido de definir o povo escolhido por Deus
Uma Luz que Alumia 25
para dar a última mensagem de salvação ao mundo, antes da segunda
vinda de Cristo. A Igreja Adventista do Sétimo Dia surgiu por inspiração
de Deus, no tempo certo e consoante textos proféticos. E isto com um
propósito definido por Deus, para uma função peculiar, intransferível.
Não importa a existência de tradicionais e seculares igrejas
evangélicas. Elas tiveram o seu tempo e foram até onde puderam ir no
sentido de evangelização. Delas derivam outras correntes religiosas,
com diferentes denominações e lideranças independentes. Eram
dezenas e hoje chegam a centenas as diferentes correntes de opinião
que formam o mundo chamado evangélico ou protestante. Também,
antes de Jesus iniciar Seu ministério, havia pensamentos religiosos
divergentes. Mas foi João Batista quem foi o escolhido por Deus para
ser o preparador do caminho para a primeira vinda de Cristo.
E a irmã White estabelece um paralelismo disso, entre a obra de
João Batista e a que foi confiada à Igreja Adventista do Sétimo Dia,
nestas palavras: "A profecia cumprida pela missão de João, esboça a
nossa obra: 'Preparai o caminho do Senhor, endireitai as Suas veredas'.
Assim como João preparou o caminho para o primeiro advento de
Cristo, devemos nós prepará-lo para o segundo advento do Salvador". –
Testemunhos Seletos, vol. III, pág. 141.
O pensamento das outras correntes de opinião religiosa, suas
tradições e pretensões de liderança, eram assunto à parte, eram linhas
em círculo, pois em João Batista o Senhor abriu um novo caminho, reto,
vigoroso e autêntico, preparador da vinda do Messias prometido.
Esse é o trabalho, como o disse a serva do Senhor, que Deus há
confiado à Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Muitos estão correndo à margem da nossa caminhada na
proclamação das verdades que Deus nos há confiado, pretendendo
fazer o que o fazemos, em ser o que somos e, até mesmo, em ser nós
mesmos, ao adotarem nosso nome ao qual adicionam um aposto sem
significação. Mas, como não foram chamados por Deus e nenhuma
Uma Luz que Alumia 26
comissão divina lhes foi confiada, ficam aí à beira do caminho,
desfazendo-se aos poucos. Gerados por meio de tricas e futricas,
alimentando-se de detritos próprios da falível natureza humana,
atribuem-se a si próprios direitos que não lhes foram outorgados por
Deus; arvoram-se em árbitros do Espírito de Profecia de cujos escritos
bebem nas entrelinhas o repasto que satisfaça às suas origens,
mantendo o padrão de suas qualificações pertinentes à tribo de Dan.
Dura coisa é recalcitrar contra os aguilhões; em permanecer na
inglória obstinação de batalhar contra o povo de Deus; na ilusória
pretensão de ser o que realmente, de fato e de direito não são.
As citações do Espírito de Profecia que estão na introdução deste
capítulo são um xeque-mate a todos esses pretensiosos "movimentos"
que se dizem adventistas. Nessas citações estão alinhados uns tantos
itens que são pedra de toque que desmascaram o embuste e põem a
descoberto a ardilosa mão do maligno na criação dos mesmos.
Por que esses "movimentos" de diferentes matizes, cada qual
pretendendo ser o certo, ser o "povo escolhido", ser o remanescente,
POR QUE eles em vez de crescer encolheram? Na realidade o quadro
que apresentam é o do pão abetumado, que ficou duro e pesado por
insuficiente fermentação da massa. Faltou-lhes a unção do Espírito
Santo – o fermento para crescerem. Podiam ter crescido como outras
igrejas protestantes cresceram, mesmo não tendo a verdade.
E por que, ainda assim, não cresceram? Foi por causa da pretensão
de serem o povo escolhido, a igreja remanescente; e Deus os marcou
com a estagnação, o retrocesso, a desorganização, para que isso fosse
testemunha de embuste, de pretensão diabólica, para iludir incautos e
desviar almas sinceras do caminho da salvação. São barcos furados
navegando em águas alheias. Seu fim será idêntico ao do conjunto que
forma a grande Babilônia.
Aos sinceros que perambulam por essas vielas e becos sem saída, o
chamamento de Deus é: "Sai dela, povo Meu, para que não sejas
Uma Luz que Alumia 27
participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas
pragas". - Apoc. 18:4.

CAPÍTULO 5
A DIREÇÃO DE DEUS NA IGREJA

São centenas as congregações cristãs que existem, abrangendo os


ramos católicos, protestantes e pentecostais, sem falar nas sociedades
espiritas e as da área do candomblé, macumba, etc., que também se
consideram cristãos. Só no Estado de São Paulo há mais de cinqüenta
diferentes nomes de denominações, segundo o anuário estatístico do
Ministério da Justiça, cada qual com estatutos, suas idéias, suas crenças,
pontos-de-vista e pretensões. Nenhuma delas se cré errada, mas
julgam-se participantes do contexto cristão e todas esperam que seus
adeptos sejam salvos, herdem a vida eterna. Entre elas há muitos
pontos em comum, como o domingo como dia de guarda e a crença na
imortalidade da alma.
Com exceção das igrejas evangélicas tradicionais (Batistas,
Metodistas, Presbiterianos e Luteranos), a quase totalidade das demais
são frutos de divergências pessoais, discórdias, desejo de liderar, etc.
etc. São ramificações surgidas à semelhança dos partidos políticos do
passado e, algumas, produto de pretensões visionárias. Não se sentiam
bem onde estavam, então saíram e "fundaram" uma "igreja" onde sua
maneira de pensar e agir podia ser imposta e seguida. Há muitos nomes
que dizem bem da origem, como: Salvos Congregados – Quadrangular –
Obra de Restauração – Avivamento Bíblico – Neo-Testamentária –
Cortejo Nupcial - etc. Cada qual conta a sua história (ou estória?) e crê,
ilusória ou infantilmente, na sua origem divina.
Mas estão todos certos? É isso que Deus diz em Sua Palavra? É
essa a concepção cristã do caminho a Cristo?
Uma Luz que Alumia 28
Na oração de Jesus Cristo, que João registra no capítulo 17 do
evangelho que tem o seu nome, há estes significativos trechos:
"Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que
vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que
todos sejam um; e como és Tu, ó Pai, em Mim e Eu em Ti, também
sejam eles em nós; ... Eu neles, e Tu em Mim, a fim de que sejam
aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que Tu me
enviaste e os amaste, como também amaste a mim." (Versos 20, 21 e
23).
Há outros textos bíblicos com respeito a este assunto da unidade,
da união, do ajuntamento dos filhos de Deus em Um só rebanho, mas
os que citamos acima são suficientes. Neles o Senhor expôs claramente
que o Seu rebanho, embora formado de "Toda nação, tribo, língua e
povo", devia ser UM em todo o sentido. E todos, tendo Deus como Pai,
deviam seguir e obedecer a Sua Palavra – a Bíblia – mas não em
consonância com interesses pessoais, acomodações interesseiras ou
interpretações tipo "brasa para a sua sardinha".
A falta de liderança profética propiciou esse múltiplo
desdobramento de denominações cristãs e a divergência de
interpretações do texto bíblico.
Nos capítulos anteriores a este está plenamente esboçado o lugar
de Igreja Adventista do Sétimo Dia no quadro das religiões; neles estão
comprovações que testificam da razão de ser da sua existência. É
impressionante a autenticidade da posição profética da Igreja
Adventista do Sétimo Dial Agora, como reforço ao que já foi dito,
alinhamos a seguir estas preciosas citações do Espírito de Profecia:
1 – A Mão de Deus ao Leme. – "Terríveis perigos ameaçam quem
arca com responsabilidades na causa de Deus perigos cuja lembrança
me faz tremer. Mas eis que me são dirigidas as palavras: 'Minha mão
está ao leme, e não permitirei que os homens controlem Minha obra
para estes últimos dias. Minha mão está fazendo girar a roda do leme, e
Uma Luz que Alumia 29
Minha Providência continuará a executar os planos divinos,
independentemente das invenções humanas.' "...
"Na grande obra de finalização nos defrontaremos com
perplexidades que não saberemos contornar, mas não nos esqueçamos
de que as três grandes potestades do Céu estão atuando, que a divina
mão está posta ao leme, e Deus fará cumprir os Seus desígnios.
"Há ainda uma grande obra para ser feita, e todo esforço possível
tem de ser feito para revelar Cristo como Salvador que perdoa o
pecado, Cristo como quem tomou sobre Si os nossos pecados, Cristo
como a resplandecente Estrela da Manhã, e o Senhor nos concederá
graça perante o mundo até que a nossa obra esteja concluída." –
Evangelismo, págs. 64 e 65.
2 – Até o Fim. – "Quando à noite não consigo dormir, elevo o
coração a Deus em oração, e Ele me fortalece, e me dá certeza de que
está com os Seus servos ministradores no campo nacional e em terras
distantes. Cobro ânimo e sinto-me abençoada ao reconhecer que o
Deus de Israel ainda está guiando o Seu povo, e continuará com eles
até o fim. – Testemunhos Seletos, vol. III, pág. 439. (Grifo nosso)
"Não há necessidade de duvidar, de temer que a obra não terá
êxito. Deus está á frente da obra, e Ele porá tudo em ordem. Se, na
direção da obra, houver coisas que careçam do ajustamentos, Deus
disso cuidará, e operará para corrigir todo o erro. Tenhamos fé em que
Deus há de pilotar seguramente ao porto a nobre nau que conduz o
povo de Deus." – Idem, vol. II, pág. 363. (Grifo nosso)
3 – Deus Não Guia Ramificações Transviadas. – "Deus tem na
Terra uma igreja que é Seu povo escolhido, que guarda Seus
mandamentos. Ele está guiando não ramificações transviadas, não um
aqui e outro ali, mas um povo." – Testemunhos Seletos, Vol. II, pág. 362.
(Grifo nosso)
"Deus tem um povo em que todo o Céu se acha interessado, e eles
são o único objeto na Terra, precioso ao coração de Deus. Que todos
Uma Luz que Alumia 30
que lerem estas palavras lhes dêem toda a consideração; pois em
nome de Jesus desejo com elas impressionar cada alma." – Idem, pág.
363. (Grifo nosso)
4 – Deve Avançar Como Foi Criada. – "Nenhuma mudança deverá
efetuar-se nos traços gerais da nossa obra. Deve permanecer clara e
distinta como foi criada pela profecia. Não nos compete entrar em
aliança com o mundo, supondo com isto poder levar a melhor. Se
alguém cruzar o caminho a fim de embaraçar o passo à obra nas linhas
que Deus lhe traçou, incorrerá no desagrado divino. Nenhum traço da
verdade que tornam o povo adventista do sétimo dia o que ele é, deve
ser apagado. Temos marcos da verdade, da experiência e do dever, e
cumpre-nos defender firmemente nossos princípios em face do
mundo." – Idem pág. 372. (Grifo nosso)
5 – Promessa de Triunfo. – "A obra que está perante nós é
daquelas que põe em tensão toda faculdade do ser humano. Isto exigirá
o exercício de vigorosa fé e vigilância constante. Por vezes as
dificuldades que teremos de enfrentar serão muito desencorajadoras. A
própria grandeza da tarefa nos aterrará. Todavia, com o auxílio de Deus,
Seus servos hão de finalmente triunfar. 'Portanto', meus irmãos, 'vos
peço que não desfaleçais' (Efés. 3:13) por causa dos probantes
acontecimentos que se acham diante de vós. Jesus estará convosco; Ele
irá adiante de vós por meio de Seu Espírito Santo, preparando o
caminho; e Ele será vosso Ajudador em toda emergência." – Mensagens
Escolhidas, vol. II, pág. 407 e 408.
6 – Promessas Inquebrantáveis. – "Sejamos esperançosos e
animosos. O desânimo no serviço do Senhor é pecaminoso e
desarrazoado. Ele conhece cada uma das nossas necessidades. Tem
todo o poder. Pode conceder aos Seus servos a medida da eficiência
que a sua necessidade requer. Seu amor e compaixão infinitos não se
cansam jamais. À majestade e onipotência alia Ele a bondade e a
compaixão de terno pastor. Não precisamos nutrir o temor de que não
Uma Luz que Alumia 31
cumprirá Suas promessas. Ele é a verdade eterna. Jamais modificará o
concerto feito com aqueles que O amam. As promessas que fez à igreja
são inquebrantáveis. Dela fará um ornamento eterno, um motivo de
júbilo para muitas gerações." – Testemunhos Seletos, pág. 221, 222.
(Grifo nosso)

CAPÍTULO 6
O NOME ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA

"Foi-me mostrado o modo por que o povo remanescente de Deus


obteve o seu nome. Duas classes de pessoas me foram apresentadas.
Uma abrangia as grandes corporações de cristãos professos. Estes
tripudiavam sobre a lei divina, inclinando-se diante de uma instituição
papal. Observavam o primeiro dia da semana em vez do sábado do
Senhor. A outra classe, posto que pequena em número, tributava
obediência ao grande Legislador. Estes guardavam o quarto
mandamento. As feições peculiares e preeminentes de sua fé são a
observância do sétimo dia e a expectativa da volta de Cristo nas nuvens
do céu". – Testemunhos Seletos vol. I, pág. 79.
"Não podemos adotar outro nome que guarde melhor do que esse
que concorda com a nossa profissão, exprime a nossa fé e nos
caracteriza como povo peculiar. O nome Adventista do Sétimo Dia é
uma contínua exprobração ao mundo protestante. É aqui que está a
linha divisória entre os que adoram a Deus e os que adoram a besta e
recebem seu sinal. O grande conflito é entre os mandamentos de Deus
e as exigências da besta". – Ibidem.
"O nome Adventista do Sétimo Dia exibe o verdadeiro caráter de
nossa fé e será próprio para persuadir aos espíritos indagadores. Como
uma flecha da aljava do Senhor, fere os transgressores da lei divina,
Uma Luz que Alumia 32
induzindo ao arrependimento e á fé no Senhor Jesus Cristo". – Idem
pág. 80.
"Somos adventistas do sétimo dia... É o nome que o Senhor nos
deu. Esse nome indica a verdade que deve ser o teste das igrejas.
"Somos adventistas do sétimo dia, e desse nome nunca nos
devemos envergonhar. Cumpre-nos, como um povo tomar firme
posição ao lado da verdade e da justiça.
"Foi-me mostrado que esse nome significa muito, e ao adotá-lo
seguimos o esclarecimento que nos foi dado pelo Céu...". – Mensagens
Escolhidas, Livro 2, pág. 384.
O nome Adventista do Sétimo Dia teve a sanção do Espírito de
Profecia. É um nome, portanto, sagrado. Esse nome é um distintivo;
representa um lema de ação; significa um propósito absorvente; denota
conotação com o céu. Esse nome será sempre um aguilhão nas ilhargas
do erro e da apostasia. Significa uma clarinada do atalaia nos muros de
Sião, conclamando os fiéis filhos de Deus a abrigarem-se sob a bandeira
desse nome representativo; a em torno dele se congregarem, unirem-se
para as tarefas do presente e para a expectante glória da ascensão,
quando o Senhor Jesus vier.
Não admira, pois, que o nome adventista do sétimo dia seja
cobiçado e tenha levado o maligno a criar interpolações ao mesmo,
operadas por agrupamentos espúrios, com a malévola intenção de tirar
proveito, causar confusão e servir de solertes subterfúgios.
À semelhança de marcas industriais, de renome e fama, que são
cobiçadas e defraudadas, com o único intuito de impingir o que não é
verdadeiro, de falsear a autenticidade; assim o diabo instigaria homens
réprobos quanto à fé, inescrupulosos e ardilosos, a usurparem o nome
adventista do sétimo dia. E para suavizar a consciência inventaram
esdrúxulos apostos, como: Movimento de Reforma, Reforma Completa,
Promessa e outras, e até grotescas, como essa de "Cortejo Nupcial".
Uma Luz que Alumia 33
É vigarice, pois, o uso sub-reptício do nome adventista do sétimo
dia. Não tem o direito de usá-lo quem realmente não pertença ao povo
que o instituiu, à igreja que o ostenta por inspiração divina.

CAPÍTULO 7
IDE A TODO O MUNDO – UMA OBRA ABARCANTE

O cumprimento da profecia do Senhor, em Mateus 24,


concernente à proclamação do evangelho do reino, e a tríplice
mensagem de Apocalipse 14, tiveram seu cumprimento no
desenvolvimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Desde os
primeiros dias dos pioneiros, com o início em uma pequena área e com
poucos crentes, o MOVIMENTO ADVENTISTA (que merece que se o
escreva assim, em letras maiúsculas, porque foi de fato um movimento
inspirado por Deus e não produto de arruaças e questiúnculas)
espraiou-se e alcançou os mais distantes recantos da Terra. Através dos
anos, desde 1844, centenas de milhares levantaram-se e se uniram ao
povo do advento, que proclama a segunda vinda de Jesus e observa o
sábado como dia de guarda.
Esses crentes vieram das principais nações e raças da Terra e
representam muitos e variados costumes e línguas. Ide à região mais
setentrional onde exista uma cidade, e ali encontrareis uma igreja
adventista do sétimo dia. Na terra do sol da meia-noite, Hammerfest,
Noruega, uma calorosa acolhida vos espera. Ide a uma das partes mais
meridionais do globo, Punta Arenas, no Sul do Chile, e ali encontrareis a
presença da igreja adventista do sétimo dia, irmãos cantando, orando a
Deus como o fazem outros membros em diversas partes do mundo.
Subi aos majestosos Andes, o "Teto do Mundo", em La Paz, Bolívia, a
uns 3.700 metros de altitude e encontrareis uma igreja adventista do
sétimo dia. E subindo um pouco mais, ao planalto boliviano, com
Uma Luz que Alumia 34
altitude média de 4.300 metros, ali encontrareis muitas igrejas
adventistas do sétimo dia ao redor do Lago Titicaca.
Enfim, na planície ou nas montanhas, nos vales ou nos rios, nas
selvas ou nos grandes centros, nossas igrejas são encontradas. São
crentes que formam a grande família mundial adventista do sétimo dia,
vindos de todas as raças e povos da Terra. Representam muitos e
variados costumes e línguas. Quer faleis japonês, chinês, húngaro,
espanhol, italiano, russo, árabe, francês, alemão, etc., etc., encontrareis
uma igreja adventista onde se fale vossa língua e haja publicações para
ler.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia sente o peso da missão que Deus
lhe há confiado de levar a tríplice mensagem de salvação a todo o
mundo. A urgência da necessidade e a grandeza da tarefa, requerem
todos os meios de transporte concebíveis: avião a jato, trenós puxados
por cães, jinriquixá, veleiros, transatlânticos, bicicletas, etc. etc. etc.
Cada minuto do dia e da noite, mensageiros de Deus viajam por terra,
mar ou ar.
O levar avante um tal trabalho em todo o mundo requer a
aplicação de sólidos princípios de organização e administração. Cada
grupo de crentes é organizado na forma de igreja; um grupo de igrejas é
organizado numa associação ou missão; estas são agrupadas em uniões;
as uniões em divisões e as divisões na Associação Geral, que abrange
todo o mundo.
E a Igreja Adventista do Sétimo Dia cresceu e se expandiu muito
porque sempre marchou unida e organizada, sob a mão firme de seus
líderes e a supervisão de Deus, pela nítida compreensão da Sua Palavra
e pela orientação do Espírito de Profecia.
Medite-se nas citações do Espírito de Profecia, que damos a seguir,
acompanhadas da comprovação da realidade existente.
Uma Luz que Alumia 35
1. OBRA DE PUBLICAÇÕES: A obra de publicações adventistas
começou em resultado de uma visão tida por Ellen G. White, em1849,
enquanto assistia a uma reunião geral em Dorchester, Massachusetts.
Eis seu testemunho:
"Depois da visão, eu disse a meu esposo: 'Tenho uma mensagem
para ti. Deves começar a publicar um pequeno jornal e mandá-lo ao
povo. Que seja pequeno a princípio; mas, lendo-o o povo, mandar-te-ão
meios com que imprimi-lo, alcançará bom êxito desde o início. Desde
este pequeno começo foi-me mostrado assemelhar-se a torrentes de
luz que circundavam o mundo'." – História da Nossa Igreja, pág. 400.
"As casas publicadoras, os prelos, são instrumentos nas mãos de
Deus para enviar a toda língua e nação a preciosa luz da verdade. Essa
luz está atingindo mesmo as terras pagãs, e faz constantes incursões
contra a superstição e todo erro concebível" – Testemunhos Seletos,
Vol. I, págs. 590.
"Nossa obra de publicações foi estabelecida por direção de Deus e
sob a Sua especial supervisão."
"As publicações expedidas de nossas casas publicadoras devem
preparar um povo para encontrar-se com Deus. Através de todo o
mundo devem elas fazer a mesma obra feita por João Batista para a
nação judaica."
"Não se esqueça jamais que essas instituições devem cooperar
com o ministério dos representantes do Céu. Acham-se entre as
instrumentalidades representadas pelo anjo a voar 'pelo meio do céu', e
que 'tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre
a Terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande
voz: Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque vinda é a hora do Seu
juízo'".
"É em grande parte por meio de nossas casas editoras que se há de
efetuar a obra daquele outro anjo que desce do Céu com grande poder
Uma Luz que Alumia 36
e, com sua glória, ilumina a Terra." – Testemunhos Seletos, Vol. III, pág.
140, 141 e 142.
A essas observações da pena inspirada de Ellen G. White,
apresentamos o seguinte quadro comprobatório da realidade existente
na Igreja Adventista do Sétimo Dia, no âmbito das publicações
evangelísticas, segundo o Relatório Mundial de 1973

CASAS PUBLICADORAS
1973
LOCALIZACÕES N.° de Inst. N.º de N.° de
Empregados Línguas

1) Nos Estados Unidos 5 963 23


2) Fora dos Estados Unidos
a) Divisão Afro-Oriente-Médio 3 60 21
b) Divisão Australasiana 1 85 1
c) Divisão Afro-Européia 16 278 29
d) Divisão Extremo Oriente 8 253 22
e) Divisão Norte Euro-Oeste
da África 9 187 25
f) Divisão Sul Americana 2 223 3
g) Divisão Sul Asiática 4 125 28
h) Divisão Trans-Africana 2 94 24
Totais em 1973 50 2.268 177
Uma Luz que Alumia 37
2. ESCOLAS. – "Para suprir a necessidade de obreiros, Deus deseja
que se estabeleçam centros educativos em diferentes países, onde se
possam educar estudantes promissores nos ramos práticos do
conhecimento e na verdade bíblica. Ao se empenharem essas pessoas
no serviço, recomendarão a obra da verdade presente nos novos
campos. Despertarão interesse entre os incrédulos e ajudarão em salvar
almas da escravidão do pecado. Devem-se mandar os melhores
professores aos vários países onde se vão estabelecer escolas, para
promover a obra educativa."
"Nossas escolas paroquiais são ordenadas por Deus a fim de
preparar as crianças para esta grande obra."
"No ramo educativo, tudo está arranjado para uma zelosa reforma,
para uma educação mais verdadeira, mais eficaz. Há de nosso povo,
aceitar esse santo legado? Humilhar-se-ão eles aos pés da cruz do
Calvário, prontos para todo sacrifício e todo serviço também?" –
Testemunhos Seletos, Vol. II págs. 417, 418, 461 e 462.
E a esta altura do tempo – ano de 1975 – eis a resposta que as
estatísticas (de 1973) dão, da extensão dos trabalhos educacionais da
obra adventista:
RESUMO DAS INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS
1) Nos Estados Unidos:
Colégios 14
Esc. Secundárias 83
Esc. Elementares 932
Esc. de Enfermagem 2
N.° de Professores 8.076
N.° de alunos 108.395
2) Fora dos Estados Unidos:
Colégios 61
Esc. Secundárias 305
Esc. Elementares 2.915
Uma Luz que Alumia 38
Esc. de Enfermagem 29
N.° de Professores 12.408
N.° de alunos 318.476

3 – OBRA MÉDICO-MISSIONÁRIA. – "Nossa obra é claramente


definida. Como o Pai enviou o Seu unigênito Filho ao mundo, também
Cristo nos envia a nós, Seus discípulos, como Seus obreiros missionários
médicos."
"Em todos os seus departamentos, nossos sanatórios devem ser
monumentos para Deus, instrumentos Seus em semear a semente da
verdade no coração humano. E isto serão eles, caso sejam bem
administrados."
"A abra médico-missionária jamais foi-me apresentada de outro
modo que não o de ter a mesma relação para com a obra como um
todo, que tem o braço para o corpo."
"Tem-se insistido em que, visto ser a obra médico-missionária o
braço do corpo, deve haver uma unanimidade de consideração para
com ela. Assim é. A obra médico-missionária é o braço do corpo, e Deus
deseja que mostremos decidido interesse nesta obra."
"Os ministros do evangelho devem unir-se com a obra médico-
missionária, a qual tem-me sido sempre apresentada como a obra que
deve derribar preconceitos existentes em nosso mundo contra a
verdade."
"A obra médico-missionária... é parte da mensagem do
evangelho... é o meio ordenado pelo Céu para encontrar entrada no
coração do povo." – Medicina e Salvação, págs. 24, 27, 237 e 241.
Há muitas outras citações, no livro acima referido, com respeito à
obra médico-missionária, da sua origem divina e da parte que ela deve
desempenhar na proclamação da tríplice mensagem. Em muitos outros
livros da irmã White também se encontram citações sobre o assunto,
todas elas reforçando o mesmo pensamento.
Uma Luz que Alumia 39
É impressionante a afirmação do Espírito de Profecia de que a obra
médico-missionária é o braço direito da mensagem; o que significa ser
ela parte integrante do corpo da igreja adventista do sétimo dia e peça
de real valor na penetração do evangelho. Portanto, o povo
representativo de Deus, a igreja remanescente, os portadores
credenciados da mensagem para os últimos dias, seriam também
reconhecidos por possuírem trabalho médico-missionário
representativo de primeira linha, em muitas partes do mundo.
Isto é muito claro. E as citações do Espírito de Profecia não
admitem tergiversações. O mesmo poder que acompanhou a pregação
do evangelho e a divulgação de nossa literatura, seria o impulsionador
também desta outra faceta da mensagem, parte integrante do todo.
Graças a Deus que ainda neste aspecto as comprovações que a
Igreja Adventista do Sétimo Dia apresenta são impressionantes; são
esmagadoramente irrefutáveis. E aqui estão os índices do Relatório
Estatístico Mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, de 1973, com
respeito à obra médico-missionária:
ESCOLAS DE ENFERMAGEM

Local N.º de Escolas N.º de Alunos Formados em


Matriculados 1973
Nos EUA 11 2.000 518
Fora dos EUA 29 1.893 373
TOTAL 40 3.893 891

SANATÓRIOS E HOSPITAIS

LOCAIS Númer N.º de Médicos Enfermeiros Outros Total de


Leitos e empregad empregados
o os
dentistas
Nos EUA 47 7.251 482 3.787 14.539 18.808
Uma Luz que Alumia 40
Fora dos
EUA:
Div. Afro- 7 496 19 39 523 581
Or.-Médio
Divisão 8 1.111 20 94 690 804
Australasiana
Div. Afro- 4 467 24 65 320 409
Européia
Div. Extr. 22 1.801 231 760 2.456 3.447
Oriente
Div. Inter- 7 346 64 106 710 880
Americana
Div. Norte
Européia da África 14 1.500 34 182 1.069 1.285
Div. Sul- 14 784 253 173 1.168 1.599
Americana
Div. Sul- 10 609 48 160 589 797
Asiática
Div. Trans- 7 933 15 42 618 675
Africana
SOMA 140 15.298 1.190 5.413 22.682 29.285

OUTROS SERVIÇOS MÉDICOS NÃO HOSPITALARES

LOCAIS Núme N.º de Médicos Enfermeiros Outros Total de


Leitos e empregad empregados
ro os
dentistas
I) Nos EUA:
Enfermagem e 22 1.915 13 87 1.076 1.184
Recuperação
I) Fora dos
EUA:
Clínicas e
Dispensários:
1) Div. Afro- 39 54 18 55 73
Médio-Oriente
2) Divisão 49 131 10 46 56
Australasiana
Uma Luz que Alumia 41
3) Div. Afro- 13 94 13 19 32
Européia
4) Div. .Extremo
Oriente 37 133 29 49 46 124
5) Div. Inter- 13 33 24 25 16 65
Americana
6) Divisão 5 56 1 12 14 27
Européia e Oeste da
África
7) Div. Sul- 8 15 16 15 46
Americana
8) Div. Sul- 3 5 4 12 21
Asiática
9) Div. Trans-
Africana
38 141 9 36 59 104
TOTAL 227 2.557 96 270 1.358 1.732

[Ver a próxima página onde há outras estatísticas]

SERVIÇOS MÉDICOS POR MEIO DE LANCHAS E AVIÕES

CAMPOS Unidades Médicos e dentistas Enfermeiros empr.


1) Divisão Australasiana 1 2
2) Divisão .Extremo 6
Oriente
3) Div. Inter-Americana 1 2 5
4) Div. Sul-Americana 13 4 13
5) Div. Trans-Africana 5
TOTAL 26 6 20

4 – IDE A TODO O MUNDO...


Uma Luz que Alumia 42
Em apenas 32 países, dos 221 existentes segundo a ONU, é que a
Igreja Adventista do Sétimo Dia ainda não tem trabalho direto organizado.
Condições locais ainda não favoreceram a introdução do trabalho
adventista nesses poucos lugares. São países pequenos e sem expressão
política, a não ser o Estado do Vaticano, na Europa; e quase todos com
reduzidas dimensões e população. Mas isto não significa que nossa
mensagem não os tenha atingido; apenas o nosso trabalho organizado,
administrativamente falando, não está representado nesses lugares.
Assim, o trabalho adventista, de forma direta ou indireta, sua
influência e o seu nome, alcançou, pode-se dizer, todo o mundo.
Eis o quadro apresentado pelo Relatório Anual Mundial, de 1973,
da Associação Geral, em resumo:
Total de línguas com nossas publicações . . . . . . . . . 177
Total de línguas usadas oralmente . . . . . . . . . . . . . . 351
Soma: 528
Número de países ou divisões políticas, segundo
a Organização das Nações Unidas . . . . . . . . . . . . . . . 221
Número de países nos quais o trabalho adventista
do sétimo dia é conduzido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189
Número de países onde ainda não há trabalho direto . . . . . 221
População desses 32 países . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54.700.000
População do Mundo, estimativa . . . . . . . . . . 3.782.000.000

RESUMO DO PROGRESSO DA IGREJA ADVENTISTA DO 7º DIA

ANO N.º de N.º de N.º de N.º Casas Escola Escola Fábric Asilos
memb Igrejas Hospit Clínica Publica s s as de e
ros organi ais e s disp. doras Primár Secun Alimen Orfana
zadas Sanató Lancha ias dárias tos tos
rios s
1863 3.500 125
1870 5.440 179
Uma Luz que Alumia 43
1880 15.57 640 2 4 1 1
0
1890 29.71 1.016
1
1900 75.76 1.892 27 13 220 25
7
1910 104.526 2.769 74 28
185.450
1920 4.541 33 8 45 926 97
314.253
1930 6.741 51 55 67 1.977 201 25
504.752
1940 8.924 90 68 83 2.626 251 29
756.712 10.237
1950 106 57 43 4.155 283 32
1.245.125 12.935
1960 108 111 42 4.453 370 26 30
1.578.504 14.651
1965
2..051.864 16.505
1970 139 152 48 4.045 475 27 49
2.145.061 16.726
1971 140 165 46 3.934 454 27 49
2.261.402 17.150
1972 140 182 50 3.769 463 27 49
2.390.124 17.448
1973 140 205 50 3.847 462 27 49

Em relatório recente da American Bible Society, cotando o


trabalho das missões de 63 denominações religiosas, em183 países, a
Igreja Adventista do Sétimo Dia ocupa o primeiro lugar, com grande
margem à frente das demais.

CAPÍTULO 8
EVIDÊNCIAS DA INDESTRUTÍVEL CONTINUIDADE DA IGREJA
ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA

"Em sentido especial foram os adventistas do sétimo dia postos


no mundo como vigias e portadores de luz. A eles foi confiada a última
mensagem de advertência a um mundo a perecer. Sobre eles incide
Uma Luz que Alumia 44
maravilhosa luz da Palavra de Deus. Confiou-se-lhes uma obra da mais
solene importância: a proclamação da primeira, segunda e terceira
mensagens angélicas. Nenhuma obra há de tão grande importância.
Não devem eles permitir que nenhuma outra coisa lhes absorva a
atenção." – Testemunhos Seletos, vol. III, pág. 288. (Grifo nosso)
"Declarou o Senhor que a história do passado se repetirá, ao
começarmos a obra finalizadora. Cada verdade por Ele dada para estes
últimos dias deve ser proclamada ao mundo. Cada coluna que Ele
ergueu, deve ser fortalecida. Não podemos agora descer dos
fundamentos que Deus estabeleceu. Não podemos agora entrar para
qualquer organização nova; pois significaria apostatar da verdade. –
1905, Notebook Leaflet, 'The Church', n.° 1." – Testemunhos Seletos,
vol. II, pág. 363. (Grifo nosso)
"A luz que recebemos sobre a terceira mensagem angélica é a
última. . . Nenhuma mudança deverá efetuar-se nos traços gerais de
nossa obra. Deve permanecer clara e distinta como foi criada pela
profecia." – Idem, pág. 371, 373.
A estas três citações muito preciosas do Espírito de Profecia,
podíamos juntar muitas outras concernentes ao assunto, mas estas
chegam para centralizar o pensamento deste capítulo, que é o de ser
indestrutível a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Nessas poucas citações
está muito claro que:
a) Os adventistas foram postos no mundo como atalaias e
portadores de luz. Logo, os que correm com o seu nome mas não
pertencem à Igreja Adventista do Sétimo Dia, são marginais; não foram
chamados e nada se lhes foi pedido.
b) A última mensagem foi confiada à Igreja Adventista do Sétimo
Dia. Ninguém e nenhuma outra organização se pode arvorar a
portadora desta mensagem. Está correndo com um rolo vazio.
No passado, os judeus foram os portadores dos oráculos divinos,
apesar de suas falhas e defeitos; no presente e até o fim de todas as
Uma Luz que Alumia 45
coisas, isto foi confiado à Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ela é
portadora da ÚLTIMA MENSAGEM. Dizendo ÚLTIMA diz tudo.
c) Cada verdade e cada coluna que Deus ergueu na formação da
Igreja Adventista do Sétimo Dia teria constante fortalecimento.
E a pujança da obra adventista em todo mundo testifica desse
fortalecimento, da solidez da sua estrutura, da sua abarcante
penetração em todo o mundo. De um pequeno grupo na América do
Norte, formaram-se milhões. A evidência do poder de Deus é uma
constante nos relatórios estatísticos da Igreja. Cresce sempre e em
tudo.
d) "Não podemos agora descer dos fundamentos que Deus
estabeleceu." Quão forte e concludente é esta frase do Espírito de
Profecia! Não podemos "descer", significa que não podemos nos
rebaixar; sair da solidez da Rocha para pôr os pés no vazio; sair do
caminho verdadeiro para o da aventura; abandonar a direção de Deus
para a de réprobos quanto à fé, dirigentes de grupelhos sem
significação e mistificadores da verdade.
e) Significa apostatar da verdade o entrar para QUALQUER nova
organização. "Por meio dos testemunhos dados, o Senhor Se propõe
advertir, repreender e aconselhar Seus filhos, e impressionar-lhes o
espírito com a importância da verdade de Sua Palavra. Os testemunhos
escritos não se destinam a comunicar nova luz; e sim gravar
vividamente na alma as verdades da inspiração já reveladas." –
Testemunhos Seletos, vol. II, pág. 281. (Grifo nosso)
E tem sido o trabalho dos perturbadores do povo de Deus,
daqueles que saíram de nós, procurar os incautos, apresentando-lhes
citações do Espírito de Profecia que se ajustam às suas maquiavélicas
intenções, nas quais pretendem ter apoio para as suas pretensões de
reformadores daquilo que Deus estabeleceu. Não, não há nos escritos
da irmã White nenhuma nova luz que devesse brilhar no futuro; ainda
mais no sentido de desagregar o povo arregimentado por Deus e por
Uma Luz que Alumia 46
Ele sustentado desde 1844. Deixar a Igreja Adventista do Sétimo Dia
significa "apostatar da verdade".
f) "Não haverá nenhuma mudança na feição geral da nossa obra."
Que se deseja mais para ter a certeza da indestrutível continuidade da
Igreja Adventista do Sétimo Dia? Nossa obra "deve permanecer clara e
distinta como a profecia a fez".
Clara – Distinta – Profecia: três significativas palavras com respeito
à Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Sua existência é CLARA porque tem uma história que pode ser
contada e estudada por todos, sem rodeios e subterfúgios. Nela a
atuação humana entra como instrumento nas mãos de Deus. Foi com
muita oração, estudos e jejuns que os pioneiros chegaram à
compreensão da vontade de Deus e se tornaram instrumentos dóceis
nas mãos de Deus. Não há em nossa história nada que não possa ser
contado.
A existência da Igreja Adventista do Sétimo Dia é DISTINTA. Ela não
tem promíscuos compromissos. Como povo de Deus, segue a linha que
o Senhor tem traçado. E isto é tão importante que seus inimigos
declarados e ferrenhos (que são os chamados reformistas) procuram
encontrar uma brecha de acusação, apontando-a como participante de
concílios de igrejas. Insistem muito nessa tecla, apegando-se a surrados
papeizinhos de panfletos adredes preparados ou a noticiário de jornais,
para "provar" que a Igreja Adventista do Sétimo Dia está unida a outras
igrejas. Esse "trabalho" dos reformistas é cópia autêntica dos fariseus
do passado, quando andavam nas pegadas de Jesus à cata de "coisas"
ruins a seus malévolos olhos.
Não, amigos, a lama da estrada que é jogada contra o veículo em
nada afeta a sua estrutura. A caravana passa em sua imponência e
grandiosidade, e à margem do caminho vão ficando, para trás, as
objeções que pretenderam ser impedimento.
Uma Luz que Alumia 47
"Como a PROFECIA a fez", assim seguirá a Igreja Adventista do
Sétimo Dia. Como é confortadora esta expressão da irmã White! A
Igreja seguirá avante "COMO A PROFECIA A FEZ". Que profecia "fez" os
muitos movimentos de reforma? Nenhum deles tem história com H, e
muito menos base profética. Sua formação tem base em questiúnculas,
acusações e falsa aplicação de determinados pedacinhos dos Testemunhos.
"Vi que muitos tiram partido daquilo que Deus revelou a propósito
de faltas e pecados de outros. Tirando conclusões extremas do que foi
manifestado pelas visões insistem sobre as mesmas ao ponto de
chegarem a ter tendência de debilitar a fé de muitos no que Deus
revelou e levarem o esmorecimento e o desânimo ao seio da igreja". –
Testemunhos Seletos, vol. II, pág. 285. (Grifo nosso)
"Os que se põem a proclamar uma mensagem sob sua
responsabilidade pessoal, e que, ao mesmo tempo que declaram ser
ensinados e guiados por Deus, constitui sua obra especial derribar
aquilo que Deus durante anos tem estado a erguer, não estão
cumprindo a vontade de Deus. Saiba-se que esses homens se
encontram do lado do grande enganador. Não os creiais. (...) Afastai-
vos desses; não tenhais comunhão com sua mensagem, por muito que
citem os Testemunhos e atrás deles busquem entrincheirar-se." –
Testemunhos Seletos, vol. II, pág. 357. (Grifo nosso)
Essa é a base desses mais que partilhados "movimentos" de reforma .
Gerados prematuramente, sem pai definido e de mãe ignorada, na base
do grito e da briga, mas precisando viver, têm como suporte falso o
ministério da acusação, e como ilusória trincheira os Testemunhos que
não lhes pertencem.
"Não os creiais".
"Afastai-vos desses".
"Não tenhais comunhão com sua mensagem."

Mensagem Especial de Ellen G. White


Uma Luz que Alumia 48
Carta de 11 de novembro de 1907:
"Se eu não cresse que os olhos de Deus se acham sobre Seu povo,
não poderia ter a coragem de escrever repetidamente as mesmas
coisas..." – Mensagens Escolhidas, Livro 2, pág. 397. (Grifo nosso)
Carta de 21 de janeiro de 1908:
"Sou instruída a dizer aos adventistas do sétimo dia em todo o
mundo: Deus chamou-nos como um povo para sermos-Lhe particular
tesouro. Ele designou que Sua igreja na Terra esteja perfeitamente
unida no Espírito e conselho do Senhor dos exércitos até ao fim do
tempo." – Mensagens Escolhidas, Livro 2, pág. 397. (Grifo nosso)

Testemunhos Para Meditação

Em adição aos pensamentos deste capítulo, sobre a indestrutível


continuidade da Igreja Adventista do Sétimo Dia, oferecemos aos
reformistas sinceros mais estas preciosas citações da pena inspirada:

1 – No Mundo só Existe Uma Igreja


"No mundo só existe uma igreja que presentemente se acha na
brecha, tapando o muro e restaurando os lugares assolados; e todo o
homem que chamar a atenção do mundo e de outras igrejas para esta
igreja, denunciando-a como Babilônia, está trabalhando de acordo com
aquele que é o acusador dos irmãos." – Testemunhos Seletos, vol. II, pág.
356.

2 – Uma Luz do Mundo Poluído


"Embora existam males na igreja, e tenham de existir até o fim do
mundo, a igreja destes últimos dias há de ser a luz do mundo poluído e
desmoralizado pelo pecado. A igreja, e defeituosa, precisando ser
repreendida, advertida e aconselhada, é o único objeto na Terra ao qual
Cristo confere S suprema consideração." – Testemunhos Para Ministros, pág.
49.
Uma Luz que Alumia 49

3 – Uma Preciosidade Para Deus


"Coisa alguma neste mundo é tão cara a Deus como Sua igreja. Ele
guarda com zeloso cuidado aqueles que O buscam. Coisa alguma ofende
tanto a Deus como os servos de Satanás se esforçarem para privar Seu
povo de seus direitos. O Senhor não abandonou a Sen povo. Satanás
aponta os erros que eles têm cometido, e procura fazê-los crer que assim se
separam de Deus." – Mensagens Escolhidas, Livro 2, pág. 397. (Grifo
nosso)

4 – A Igreja Não Cairá


A igreja talvez pareça como prestes a cair, mas não cairá. Ela
permanece, ao passo que os pecadores de Sião serão lançados fora no
joeiramento – a palha separada do trigo precioso." – Idem, pág. 380.
(Grifo Nosso)

5 – Mais Forte e Mais Eficiente


"Devemos ter por muito preciosa a obra que o Senhor tem feito
progredir por meio do Seu povo observador dos mandamentos, e que,
pelo poder da Sua graça, será mais forte e mais eficiente à medida que o
tempo avança." – Testemunhos Seletos, vol. III, pág. 440. (Grifo Nosso)

6 – Deus Está á Frente da Obra


"Não há necessidade de duvidar, de temer que a obra não terá
êxito. Deus está à frente da obra, e Ele porá tudo em ordem. Se, na
direção da obra, houver coisas que careçam de ajustamentos, Deus
disso cuidará, e operará para corrigir todo o erro. Tenhamos fé em que
Deus há de pilotar seguramente ao porto a nobre nau que conduz o
povo de Deus." – Idem, vol. II, pág. 363.

7 – Salvaguarda dos Escritos de Ellen G. White


Uma Luz que Alumia 50
(De carta que a irmã White escreveu ao Pastor F.M. Wilcox a 23 de
outubro de 1907. Ver Mensagens Escolhidas, Livro 1, pág. 54 e 55). Os
grifos são nossos.
"Cerca de um ano depois da morte de meu marido, encontrava-me
muito fraca, e temia-se que eu não vivesse senão pouco tempo. Na
reunião campal de Healdsburgo, fui levada à tenda em que havia
grande reunião de nosso povo. Pedi para ser erguida do divã em que
jazia, e ajudada a ir para a plataforma para dizer algumas palavras de
despedida ao povo. Ao tentar eu falar, o poder de Deus veio sobre mim,
e fez-me estremecer toda. Muitos na congregação observaram que eu
estava fraca, e meu rosto e minhas mãos pareciam sem sangue; mas ao
começar eu a falar viram a cor vindo aos lábios e ao rosto, e
conheceram que se estava operando um milagre em meu favor. Fiquei
perante o povo curada, e falei com liberdade.
"Depois desse incidente. . .
a) "... foi-me dada compreensão de que o Senhor me erguera para
dar testemunho dEle em muitos lugares, e de que Ele me daria
graça e força para a obra.
b) "Foi-me mostrado também que meu filho, W. C. White seria
meu ajudante e conselheiro, e que o Senhor poria sobre ele o
espírito de sabedoria e são discernimento.
c) "Foi-me mostrado que o guiaria, e que ele não seria desviado,
porque reconheceria as direções e orientação do Espírito Santo .
d) "... Porei Meu Espírito sobre teu filho, e fortalecê-lo-ei para
fazer sua obra. Ele possui a graça da humildade. O Senhor o
escolheu para desempenhar parte importante em Sua obra.
Para isso nasceu ele.
"Esta comunicação foi-me feita em 1882, e desde então tem-me
sido assegurado que lhe era dada a graça da sabedoria. Mais
recentemente, em uma ocasião de perplexidade, o Senhor disse: 'Dei-te
Uma Luz que Alumia 51
Meu servo, W. C. White, e dar-lhe-ei discernimento para dirigir
sabiamente."
É muito sensibilizador tudo isto!
Como é comovente saber de todas estas revelações de Deus!
Quanto nos conforta saber da certeza que o Senhor há transmitido
à Sua serva, a irmã White, de que este movimento chegaria ao fim,
unido e coeso, indestrutível e cada vez mais forte, até à chegada do
Senhor!
É muito significativa a indicação do filho da irmã White, William,
para seu continuador. É muito enfática a indicação de Deus à irmã
White:
– Porei Meu Espírito sobre teu filho.
– Fortalecê-lo-ei.
– O Senhor o escolheu.
– Para isso ele nasceu.
William C. White, foi o terceiro filho do casal Tiago e Ellen White;
nasceu em 1854 e faleceu em 1937 com a idade de 83 anos. Por ocasião
do seu falecimento, tinha ele as responsabilidades de secretário da
Mesa dos Depositários dos Bens de Ellen G. White e era membro da
Comissão da Associação Geral.
E hoje temos o filho de William C. White, o Arthur L. White, como
continuador dessa linha de homens de Deus à frente das publicações do
Espírito de Profecia, pois o Pastor Arthur é, atualmente, Secretário do
Ellen White Publications.
Louvado seja o Senhor, nosso Deus, por tanta bondade e
misericórdia! Que Ele se compadeça dos que Lhe resistem e pretendem
difamar e destruir a unidade da Sua Igreja.
É muito desalentador resistir contra as evidências; recalcitrar
contra as aguilhoadas que Deus faz chegar à consciência, em reiteradas
oportunidades. Se até antes da leitura deste capítulo o leitor não tenha
Uma Luz que Alumia 52
sentido o amorável toque do Espírito Santo em seu coração, oxalá este
final de leitura lhe tenha trazido este almejado privilégio espiritual.
Convidamo-lo a orar neste momento. Peça a Deus que o livre da
ilusão em que está. Venha ter conosco, ao monte de Sião verdadeiro - o
povo de Deus. Venha, andemos juntos o restante da caminhada, pois
prestes está o Senhor para vir.

CAPÍTULO 9
INSPIRADAS REFERÊNCIAS AOS ADVENTISTAS DO
SÉTIMO DIA

Em 1893 o Espírito de Profecia enfrentou acusadores que se


levantaram para acusar a Igreja Adventista do Sétimo Dia como
Babilônia, dando nessa ocasião vigorosos Testemunhos, nos quais se
salientava ser a Igreja Adventista do Sétimo Dia "o único objeto na Terra
a que Deus concede Sua suprema consideração." – Testemunhos Para
Ministros, pág. 49.
Curioso é que, mais tarde, depois que surgiram os chamados
reformistas (que datam de 1915 e não 1914, como dizem), eles também
pregaram e escreveram ser a Igreja Adventista do Sétimo Dia Babilônia.
Se os líderes reformistas de então conhecessem esse pronunciamento
da irmã White, por certo não teriam escrito tal coisa; mas ao fazerem
estavam exatamente seguindo a linha da "inspiração" que os tirou do
nosso meio.
Depois de 1893, a irmã White, por inspiração divina, numa porção
de ocasiões subseqüentes, repetiu o mesmo pensamento em defesa da
Igreja Adventista do Sétimo Dia como Povo escolhido de Deus, o que é
muito significativo.
Neste capítulo estamos alinhando algumas dessas referências, pois
julgamos isto muito importante, pois a voz do profeta tem indestrutível
peso de autoridade. O profeta, como instrumento de Deus, não emite
Uma Luz que Alumia 53
sua vontade em seus pronunciamentos. Ora, não há nível de
comparação, de espécie alguma, entre o Testemunho do Profeta e a
palavra interesseira de chefes de grupelhos, que se arvoraram a
intérpretes, gratuitos e mal intencionados, das mensagens de Deus à
Sua Igreja.

Assim, medite-se nas citações que seguem:

1. "A igreja deve aumentar em atividades e ampliar seus limites.


Nossos esforços missionários devem expandir-se; precisamos alargar
nossas fronteiras...". – Carta de 6 de maio de 1907. Mensagens
Escolhidas, Livro 2, pág. 396.

AUMENTAR – AMPLIAR – EXPANDIR – ALARGAR. Quatro palavras


num pequeno trecho que significam a mesma coisa. Neste trabalho, há
um capítulo intitulado IDE A TODO O MUNDO – UMA OBRA
ABARCANTE, no qual constam alentadoras e substanciais estatísticas,
que impressionam a todos os que as lêem pelo avultado número de
itens e pela extraordinária progressão do povo de Deus, exatamente
como o profeta predissera.
Seria ridículo pormos aqui, para confronto, estatísticas dos
reformistas, se é que eles as têm em realidade e em números
verdadeiros. Para começar, um confronto simples mas que logo
contrastaria a origem diabólica dos reformistas, é a lista dos
presidentes, secretários e tesoureiros da (ou das) Reformas. A Igreja
Adventista do Sétimo Dia a possui e é esta:
Presidentes

1. John Byington – 20/05/0853 a 17/05/1865


2. James White – 17/05/1865 a 14/050867
3. J. N. Andrews – 14/05/1867 a 18/05/1869
Uma Luz que Alumia 54
4. James White – 18/05/1869 a 29/12/1871
5. G. I. Butler – 29/12/1871 a 10/08/1874
6. James White – 10/08/1874 a 06/10/1880
7. G. I. Butler – 06/10/0880 a 17/10/1888
8. O. A. Olsen – 17/10/1888 a 19/02/1897
9. G. A. Irwin – 19/02/1897 a 02/04/1901
10. A. G. Daniells – 02/04/1901 a 11/05/1922
11. W. A. Spicer – 11/05/1922 a 28/0501930
12. C. H. Watson – 28/05/1830 a 26/05/1936
13. J. L. McElhany – 26/05/1936 a 10/07/1950
14. W. H. Branson – 10/07/1950 a 24/05/1954
15. R. R. Figuhr – 24/05/1954 a 16/06/1966
16. R. H. Pierson – 16/06/1966 –

Secretários

1. Uriah Smith – 20/05/1863 a 14/11/1873


2. S. Browsberger – 14/11/1873 a 10/08/1874
3. Uriah Smith – 10/08/1874 a 19/09/1876
4. C. W. Stone – 19/08/1876 a 20/09/1877
5. Uriah Smith – 20/09/1877 a 01/12/1881
6. A. B. Oyen – 01/12/1881 a 08/11-1883
7. Uriah Smith – 08/11/1883 a 17/10/1888
8. D. T. Jones – 17/10/1888 a 05/03/1891
9. W. A. Colcord – 05/03/1891 a 06/03/1893
10. L. T. Nicola – 06/03/1893 a 19/02/1897
11. L. A. Hoopes – 19/02/1897 a 02/04/0901
12. H. E. Osborne – 02/04/0901 a 11/03/1903
13. W. E. Picer – 11/04/1903 a 11/05/1922
14. A. G. Daniells – 11/05/1922 a 27/05/1926
15. C. K. Meyers – 27/05/1926 a 17/11/1933
Uma Luz que Alumia 55
16. M. E. Kern – 22/10/1933 a 26/05/1936
17. E. D. Dick – 26/05/1936 a 19/09/1952
18. D. E. Rebok – 19/09/1952 a 24/05/1954
19. W. R. Beach – 24/05/1954 a 12/06/1970
20. C. O. Franz – 12/06/1970 a –

Tesoureiros

1. E. S. Walker – 20/05/1863 a 17/05/1965


2. I. D. Van Horn – 17/05/1965 a 12/05/1868
3. J. N. Loughborough – 12/05/1868 a 18/05/1869
4. E. S. Walker – 18/05/1869 a 15/03/1870
5. G. H. Bell – 15/03/1870 a 07/02/1871
6. Mrs. A. P. Van Horn – 07/02/1871 a 11/03/1873
7. E. B. Gaskill – 11/03/1873 a 10/08/1874
8. Harmon Lindsay – 10/08/1874 a 15/08/1875
9. Miss Fredericka House – 15/08/1875 a 19/08/1876
10. Uriah Smith – 19/08/1876 a 20/09/1877
11. Mrs. M. J. Chapman – 20/09/1877 a 08/11/1883
12. A. R. Henry – 08/11/1883 a 17/10/1888
13. Harmon Lindsay – 17/10/1888 a 17/02/1893
14. W. H. Edwards – 17/02/1893 a 19/02/1897
15. A. G. Adams – 19/02/1897 a 21/10/1900
16. H. M. Mitchell – 21/10/1900 a 27/03/1903
17. I. H. Evans – 27/03/1903 a 13/05/1909
18. W. T. Knox – 13/05/1909 a 11/05/1922
19. J. L. Shaw – 11/05/1922 a 26/05/1936
20. W. E. Nelson – 26/05/1936 a 10/07/1950
21. C. L. Torrey – 10/07/1950 a 16/05/1966
22. K. H. Emmerson – 16/05/1966 a –
Uma Luz que Alumia 56
Não é justo que se tripudie sobre as fraquezas humanas e nem que
se utilize seu triste fim para comprovação do que estamos fazendo
neste capítulo. Mas é bom que saibam que a (ou as) Reforma não foi
bem sucedida com seus líderes. Muitos deles não terminaram seus dias
como servos de Deus, como se intitulavam. Os reformistas da
atualidade, sabendo disso, têm procurado encontrar na vida dos líderes
adventistas uma brecha acusatória. E como não a encontraram, para tê-
la como arma, inventaram, forjaram o suicídio de um dos nossos
grandes homens do passado.
Parecerá ridículo um tal expediente, mas a liderança da reforma
não mede "esforços" para demonstrar a mão de quem a lidera. E como
esse baixo e nefasto procedimento é para efeito interno, isto é, para ser
dito e apresentado ao seu minguado rebanho, a artimanha funciona
porque é semente que caí em terreno fértil de almas simples e corações
sinceros que ainda lá estão entrincheirados, iludidos.

2 – "Escrevo isto para que todos saibam que não existe disputa
entre os Adventistas do Sétimo Dia no que concerne à direção. O
Senhor Deus do Céu é o nosso Rei. Ele é o Líder a quem podemos seguir
com segurança; pois nunca cometeu engano algum." – Testemunhos
Seletos, Vol. III, pág. 242.
DISPUTA PELA DIREÇÃO não existe isto em nosso meio. As sessões
das assembléias têm a direção de Deus. A Reforma não pode dizer o
mesmo, simplesmente porque não tem ela a liderança de Deus. Os
reformistas sabem o que queremos dizer com isto. Eles sabem o que é
disputa por direção, pois têm experiência própria nos escalões superiores.

3 – "Desviai os olhos do que é sombrio e desanimador, e olhai a


Jesus, nosso grande Líder, sob cuja vigilante supervisão a causa da
verdade presente, à qual damos nossa vida e tudo quanto possuímos,
destina-se a triunfar gloriosamente."
Uma Luz que Alumia 57
Precioso trecho da mensagem que Ellen G. White enviou à
Associação Geral em sessão, em 1913. Duas mensagens ela enviou
nessa oportunidade; esta foi a primeira, que foi lida pelo Pastor W. C.
White à assembléia na tarde do primeiro sábado da reunião, em 17 de
maio de 1913. Esta mensagem a irmã White escreveu do Sanatório da
Califórnia, no dia 4 de maio de 1913. A íntegra de ambas as mensagens
pode ser lida em Mensagens Escolhidas, Livro 2, pág. 398 a 408. (Grifo
Nosso)
Dois anos depois dessa mensagem surgiu a contenda na Alemanha,
promovida por alguns irmãos descontentes com atitudes de dirigentes
naquele campo com respeito à participação na guerra. Era uma
controvérsia doméstica por questões de administração que influíram na
condução de um problema.
Em administração, questões de maior ou menor vulto sempre
surgem; porém, as partes não transformam ponto-de-vista ou a análise
de erros em motivo de separação. Em questiúnculas, o gesto separatista
é sempre um recurso dos fracos, dos contestadores irreconciliáveis, dos
que defendem um interesse pessoal, dos isolacionistas.
"O mundo está a olhar com satisfação para a desunião entre os
cristãos. Os infiéis com isso se alegram. Deus requer uma mudança
entre o Seu povo. A união com Cristo e dos crentes entre si é nossa
única segurança nestes últimos dias."
Sobre os discípulos, após a descida do Espírito Santo, diz a irmã
White: "Eram ternos, corteses, abnegados, dispostos a fazer qualquer
sacrifício pela causa da verdade. Em sua diária associação mútua,
revelavam o amor que Cristo lhes ordenara revelar. Por palavras e atos
abnegados, procuravam acender esse amor noutros corações.".
"Mas os cristãos primitivos começaram a procurar defeitos uns nos
outros."
"Tornaram-se mais exigentes no tocante às cerimônias exteriores,
mais rigorosos quanto à teoria da fé, mais severos em suas críticas."
Uma Luz que Alumia 58
"Em seu zelo por condenar outros, esqueciam-se de seus próprios
erros."
"Somos da mesma fé, membros de uma família, filhos todos do
mesmo Pai celestial, tendo a mesma bendita esperança da
imortalidade. Quão íntimo e terno não deveria ser o laço que nos une!"
Todas as citações acima estão nos Testemunhos Seletos, no
capítulo Unidade com Cristo em Deus, Vol. III, pp. 243 (Grifo Nosso).
Mas esses irmãos da Alemanha, nessa oportunidade, não
aceitaram explicações, nem o pedido de perdão que lhes fizeram os que
reconheceram seus erros. Dominava-os um espírito faccioso, diabólico,
desagregador. O que a Associação Geral fez em julho de 1920, enviando
uma comissão a Friedensau, Alemanha, para discutir o assunto, não
produziu resultados, pois o movimento oposicionista não arredou o pé
de suas pretensões. E tomaram o rumo que o espírito que os instigava
ditara. Pouco tempo depois esses oponentes brigavam entre si, ainda
na Alemanha, e outros ramos surgiam.
As ruínas históricas que existem em diversas partes do mundo
antigo testificam da grandeza e opulência daqueles tempos, mas as
"ruínas" (porque são diversos, minguados e esparsos) dos oponentes
que passaram a se chamar Movimento de Reforma, são desalentadores
testemunhos de uma triste aventura. Nas ruínas da antigüidade
vislumbra-se ainda a mão de mestres em monumentos de arte. Nas
"ruínas" da Reforma, gerada por questões da primeira grande guerra,
que são os constantes desmantelamentos e a completa ausência de
estrutura como ditada pelo Espírito de Profecia, nelas se percebe,
nitidamente, a mão diabólica do inimigo, do grande enganador.
Por tudo isto, é confortador ver o cumprimento da voz do profeta
na vitoriosa caminhada do povo de Deus – A Igreja Adventista do
Sétimo Dia.
Jesus é o nosso grande Líder.
"A causa da verdade presente... destina-se a triunfar gloriosamente."
Uma Luz que Alumia 59

4 – "(...) Os adventista do sétimo dia... têm grande luz... pela sua


profissão de fé, se colocaram como o povo especial, escolhido de Deus,
tendo Sua lei escrita no coração. Eles mostram sua lealdade ao Deus do
Céu prestando obediência às leis de Seu governo. São representantes
de Deus na Terra." – Testemunhos Seletos, Vol. I, pág. 264. (Grifo
Nosso)
Qual foi o profeta que surgiu entre os reformistas para desdizer o
que acima foi dado pelo Espírito de Profecia?
O cristianismo tomou o lugar do judaísmo e provou,
profeticamente e por fatos, ser linha sucessória em continuidade, do
povo de Deus. De Israel segundo a carne, passou para Israel Espiritual –
Romanos Cap. 9.
E qual é a base sucessória dos reformistas? Que credenciais
apresentam para provar que são o povo de Deus e que a Igreja
Adventista do Sétimo Dia foi vomitada?
Os reformistas são hábeis colecionadores de citações do Espírito
de Profecia que lhes favoreçam as pretensões. Essas citações são o seu
instrumento de trabalho. Por essa razão não fazem questão de que seus
obreiros estudem, nem estimulam os que desejam aprimorar seus
conhecimentos. O trabalho que lhes é pedido fazer é muito fácil, por ser
dirigido contra a Igreja Adventista do Sétimo Dia, em solertes visitas a
seus membros, nas quais se apresentam os textos favoritos
adredemente coletados pela liderança da reforma.
A irmã White teve conhecimento desse modo ilícito de usar os
testemunhos, no seu tempo, e assim se expressou:
"Escolhem dos TESTEMUNHOS certos trechos que acham que
podem ser torcidos de modo a apoiar sua atitude e põe-nos numa
moldura de falsidade, para que o seu erro tenha peso e seja aceito pelo
povo. Dão falsa interpretação e aplicam mal o que Deus deu à igreja
para advertir, aconselhar, reprovar, confortar e animar os que
Uma Luz que Alumia 60
constituirão o povo remanescente de Deus. Os que acolhem os
TESTEMUNHOS como a mensagem de Deus, são por eles abençoados e
auxiliados; mas os que os fragmentam, simplesmente para apoiar
alguma teoria ou idéia pessoal, para defender um procedimento
errado, não serão abençoados e beneficiados por aquilo que ensinam."
– Testemunhos para Ministros, pág. 42 (Grifo Nosso).

Oração: "Quando, durante a noite, não consigo dormir, ergo o


coração a Deus em oração, e Ele me fortalece e dá certeza de que está
com Seus servos a ministrarem no campo pátrio e nas terras distantes.
Sou animada e beneficiada ao compreender que o Deus de Israel
ainda guia Seu povo, e que continuará a ser com eles, até o fim." –
Mensagens Escolhidas, vol. II, pág. 406 (Grifo Nosso).

CAPÍTULO 10
POR QUE ELLEN G. WHITE ESCREVEU TANTO SOBRE
REFORMA

Há uma inegável disputa religiosa pela posição de um lugar à


frente. Nenhuma denominação de porte aceita – e nem mesmo os
grupelhos – que lhe diga não ser portadora da verdade. Então, cada
qual procura provar, apoiada ou não pelos evangelhos, sua posição,
alinhando razões ou citando fatos que lhe pareçam singulares.
Certo domingo de manhã ouvi, pelo rádio, um trecho de um
programa religioso, no qual o orador, de origem estrangeira, tecia
considerações para provar que a sua igreja era a verdadeira; para tanto,
apelou aos ouvintes que abrissem a Bíblia e lessem os versos que citou;
e concluiu enfático: que igreja é mencionada nesses versículos,
porventura é a católica, a batista, a metodista, etc. etc.? Não, não, aí
menciona Igreja de Cristo. E arrematou: portanto, se a Bíblia fala em
Uma Luz que Alumia 61
Igreja de Cristo e nós é que temos esse nome, por que então procurar a
verdade em outra?
Coisa semelhante se passa com grupos religiosos que adotaram o
nome de adventistas seguido do aposto MOVIMENTO DE REFORMA.
Esses "movimentos" reformistas – que são diversos, cada qual
pretendendo ser o tal – pretendem estar apoiados nos escritos de Ellen
G. White para a sua existência porque ela, em muitas de suas obras e
escritos, menciona essa palavra REFORMA. Então raciocinam:
– Ela diz que há necessidade de Reforma.
– Nós batalhamos e só falamos nisso.
– Nós temos o nome de REFORMA.
– Logo, nós somos o povo da profecia.
Então, você, Movimento de Reforma, é o Joaquim que ia correndo
para Niterói, ao encontro da esposa que ouviu dizer que estava
passando mal! Quando você, M. R. não é casado, nem mora em Niterói,
mas apenas tem o nome de Joaquim.
Escreveu a irmã White: "Eu vi que os misteriosos sinais e
maravilhas e as falsas reformas aumentariam e se espalhariam. As
reformas que me foram mostradas não eram reforma do erro para a
verdade." Satanás "apresenta-se também como um anjo de luz e
espalha sua influência sobre a Terra por meio de falsas reformas." –
Primeiros Escritos, pág. 261 e 45. (Grifo Nosso)
Um dos grandes problemas do mundo religioso hoje é esquecer-se
que o plano de salvação é de Deus e que a Ele unicamente cabe a
direção dos acontecimentos, salvaguardando sempre o Seu nome e o
Seu povo das malhas do engano, da confusão, do erro, da corrupção;
sem perder de vista o plano original e o propósito de ter mensageiros
que levem avante Sua puríssima mensagem de salvação. Ele jamais tira
a mão do leme da nau verdadeira: a Sua Igreja. Não Sua Igreja no
sentido de nome que se adote ou na base de ilusórias pretensões de
visionários e interesseiros, que correm sem ser chamados, mas na
Uma Luz que Alumia 62
realidade dos fatos e com a devida comprovação profética, dentro do
contexto bíblico e sem ferir princípios escatológicos.
Esses pretensiosos "movimentos" de reforma não suportam as
provas acima referidas. Eles são apenas o Joaquim que está correndo
sem ser chamado; confuso por causa do nome.

CHAMADOS PARA SER TESTEMUNHAS

"Em sentido especial foram os adventistas do sétimo dia postos no


mundo como atalaias e portadores de luz. A eles foi confiada a última
mensagem de advertência a um mundo a perecer. Sobre eles incide
maravilhosa luz da Palavra de Deus. Confiou-se-lhes uma obra da mais
solene importância: a proclamação da primeira, segunda e terceira
mensagens angélicas. Nenhuma obra há de tão grande importância. Não
devem eles permitir que nenhuma outra coisa lhes absorva a atenção." –
Testemunhos Seletos, vol. III, pág. 288. (Grifo Nosso)
Aos reformistas, que tanto se apegam aos escritos da irmã White,
o texto acima não é forte bastante para demover pretensões.
"São mensagens como as que esses homens têm proclamado, que
dividem a igreja e trazem sobre nós opróbrio perante os inimigos da
verdade; e nessas mensagens se revela claramente a astuta operação do
grande enganador, que quer impedir a igreja de alcançar a perfeição na
unidade. Esses mestres seguem as labaredas de seu próprio fogo, agem
segundo seu próprio juízo independente, e embaraçam a verdade com
falsas noções e teorias. Rejeitam os conselhos de seus irmãos, e avançam
em seu próprio caminho até se tornarem justamente o que Satanás deseja
– de espírito desequilibrado." – Testemunhos Seletos, vol. II, pág. 360,
361.

A REFORMA DESDE LUTERO


Uma Luz que Alumia 63
Apesar de toda perseguição havida no passado contra os santos,
Deus suscitou testemunhas de todos os lados que, cheias de coragem,
fé e consagração, defenderam o que conheciam da Palavra de Deus.
Anjos do Senhor acompanharam o trabalho desses reformadores.
"Anjos de Deus moveram o coração de Martinho Lutero,
Melanchton e outros, em vários lugares, e os fizeram ter sede do vívido
testemunho da Palavra de Deus. O inimigo viera semelhante a uma
inundação, e o estandarte deveria ser alçado contra ele. Lutero foi o
escolhido para enfrentar a tempestade, levantar-se contra a ira de uma
igreja decaída e fortalecer os poucos que eram fiéis à sua santa
profissão." – Primeiros Escritos, pág. 222.
A luta iniciada por Lutero contra o catolicismo dominante e
subjugador foi árdua, tremenda e perigosa. Outros reformadores a ele
se alinharam, em outros países, e o mundo foi inundado com a
pregação dos reformadores.
"Deus não escolheu os reformadores porque fossem homens
apaixonados e ávidos de domínio. Aceitou-os tal qual eram, a despeito
de seus defeitos de caráter; ter-lhes-ia, porém, imposto
responsabilidades muito maiores, se tivessem sido humildes e
subordinado sempre o espírito ao controle da razão." – Testemunhos
Seletos, vol. I, pág. 565.
"Deus tinha uma mensagem para a igreja, a qual era sagrada e
importante. Ao ser recebida, operaria uma reforma completa na igreja,
despertaria o vívido testemunho que dela haveria de expurgar os
hipócritas e pecadores e de novo a traria ao favor de Deus." – Primeiros
Escritos, pág. 228.
As falhas de Lutero e dos outros reformadores e daqueles que os
substituíram, resultaram numa derivação dos planos de Deus. A
Reforma degenerou-se em campo de batalha. Milhões morreram de
ambos os lados e a igreja subdividiu-se em muitos ramos
denominacionais, cada qual sob a influência de um reformador e tendo
Uma Luz que Alumia 64
como motivação um ponto de doutrina ou determinado aspecto
eclesiástico. Na base destas denominações que surgiram da Reforma
desde Lutero, outras mais tarde se formaram, por dissidências
especialmente. E assim, a verdade bíblica que por séculos esteve
sepultada, ressurgiu em toda a sua pureza, mas seus adeptos
fracionaram-se no calor das paixões e deixaram de cumprir um dos mais
solenes desejos do Senhor: a unidade.
Com respeito a essa fragmentação de denominações religiosas, os
historiadores Will e Ariel Durant, assim se referem, sob o título
Caldeirão Religioso, na 7ª parte, vol. I, pág. 257 e 258, da sua História da
Civilização:
"Um panfletista (1641) relacionou 29 delas; outro (1646), cento e
oitenta. Além da brecha existente entre católicos e protestantes, havia a
dissensão, muito tensa, entre os protestantes que se dividiam em
anglicanos, presbiterianos e puritanos; e estes, em independentes – que
sonhavam com uma república – quacres – que se opunham a guerras,
violências e juramentos – milenários, ou Homens da Quinta Monarquia
que acreditavam que Jesus logo viria para criar Seu reinado pessoal na
terra – antinomianos – que alegavam estarem eleitos de Deus, isentos das
leis humanas – os separatistas brownistas, seekers (Segundo nota do
tradutor, os Seekers eram "membros de uma pequena seita que
reivindicavam liberdade religiosa e professava procurar novas relações no
tocante à verdadeira Igreja, ministérios e sacramentos") e ranters (Diz o
tradutor: ranters eram "membros de certa seita panteísta e antinomiana,
ala extremista do individualismo religioso no século XVI")... E havia os
anabatistas, que ministravam o batismo somente aos adultos; e os batistas
que se distinguiam dos separatistas gerais – que rejeitavam a doutrina
calvinista da predestinação – e os batistas particulares – que a aceitavam.
"A multiplicidade de seitas e seus veementes debates levaram uma
pequena minoria a duvidar de todas as formas da religião cristã. O bispo
Fotherby lamentou (1622) que 'as Escrituras (em muitos) havia perdido
sua autoridade e eram consideradas apropriadas apenas para os
Uma Luz que Alumia 65
ignorantes e idiotas'. E o reverendo James Cranford (1646) falou sobre o
'grande número de pessoas' que 'modificaram sua fé quer para o
ceticismo (...) quer para o ateísmo, para não crer em nada' ".
Um panfleto, em 1646, citava ser heresia crer nas Escrituras e
terem sido feitas pelo homem e que não podiam revelar o Deus divino.
Outra heresia declarava que a verdadeira Razão é a soberana da
Fé.
A divindade de Cristo era negada por grande número.
"Um crescente número de pensadores – que passaram a ser
chamados deístas – procurou uma acomodação entre o ceticismo e a
religião, propondo uma religião cristã limitada à crença em Deus e na
imortalidade da alma." – Idem, pág. 259.
Assim, o Templo da Verdade da Palavra de Deus, antes de estar
completamente restaurado, apresentava diversificado colorido com as
diferentes denominações firmadas em seus pontos de vista. A obra da
Reforma não só não estava concluída, pior que isso – estava dividida em
facções.
Com isto a profecia de Daniel 8:14 podia prosseguir até o final, no
último lance dos 1.810 anos até 1844.

A PALAVRA PROFÉTICA – UMA LUZ QUE DESFAZ AS TREVAS

"E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazei em
estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o
dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vossos corações." II Pedro
1:19.
Em pleno século de Augusto César e de Tibério, um estranho
personagem aparece e polariza a atenção de todos, atraindo multidões
para a sua mensagem. Era João Batista. Por mais de quatro séculos os
profetas de Deus haviam emudecido. Na verdade, dos profetas não
restava mais do que seus escritos. Então surge João Batista, em sua
estranha e singular personalidade, apresentando como única credencial
Uma Luz que Alumia 66
de sua missão, o que fora dito pelo profeta Isaías setecentos anos
antes.
João Batista era a voz do que clama no deserto, mas era a voz da
profecia, preparatória para a vinda do Messias.
Em fins do século dezessete o mundo é despertado para o estudo,
e o aumento do conhecimento desperta entusiasmo e grande
curiosidade.
Concomitante com isso, voltam as profecias bíblicas a interessar a
dezenas de estudiosos. E o século dezoito é iniciado com um singular
despertar pelo estudo das profecias. A revolução francesa mudara o
panorama religioso na Europa, em cujos eventos há um detalhe do
cumprimento da profecia de Daniel 7:25 (a prisão do Papa, em 1798), e
isto trouxe uma certa liberdade no pensar e agir, não experimentada há
muitos séculos. Expositores cristãos de diferentes denominações
apresentaram os resultados de seus estudos das Escrituras, com as
conclusões a que chegaram sobre a interpretação de profecias de
Daniel e do Apocalipse. A maioria deles dedicou especial atenção ao
estudo de Daniel 8:14. Era muito grande o número desses intérpretes
das profecias, o que denota o interesse que havia.
Era o despertamento pelo estudo das profecias, uma reação
natural vinda de Deus para enfrentar a apostasia e preparar o caminho
para o surgimento da última igreja, com a derradeira mensagem de
salvação e o anúncio da vinda da hora do juízo.
Pelas profecias os Magos acharam a Cristo.
Pelas profecias Jesus provou ser o Messias prometido.
Pelas profecias os discípulos ganharam almas para Cristo.
Pelo abandono das profecias entrou a apostasia na Igreja Cristã.
O retorno às profecias marcaria a última fase da história da
humanidade, e disso resultaria – como de fato resultou – o surgimento
da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Movimento profético, guiado e
Uma Luz que Alumia 67
orientado por profeta, com uma mensagem clara e perfeitamente
definida nas profecias.
A luz que emanou do estudo das profecias e que resultou o
surgimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia jamais será ofuscada
pela pretensão de grupelhos.
"Chamou Deus Sua igreja hoje, como chamara o antigo Israel, a fim
de erguer-se como luz na Terra. Pela poderosa espada da verdade, as
mensagens do primeiro, segundo e terceiro anjos, separou-os das
igrejas e do mundo para trazê-los a uma santa proximidade dEle. Fê-los
depositários de Sua lei, e confiou-lhes as grandes verdades da profecia
para este tempo. Como os santos oráculos confiados ao antigo Israel,
estas são um sagrado depósito a ser comunicado ao mundo. (...) Não
se deve permitir que coisa alguma impeça esta obra." – Testemunhos
Seletos, vol. II pág. 156. (Grifo Nosso)

O PORQUÊ DA PALAVRA "REFORMA" NOS ESCRITOS DA IRMÃ WHITE

A referência a reforma nos escritos da irmã White é uma constante


que tem relação com o seu trabalho e com a obra que Deus lhe
confiara.
O Movimento Adventista derivado do desapontamento de 1844
reuniu crentes de diferentes denominações religiosas e a profundeza
disso está patente quando se leva em consideração as religiões a que
pertenciam os seguintes pioneiros da obra adventista:
Ellen Gould Harmon – Metodista:
(Mais tarde White, pelo casamento)
Tiago White – Igreja Cristã
Capitão José Bates – Igreja Congregacional
Charles Fitch – Igreja Congregacional Livre
Josias Litch – Igreja Metodista Episcopal
Henry Dana Ward – Igreja Episcopal
Uma Luz que Alumia 68
N. N. Whitting – Igreja Batista
Raquel Oakes – Igreja Batista do Sétimo Dia
Como tudo estava ainda por fazer e ainda não havia trabalho
organizado e nem unidades nos ensinos, o começo da obra adventista
foi muito difícil. "Pela providência de Deus levaram-se a efeito vários
congressos por essa época. Os crentes examinaram profundamente as
Escrituras, comparando texto com texto, até conhecer as doutrinas
bíblicas." – História da Nossa Igreja, pág. 189.
Havia também no começo diferentes idéias com respeito à
organização do movimento, no sentido de possuírem um nome legal,
necessário para garantir direitos de propriedades e imóveis.
Observem-se mais os seguintes pontos, daqueles difíceis primeiros
dezesseis anos (1844-1860) do movimento adventista:
1. Em 1859 alguns irmãos "pensavam que a posse legal de uma
propriedade significaria a união da Igreja e do Estado. Outros
"pensavam que qualquer organização denominacional
constituía Babilônia", por isso se opunham a que o movimento
adventista tivesse qualquer tipo de organização.
2. Havia quem imaginasse "que a igreja devia obedecer a uma lei
mais elevada que a lei da Terra."
3. "Em maio de 1860 os crentes adventistas de Parkville,
Michigan, satisfizeram os requisitos do Estado" e se organizam
em igreja. Esta foi a primeira igreja no movimento adventista a
se organizar. Porém, como "o corpo de crentes ainda não havia
adotado um nome, o grupo resolveu chamar-se: Igreja de
Parkville, da Segunda Vinda de Cristo."
4. "Os pastores não recebiam regular manutenção financeira.
Dependiam geralmente da hospitalidade dos irmãos enquanto
viajavam, e de alguns presentes ocasionais com que acresciam
um pouco o que ganhavam trabalhando em algum ofício."
Uma Luz que Alumia 69
5. Alguns, em 1850, "pretendiam curar os doentes e operar
milagres. Tinham um poder satânico de feitiçaria, e eram
ditatoriais, cheios de imposição e cruelmente opressores."
6. "Outro grupo pretendia estar santificado de modo que não
podiam pecar." "Até defendiam o amor livre 'espiritual' ".
7. "O fanatismo manifestou-se em outras formas estranhas.
Alguns tinham a idéia de que a religião consistia em grande
excitação e ruído."
8. Algumas pessoas "professaram grande humildade e buscaram
demonstrá-la arrastando-se pelo chão como animais.
Engatinhavam ao redor de suas casas, na rua, nas pontes e até
na própria igreja."
9. "Houve um grupo que pretendia que trabalhar era pecado, se
bem que não tinham nada contra que a esposa e outras
pessoas fizessem todos os trabalhos necessários em benefícios
deles."
10. "Alguns praticavam também o mesmerismo ou magnetismo
animal, precursor do hipnotismo. O suposto dom de línguas,
acompanhado de gritos e muita confusão, apareceu em alguns
lugares." "Essas manifestações eram movimentos à margem da
igreja, não aceitos pelos crentes em geral."
11. "Nossos primeiros crentes não se preocupavam com os
princípios de saúde, nem sequer os viviam." "Não
compreendiam os maus efeitos do fumo sobre a mente, o
corpo e o espírito." "Os biscoitos quentes com manteiga, os
filhós, o porco em todas as suas formas, os picles, as conservas,
o chá, o café, etc., eram coisas de uso comum." Muitos
fumavam.
12. Quanto à ventilação, não se sabia quase nada.
13. A maioria guardava o domingo como o fazia em suas igrejas de
onde viera.
Uma Luz que Alumia 70
14. A crença na imortalidade era como ainda hoje nas igrejas
evangélicas. – Citações da História da Nossa Igreja, pág. 222,
224, 243, 437 e 439.
15. "Sustentavam-se graves erros de doutrina e de prática religiosa,
e alguns estavam prontos a condenar fosse quem fosse que não
partilhasse o seu modo de ver." Esses foram revelados em visão
à irmã White. – Testemunhos Seletos, vol. II, pág. 271.
Nossos primeiros crentes, naqueles primeiros anos após o
desapontamento, assemelhavam-se a Israel quando saiu do Egito. Era o
povo de Deus, liberto do Egito pela mão forte e poderosa de Deus, mas
careciam de estrutura administrativa, de revigoramento espiritual, de
noção exata de seu destino histórico. A estada no Sinai proporcionou-
lhes tudo isso. Ali teve lugar a edificação do santuário.
"A isto se seguiram a consagração dos sacerdotes, a celebração da
Páscoa, o recenseamento do povo e a conclusão de vários arranjos
essenciais à sua organização civil ou religiosa, de modo que passaram
quase um ano no acampamento junto ao Sinai. Ali o seu culto tomara
forma mais definida, foram dadas as leis para o governo da nação, e
levara-se a efeito uma organização mais eficaz como preparo para a sua
entrada na terra de Canaã." – Patriarcas e Profetas, pág. 389.
"Os irmãos Bates, Andrews, Smith, Edson e White são nomes de
importância nos começos difíceis da nossa igreja." – História da Nossa
Igreja, pág. 189.
"Nos cinco anos que se seguiram ao desapontamento, ficou
estabelecido o molde de nossa igreja e sua missão mundial." – Idem,
pág. 190.
"O dom de profecia, concedido a Ellen G. White, foi guia e base
para conseguir a harmonia." – Ibidem.
"As doutrinas distintivas foram as profecias da segunda vinda de
Cristo, o sétimo dia como dia de descanso e a verdade do santuário." –
Ibidem.
Uma Luz que Alumia 71
"Em junho de 1863, numa época em que o pastor White se achava
assoberbado de pesadas responsabilidades e cargas, Ellen G. White
recebeu uma mensagem quanto à saúde. (...) Enquanto a Sra. White
orava fervorosamente pedindo que Deus restabelecesse seu esposo, foi
arrebatada em visão. Foi-lhe mostrado que era dever de seu marido
cuidar da própria saúde, e foram-lhe em seguida revelados princípios
básicos da reforma pró saúde. (...) Dessa maneira chegou a mensagem
pró-saúde a ser parte integrante da verdade adventista." – História da
Nossa Igreja, pág. 441.
"As doutrinas características do adventismo e da observância do
sábado se haviam estabelecido especialmente como resultado dos
congressos dos adventistas observadores do sábado, em 1848. As
mensagens dadas aos crentes por intermédio de Ellen G. White
contribuíram para uni-los." – Idem pág. 222.
E assim, nesse ambiente, começou o ministério da irmã White
como guia espiritual da Igreja Adventista do Sétimo Dia. A tarefa por
Deus a ela confiada apenas se iniciava. E a organização e a união de
todos foi a base inicial de onde depois se partiu para as reformas
necessárias.
"Em 1859, Ellen White escreveu: 'Há ordem no Céu, e Deus se
compraz com os esforços de Seu povo para procurar levar avante Sua
obra na Terra com um sistema de ordem. Vi que devia haver ordem na
igreja de Deus e que se necessitava sistema para levar adiante com
êxito a última mensagem de misericórdia ao mundo.' " – História da
Nossa Igreja, pág. 223.
Assim, coube à liderança a irmã White, em mensagens após
mensagens, ir educando o rebanho, removendo obstáculos, corrigindo
e admoestando. Foi uma reformulação geral, não apenas em questões
de doutrina. O grupo inicial de adventistas não necessitava, como nos
primeiros anos apostólicos, de um novo pentecostes, porque a
necessidade não era de conhecerem outros idiomas para irem, de
Uma Luz que Alumia 72
imediato, a outras terras de além-mar, mas sim de organização e de
reformulação nos defeitos de origem que cada um trazia de suas
igrejas. Era o começo de um povo, saído do Egito espiritual, que iniciava
a sua caminhada rumo à Canaã celestial, passando, com sua mensagem
de advertência, por todos os continentes: a toda a nação, e tribo, e
língua, e povo. Pelo caminho, deviam chamar outros, alargar as cordas
da tenda, edificar os fundamentos da verdade, estabelecer
monumentos da fé, andando sempre, crescendo continuamente.
Conscientes do ardor da batalha mas cada vez mais firmes nos
fundamentos estabelecidos por Deus, por intermédio da Sua serva –
Ellen G. White – deviam marchar valorosos e cheios de fé nas
providências da graça de Deus.
E veio a organização; e veio a reforma e o povo de Deus saiu
vitorioso, ostentando hoje o bastão da liderança missionária no mundo,
testificando da breve volta do Senhor.
Damos a seguir algumas citações do Espírito de Profecia, nas quais
a irmã White dá ênfase à necessidade de reforma:
1. "Necessitamos de uma reforma completa em todas as nossas
igrejas. O convertedor poder de Deus deve penetrar na igreja.
Buscar ao Senhor com todo o fervor, abandonai vossos pecados
e esperai em Jerusalém até que sejais revestidos do poder do
Alto." – Testemunhos Para Ministros, pág. 443.
2. "A igreja de Cristo na Terra será imperfeita, mas Deus não destrói
Sua igreja por causa de sua imperfeição. Tem havido e haverá os
que se acham possuídos de zelo mas não com entendimento, os
quais desejam purificar a igreja e desarraigar o joio do meio do
trigo. Mas Cristo proveu luz especial quanto à maneira de tratar
os que erram, e os inconversos na igreja. (...) Enquanto Cristo
semeia a boa semente, Satanás semeia o joio. Duas influências
oponentes se exercem continuamente sobre os membros da
Uma Luz que Alumia 73
igreja. Uma influência opera a favor da purificação da igreja, e a
outra da corrupção do povo de Deus." – Idem, pág. 46.
3. "Reforma, reforma contínua precisa ser mantida perante o
povo, e por meio do nosso exemplo devemos confirmar o nosso
ensino. (...) Os que alcançaram conhecimento acerca da
maneira de comer, beber e vestir para a preservação da saúde,
partilhem com outros esse conhecimento." – Testemunhos
Seletos vol. III, pág. 139.
4. "Nossa obra é reformatória; e é desígnio de Deus que,
mediante a excelência da obra feita em nossas instituições de
ensino, seja chamada a atenção do povo para o grande e
derradeiro esforço para salvar os que estão a perecer." – Idem,
vol. II, pág. 409.
5. "Atingimos um tempo em que todo membro da igreja deveria
lançar mão da obra médico-missionária. (...) Devem andar na
luz, pois são reformadores. Na vanguarda do verdadeiro
reformador, a obra médico-missionária abrirá muitas portas." –
Idem, vol. III, pág. 102.
6. "Em visões da noite passaram perante mim representações
dum grande movimento reformatório entre o povo de Deus. Os
enfermos eram curados, e outros milagres eram operados. Viu-
se um espírito de intercessão tal como se manifestou antes do
grande dia de Pentecostes." – Idem, pág. 345.
7. "É chegado o tempo para se realizar ama reforma completa.
Quando esta reforma começar, o espírito de oração atuará em
cada crente e banirá da igreja o espírito de discórdia e luta. Os
que não tem estado a viver em comunhão cristã, chegar-se-ão
uns aos outros em contato íntimo. Um membro que trabalhe da
maneira devida levará outros membros a unir-se-lhes em
súplicas pela revelação do Espírito Santo. Não haverá confusão,
pois todos estarão em harmonia com o Espírito. As barreiras
Uma Luz que Alumia 74
que separam um crente de outro, serão derribadas e os servos
de Deus falarão as mesmas coisas. O Senhor cooperará com os
Seus servos. Todos orarão com entendimento a prece que
Cristo ensinou aos Seus servos: 'Venha a Teu reino, seja feita a
Tua vontade, assim na Terra como no Céu.'" – Idem, pág. 254,
255. (Grifo Nosso)
8. "Necessitam-se agora homens de compreensão clara. Deus está
apelando para os que desejam deixar-se guiar pelo Espírito
Santo num trabalho de completa reforma. Vejo uma crise
diante de nós e o Senhor roga aos Seus obreiros que se ponham
a postos. Cada alma deve agora colocar-se numa posição de
consagração a Deus, mais sincera e profunda do que nos anos
passados." – Testemunhos Para Ministros, pág. 514.

QUE MAIS É PRECISO?

Podíamos acrescentar muitas citações mais do Espírito de Profecia


às que estão acima, mas essas são suficientes para comprovar que o
Espírito de Profecia na Igreja Adventista do Sétimo Dia, na pessoa de
Ellen G. White, veio para:
1. Estruturar a Igreja de Deus.
2. Corrigir erros doutrinários comuns nas denominações cristãs.
3. Fundamentar o povo de Deus num "assim diz o Senhor".
4. Reabilitar a Lei de Deus em seu texto integral.
5. Tornar o Sábado – o sétimo dia da semana – glorioso e santo ao
Senhor.
6. Promover uma revisão geral (uma reforma) nos hábitos e
costumes tradicionais, que incluíam a alimentação imprópria,
bebidas alcoólicas, vestes impróprias à saúde, o ar, o sol e a
água como fontes básicas para a saúde.
Uma Luz que Alumia 75
7. Enaltecer e ensinar o valor dos alimentos integrais e o uso de
frutas.
8. Promover princípios de organização da administração e das
igrejas.

A organização da igreja do movimento do advento não estava no


pensamento dos fundadores deste movimento. De fato, eles não
pensavam em organização de igreja. Os vários grupos de crentes
adventistas estavam satisfeitos com os privilégios das reuniões e se
sentiam felizes com as abençoadas pregações da Segunda Vinda de
Cristo. Mas como o trabalho cresceu, os líderes sentiram a necessidade
de alguma forma da igreja organizada.
Depois veio luz e conselhos através do Espírito de Profecia:
"A organização era indispensável para prover a manutenção do
ministério, para levar a obra a novos campos, para proteger dos
ministros indignos tanto as igrejas como os ministros, para a
conservação das propriedades da igreja, para a publicação da verdade
pela imprensa, e para muitos outros fins." – Testemunhos Para
Ministros, pág, 26.
Desde esse dia, o Senhor, por meio do Seu mensageiro, tem
acompanhado e guiado este povo passo-a-passo no desenvolvimento
de uma organização que nenhuma outra a supera no mundo religioso.
A esta igreja remanescente foi comissionada, pelo Deus deste
movimento, para cada nação, tribo, fragua e povo, a mensagem da
vinda do Seu Reino, consoante a profecia de Apocalipse 14.
O movimento do advento nesta geração não é outra grande
divisão da igreja de Deus na terra, como aconteceu no passado. Não,
este movimento é a igreja remanescente de Deus. Isto é, é a última – é
a remanescente igreja apostólica. Ela é identificada por peculiares
características. Seus membros guardam os mandamentos de Deus. Eles
"têm o testemunho de Jesus", que é o Espírito de Profecia. Estas são as
Uma Luz que Alumia 76
duas características do movimento do advento, assinaladas
profeticamente.
E por ser a última igreja, o povo remanescente escolhido por Deus,
ela cresceu e se fortaleceu, alcançando os confins da Terra.
Somos, como adventistas do sétimo dia, reformadores por
excelência, e protestantes.
"Clama a plenos pulmões, não te detenhas, ergue a tua voz como a
trombeta." – Isaías 58:1.
Esse é o trabalho da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ninguém é
batizado na igreja adventista e aceito em seus quadros sem demonstrar
conversão, sem deixar fora do arraial a bagagem dos pecados. Entra
como reformado pelo Poder de Deus; e passa a ser um reformulador ou
protestante no meio em que viva.
Esta bandeira não entregamos a outrem.

CAPÍTULO 11
RAZÕES PARA AS REPROVAÇÕES DE DEUS

O espírito malicioso dos líderes da Igreja Reformista, igreja que se


diz adventista do sétimo dia (numa usurpação de um nome que não
lhes pertence), não pode operar de outra forma se não nessa linha da
maldade. Assim, toma a Reforma como dirigidas à Igreja Adventista do
Sétimo Dia as reprovações e advertências que Deus dá em Sua Palavra e
nos Testemunhos da irmã White, mas os demais ensinos, fora dessa
linha, separam para eles. Por isso, sempre que visitam membros da
igreja adventista do sétimo dia levam muitas dessas citações para
"provar" aos nossos irmãos que estamos errados, que fomos
"vomitados".
Esse é um trabalho nitidamente diabólico. É uma distorção dos
propósitos dos Testemunhos. É um uso falso de mensagens que o
Uma Luz que Alumia 77
Senhor há dado para o Seu povo e não para que grupelhos de inimigos
da verdade façam seleção e aplicação a seu modo e no interesse de
suas más intenções. Como prova do que acima dissemos, aqui vão
alguns trechos dos Testemunhos:

1. DEUS REPROVA O SEU POVO.

"Não são feitas aos errantes entre os adventistas do sétimo dia


advertências e reprovações porque sua vida seja mais repreensível do
que a de professos cristãos das igrejas nominais, ou porque seu
exemplo e atos sejam piores do que os dos adventistas que não
prestam obediência aos reclamos da Lei de Deus; mas porque eles têm
grande luz, e porque, pela sua profissão de fé, se colocaram como
povo especial, escolhido de Deus, tendo Sua lei escrita no coração." –
Testemunhos Seletos, Vol. 1, pág. 264. (Grifo Nosso)
É comum chamar-se igreja ao prédio, ao local onde a congregação
se reúne. Mas é sabido que o termo significa a irmandade. Cada
converso é uma partícula do todo que forma a igreja de Deus. Logo, a
perfeição da igreja está na dependência do estado espiritual de seus
membros. Daí haver necessidade de advertência e admoestações, não
no sentido geral, mas pessoal, visando a pessoa errada.
Esse é o tipo das advertências da irmã White. É certo que ela
muitas vezes fala como se dirigindo à igreja; mas não significa que todos
os membros tenham as mesmas faltas ou estejam todos em pecados.
Daniel ao orar a Deus identificou-se com o povo de Israel, irmanou-se a
eles perante Deus, como se ele também estivesse em pecado. – Dan
9:5.
O sentido é que a falta de um afeta ao conjunto no sentido
representativo; mas não tira perante Deus os méritos que possuem os
que são fiéis – que são realmente a parte representativa da igreja, o
trigo autêntico. Mas, como Deus ama a todos e tem interesse na
Uma Luz que Alumia 78
salvação dos faltosos, dos filhos ainda recalcitrantes, obstinados em
seguir o caminho certo, Suas advertências e admoestações são
demonstrações desse amor e provam Sua grande misericórdia.
Devido à pertinaz obstinação dos israelitas, após a saída do Egito,
Deus se propôs destruí-los e começar tudo de novo com Moisés. Era, se
consumado, a rejeição da maioria e a representação de Deus ficaria
reduzida, momentaneamente, a uma pessoa. – Êxo. 32:10.
Assim, não serão as faltas e imperfeições de uns que vão
determinar a rejeição de todo o povo de Deus. E tanto é assim que, no
peneiramento, nas provações por virem, quando grande número
apostatará da fé, Deus teria que formar uma nova igreja, um outro
povo. Não, o povo escolhido de Deus, é a Igreja Adventista do Sétimo
Dia; caiam, apostatem, quantos forem, o remanescente é que será
salvo.
As profecias indicam a Igreja Adventista do Sétimo Dia como a
última, como povo remanescente; são numerosos os testemunhos da
irmã White que afirmam isso. Que mais é preciso para esclarecer o
assunto?

2 – IMPERFEITA MAS NÃO REPROVADA

"A igreja de Cristo na Terra será imperfeita, mas Deus não destrói
Sua igreja por causa de sua imperfeição. Tem havido e haverá os que
se acham possuídos de zelo mas não com entendimento, os quais
desejam purificar a igreja e desarraigar o joio do mero do trigo. Mas
Cristo proveu luz especial quanto à maneira de tratar os que erram, e os
inconversos na igreja. Não devem os membros da igreja tomar alguma
resolução espasmódica, zelosa, precipitada, ao excluir os que eles
porventura consideram de caráter defeituoso. O joio aparecerá entre o
trigo; mas causaria maior dano extirpá-lo – a menos que fosse do modo
designado por Deus – do que deixá-lo crescer. Ao mesmo tempo que o
Uma Luz que Alumia 79
Senhor traz para a igreja os verdadeiramente convertidos, Satanás
traz para sua comunhão pessoas não convertidas. Enquanto Cristo
semeia a boa semente, Satanás semeia o joio. Duas influências
oponentes se exercem continuamente sobre os membros da igreja.
Uma influência opera a favor da purificação da igreja, e a outra a favor
da corrupção do povo de Deus". – Testemunhos para Ministros, pág. 46
(Grifo Nosso)
Maravilhoso Testemunho esse da serva do Senhor! Isto porque os
que estão lutando para vencer seus problemas espirituais, têm nele o
consolo da misericordiosa graça divina, que não os abandona, não os
relega à completa posse do maligno. E os que suspiram e gemem por suas
deficiências têm todas as possibilidades de reabilitação, de vitória em
Cristo.
Por outro lado, os fiéis e sinceros, têm a satisfação de se sentirem
seguros. Esse Testemunho dá-lhes a garantia de que Deus está com o Seu
povo; está dirigindo a Sua Igreja. Dá-lhes a convicção de estarem debaixo
da nuvem protetora, na caminhada para a Canaã celestial. Reforça neles a
confiança naqueles que Deus pôs para liderar Sua Obra na Terra.
Deus libertou o Seu povo do cativeiro do Egito e foi esse povo que
Ele fez passar pelo leito seco do mar vermelho, que se abriu para que o
povo passasse. Mas uma "mistura de gente" ali estava também e
participou dos privilégios dessas maravilhas todas. Esse "mistura" e os
filhos de Deus que pecaram no deserto, não entraram na terra
prometida. Mas para isso, não foi preciso precipitação. Ninguém foi
barrado à entrada nem à saída do mar vermelho. Também não houve
alteração quanto ao plano de Deus para com o Seu povo.
É impressionante, desde a expulsão de Adão e Eva do Éden, como
o diabo tem acompanhado os fiéis filhos de Deus, procurando levá-los
ao pecado ou a sair do ramo certo do povo de Deus. E não houve um
momento sequer em que o povo de Deus, a Sua igreja, estivesse isenta
do joio e de maus elementos. As duas influências de que fala a irmã
Uma Luz que Alumia 80
White no Testemunho citado, sempre se fizeram sentir entre o povo de
Deus em todos os tempos. E assim será até o fim, até à derrota final do
diabo. A luta entre o bem e o mal sempre será travada dentro da igreja,
de modo mais específico, pois os que estão no mundo, aqueles que não
se aliaram ao povo de Deus, não preocupam ao diabo.
A liderança na igreja adventista do sétimo dia não se deixa levar
por impulsos espasmódicos. Os líderes da Obra Adventista são homens
de Deus, guiados pelo Espírito de Deus, conscientes de suas
responsabilidades. Eles sabem avaliar as qualificações do rebanho que
estão sob seus cuidados; eles oram e choram com as ovelhas "doentes".
Eles são PASTORES de almas, não juízes nem fiscais; não são cirurgiões
nem aferidores de consciências.
A eles é que o Senhor diz:
"Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto
está o Senhor." – Filip. 4:5.

3 – REPROVAÇÃO NÃO É SINAL DE REJEIÇÃO

"O Senhor manda advertência a Seu povo, não para destruí-lo mas
para corrigir os erros...". – Mensagens Escolhidas, Livro 2, pág. 71
"Não devemos sair das fileiras, e começar uma obra por nossa
própria conta." – Ibidem.
"A evidência que temos tido nos cinqüenta anos passados da
presença do Espírito de Deus conosco como um povo, resistirá ao teste
dos que se estão agora dispondo em ordem de batalha ao lado do
inimigo e reforçando-se contra a mensagem de Deus." (Carta de 24 de
outubro de 1907) – Idem, pág, 397.
Interpretar reprovações como indício de rejeição é pura tolice. Que
pai há que não repreende o filho, a quem ama?
Deus tem posto perante a Sua igreja um alto padrão a ser
alcançado. Isto não é de hoje; sempre foi assim. Dentro desses
Uma Luz que Alumia 81
objetivos, é lógico que Deus procura orientar, corrigir, admoestar a Seus
filhos, para que o alvo seja alcançado.
A despeito de todo o esforço de Deus nesse sentido, nunca foi
obtido um alto nível de aceitação. Sempre houve, em todas as fases do
povo de Deus, tanto do Velho como do Novo Testamento, e daí por
diante, uma porcentagem muito grande de filhos rebeldes, mas isto não
invalidou o processo de continuidade, dentro do panorama profético. O
desdobramento das profecias acompanha o curso dos acontecimentos.
A igreja de Deus está nesse contexto, por isso, o apóstolo Pedro
aconselha dispensar consideração à palavra profética, "como a uma
candeia que brilha em lugar tenebroso". II Ped. 1:19.
"E contra quem se indignou (o Senhor) por quarenta anos? Não foi
contra os que pecaram, cujos cadáveres caíram no deserto? E contra
quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão contra os que
foram desobedientes?" Hebreus 3:17, 18.
Reprovações em abundância deu a irmã White contra aqueles que
têm o espírito, a obra e o trabalho idêntico, semelhante, igual, parecido ou
o que mais for, ao que fazem os reformistas. E daí? Para quem são essas
reprovações? Só para esses contestadores e perturbadores do tempo da
irmã White? Não, senhores, essas reprovações sim é que são dirigidas
diretamente para todo aquele que investir contra o povo escolhido de
Deus.

4 – ÚNICO OBJETO NA TERRA: A IGREJA

"Embora existam males na igreja, e tenham de existir até ao fim do


mundo, a igreja destes últimos dias há de ser a luz do mundo poluído e
desmoralizado pelo pecado. A Igreja, débil e defeituosa, precisando ser
repreendida, advertida e aconselhada, é o único objeto na Terra ao qual
Cristo confere Sua suprema consideração." – Testemunhos Seletos, Vol.
II, pág. 355.
Uma Luz que Alumia 82
Que é preciso dizer mais?
Há muitos itens que comprovam serem os diferentes
"movimentos" reformistas embustes planejados pelo maligno. Um
deles é a pretensão de serem santos, imaculados. Se eles apontam
erros nos membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia como prova de
rejeição, é porque eles então não possuem tais erros. Mas a irmã White
diz, no trecho acima citado, que "os males na igreja" terão "de existir
até ao fim do mundo".
E se confessarem que têm erros e que em seu meio há leigos e
dirigentes imperfeitos e que têm pecados, então são tão falhos como
qualquer outro ser humano. E se disserem que há membros faltosos
mas que o "movimento" é que é perfeito, então a sua mensagem de
acusação contra a Igreja Adventista do Sétimo Dia não tem sentido. E
se fosse o caso de apontar falhas humanas na liderança, então os
reformistas estão mesmo de calças curtas!
"Deus tem um povo em que todo o Céu se acha interessado, e eles
são o único objeto na Terra, precioso ao coração de Deus." –
Testemunhos para Ministros, pág. 41.
E que povo é esse? Lúcifer disse: "serei semelhante a Deus"; outros
dizem: Sou o povo de Deus. Mas como são os frutos que testificam da
árvore, o povo da Reforma já há muito tempo virou fazenda, de tantos
frutos negativos que possui.
É por amor a almas sinceras que ainda estão nos arraiais
reformistas que dizemos isso. Dá pena de ver tantas almas boas iludidas
por meia dúzia de líderes!

5 – UMA IGREJA VIVA, MILITAN'TE

"Não tem Deus uma igreja viva? Ele tem uma igreja, mas esta é a
igreja militante, e não a igreja triunfante. Entristecemo-nos de que haja
membros defeituosos, de que haja joio no meio do trigo... Na parábola
Uma Luz que Alumia 83
do trigo e do joio, vemos a razão de o joio não ser arrancado; era para
que o trigo não fosse desarraigado também com o joio." – Testemunhos
para Ministros, pág. 45.
Há testemunhos após testemunhos da irmã White reafirmando o
que já disse. Essa repetição é segurança para o povo de Deus, pois em
cada mensagem repetida há detalhes adicionais que reforçam os textos
anteriores. É o caso do trecho acima.
Os diferentes "movimentos" reformistas são vivos no sentido de
existirem, mas são organismos mortos, em processo de decomposição.
Vivem como os fariseus que acompanharam as pegadas de Jesus,
sempre com a mesma mensagem acusatória, morrendo de raiva e de
ódio.
A esses reformistas não se aplica a expressão igreja militante,
porque não receberam de Deus incumbência alguma. Sua atuação é
gratuita. Formaram-se por geração expontânea, e a delivrance foi
forçada. Sem paternidade, adotaram um nome emprestado sem
consentimento do dono, com óbvios objetivos.
O Movimento Adventista do Sétimo Dia foi vivo e vibrante desde o
começo, e assim continua. É militante em todos os aspectos preditos
pelo Espírito de Profecia. Sua pujança circunda a Terra.
"Não há necessidade de duvidar, de temer que a obra não terá
êxito. Deus está á frente da obra, e Ele porá tudo em ordem." –
Testemunhos Seletos, Vol. II, pág. 363.

6 – UMA REFORMA COMPLETA

"É chegado o tempo para realizar uma reforma completa. Quando


esta reforma começar, o espírito de oração atuará em cada crente e
banirá da igreja o espírito de discórdia e luta. Os que não têm estado a
viver em comunhão cristã, chegar-se-ão uns aos outros em contato
íntimo. Um membro que trabalhe da maneira devida levará outros
Uma Luz que Alumia 84
membros a unir-se-lhes em súplicas pela revelação do Espírito Santo.
Não haverá confusão, pois todos estarão em harmonia com o Espírito.
As barreiras que separam um crente de outro, serão derribadas e os
servos de Deus falarão as mesmas coisas, O Senhor cooperará com os
Seus servos. Todos orarão com entendimento a prece que Cristo
ensinou aos Seus servos: 'Venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade,
assim na Terra como no Céu'." – Idem, Vol. III, pág. 254, 255.
"Em visões da noite passaram perante mim representações dom
grande movimento reformatório entre o povo de Deus . Muitos estavam
louvando a Deus. Os enfermos eram curados, e outros milagres eram
operados. Viu-se um espírito de intercessão tal como se manifestou
antes do grande dia de Pentecostes. Viam-se centenas e milhares
visitando famílias e abrindo perante elas a Palavra de Deus. Os corações
eram convencidos pelo poder do Espírito Santo, e manifestava-se um
espírito de genuína conversão. Portas se abriam por toda parte para a
proclamação da verdade. O mundo parecia iluminado pela influência
celestial. Grandes bênçãos eram recebidas pelo fiel e humilde povo de
Deus. Ouvi vozes de ações de graças e louvor, e parecia haver uma
reforma como a que testemunhamos em1844." – Idem, pág. 345. (Grifo
Nosso)

E aí está, meus amigos, irmãos reformistas sinceros, o movimento


de reforma visto pela irmã White em visões da noite. Uma reforma
como a que ela testemunhara em 1844. Nada de ramos separatistas, de
pretensiosos iluminados; nada de contestações; nada de questiúnculas
e acusações gratuitas; nada de julgamento de atitudes tomadas por
este ou aquele.
Achegavam-se "uns aos outros em contato íntimo". Havia unidade
e compreensão. Milagres. Nada de confusão, "pois todos estarão em
harmonia com o Espírito".
Maravilhoso quadro profético!
Uma Luz que Alumia 85
Quão contrastante é esse movimento reformatório desses outros
pretensos "movimentos", separatistas, contestadores, acusatórios! O
espírito que gerou esses movimentos reformistas é o mesmo que os
alimenta ainda hoje. É o espírito de crítica, de desagregação, de
calúnias, de invencionices.
Que é preciso mais, prezado irmão reformista sincero, para sair da
confusão? Quanta luz o Senhor faz chegar a você por meio deste
trabalho, para libertar-te da ilusão de uma causa diabolicamente
arquitetada!
Quem sabe este trabalho represente a última oportunidade para
uma tomada de posição ao lado do Senhor, da Sua Igreja!
Uma Luz que Alumia 86
CAPÍTULO 12
SÉRIAS E NECESSÁRIAS ADVERTÊNCIAS

Conforme o Senhor recomendara aos discípulos, eles permaneceram


em Jerusalém até serem revestidos do poder do Espírito Santo,
empenhando-se depois disto no trabalho de evangelização, por toda a
parte, por todo o mundo então conhecido. Todos eles, os pioneiros, em
cuja número estava a figura destacada de Paulo, tinham plena
consciência de suas responsabilidades e amplo conhecimento do
quanto custara ao Senhor a organização daquele pequeno rebanho, a
quem o Céu entregava agora tão solene e pesada tarefa. Por isso, o
trabalho desses homens de Deus não era dirigido somente no sentido
da evangelização, na conquista de mais almas para Cristo, mas no
cuidado e na conservação do terreno ganho.
Assim, é muito comum nas epístolas constantes admoestações e
advertências, dirigidas aos irmãos, para que se precavessem contra os
maus elementos e estivessem atentos aos falsos ensinamentos de áreas
religiosas fanáticas e apóstatas, e da filosofia imperante no mundo
greco-romano.
Pesava sobre os discípulos manter vívida a chama da fé verdadeira,
isenta de intromissões e de intrometidos. O sacrifício de Cristo não
podia tornar-se vão.
O mesmo aconteceu com o movimento do segundo advento de
Cristo.
A advertência bíblica é: "E o dragar irou-se contra a mulher, e foi
fazer guerra ao resto da sua semente, os que guardam os
mandamentos de Deus, e tem o testemunho de Jesus Cristo." Apoc.
12:17 (RC). Estão claramente ressaltados neste versículo os dois pontos
característicos preeminentes na igreja remanescente, que são a guarda
dos mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus, ou seja o Espírito
de Profecia. Apoc. 19:10.
Uma Luz que Alumia 87
Era de esperar-se, pois, a concretização dessa predição bíblica em
surgindo o povo nela apontado. E foi o que se deu.
"Satanás alcançou seus maiores êxitos para enganar por meio do
fanatismo e da falsificação da verdade, a fim de desacreditar a
ridicularizar a verdade."
"O Espírito de Profecia sofreu muitos vexames por causa de vários
movimentos que ocorreram, quase simultaneamente, com o
aparecimento do dom de Profecia na pessoa de Ellen G. Harmon." Em
muitos casos houve pretensão de poder sobrenatural, inclusive, em
1848, o aparecimento do espiritismo moderno em duas filhas da família
FOX, residente em Hydesville, Nova York.
Desde que se organizou a igreja remanescente, vencidos que
foram os primeiros anos de lutas, têm-se manifestado movimentos de
apostasia; a princípio com a aparente e humilde intenção de reformar a
igreja, mas não resistiram à prova bíblica do verdadeiro profeta; e,
assim, os "iluminados" foram desmascarados.
Há no Espírito de Profecia um sem-número de advertências, vitais e
necessárias para a conservação da unidade estabelecida e dos princípios
básicos de organização do povo adventista do sétimo dia, como povo de
Deus. Disse ela: "Aumentarão em número e força as confederações à
medida que nos aproximarmos do fim do tempo. Essas confederações hão
de criar influências opostas à verdade, formando novos partidos de
professos crentes que porão em prática suas próprias teorias
enganadoras. Aumentará a apostasia. 'Apostatarão alguns da fé, dando
ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios.' I Tim. 4:1.
Homens e mulheres se têm aliado para opor-se ao Senhor Deus do Céu, e
a igreja está apenas meio acordada. É preciso que haja muito mais oração,
muito mais fervoroso esforço, entre os professos crentes." – Mensagens
Escolhidas, Livro 2, pág. 383.
"Vimos e testificamos que o poder do Espírito Santo tem
acompanhado a apresentação da verdade, advertindo pela pena e pela
palavra, e dando as mensagens por sua ordem." – Idem, pág. 388.
Uma Luz que Alumia 88
Assim, medite-se nestas mensagens de advertência do Espírito de
Profecia:

1 – Deixar a Igreja é Apostatar da Verdade.

"Não podemos agora descer dos fundamentos que Deus


estabeleceu. Não podemos agora entrar para qualquer organização
nova; pois significaria apostatar da verdade." – Testemunhos Seletos,
vol. II, pág. 363. (Grifo Nosso)
A Igreja Adventista do Sétimo Dia foi suscitada por Deus, no seu
devido tempo. A ela Deus confiou a tríplice mensagem, a verdade
presente. O Espírito de Profecia testifica desta preferência de Deus,
desta escolha.
Portanto, é lógico, afastar-se dela para entrar em qualquer
organização nova é apostatar da verdade. Esse qualquer significa muito;
é amplo em sua aplicação. Pois sair da igreja verdadeira para qualquer
outra, sob qualquer pretexto, qualquer motivo ou razão, é apostasia.
Então, não há reforma alguma fora da igreja; e muito menos
qualquer organização paralela ao movimento adventista original.
Será que precisaria o Espírito de Profecia ter sido mais claro?

2 – Deus Não Guia Ramificações.

"Deus tem na Terra uma igreja que é Seu povo escolhido, que
guarda os Seus mandamentos. Ele está guiando, não ramificações
transviadas, não um aqui ou outro ali, mas um povo." – Testemunhos
Seletos, Vol. II, pág, 362.
Este Testemunho da irmã White é uma reafirmação sobre a
autenticidade da Igreja Adventista do Sétimo Dia que não admite
contestação, divagações ou subterfúgios.
Uma Luz que Alumia 89
A referência a ramificações transviadas tem endereço certo. As
diferentes "ramificações" do Movimento de Reforma, que se dizem
adventistas, ajustam-se perfeitamente bem ao que disse a serva do
Senhor.
Ora, se Deus não está guiando "ramificações transviadas", quem
então é o patrocinador e mantenedor desses "movimentos"?
E nenhum reformista deve ser tão ingênuo assim para continuar
iludido. A Igreja Adventista do Sétimo Dia é o tronco original, a
verdadeira igreja. Eles – os reformistas – admitem que saíram de nós.
Sua campanha junto aos nossos membros é de que estamos
apostatados. Logo, confessam com isto que são ramo, formam uma
ramificação; e continuam procurando "galhos" em nosso meio para
sobreviverem, para se alimentarem. De um ramo e 1915 na Alemanha,
logo lá mesmo, surgiram outros. Em 1951, em uma de suas quixotescas
"assembléia da Associação Geral" (Até a imitação de nomes denuncia o
RAMO de onde saiu) houve briga e disso resultou sair outro ramo, com
as mesmas características e os mesmos propósitos.
E há um tal de "Cortejo Nupcial" , também ramo saído de Ramo
reformista, que igualmente se diz adventista e ser a igreja verdadeira,
que é mais uma contribuição, degenerada, das forças diabólicas, para
aumentar a confusão em torno do nome Adventista do Sétimo Dia.
Porque nenhum deles abre mão do nosso nome, por conveniência,
naturalmente, para tirarem proveito das "riquezas da graça de Cristo
em nosso meio".
Há um outro ramo de adventistas que se diz da promessa. É um
ramo pentecostal, criado por um cidadão que fora obreiro bíblico
adventista no nordeste do país. Ele apostatou, saiu do tronco, e criou a
"sua igrejinha", indicando-se a si próprio pastor. Esse homem tomou o
rumo pentecostal porque antes de vir para a igreja adventista, antes da
sua conversão, fora pentecostal. Foi mais um "iluminado" que o diabo
alinhou na galeria de "ramificações".
Uma Luz que Alumia 90
Afinal, todas essas ramificações pelo menos servem para uma
coisa: para testificar da razão de haver a irmã White dado a advertência
que citamos.
Desta forma, prezado irmão reformista, deixe de ser elemento de
comprovação profética negativa. Venha para o tronco original. Saia da
confusão desses movimentos espúrios, pois nenhum deles é e nunca o
será o que pretendem ser.
Não se deixe, amigo, prender pela força das amizades que tem na
igreja ramificada que freqüenta. Esse é um jugo que você precisa
quebrar, se é o caminho da verdade que deseja palmilhar, mas na igreja
verdadeira.
Renuncie, amigo reformista, alma sincera que julgamos seja, a sua
condição de combatente gratuito. Não seja um Saulo de Tarso moderno
antes de Damasco; mas imite-o no despertar da consciência, ante o
chamamento do Senhor.
Sua sorte pode ser decidida hoje, ao ler este capítulo.
Não lhe é conveniente recalcitrar contra os aguilhões da verdade
que lhe estamos oferecendo neste trabalho.

3 – O Uso Errado dos Testemunhos.

As religiões evangélicas em geral procuram provar sua


autenticidade por meio de citações bíblicas, especialmente quando
querem "provar" porque guardam o domingo.
Os reformistas se apegam aos Testemunhos da irmã White. E
fazem isto exatamente da maneira que ela previu que seria feito.
Vamos dar a seguir algumas dessas citações da irmã White:
"Ver-se-á que estes que proclamam mensagens falsas não terão
um alto senso de honra e integridade. Enganarão o povo, e porão de
mistura com o erro os Testemunhos da irmã White, servindo-se de seu
nome para dar influência à sua obra. Escolhem dos Testemunhos certos
Uma Luz que Alumia 91
trechos que acham que podem ser torcidos de modo a apoiar sua
atitude e põe-nos uma moldura de falsidade, para que o seu erro tenha
peso e seja aceito pelo povo." – Testemunhos para Ministros, pág. 42.
(Grifo Nosso)
Circulou entre os reformistas e era muito usado por seus obreiros,
uma citação de um livro atribuído de autoria da irmã White, sob o título
"Taking Up the Reproach". Lógico que desse "livro" só eram conhecidas
as palavras da citação usada, a qual favorecia a espécie de trabalho
feito pelos reformistas contra a Igreja Adventista do Sétimo Dia.
O Pastor Arthur L. White, neto da irmã White e um dos
depositários dos seus escritos, foi consultado, por carta, por mais de
uma pessoa, que desejava saber da veracidade dessa citação. A todos o
Pastor White respondeu a mesma coisa:
"This is not an authentic E. G. White statement. We have never
found any such statement in her writings, published or unpublished. We
have never been able to find the document titled "Taking Up the
Reproach" in which it is said that this statement appears."
O trecho acima está na carta que o Pastor Arthur L. White escreveu
ao irmão Paulo Dobelin, em data de 2 de junho de 1970, quando ele
trabalhava na Missão Mato-grossense; presentemente, o irmão Paulo é
obreiro da Associação Paulista.
Q que foi feito com respeito à citação acima e a invenção de que
fora tirada de um livro da irmã White, é crime revisto em lei. Quem foi o
autor dessa fraude?
Ela era usada pelos reformistas, e quando aqui no Brasil se
descobriu a fraude e nos arraiais da Reforma souberam disso, não nos
consta que tenham aberto inquérito para apurar responsabilidades.
Também não sabemos se eles continuam a impingir essa pílula
envenenada.
Mas que respeito se pode ter de quem assim procede, seja quem
forjou ou usou sabendo-a falsa?
Uma Luz que Alumia 92
Há tempos tomos consultados por um obreiro da Reforma sobre a
autenticidade dessa citação. Na oportunidade estava presente o
falecido Pastor Jerônimo Garcia que, como nós, estranhou e pôs dúvida
sobre a autenticidade. Também escrevemos para os Estados Unidos, ao
Pastor Moisés S. Nigri, sobre o assunto. E não tardou veio-nos a mesma
resposta, pondo a descoberto a fraude. Para nossos irmãos do setor dos
livros da irmã White foi surpreendente constatar tanta maldade.
O obreiro da Reforma a que nos referimos acima, disse-nos na
ocasião da consulta: "Se essa citação for falsa, então é o fim do
mundo!" Pouco depois disso ele era batizado com sua esposa na Igreja
Adventista do Sétimo Dia.
Que esperam mais os irmãos sinceros que estão em algum desses
movimentos reformistas, para saírem de lá enquanto é tempo? Por
acaso desejam sucumbir com eles no juízo final?

4 – Ausência de Credencial Divina.

"Quando homens se levantam, pretendendo ter uma mensagem de


Deus, mas em vez de combaterem contra os principados e potestades, e
os príncipes das trevas deste mundo, eles formam um quadrado, virando
as armas de guerra contra a igreja militante, tende medo deles. Não
possuem as credenciais divinas." – Testemunhos para Ministros, pág. 22. (Grifo Nosso)
A Igreja Adventista do Sétimo Dia é a Igreja militante, por isso ela
será, na segunda vinda do Senhor, a Igreja Triunfante. A liderança de
Deus na Igreja Adventista do Sétimo Dia é inconteste. Logo, quem a
combata, seja de que forma for, não possui credenciais divinas. Nesse
caso, de quem são suas credenciais? Do inimigo de Deus certamente.

5 – A Ilusão de Ser Um Pequeno Grupo.


Uma Luz que Alumia 93
Os reformistas têm prazer em chamar a Igreja Adventista do
Sétimo Dia de Igreja Grande, para por em relevo a deles que é pequena.
E é tal a cegueira entre os reformistas, de que o ser assim um pequeno
e reduzido número de crentes é sinal de segurança, que crêem ser o
povo de Deus verdadeiro. Vejam o que a irmã White disse:
"Erguem-se continuamente pequenos grupos que crêem que Deus
está unicamente com os poucos, os dispersos, e sua influência é
derribar e espalhar o que os servos de Deus constróem. (...) Eles ficam
separados do povo a quem Deus está conduzindo e fazendo prosperar,
e por meio de quem há de realizar Sua grande obra." – Testemunhos
Seletos, Vol. 1, 166. (Grifo Nosso)
Vede quão diferente é que o Espírito de Profecia diz com respeito
ao povo de Deus. É um povo que prospera. As estatísticas Adventistas
neste aspecto dão eloqüente testemunho. Nelas se evidencia a direção
de Deus na Sua obra.
Os ensinos dos reformistas, nesse jogo de provarem autenticidade,
são um quebra-cabeças com peças habilmente recortadas e no feitio
certo para o que se destinam. Essa do pequeno número é uma delas.
Teve que ser arranjada porque a coisa não crescia mesmo. Então o
quartel-general forjou a peça do pequeno número, devidamente
enfeitada com os 144 mil, e deu para os inocentes brincarem.

6 – Perigo das Idéias Novas.

"Advirto a Igreja Adventista do Sétimo Dia a ser cuidadosa quanto


à maneira porque recebeis toda idéia nova e aqueles que pretendem
ter grande iluminação. O caráter de sua obra parece ser acusar e
despedaçar." – Mensagens Escolhidas, Livro 2, pág. 69.
Acusar e despedaçar tem sido a obra dos reformistas. Convencem
um ou outro do nosso meio por meio de acusações. Acusam seus
próprios membros quando não submetem a consciência ao padrão
Uma Luz que Alumia 94
bitolado pelos dirigentes. Despedaçam almas, especialmente de jovens
do seu meio, pela imposição de idéias novas. Seu comportamento está
bem definido pelo Espírito de Profecia. Nesse aspecto – e somente
nesse – são um movimento profético. Um movimento acusador e
desagregador.

7 – A Mensagem do 4.° Anjo: Sair de Babilônia, não da Igreja


A.S.D.

"Vi então outro poderoso anjo comissionado para descer à Terra, a


fim de unir sua voz com o terceiro anjo, e dar poder e força à sua
mensagem. Grande poder e glória foram comunicados ao anjo, e,
descendo ele, a Terra foi iluminada com sua glória. À luz que
acompanhava este anjo penetrou por toda parte, ao clamar ele
poderosamente, com grande voz: 'Caiu, caiu a grande Babilônia, e se
tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e
esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável.' Apoc. 18:2. A
mensagem da queda de Babilônia conforme é dada pelo segundo anjo,
é repetida com a menção adicional das corrupções que têm estado a
entrar nos igrejas desde 1844. A obra deste anjo vem, no tempo
devido, unir-se à última grande obra da mensagem do terceiro anjo,
ao tomar esta o volume de um alto clamor. E o povo de Deus assim se
prepara para estar em pé na hora da tentação que em breve devem
enfrentar. Vi uma grande luz repousando sobre eles, e uniram-se
destemidamente para proclamar a mensagem do terceiro anjo." –
Primeiros Escritos, pág. 277. (Grifo Nosso)
Os reformistas pretendem ser esse 4.° anjo; e para isso torcem a
revelação que a irmã White teve. E se a citação acima pudesse ser
aplicada aos reformistas, ainda restaria uma dúvida: a qual dos
"movimentos" de reforma ele se aplicaria?
Uma Luz que Alumia 95
Mas medite-se nas partes que sublinhamos. Não há aí nenhuma
citação a desunir. O 4.° amo veio "unir a sua voz" ao trabalho que já
estava sendo feito. Foi um reforço, um símbolo de incremento à
mensagem de Deus a todas as nações de Apoc. 14:9-11. É uma
repetição da mensagem do segundo anjo, necessária agora pelo
incremento das corrupções que entraram nas igrejas. Não na Igreja
Adventista do Sétimo Dia, mas nas que constituem Babilônia.
A irmã White mesma explica a aplicação desta sua mensagem
assim: "Esta mensagem indica um tempo em que o anúncio da queda
de Babilônia, conforme foi feito pelo segundo anjo do capítulo 14 do
Apocalipse (verso 8), deve repetir-se com a menção adicional das
corrupções que têm estado a se introduzir nos várias organizações que
constituem Babilônia, desde que esta mensagem foi pela primeira vez
proclamada, no verão de 1844. Descreve-se aqui uma terrível
condição do mundo religioso." – O Grande Conflito, pág. 603. (Grifo
Nosso)
O clamor para sair de Babilônia continua a ser proclamado e é a
Igreja Adventista do Sétimo Dia que o está fazendo, pois a ela foi
entregue tal incumbência. O que a Reforma clama é que nossos
membros saiam da igreja verdadeira, do nosso meio, e se filiem a eles. E
isto interessa ao diabo. A mensagem do quarto anjo veio unir-se às
mensagens dos outros anjos de Apocalipse 14, proclamadas pelo povo
de Deus, mas os reformistas entendem-na que é para sair, desunir.
A mensagem do 4.° anjo nunca poderia ser interpretada como
simbolizando a obra dos reformistas, porque desde o seu surgimento o
caráter do seu trabalho foi o mesmo: atacar a Igreja Adventista do
Sétimo Dia e apontá-la como Babilônia. E quando é que a Terra foi
iluminada com o trabalho deles, se é que representam o 4.° anjo?
Uma das formas pelas quais Deus tem feito chegar a Sua Mensagem
a muitos povos e lugares é pela página impressa. E onde está a
imprensa reformista para fazê-lo?
Uma Luz que Alumia 96
Notem estas citações do Espírito de profecia:
"Fui instruída de que os importantes livros que contêm a luz dada
por Deus com respeito à apostasia de Satanás no Céu, deveriam ter
vasta circulação justamente agora; porque por meio deles a verdade
atingirá muitas mentes. Patriarcas e Profetas, Daniel e Apocalipse e O
Grande Conflito são agora mais necessários do que nunca antes.
Deveriam circular amplamente, porque as verdades a que dão ênfase,
abrirão muitos olhos cegos. ... Review and Herald, de 16 de fevereiro de
1905." – O Colportor Evangelista, pág, 123.
E aí está a voz do profeta da Igreja de Deus, instruindo sobre o que
deveria ser feito com os citados livros.
E como é, estão os reformistas fazendo isso? Por certo que não. E
por que? Ora, porque eles não possuem esses livros. Esses livros são
parte do conjunto que forma o Espírito de Profecia na Igreja. E o
Espírito de Profecia foi dado à Igreja Adventista do Sétimo Dia.
É preciso ser mais claro o assunto do 4.° anjo?
Os reformistas estão correndo sem o Espírito de Profecia e por isso
não podem iluminar coisa alguma.

8 - O Alto Clamor.

"A mensagem contida no folheto intitulado O Alto Clamor, é um


engano. Semelhantes mensagens hão de apresentar-se e delas será
declarado serem enviadas de Deus, mas tal declaração será falsa; pois
não estão cheias de luz, mas de trevas. Surgirão mensagens de
acusação contra o povo de Deus, imitando a obra feita por Satanás em
acusar o povo de Deus, e estas mensagens serão proclamadas na
mesma ocasião em que Deus diz a Seu povo: 'Levanta-te, resplandece,
porque já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti.
Porque eis que as trevas cobriram a Terra e a escuridão os povos; mas
Uma Luz que Alumia 97
sobre ti o Senhor virá surgindo e a Sua glória se verá sobre ti." –
Testemunhos para Ministros, pág. 41 e 42. (Grifo Nosso)
Alto Clamor não é um brado que conclame à desunião, na
tentativa de destruir o que Deus há construído. Qualquer mensagem
nesse sentido imita a "obra feita por Satanás em acusar o povo de
Deus."
Mensagens dessa natureza têm vindo e virão para contrafazer a
resplandecente glória de Deus sobre o Seu povo.

9 - Apelo à Unidade.

"Insto com os que professam crer na verdade, que andem em


união com os irmãos. Não procureis dar ao mundo ocasião de dizer que
somos extremistas, que somos desunidos , que um ensina uma coisa e
outro, outra. Evitai a dissensão. Esteja cada qual em guarda, e seja
cuidadoso a fim de que seja encontrado na brecha, para restaurar a
ruptura, em vez de se colocar junto do muro a procurar fazer uma
brecha. Sejam todos cuidadosos para não clamarem contra o único
povo que está cumprindo a descrição dada do povo remanescente,
que guarda os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus, e que exalta
a norma de justiça nestes últimos dias." – Testemunhos Seletos, Vol. II,
pág. 361. (Grifo Nosso)
Esse é um dos muitos apelos da irmã White à unidade. E também
ocasião para reafirmar a existência de um povo que está cumprindo a
descrição dada de povo remanescente.

10 – Igreja Imperfeita.

"A igreja de Cristo na Terra será imperfeita, mas Deus não destrói
Sua igreja por causa de sua imperfeição. Tem havido e haverá os que
se acham possuídos de zelo mas não com entendimento, os quais
Uma Luz que Alumia 98
desejam purificar a igreja e desarraigar o joio do meio do trigo. Mas
Cristo proveu luz especial quanto à maneira de tratar os que erram, e os
inconversos na igreja. ... Ao mesmo tempo que o Senhor traz para a
igreja os verdadeiramente convertidos, Satanás traz para sua comunhão
pessoas não convertidas. Enquanto Cristo semeia a boa semente,
Satanás semeia o joio. Duas influências oponentes se exercem
continuamente sobre os membros da igreja. Uma influência atua a
favor da purificação da igreja, e a outra a favor da corrupção do povo de
Deus." – Testemunhos para Ministros, pág. 46. (Grifo Nosso)
É fato liquidado a existência da igreja verdadeira. Não há dúvida
quanto a isso e de ser essa igreja o povo adventista do sétimo dia. Mas
nela há imperfeições, porque há em seu meio joio que o maligno
semeou. O fato de um membro faltoso ser excluído da igreja não a
purifica, pois a porta da graça ainda não se fechou e o plano de
evangelização continua. Deste modo, da mesma forma que se ganham
almas sinceras para Cristo, o diabo procura também introduzir
inconversos. Mas este jogo, esta luta entre as duas influências
oponentes que continuamente atuam sobre os membros da igreja, faz
parte da luta contra o pecado; e isto irá até a cessação da graça.
Então, nesse momento, o Senhor é que vai julgar os que ainda
estão dentro da igreja mas não merecem a salvação. Mas o povo de
Deus não muda a sua estrutura, porque Deus não destrói Sua Igreja.

11 – Reavivamento e Reforma.

"Reavivamento e reforma são duas coisas diversas. Reavivamento


significa renovação da vida espiritual, um avivamento das faculdades da
mente e do coração, uma ressurreição da morte espiritual. Reforma
significa uma reorganização, uma mudança nos idéias e teorias, hábitos e
práticas. A reforma não fará o bom fruto da justiça a menos que seja
Uma Luz que Alumia 99
ligada com o reavivamento do Espírito ." – Mensagens Escolhidas, Livro I,
pág. 121. (Grifo Nosso)
A Igreja Adventista do Sétimo Dia é uma igreja de reformadores
por excelência. Ela não passou por reforma, sua existência é que deu se
deu em conseqüência de reformas. Primeiro vejo o reavivamento antes
de 1844, que despertou o mundo religioso de então para as profecias
da Palavra de Deus. O desapontamento resultou na formação de
crentes, que continuou a estudar as Profecias e, como resultado de sua
sinceridade, humildade e consagração, obtiveram de Deus resposta a
suas petições.
Depois uma pessoa desse grupo (a jovem Ellen, 11 anos) recebeu
visões e sonhos. O Espírito Senhor veio sobre ela e a usou como
instrumento em Suas mãos para a formação da Igreja Adventista do
Sétimo Dia. Então começou a reforma ou seja, "uma reorganização,
uma mudança nas idéias e teorias, hábitos e práticas". Em conseqüência
disto, surgia o povo escolhido de Deus, a Igreja remanescente, a Igreja
reformadora, que leva aos que estudam seus princípios, mediante a
operação do Espírito Santo, a uma mudança nas suas idéias e teorias,
nos hábitos e nas práticas; ao abandono e a renúncia daquilo que antes
fazia e praticava como membro de alguma das igrejas populares.
Converte-se ao adventismo reformado e para ser, agora como membro
da igreja, um reformador.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia não abre mão deste seu
privilégio e está consciente de suas responsabilidades como povo
reformador, cujas princípios e o apego à Lei de Deus são uma constante
renovação ao mundo pecador.
E esta é uma posição que lhe foi confiada por Deus.
Pretender, quem quer que seja, tomar esse lugar, é muita ousadia
e pretensão.

12 – Peneiramento.
Uma Luz que Alumia 100

"Quando for anulada a lei de Deus, a igreja será penetrada por


ardentes provações, e uma proporção maior do que agora prevemos
dará ouvidos a espíritos sedutores e a doutrinas de demônios. Em vez
de serem fortalecidos quando levados a situações angustiosas, muitos
provam não serem varas vivas da Videira verdadeira, não dão fruto, e o
lavrador os corta." – Evangelismo, pág. 361. (Grifo Nosso)
Nesse peneiramento por certo entrarão muitos que agora
supomos varas vivas. O número dos que não resistirão as provas do
peneiramento será, é-nos dito, em proporção maior do que agora
prevemos. Podemos compreender que nesse número estará o joio que
veio acompanhando o trigo através de anos.
Muitos reformistas olham para certos membros da Igreja
Adventista do Sétimo dia apontando neles defeitos e faltas, em quase
sua totalidade em seu aspecto material (pois as faltas de aspecto moral
e doutrinário têm o pronunciamento da igreja a seu devido tempo). E
vendo isso em algumas pessoas logo apontam o dedo escarnecedor e
reprovador. Curioso é que os que visitam uma igreja reformista pela
primeira vez, ficam admirados de ver também ali membros que não
andam segundo o "figurino" da reforma.
Pretender santificação em base analítica, dando pontos a itens que
nos pareçam favoráveis, é muito perigoso. Aliás, esse é um processo
farisaico. Eles andavam após os passos de Jesus à cata de algo
censurável. Esse era o "ministério" dos fariseus.
Os métodos disciplinares e as exclusões na Igreja Adventista do
Sétimo Dia estão previstos no Manual da Igreja e sobre os mesmos há
no Espírito de Profecia orientação segura de como tratar com os que
erram. Nossos métodos não são farisaicos.
O Senhor nos há ordenado que edifiquemos as pessoas e não as
quebrantemos. "Seja a vossa moderação conhecida de todos os
homens. Perto está o Senhor." – Filip. 4:5
Uma Luz que Alumia 101
CAPÍTULO 13
POR QUE BABILÔNIA?

Os reformistas usaram, abusaram e se cansaram de chamar a


Igreja Adventista do Sétimo Dia de Babilônia. Para benefício das almas
sinceras que há ainda entre os reformistas, coletamos algumas citações
do Espírito de Profecia, nas quais é feita referência a Babilônia. São
Estas:

1 – Engano Satânico.

"Meu irmão, soube que estais assumindo a posição de que a igreja


adventista do Sétimo Dia é Babilônia e de que todos que se querem
salvar devem sair dela. Não sois o único homem que o diabo tem
enganado nessa questão. Durante os últimos quarenta anos, um
homem após outro tem-se levantado, alegando que o Senhor o enviou
com a mesma mensagem; mas permiti-me dizer-vos, como a eles tenho
dito, que essa mensagem que proclamais é um dos enganos satânicos
destinados a criar confusão entre as igrejas." – Trecho de carta que a
irmã White dirigiu, de Nova Zelândia, onde se encontrava, a 23 de
março de 1893, a um irmão. – Está em Testemunhos Para Ministros,
pág. 58, 59. (Grifo Nosso)
Os reformistas muito se valeram na sua campanha contra a Igreja
Adventista do Sétimo Dia da alegação de ser ela Babilônia. Criaram com
isso alguma confusão entre incautos, especialmente quando ainda não
tínhamos aqui no Brasil os livros da irmã White traduzidos,
especialmente os Testemunhos.
Mas quando usaram essa "arma" contra a igreja, que mensagem
estavam proclamando? Quem os instigou a fazer tal coisa? É muito
claro, pela citação acima do Espírito de Profecia, que sua obra era
diabólica. E hoje, depois que decidiram não chamar mais a Igreja
Uma Luz que Alumia 102
Adventista do Sétimo Dia de Babilônia, de quem é a sua obra se ainda
continuam a combatê-la? Naturalmente que ainda estão sob a
influência do mesmo líder que os desenhistas em geral pintam dotado
de chifres e cauda.

2 – Uma só Igreja – Um Só Acusador.

"No mundo só existe uma igreja que presentemente se acha


brecha, tapando o muro e restaurando os lugares assolados; todo o
homem que chamar a atenção do mundo e de outras igrejas para esta
igreja, denunciando-a como Babilônia, está trabalhando de acordo com
aquele que é o acusador dos irmãos." – Testemunhos Seletos, vol. II,
pág. 356.
O fato de se omitirem hoje de chamar a Igreja Adventista do
Sétimo Dia de Babilônia, não elimina a posição que os reformistas têm,
de acusadores dos irmãos. Assim, continuamos na mesma: nós a Igreja
verdadeira; eles, trabalhando de acordo com o acusador supremo. A
obra dos reformistas, em muitos dos escritos da irmã White, está
claramente exposta; seus chefes terão duras contas a pagar perante
Deus por alimentarem os poucos fiéis que possuem com um punhado
de bolotas acusatórias; criando com isto entre essa humilde plêiade de
pessoas uma falsa imagem da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e com
isto garantindo para si um lugar para viverem, mas às cegas e na
ignorância.

3 – Mau Emprego dos Testemunhos.

"Pretender que a Igreja Adventista do Sétimo Dia seja Babilônia, é


fazer a mesma declaração que faz Satanás, que é um acusador dos
irmãos, acusando-os dia e norte perante Deus. Por esse mau emprego
dos Testemunhos, almas são levadas à perplexidade, porque não
Uma Luz que Alumia 103
podem compreender a relação dos Testemunhos para com a atitude
assumida pelos que se acham no erro; pois Deus deseja que os
Testemunhos estejam sempre emoldurados na verdade." –
Testemunhos para Ministros, pág. 42 e 43. (Grifo Nosso)
Ainda hoje, o mau emprego dos Testemunhos é uma especialidade
dos obreiros reformistas. Todas as advertências e reprovações que a
irmã White escreveu, eles as separam como aplicáveis somente à Igreja
Adventista do Sétimo Dia. Imaginem se hoje os cristãos fizessem assim
com respeito ao Velho Testamento, sob a alegação de ter sido escrito
para os judeus! E como a obra deles é essa, não têm interesse no
conjunto dos ensinamentos dos Testemunhos (não têm interesse e nem
a força impelente de Deus para fazê-lo), que é a evangelização dos
povos, o erguer casas publicadoras, hospitais, escolas, fábricas de
alimentos, etc. Pretendem ser o povo de Deus sem fazer as obras que o
Espírito de Profecia indicou devesse ser feita. E não a fazem porque ao
demônio – que os instiga contra a Igreja Adventista do Sétimo Dia – não
interessa que pelo menos isso fosse feito de meritório.

4 – Falsos Mensageiros.

"Digo novamente: O Senhor não falou por nenhum mensageiro


que chame a igreja que observa os mandamentos de Deus, Babilônia. É
verdade que há joio com o trigo, mas Cristo disse que enviaria Seus
anjos para juntar primeiro o joio e atá-lo em molhos para ser queimado,
mas recolher o trigo no celeiro. Sei que o Senhor ama Sua igreja. Ela
não deve ser desorganizada ou esfacelada em átomos independentes.
Não há nisto a mínima coerência; não existe a mínima evidência de
que tal coisa venha a se dar. Aqueles que derem ouvidos a essa falsa
mensagem e procurarem fermentar outros, serão enganados e
preparados para receber mais avançados enganos, e virão a nada." –
Mensagens Escolhidas, Livro 2, pág. 68, 69. (Grifo Nosso)
Uma Luz que Alumia 104
Não é só uma mensagem de alerta que a irmã White está dando
nessa citação, com respeito aos falsos mensageiros, mas é sumamente
importante que se atente para o que ela diz com respeito à Igreja
Adventista do Sétimo Dia:
– Que Deus tem a Sua Igreja.
– Que ela não será desorganizada nem esfacelada.
– Que não existe nenhuma evidência de que tal coisa venha a dar-se.
Portanto, meus amigos reformistas sinceros, não percam tempo. A
irmã White viu que nenhuma evidência existia de que a Igreja viesse a
desorganizar-se e esfacelar-se. Ela permaneceria una, organizada,
coesa, forte, até ao fim, cumprindo a tarefa que o Senhor lhe há
confiado, que é intransferível.
Mas os falsos mensageiros ainda por aí andam, na ingrata missão
de sapadores ou de roedores noturnos. E é justamente por causa da
persistência desses iludidos batalhadores e "por amor aos irmãos
sinceros" que ainda estão nos reduzidos e desmoronados redutos
reformistas, que dispensamos tempo na preparação deste trabalho. E
também para alertar os que estão dentro dos muros de Sião.

5 – Tempo Perdido.

"Desde anos tenho apresentado meu testemunho dizendo que, em


surgindo quaisquer pessoas pretendendo possuir grande luz e não
obstante advogando a demolição daquilo que o Senhor por Seus agentes
humanos tem estado a edificar, acham-se eles muito enganados, e não
trabalham em cooperação com Cristo. Aqueles que afirmam que as
igrejas adventistas do sétimo dia constituem Babilônia, ou qualquer
parte de Babilônia, deveriam antes ficar em casa." - Testemunhos para
Ministros, pág. 36, 37, (Grifo Nosso)
Uma Luz que Alumia 105
O trabalho dos reformistas é a demolição da Igreja Adventista do
Sétimo Dia. Sempre pretenderam ser os novos líderes, a última igreja, o
povo verdadeiro.
Mas a voz repreensiva do profeta é:
– Acham-se eles muito enganados.
– Não trabalham em cooperação com Cristo.
– Seu trabalho é nulo. Por que não ficam em casa?

6 – A Igreja Adventista do Sétimo Dia Vomitada ...

Essa expressão baixa e solerte tem sido muito usada pelos


reformistas. E eles são manhosos no uso de entrelinhas dos
Testemunhos para "provar" essa vomitação. Mas observem mais estas
considerações do Espírito de Profecia:
"Deus está guiando a saída de um povo. Ele tem um povo, uma
igreja na Terra, os quais Ele tornou os depositários de Sua lei. Confiou-
lhes sagrado depósito e verdade eterna para ser dada ao mundo. Ele os
reprovaria e corrigiria. A mensagem aos laodiceanos aplica-se aos
adventistas do sétimo dia que têm tido grande esclarecimento e não
têm andado na luz. São aqueles que têm feito grande profissão, mas
não andado a par com seu Líder, que serão vomitados de Sua boca, a
menos que se arrependam. A mensagem que declara a Igreja Adventista
do Sétimo Dia Babilônia, e chama o povo de Deus a sair dela, não vem
de nenhum mensageiro celeste, ou nenhum instrumento humano
inspirado pelo Espírito de Deus." – Mensagens Escolhidas, Livro 2, pág.
66. (Grifo Nosso)
Que profundidade de ensino há nessas linhas do Espírito de
Profecia! Que maravilha de alerta elas contêm!
Nessa mensagem a irmã White reafirma:
– Deus tem um povo, uma Igreja na Terra, a quem há confiado,
como depositários da Sua lei.
Uma Luz que Alumia 106
– Confiou-lhes sagrado depósito e verdade eterna para ser dada ao
mundo.
– Serão vomitados do povo aqueles que não se arrependem.
Notem, não diz que a Igreja será vomitada como torcem os reformistas.
E ainda assim, Deus abre para os tais uma oportunidade de
arrependimento.
– Mas em surgindo mensageiros que convidem a sair dela, da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, por ser Babilônia, é um falso
mensageiro, é um instrumento nas mãos do diabo.

7 – Uma Mensagem Individual.

"Jesus vem para dar aos membros da igreja, individualmente, as


mais ricas bênçãos, uma vez que eles Lhe abram a porta. Ele não os
chama nem uma vez Babilônia, nem pede que saiam. Mas diz: 'Eu
repreendo e castigo a todos quantos amo' (com mensagens de
reprovação e advertência). Apoc. 3:19. Essas reprovações, eu não
ignoro. Tenho dado advertências porque o Espírito do Senhor me tem
constrangido a fazê-lo, e tenho proferido reprovações porque o Senhor
me tem dado palavras de reprovação. Não tenho recuado de declarar
todo o conselho de Deus, que me tem sido dado para a igreja.
"Direi no temor e amor de Deus: Sei que o Senhor tem
pensamentos de amor e misericórdia para restaurá-los e curá-los de
todas as suas prevaricações. Ele tem uma obra para sua igreja fazer.
Eles não devem ser declarados Babilônia, mas serem o sal da Terra, a
luz do mundo. Devem ser os mensageiros vivos para proclamar uma
mensagem viva nestes últimos dias." – Mensagens Escolhidas, Livro 2;
pág. 67. (Grifo Nosso)
A mensagem individual aos laodiceanos, os reformistas a tomam
como para a igreja como um todo; e nessa linha de argumentação eles
convidam os incautos para saírem da Igreja Adventista do Sétimo Dia. A
Uma Luz que Alumia 107
irmã White dá muita ênfase nas linhas acima, alertando que o Senhor
ao membros não "chama nem uma vez de Babilônia, nem pede que
saiam." Uma mensagem como essa aos laodiceanos, que é de amor e
misericórdia, os reformistas transformam-na em reprovativa e
inapelável. Se pelo profeta o Senhor faz saber que "tem pensamentos
de amor e misericórdia para restaurar", os reformistas transformam em
mensagem punitiva, condenatória.
Nessa própria mensagem da irmã White é dada a certeza de
restauração de muitos que não eram zelosos nos caminhos de Deus,
tanto que ela diz que Deus deseja curá-los para serem sal e luz,
mensageiros vivos.
É uma mensagem de alento e conforto para aqueles que erram e
se arrependem.
Quanta maldade há nos arraiais da reforma; quanta obscuridade
dos propósitos de Deus; quanta casmurrice!

8 – Quem é Babilônia?

"Todo o capítulo [Apoc. 18] mostra que a Babilônia que caiu são as
igrejas que não vão receber as mensagens de advertência que o Senhor
deu na primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Elas
recusaram a verdade e aceitaram uma mentira. Recusaram as
mensagens da verdade. II Tess. 2:1-12. A mensagem do capítulo dezoito
de Apocalipse é positiva e claramente definida. 'Porque todas as nações
beberam do vinho da ira da sua prostituição, e os reis da Terra se
prostituíram com ela; e os mercadores da Terra se enriqueceram com a
abundância de suas delícias.' Apoc. 18:3. Quem quer que leia esse
capítulo não necessita enganar-se." – Mensagens Escolhidas, Livro 2,
pág. 68.
Uma Luz que Alumia 108
Cremos que as considerações deste capítulo são suficientes para
esclarecer o assunto e não seja preciso juntar mais declarações do
Espírito de Profecia além das que fizemos acima.
Assim, encerramos este capítulo com um convite aos reformistas
sinceros, para que meditem sobre o que está no mesmo e que ele seja
um reforço ao muito que dissemos neste trabalho, promovendo a vinda
para a verdadeira Igreja Adventista do Sétimo Dia, antes de serem
julgados participantes dos pecados contra o povo de Deus.

CAPÍTULO 14
UMA PLATAFORMA FIRME E INAMOVÍVEL

"Vi um grupo que permanecia bem guardado e firme, não dando


atenção aos que faziam vacilar a estabelecida fé da comunidade. Deus
olhava para eles com aprovação. Foram-me mostrados três degraus - a
primeira, a segunda e a terceira mensagens angélicas. Disse o meu anjo
assistente: "Ai de quem mover um bloco ou mexer num alfinete dessas
mensagens. A verdadeira compreensão dessas mensagens é de vital
importância. O destino das pessoas depende da maneira em que são
elas recebidas." De novo fui conduzida às três mensagens angélicas, e vi
a que alto preço havia o povo de Deus adquirido a sua experiência. Esta
fora alcançada através de muito sofrimento e severo conflito. Deus os
havia conduzido passo a passo, até que os pusera sobre uma sólida
plataforma inamovível. Vi pessoas aproximarem-se da plataforma e
examinar-lhe o fundamento. Alguns com alegria subiram
imediatamente para ela. Outros começaram a encontrar defeito no
fundamento. Achavam que se deviam fazer melhoramentos, e então a
plataforma seria mais perfeita e o povo muito mais feliz. Alguns
desceram da plataforma para examiná-la, e declararam ter sido ela
colocada erradamente. Mas eu vi que quase todos permaneciam firmes
Uma Luz que Alumia 109
sobre a plataforma e exortavam os que tinham descido a cessar com
suas queixas; pois Deus fora o Mestre Construtor, e eles estavam
lutando contra Ele. Eles reconsideravam a maravilhosa obra de Deus,
que os conduzira à firme plataforma, e em união levantavam os olhos
ao céu e com alta voz glorificavam a Deus. Isto afetou alguns dos que se
tinham queixado e deixado a plataforma, e contritos subiram de novo
para ela." – Primeiros Escritos, pág. 258, 259.
Não foi nenhum dos diversos grupos de Reformas que a irmã
White viu e que está representado pela Firme Plataforma, mas sim o
povo de Deus verdadeiro, a Igreja Adventista do Sétimo Dia. O trecho
acima dos Testemunhos é bem expressivo e retrata uma faceta da
caminhada do povo de Deus, o povo do advento; diz do que vai
acontecer com aqueles que não estão na plataforma da verdade: que
dela saíram ou a tenham rejeitado.
"Alguns desceram da plataforma... declararam ter sido colocada
erradamente."
"Mas vi que quase todos permaneciam firmes sobre a plataforma...".
Alguns queixosos que tinham deixado a plataforma, "contritos
subiram de novo para ela".
O que a irmã White viu na visão da plataforma, está acontecendo
no Brasil e em todo o mundo onde há reformistas, nos poucos lugares
em que os há. Os reformistas sinceros que, iludidos, participaram de
ataques e censuras à Igreja Adventista do Sétimo Dia, estão retornando,
estão vindo para o aprisco verdadeiro, contritos e cheios de gratidão a
Deus.

"Somos o povo de Deus, observador dos mandamentos. Nos


passados cinqüenta anos tem-se feito pressão sobre nós com toda sorte
de heresias, a fim de embotar-nos o espírito em relação aos ensinos da
Palavra - especialmente quanto ao ministério de Cristo no santuário
celestial e à mensagem do Céu para estes últimos dias, como foi dada
Uma Luz que Alumia 110
pelos anjos do décimo quarto capítulo do Apocalipse. Mensagens de
toda espécie e feitio têm feito pressão sobre os adventistas do sétimo
dia, pretendendo substituir a verdade que, ponto por ponto, tem sido
buscada com estudo e oração, e atestada pelo poder milagroso do
Senhor. Mas os marcos que nos tornaram o que somos, devem ser
preservados, e sê-lo-ão, conforme Deus o mostrou mediante Sua
Palavra e o testemunho de Seu Espírito. Ele nos conclama a nos
apegarmos firmemente, com a mão da fé, aos princípios fundamentais
baseados em autoridade inquestionável." – Mensagens Escolhidas,
Livro 1, pág. 208. (Grifo Nosso)
Medite-se nas palavras que sublinhamos. Estamos agora com mais
de cento e trinta anos de fundação e, com a graça de Deus, podemos
dizer que esses marcos têm sido preservados. Graças ao Senhor, à
provisão da Sua graça, a obra adventista tem contado com gerações
sucessivas de. homens de Deus que souberam levar avante o trabalho
em toda parte do mundo. Homens de diferentes raças, chamados por
Deus, estão à testa da obra em diferentes partes do mundo.
A irmã White não só diz que os marcos "devem ser preservados'"
mas afirma, profeticamente, "e sê-lo-ão". E é o que tem acontecido.
O Último Convite Divino é o título do Capitulo 38 do livro O Grande
Conflito, da irmã White. Nesse capítulo ela apresenta uma mensagem
de alerta e descreve condições dos últimos dias. No segundo parágrafo,
na sexta linha, ela diz:
"Descreve-se aqui uma terrível condição do mundo religioso. A
cada rejeição da verdade o espírito do povo se tornará mais
entenebrecido, mais obstinado o coração, até que fique entrincheirado
em audaciosa incredulidade." – O Grande Conflito, pág. 603.
Esta mensagem e advertência da serva do Senhor serve também
para os irmãos reformistas, seja de que grupo forem.
Com este trabalho estamos pondo nas mãos de muitos uma
mensagem de alerta e de advertência. Não é a primeira que chega a
Uma Luz que Alumia 111
muitos, da parte da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Por diferentes
meios isto tem sido feito. Na verdade, cada conquista da Igreja
Adventista do Sétimo Dia, cada feito seu, mesmo faltas de seus
membros, é motivo de lembrança da existência do povo escolhido por
Deus. Um convite à reflexão.
A despeito disto, muitos ainda permanecem surdos aos apelos e
indiferentes às evidências. Por isso, ao ensejo deste trabalho, que é
mais uma oportunidade que Deus faz chegar aos irmãos sinceros que
ainda estão nesses grupos de Reforma, convém meditar no que diz a
irmã White, no texto acima citado: "A cada rejeição da verdade o
espírito do povo se tornará mais entenebrecido, mais obstinado o
coração, até que fique entrincheirado em audaciosa incredulidade."
Este é o estado de espírito que aguarda os que rejeitam mensagem
após mensagem para saírem da confusão e se aliarem ao verdadeiro e
único povo de Deus.
Os diferentes grupos de Reforma armaram um esquema de ação
contra a Igreja Adventista do Sétimo Dia que, sem o perceberem, é uma
arma diabólica contra eles próprios; é um círculo fechado dentro do
qual estão entrincheirados e que lhes tolhe a visão da realidade e do
seu próprio estado espiritual.
Com este trabalho, mais uma vez "a semente foi semeada e agora
(esperamos) brotará e frutificará", em muitos corações.
É o que oramos ao Senhor.
Uma Luz que Alumia 112
CAPÍTULO 15
QUEM SÃO OS 144 MIL?

O assunto 144 mil é daqueles que favorece o interesse


especulativo, devido ao pouco que se sabe disso pela Bíblia.
A mulher de Caim também tem sido motivo de indagações e de
exploração especulativa.
Esses pontos bíblicos e muitos outros, no entanto, não favorecem
a investigação sincera como acontece com as profecias bíblicas, as quais
no passado foram muito estudadas e investigadas por diferentes
expositores da Palavra de Deus. As divergências havidas nessa
oportunidade foram próprias da época que ensejava esses estudos e,
também, em alguns casos, a falta de mais esclarecimentos históricos,
inclusive datas.
Mas tal não é o caso dos 144 mil. Nisto não há possibilidade de
investigação, não há elementos de estudo para análise e conclusões
acertadas. Apenas tem-se o pouco que está revelado na Palavra de
Deus e nos Testemunhos.
E o que está revelado é o suficiente, dentro dos propósitos de
Deus.
Em todas as épocas do cristianismo houve indivíduos de espírito
especulativo, cujos intentos revelaram-se à fé cristã e serviram aos
interesses perturbadores do maligno.
Falsas ciências, teorias panteístas, ensinos espíritas, fanatismos de
todas as espécies, interpretações bíblicas falsas e especulativas, são
marcos que pontilharam a progressão do cristianismo, pretendendo
embaraçar-lhe o avanço, criar confusão e desviar a atenção de almas
sinceras de aspectos mais sérios e importantes da Bíblia.

REPETIÇÃO DOS FATOS


Uma Luz que Alumia 113
"A experiência do passado há de repetir-se. No futuro as superstições
de Satanás assumirão novas formas. Erros serão apresentados de maneira
agradável e lisonjeira. Falsas teorias revestidas de trajes de luz,
apresentar-se-ão ao povo de Deus. Assim procurará Satanás enganar, se
possível, até os escolhidos. As mais sedutoras influências serão exercidas;
mentes serão hipnotizadas." – Testemunhos Seletos, vol. III, pág. 271.
Portanto, faz parte da luta todo esforço tendente a enganar e a
exercer influência junto ao povo de Deus.
Nessa linha está a interpretação que os reformistas dão ao assunto
144 mil. E disso eles fazem uma "prova" de portadores da verdade.
A estreiteza de conhecimento teológico que possui a liderança da
Igreja da Reforma, a ausência completa de teólogos e de professores
formados em cursos superiores de teologia, respondem por essa
conduta especulativa. Procedem como qualquer iletrado, com a
agravante das intenções e de estarem a serviço de influências que
sempre combateram o povo de Deus.
Mas os sinceros que por si mesmos investigam e raciocinam, Deus
ampara e não deixa cair na ilusão do erro, seja ele qual for.
Há graves perigos na interpretação errada de textos bíblicos. É
mais seguro não saber como interpretar muitos deles (e isto acontece
com a grande maioria dos fiéis, pois nem todos têm curso teológico e
nem se pode esperar que o venham a ter).
O essencial é saber dar a razão da fé e da esperança que levam a
Cristo, e sentir o poder de Deus nos caminho da vida, na fiel obediência
aos Seus ensinos.
"Não tinham os primeiros discípulos que enfrentar os ditos dos
homens? Não tinham eles que ouvir falsas teorias, e então havendo feito
tudo, ficar firmes, dizendo: 'Ninguém pode pôr outro fundamento, além
do que já está posto'? I Cor. 3:11."– Testemunhos Seletos, vol. III, pág. 274.
"Vivemos em época de muita luz; mas muitas coisas que se chama
luz está abrindo o caminho para a sabedoria e as artimanhas de
Uma Luz que Alumia 114
Satanás. Muitas coisas serão apresentadas que parecerão verdadeiras,
e contudo terão que ser ponderadas cuidadosamente, com muita
oração; pois podem ser sutis estratagemas do inimigo." – Idem, pág.
268.

"CADA UM, PORÉM, POR SUA PRÓPRIA ORDEM"

Antes de chegarmos ao ponto dos 144 mil, precisamos considerar


os diferentes aspectos que envolvem as ressurreições apontadas na
Bíblia, pois os 144 mil têm relacionamento com isso.
Assim, analisemos o assunto ressurreição.

1 – Cristo Como Primícias.

"Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele as primícias


dos que dormem... Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as
primícias; depois os que são de Cristo, na Sua vinda." – I Cor. 15:20 e 23 .
É muito significativa a expressão usada por S. Paulo nos versos
acima e que serve de tópico desta parte: "Cada um, porém, por sua
própria ordem."
"Cada um", dá sentido individual.
"Ordem" – Vem do grego TAGMA, palavra esta que "não acorre em
outra parte do Novo Testamento. A palavra foi originalmente um termo
militar, e exprime a idéia de uma série de categorias, tais como são sugeridas
neste verso." – Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 6, pág. 805.
É lógico, portanto, que a ressurreição dos justos obedeceria a uma
cerro ordem, por categorias, consoante os planos de Deus. E é bom
pensarmos nisso para aquilatar quão grande será o número dos salvos,
daqueles que morreram justificados pela fé, tanto nos tempos do Velho
Testamento (ou melhor dito, desde Adão), como na dispensação cristã.
Então, há ressurreições escalonadas. Vejamos.
Uma Luz que Alumia 115
2 – Primícias dos Que Dormem.

"Abriram-se os sepulcros e muitos corpos dos santos, que


dormiam, ressuscitaram; e saindo dos sepulcros depois da ressurreição
de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos." S. Mateus
27:52, 53.
A imã White assim se refere a este grupo ressuscitado:
"Ao ascender Cristo, enquanto abençoa Seus discípulos, uma hoste
de anjos O rodeia como uma nuvem. Cristo leva consigo a multidão de
cativos. Ele mesmo levará ao Pai as primícias dos que dormiam, como
prova de que é vencedor da morte e da sepultura." – Mensagens
Escolhidas, Livro 1, pág. 306.
E aí temos, nessa "multidão de cativos" que Jesus levou consigo, o
que podíamos chamar de primeiro escalão dos remidos. Mas não
passem por alto a expressão da irmã White: MULTIDÃO de cativos,
portanto não foram umas poucas dezenas de fiéis que ressuscitaram
nessa ocasião, como muitos pensam.

3 – Uma Ressurreição Especial.

"Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a


vida eterna, outros para vergonha e horror eterno." Daniel, 12:2.
Nesse texto está predita a ressurreição especial que se dará pouco
antes da segunda vinda de Cristo. No que se refere aos justos que
ressurgirão nessa oportunidade, a irmã White diz o seguinte:
"Todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo
saem do túmulo glorificados para ouvirem o concerto de paz,
estabelecido por Deus com os que guardaram a Sua lei. " – Grande
Conflito, pág. 637(#2) (Grifo Nosso)
Chamamos a atenção para as palavras que sublinhamos. Notem
que nesta ressurreição deverão estar todos os que morreram na fé da
Uma Luz que Alumia 116
mensagem do terceiro anjo. Não importa a data em que esta
mensagem começou a ser proclamada. A referência de valor é que os
ressuscitados são aqueles que morreram crendo nessa mensagem.
Este grupo de ressuscitados compreende, portanto, o segundo
escalão na ordem das ressurreições. Esta será uma outra grande
multidão!

4 – A Grande Ressurreição.

"Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os


que se acham nos túmulos ouvirão a Sua voz e sairão: os que tiverem
feito o bem, para a ressurreição da vida..." João 5:28, 29.
"Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira
ressurreição." Apoc, 20:6.
Este será então, diríamos para ilustrar, o terceiro e último escalão
dos ressuscitados. Esta ressurreição, chamada a primeira (para
contrastar com a segunda, dos ímpios, que virá após o milênio e será a
da condenação, do juízo e castigo eterno), trará à vida todos os mortos
justos, que serão transformados e viverão para sempre.
Desta grande ressurreição a irmã White diz o seguinte:
"Então a trombeta de prata de Jesus soou, ao descer Ele sobre a
nuvem, envolto em labaredas de fogo. Olhou para as sepulturas dos
santos que dormiam, ergueu então os olhos e mãos ao céu, e exclamou:
"Despertai! despertai! despertai, vós que dormis no pó, e levantai-vos!"
Houve um forte terremoto. As sepulturas se abriram, e os mortos
saíram revestidos de imortalidade. " – Primeiros Escritos, pág. 16.

Os Justos Vivos

Naturalmente que haverá justos vivos quando Jesus vier.


Uma Luz que Alumia 117
Ao mesmo tempo que os justos morros ressurgem, na ressurreição
geral, os justos vivos serão transformados.
"Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última
trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e
nós seremos transformados." I Cor. 15:52.
"O corruptível será revestido de incorruptibilidade, e o corpo
mortal se revestirá de imortalidade." Verso 53.
Com este ato de transformação dos justos vivos, estará viva, pela
primeira vez, toda a família dos remidos, os filhos de Deus que ainda
estavam na Terra aguardando a redenção, a grande maioria, desde
Adão, no pó da terra.
Eram eles, então:
1 – Os que vieram da ressurreição especial.
2 – Os que vieram da ressurreição geral, salvos de todos os
séculos.
3 – Os vivos que foram transformados.
Então, se dá a ascensão. "... Seremos arrebatados juntamente..." I
Tess. 4:17.

A Grande Multidão dos Salvos

A grande multidão dos salvos, formada após a ascensão, foi vista


por João, o discípulo amado. Deus deu-lhe essa visão do futuro, para
conforto e consolação das gerações futuras dos fiéis filhos de Deus.
Desse momento e do que mais nos interessa aqui neste trabalho,
João relatou o seguinte:
"Depois destas coisas vi, e eis grande multidão que ninguém podia
enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé, diante do
trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas
nas mãos." Apoc. 7:9.
Uma Luz que Alumia 118
Era toda a família de Adão que João via por antecipação; dos que
aceitaram o plano de salvação na pessoa do Senhor Jesus Cristo. Eram
os resgatados do Senhor. Ali estava a resposta à ordem que o Senhor
dera: "Ide ... fazei discípulos de todas as nações." Mateus, 28:19.
Era uma "multidão que ninguém podia contar" de tão numerosa
que era. Segundo dados fornecidos pelas Nações Unidas, a população
total do mundo atualmente é de 3.782.000.000, e ainda há muito lugar
vazio.
Na parábola da grande ceia (Lucas 14:23) o Senhor ordenou uma
nova saída à procura de convidados para a ceia (com tudo já
preparado), advertindo, nesta última oportunidade, que a insistência
era "para que fique cheia a minha casa". Naturalmente que não se pode
tomar o ensino ilustrativo das parábolas em sentido literal; porém, não
se deve olvidar a essência do seu propósito e do quanto se pode
aprender nas entrelinhas dos paralelismos.
A verdade é que como, aliás, ensina a parábola, Deus fez
reiterados convites, deu amplas oportunidade (e continua a dar), mas
as negativas e procrastinações também foram muitas.
Os reiterados convites para a ceia, denotam que o Senhor tem
planos para os quais precisa de certo número de convivas. A recusa de
um ou a desistência de alguém, logo abre vaga para mais um, uma nova
oportunidade que se abre nos caminhos da vida, nessa luta de salvar os
perdidos, para a recomposição do reino de Deus, sua reintegração e
posse definitiva, graças ao amorável plano de salvação do nosso Deus.
Quem recusar ou desistir, não provará a ceia. (v. 24).
"Porque assim diz o Senhor que criou os céus, o único Deus, que
formou a terra, que a fez e a estabeleceu: Que não a fez para ser um
caos, mas para ser habitada: Eu sou o Senhor e não há outro." Isaías
45:18.
A Terra não foi criada em vão. O original propósito de Deus, de que
fosse habitada por seres santos e justos, foi postergado pela
Uma Luz que Alumia 119
intromissão do pecado mas não anulado. Ele será cumprido pelo plano
de salvação.
Logo, o número de salvos não poderá ser tão minguado como o
imaginam muitos. Um número pequeno de salvos não mereceria de
João a exclamação de "grande multidão que ninguém podia enumerar."
Alguns pretendem ser esta multidão uma referência aos 144 mil
mencionados no mesmo capítulo, mas a Igreja Adventista do Sétimo Dia
favorece a interpretação de ser esta grande multidão um grupo à parte
dos 144 mil, pois ambos os grupos têm referências que os tornam
distintos.

CURIOSAS REFERÊNCIAS DA IRMÃ WHITE

Em visão que o Senhor concedeu à irmã White, com respeito à


Santa Cidade, entre outras coisas, ela disse o seguinte:
1 – "Todos nós fomos debaixo da árvore, e sentamo-nos para
contemplar o encanto daquele lugar, quando os irmãos Fitch e
Stockman, que tinham pregado o evangelho do reino, e a quem Deus
depusera na sepultura para os salvar, se achegaram a nós ..." –
Primeiros Escritos, pág. 17.
2 – Após a descida da Santa Cidade, ela relata o que viu fora da
cidade, após a terra restaurada.
"No trajeto encontramos uma multidão... Notei a cor vermelha na
borda de suas vestes... Quando os saudamos, perguntei a Jesus quem
eram eles. Disse que eram mártires que por Ele haviam sido mortos.
Com eles estava uma inumerável multidão de crianças que tinham
também uma orla vermelha em suas vestes." – Idem, pág. 18, 19.
3 – Por ocasião da ascensão, no trabalho dos anjos de juntar os
escolhidos, ela viu o seguinte:
a) "Criancinhas são levadas pelos santos anjos aos braços de suas
mães. " – O Grande Conflito, pág. 645.
Uma Luz que Alumia 120
b) "Muitos dos pequeninos, porém, não terão mãe ali. Em vão nos
pomos à escuta do arrebatador cântico de triunfo por parte da
mãe. Os anjos acolherão os pequeninos sem mãe e os
conduzirão para junto da árvore da vida." – Mensagens
Escolhidas, Livro 2, pág. 260.
4 – A irmã White dirigiu as seguintes palavras a um esposo e filhos,
por motivo da perda da esposa e mãe:
"Vi que ela estava selada, e à voz de Deus ressurgirá e se erguerá
sobre a terra, e estaria com os 144 mil." – Idem, pág. 263.
As referências feitas nestes quatro itens são muito significativas no
sentido de esclarecer a diferença que há nos dois grupos: A Grande
Multidão dos Ressurgidos e os 144 Mil.
Pelas descrição bíblica e a dos Testemunhos, acima mencionadas,
nenhuma das pessoas e grupos referidos pertencem aos 144 mil. Todas
são dos grupos que ressuscitarão, e os 144 mil não passarão pela morte.
Outro detalhe, com respeito ao mártires que ela viu, disse ela ser
"uma multidão". Mártires ressuscitados! Multidão!
E não fica só nisso: junto com os mártires ela viu "uma inumerável
multidão de crianças".
E que diremos das outras crianças que não terão mãe ali?
Quantos milhões de salvos representam todas essas multidões?

E OS 144 MIL, QUEM SÃO ELES?

1 – "Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até


selarmos em suas frontes os servos do nosso Deus. Então ouvi o
número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil,
de todas as tribos dos filhos de Israel." Apoc. 7:3, 4.
"Viram a Terra devastada pela fome e pestilência, o Sol com poder
para abrasar os homens com grandes calores, e eles próprios
Uma Luz que Alumia 121
suportaram o sofrimento, a fome e a sede." – O Grande Conflito, pág.
649.
Tanto o texto bíblico como a citação da irmã White, acima
mencionados, dão esclarecimentos que pelo menos não permitem
divagações laterais, que se explore o que não está revelado.
É evidente que eles viveram no período das pragas, nos momentos
finais da história humana, tanto que foi ordenado aos anjos que não
danificassem a terra sem antes os 144 mil serem assinalados. E a irmã
White confirma que eles presenciaram os horrores dos últimos dias, e
eles próprios "suportaram o sofrimento, a fome e a sede".
Diz mais: "Passaram pelo tempo de angústia tal como nunca houve
desde que houve nação; suportaram a aflição do tempo da angústia de
Jacó; permaneceram sem intercessor durante o derramamento final
dos juízos de Deus. " – O Grande Conflito, pág. 649.
Deus operará muitos milagres a favor dos justos vivos, no período
das pragas, porém sua natureza física não sofrerá alteração, por isso
sentirão a "angústia de Jacó", suportarão "sofrimento, fome e sede".
Que esse grupo dos 144.000 é um grupo especial, separado por
Deus, é evidente. Serão os únicos, repetimos, que não e
experimentarão a morte. É muito expressivo este testemunho da irmã
White:
"Então a trombeta de prata de Jesus soou, ao descer Ele sobre a
nuvem, envolto em labaredas de fogo. Olhou para as sepulturas dos
santos que dormiam, ergueu então os olhos e mãos ao céu, e exclamou:
'Despertai! despertai! despertai, vós que dormis no pó, e levantai-vos!'
Houve um forte terremoto. As sepulturas se abriram, e os mortos saíram
revestidos de imortalidade. Os 144.000 clamaram "Aleluia!", quando
reconheceram os amigos que deles tinham sido separados pela morte, e
no mesmo instante fomos transformados e arrebatados juntamente com
eles para encontrar o Senhor nos ares. " – Primeiros Escritos, pág. 16.
(Grifo nosso)
Uma Luz que Alumia 122
O terem os 144.000 clamado aleluia "quando reconheceram os
amigos" que ressuscitaram na ressurreição geral, é uma expressão da
irmã White que dá o que pensar. É um detalhe a mais, dentre outros,
que cercam os 144.000 e o que com eles se relaciona, que dá margem a
divagações, conjeturas e suposições. E nisto reside o perigo de
pretender explicar o que não está revelado.
E com que proveito? No caso dos reformistas, eles têm interesse
nos 144.000 por uma questão de diferenciação; e também porque o
número lhes interessa, por serem eles poucos e a justaposição lhes
favorece. É uma questão de puro interesse particularista; mas que não
tem base teológica alguma.
Assim, é recomendável que não se pense no número 144.000 em si,
em quem são eles, quem comporá esse número, etc.; mas sim em suas
qualificações como fiéis filhos de Deus dos últimos momentos de
existência da história da Terra. Eles foram aprovados por Deus porque
neles não se achou engano e não tinham mácula. Ficaram fiéis até o último
instante de provas e não cederam. Eram espiritualmente muito fortes.
Essas características devem ser buscadas por todos os fiéis filhos
de Deus. O viver o presente em função do futuro proposto por Deus, é
preferível a cogitar do futuro não revelado.
2 – "Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com Ele
cento e quarenta e quatro mil tendo nas frontes escrito o seu nome e o
nome de Seu Pai... São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer
que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para
Deus e para o Cordeiro." Apoc. 14:1 e 4. (Grifo Nosso)
O terem sido "redimidos dentre os homens" sugere que pensemos
na tenacidade dos esforços do diabo para liquidar o povo
remanescente. A morte foi sempre a arma do diabo; agora, no final da
luta, restava-lhe apenas esta última satisfação: a de ter levado ao
túmulo todos que aceitaram a Cristo. Mas o Senhor batalhou pelos que
eram Seus e não permitiu que tal acontecesse. Por isso, é o que se
Uma Luz que Alumia 123
deduz, este grupo dos 144 mil teve a distinção de ser separado para
andar com o Senhor por onde quer que Ele vá, pois eram os únicos
seres humanos que não morreram. Eram a expressão máxima da vitória
da Cruz.
Nunca ninguém teve experiência semelhante" a deles. Nunca a
terra passara por situação igual à dos últimos dias da história deste
mundo.
"Seguem o Cordeiro". Isto os aponta para algum especial privilégio
concedido por Deus, mas não revelado. A irmã White diz:
"A visão do profeta representa-os como estando sobre o monte de
Sião, cingidos para santo serviço, vestidos de linho branco, que
representa a justiça dos santos. " – Atos dos Apóstolos, pág. 591, (Grifo
Nosso)
Noutro testemunho a irmã White fala da grande multidão reunida
no mar cristalino, diante do trono; enquanto, na mesma ocasião, "com
o Cordeiro, sobre o Monte Sião, "tendo harpas de Deus", estão os cento
e quarenta e quatro mil que foram remidos dentre os homens" – O
Grande Conflito, pág. 648.
São "primícias". Logo, são uma parcela separada ou destacada de
um conjunto do qual é parte, que são todos os salvos.
A ressurreição de Cristo, Paulo a descreve também como primícias.
Disse ele: "Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele
as primícias dos que dormem." I Cor. 15:20.
E foi com esse objetivo e nessa qualidade que Cristo ascendeu ao
Céu imediatamente após a ressurreição, antes de aparecer aos
discípulos. Nas festas típicas do povo hebreu isso estava simbolizado
pelo molho movido, que era uma parte da celebração dos dias dos pães
asmos e em relação com a festa da Páscoa. A apresentação desse
molho (os primeiros frutos da colheita da cevada) tinha lugar "ao
seguinte dia do sábado", o dia dezesseis de Abid. Lev. 23:11.
Uma Luz que Alumia 124
"Cristo foi as primícias dos que dormem. Foi para glória de Deus
que o Príncipe da vida fosse as primícias, o antítipo do molho movido."
– Mensagens Escolhidas, Livro I, pág. 305. Depois, "ao ascender Cristo"
Ele mesmo levou "ao Pai as primícias dos que dormem, como prova de
que é vencedor da morte e da sepultura." – Idem, pág. 306.
A grande colheita, a ressurreição dos justos viria depois, por
ocasião do segundo advento de Cristo. E notem que Cristo ascendeu
como Primícias dos que dormiam. Desde Adão, os que morreram na
esperança das promessas de Deus, ressurgirão. Assim, a ressurreição de
Cristo é penhor da ressurreição dos que morreram antes da Sua
primeira vinda e dos que morressem antes da segunda vinda.

Conclusão

Não é difícil concluir, depois do que acima está exposto, de que a


"doutrina" da Reforma sobre os 144 mil não tem base bíblica, nem é
apoiada pelos Testemunhos. Não tem base em estudo algum.
Simplesmente é uma teoria, talvez para dar cobertura ao seu reduzido
número de membros, sem possibilidades de expandir-se.
O assunto 144 mil não é ponto de doutrina, nem de fé e nem de
salvação na Igreja Adventista do Sétimo Dia; e não há motivo para tê-la
como tal.
"Cristo não reteve nenhuma verdade essencial à nossa salvação." –
Mensagens Escolhidas, Livro I, pág. 173. E o estudo dos 144 mil não é
tema da salvação.
"Cristo diz que haverá na igreja pessoas que apresentarão fábulas
e suposições, quando Deus deu verdades grandes, inspiradoras e de
molde a enobrecer, as quais devem ser sempre conservadas no tesouro
da memória." – Idem, pág. 174.
Uma Luz que Alumia 125
Não é fácil a quem viveu anos crendo numa filosofia religiosa,
deixá-la de momento, ainda mais quando aprendem, também, laços de
companheirismo e amizades.
Esses liames são muito fortes quando se os têm na conta de
valores a considerar.
São raras as pessoas que não tenham esse tipo de luta quando a
verdade lhes chega à porta do coração e lhes vai à consciência.
A conversão é uma reformulação mental; é um arejamento
produzido pelo Espírito Santo e que conduz à decisão.
O deixar a religião do pai e da mãe é o laço mais forte a romper; e
é feito aos milhares, por amor a Cristo.
É uma questão de compreensão, de avaliação de valores.
No que se refere às igrejas das Reformas, sua existência não tem
sentido, a não ser como uma contribuição ao confuso ambiente
religioso denominacional, por demais proliferado com tantos ramos.
Fora disto, nada mais. A Igreja Adventista do Sétimo Dia é o povo
de Deus remanescente e nenhuma outra vai tomar-lhe este lugar. Não
há nenhuma indicação profética que o sugira.
Portanto, irmão reformista, segue o exemplo de tantos homens de
Deus: rompe os aguilhões que o prendem a um desses arraiais
reformistas, enquanto é tempo.
Uma Luz que Alumia 126

CAPÍTULO 16
URIAH SMITH E OS 144 MIL

Resposta dada pelo Pastor D. A. Delafield, um dos secretários


associados do Departamento dos escritos da irmã White, à seguinte
consulta que lhe foi feita:
PERGUNTA: Se o que escreveu Uriah Smith no seu Livro
"Apocalipse", pág. 302, primeira edição, no rodapé da página, sobre os
144.000, não estava de acordo com o pensamento da nossa igreja,
razão porque não aparece mais nas outras edições. Se é verdade que a
irmã White aprova os ensinos do referido livro e cita o M.S. 174, 1899.
RESPOSTA: Vou deixar o citado pastor Delafield responder:
"Nada do que Ellen White jamais escreveu concernente a Uriah
Smith pode ser interpretado como se a irmã White concordasse com ele
em todas as suas interpretações da profecia. É verdade que ela
recomenda a livre distribuição e venda do seu livro. Mas não temos
nenhuma evidência de que ela apoiasse o livro de U. Smith da mesma
maneira como fez com os do Espírito de Profecia. É verdade que alguém
tenha declarado que a Sra. White haja dito em oral que um anjo de
Deus esteve ao lado de U. Smith quando ele escrevia o seu livro.
Entretanto, a verdade é que não há nenhuma confirmação disto, o que
também não prova que ela não o houvesse dito. Mas, ainda que ela o
tivesse dito, ela não queria dizer que U. Smith foi inspirado pelo Espírito
de Deus da mesma maneira que os profetas o foram. Eu creio que o
Espírito de Deus está ao meu lado quando eu prego e quando você
prega, pastor Nigri.
"Em 1895", continua o pastor Delafield, "a irmã White contou uma
experiência que teve com um diretor de Colportagem; ele fez a ela uma
Uma Luz que Alumia 127
pergunta direta sobre a inspiração dos livros escritos por U. Smith: 'A
Sra. cré que eles são inspirados, não cré?' Indicando quão tola era a
pergunta feita, a irmã White respondeu: 'Você mesmo pode responder
á sua pergunta, não pode? (E. G. White, Carta 15, 1895).
Continua o Pastor Delafield: "Os reformistas aparentemente falam
como se a igreja tivesse se desviado do ponto de vista de U. Smith sobre
os 144 mil e que assim estamos divergindo do Espírito de Profecia. Mas
isto não é verdade."
Sobre os 144.000, devo lhe dizer que até agora a nossa igreja não
tem estabelecido um ponto de doutrina ao redor ou sobre este assunto
e ainda não tomou nenhuma posição; e isto vem desde os dias dos
pioneiros. Se o irmão estudar o que cada um ensinava ou cria sobre os
144.000, vai ver que as opiniões divergiam, como também hoje entre
nós. Se este assunto estivesse claro no Espírito de Profecia como outros
estão e sobre os quais nossa igreja já tomou posição doutrinária, não há
dúvida de que teríamos tomado uma posição definida e doutrinária.
O problema está em que os reformistas fazem um cavalo de
batalha deste assunto e tomam uma posição definida fazendo deste
assunto um ponto doutrinário e dizem que estão de acordo com o que a
irmã White escreveu ou ensinou. Mas a irmã White não tomou posição
em seus livros e nem reputou-o como um dos mais importantes para
nossa salvação. Pelo contrário, ela até aconselha muita prudência
quanto a discussões sobre os 144.000. E eu duvido que todos os
reformistas ensinem ou creiam da mesma maneira sobre os 144.000.
Toda a controvérsia reside no fato deles afirmarem saber quem são os
144.000.

O melhor trecho da irmã White para responder a este assunto dos


144.000 é o seguinte que o irmão encontra no livro Mensagens
Escolhidas, Vol. l, págs. 174 e 175:
Uma Luz que Alumia 128
"Cristo diz que haverá na igreja pessoas que apresentarão fábulas
e suposições, quando Deus deu verdades grandes, inspiradoras e de
molde a enobrecer, as quais devem ser sempre conservadas no tesouro
da memória. Quando os homens apanham esta e aquela teoria, quando
são curiosos de saber alguma coisa que não lhes é necessário saber,
Deus não os está conduzindo. Não é plano dEle que Seu povo apresente
alguma coisa que eles supõem, a qual não é ensinada na Palavra de
Deus. Não é Sua vontade que eles se metam em discussões acerca de
questões que os não ajudam espiritualmente, tais como: Que pessoas
vão constituir os cento e quarenta e quatro mil? Isto, aqueles que forem
os eleitos de Deus hão de sem dúvida, saber em breve.
"Meus irmãos e irmãs, apreciai e estudai as verdades que Deus vos
tem dado, a vós e a vossos filhos. Não gasteis o tempo buscando saber
aquilo que não vos será de proveito espiritual. 'Que farei para herdar a
vida eterna?' Luc. 10:25. Esta é a todo-importante questão, e foi
claramente respondida. "Que está escrito na lei? Como lês?"
Manuscrito 26, 1901.

Leia também Vida e Ensinos, pág. 118, sobre a "Conferência de


Wolney" quando 35 adventistas estavam presentes, na fazenda do
irmão Arnold; mas não havia dois entre os 35 que estivessem de acordo
e cada um estava firme no seu ponto de vista, declarando que estava de
acordo com a Bíblia. O irmão Arnold sustentava que o milênio de Apoc.
20 estava no passado e que os 144.000 foram aqueles que
ressuscitaram na ressurreição de Cristo, e que a santa ceia devia ser
celebrada uma vez ao ano, como o era a páscoa. Leia agora a pág. 118
do livro citado.
Não temos hoje situação semelhante?
Segundo entendemos, foi com o consentimento do próprio U.
Smith que as edições seguintes do seu livro não traziam mais o rodapé
Uma Luz que Alumia 129
da primeira edição; ele afinal reconheceu que seu de vista ariano estava
errado.

CAPÍTULO 17
QUANDO O SILÊNCIO É ELOQÜÊNCIA

– Como a irmã E. G. White tratou o assunto 144 mil em consulta


particular – Cópia fornecida pelo Ellen G. White Estate, General Conference,
em 21 de Dezembro de 1964, traduzida pelo Pastor Luiz Waldvogel.
(A carta abaixo, de C. C. Crisler, principal secretário no escritório da Sra. White,
endereçada ao Pastor E. E. Andross, presidente da União do Pacífico, foi motivada por
um pedido seu à Irmã White, solicitando qualquer esclarecimento que ela tivesse
acerca dos ensinos do Dr. B. E. Fullmer, de Los Angeles, de que os 144.000 se
comporiam somente de americanos, sem nenhum de outras terras. A. L. White.)

"Elmshaven", Sanatório, Cal.


8 de dezembro de 1914
Pastor E. E. Andross
Box 146 Glendale, Califórnia

Prezado Irmão Andross:


Nos poucos minutos que faltavam para o meio-dia, antes que se
fechasse o correio, depois de receber sua carta registrada de consulta,
mandei-lhe uma resposta apressada ao seu pedido, prometendo maior
explicação, por telegrama. Esta noite lhe envio a seguinte carta telegráfica :
"Sta. Helena, Cal., 8-12-1914"

"Pastor E. E. Andross
Glendale, Califórnia
"A Sra. White instruiu-me que o informasse de que ela não tem
outro esclarecimento senão que a apresentação de incertezas como se
Uma Luz que Alumia 130
fossem certezas, e o insistir em mistérios como verdades reveladas, é
perigoso, e leva a decepções. Sugere ela que se construa com base nas
Santas Escrituras, o verdadeiro fundamento, e não em conjecturas
pessoais. "C. C. Crisler"

Quando li para a irmã White sua carta, e ouvi as observações dela


em resposta, estava comigo, como testemunha, o Pastor D. E.
Robinson.
"Não tenho luz sobre o assunto", disse ela, ao ouvir a carta. "É
muito delicado este tempo no qual vivemos – tempo em que temos de
apegar-nos individualmente ao Senhor, com todas as forças de nosso
ser." Disse ela mais:
"Aqueles que insistem em teorias acerca de assuntos não
revelados, colocam-se em lugar onde correm perigo de deparar com
decepções.
" 'Escondei-vos em Deus; escondei em Deus vossos mistérios' –
estas palavras me foram repetidas durante a noite, muitas e muitas
vezes. Desde o princípio, fui informada de que o Senhor Jesus pode dar
conselho que não trará desapontamento.
"Tenha a bondade de dizer a meus irmãos que nada me foi
apresentado acerca das circunstâncias de que escrevem, e só lhes posso
expor aquilo que me foi apresentado.
"Há os que tentam tratar com incertezas como se fossem certezas;
e assumindo esta atitude, estão em lugar onde é possível o inimigo
servir-se deles.
"No passado, repetidamente me foi mostrado que, ao surgir uma
crise, devemos seguir o conselho de Deus, e acompanhar
interessadamente todos os itens que apresentem a verdade em sua
inteireza.
"O maior auxílio virá quando virmos a influência dos ensinos da
Sagrada Escritura. Sua influência deve levar-nos a permanecer sobre
Uma Luz que Alumia 131
uma base exaltada, onde edifiquemos nossa fé e a fé dos outros, não de
acordo com o que disse Fulano, ou Beltrano, ou Sicrano, mas sobre o
real fundamento, a Palavra do Deus vivo."
Tentei dar-lhe a resposta de acordo com os apontamentos que
tomei, das palavras proferidas pela irmã White depois de ouvir sua
carta a ela e partes de sua carta a mim dirigida, como também a
resposta apressada que lhe escrevi. Por nenhuma palavra ou gesto
tentou a irmã White dizer qual grupo está com a razão e qual não está;
não fez comentário algum à minha carta ao irmão e, quanto pudemos
compreender, de modo algum tentou ela interpretar ou explicar o que
escrevera anteriormente acerca dos 144.000. Mas, erguendo-se acima
de meros pormenores, ela esboçou os princípios acima expostos.
Nada tenho a acrescentar ao que lhe escrevi à tarde. Atrás, há um
comentário que a irmã White fez quando lia a minha carta. Expressou
satisfação ao ver que eu incluíra em minha carta ao irmão, as palavras:
"Na questão do exato significado dos 144.000, a irmã White nos
instruiu repetidamente que 'o silêncio é eloqüência'."
Também fez uma observação favorável ao ouvir as palavras com
que terminei a carta: "Quanto eu saiba, ninguém compreende a
verdade completa do assunto, nem o compreenderemos antes que
estejamos do outro lado do Jordão."
Confio, Pastor Andross, que os irmãos do sul da Califórnia se
sentirão abençoados ao recordarem os ensinamentos da Escritura
acerca dos 144.000, aplicando a esses ensinos todo o esclarecimento
que haja nos escritos publicados da irmã White. E, considerando com
oração o assunto em todos os seus aspectos, creio que Deus tornará a
verdade suficientemente clara para que se possam evitar
desnecessárias e improfícuas discussões sobre questões que não são
vitais para a salvação de almas preciosas.
Com cordiais saudações, orando para que Deus possa conceder
largueza de simpatia, assim como clareza de visão aos que são
Uma Luz que Alumia 132
chamados para tratar desse problema complexo que surgiu, sou, como
sempre,
Sinceramente, (Assinado) C. C. Crisler.

Depositários dos Bens Ellen G. White


Associação Geral
21 de dezembro de 1964

CAPÍTULO 18
O ANJO DE APOCALIPSE 18

O desejo de ter apoio bíblico para uma idéia, pensamento ou


pretensão, que se acaricie ou sobre o que se há formado conceito
básico e represente um fundamento que se julgue correto, é muito
perigoso. A Bíblia não é um guia a serviço de pretensões pecaminosas.
Quem se julga certo e a ela recorre em apoio a suas idéias, corre o risco
de continuar iludido e, o que é pior, a ser "inspirado" na coleta de
textos que pareçam favorecer o que se pretenda.
A Bíblia é uma fonte divina de consulta para quem deseja saber o
rumo certo que deve seguir no relacionamento com Deus; porém, não
favorece resposta para quem se julgue certo e não abre mão de suas
pretensões.
Saulo de Tarso julgava estar fazendo a vontade de Deus ao
perseguir os cristãos. Era ele um fariseu fanático e ardoroso, e muito
inteligente. Mas bastou a revelação que teve na estrada de Damasco
para que sua vida mudasse e viesse a ser Paulo, o grande apóstolo dos
gentios.
Os poucos membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia que, em
1915, na Alemanha, formaram um grupo de contestação, não tiveram
Uma Luz que Alumia 133
humildade bastante para também confessar suas faltas e renunciar as
pretensões que os animavam. A reunião havida em Friedensau
Alemanha, em julho de 1920, com líderes do movimento oposicionista e
membros da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, serviu
pelo menos para tornar evidente o seguinte:
a) O espírito cristão dos membros da Associação Geral; e
b) O espírito irredutível dos oposicionistas.
Não desejando (os oposicionistas) retroceder e se humilhar, firmados
que estavam em suas pretensões, não se aperceberam do caminho da
comunhão fraternal que lhes estava aberto e, rejeitando-o, firmaram-se
como um Movimento de Oposição. Surgia, assim, na Alemanha, o que
mais tarde tomou o nome de "Movimento de Reforma."
Desde o início, baldados que foram os esforços reconciliatórios,
esse Movimento de Reforma foi impelido por sentimentos facciosos,
tomando como motivo da sua existência e alvo de suas mordazes
incursões a Igreja Adventista do Sétimo Dia. O lema de guerra era:
arrebanhar membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia ou destruí-la.
Conseguir que adventistas abandonem a igreja é uma grande conquista
para os reformistas, mesmo que tais pessoas voltem ao pecado, nada
mais desejando saber de religião. Este espírito é tão acentuado na
cúpula da Reforma que preferem ver um filho nas malhas do pecado,
viver sem Deus e sem religião, a tornar-se adventista do sétimo dia. A
aversão do "Movimento de Reforma" à Igreja Adventista do Sétimo Dia
tem todas as características de sentimento anti-cristão, diabólico
mesmo.
Depois de formalizada a oposição na Alemanha, os "escribas" do
Movimento procuraram nos livros da irmã Ellen G. White e na Bíblia
apoio para o Movimento; uma bênção à rebeldia que se consumara; um
aplauso à desunião.
As arbitrariedades que a Reforma comete no uso dos Testemunhos
da irmã Ellen G. White, estão expostas em muitas partes deste livro. A
Uma Luz que Alumia 134
exposição que a esse respeito fazemos é um ferrete esbraseado posto
na paleta dos defraudadores dos ensinos de Ellen G White, marcando-
os como culpados de darem (à semelhança de Babilônia mística) a
beber, a almas sinceras que há em seu meio, um tal vinho corrupto.
A par disso, como esse espúrio Movimento de Reforma
necessitasse também de apoio bíblico, para o livro de Deus a liderança
reformista se dirigiu à cata de uma justificativa "inspirada" para o seu
procedimento.
Satanás fez o mesmo, no monte da tentação, com Jesus, ao
pretender envolvê-lo com textos bíblicos mal aplicados. E foi esse
mesmo tentador que encaminhou os "escribas" da Reforma para
Apocalipse 18:1, 2 e 4, convencendo-os de estar no anjo desse capítulo
o símbolo do "Movimento de Reforma", a razão "santificada" do seu
deplorável surgimento.
Foi precisamente com esses versículos de Apocalipse 18 que a irmã
White iniciou o Capítulo 38 de O Grande Conflito. Depois de citar os
referidos versículos, a irmã White escreveu o seguinte:
"Esta passagem indica um tempo em que o anúncio da queda de
Babilônia, conforme foi feito pelo segundo anjo do capítulo 14 do
Apocalipse, deve repetir-se com a menção adicional das corrupções que
têm estado a se introduzir nas várias organizações que constituem
Babilônia, desde que esta mensagem foi pela primeira vez proclamada,
no verão de 1844. Descreve-se aqui uma terrível condição do mundo
religioso. A cada rejeição da verdade o espírito do povo se tornará mais
entenebrecido, mais obstinado o coração, até que fique entrincheirado em
audaciosa incredulidade. Em desafio às advertências que Deus deu,
continuarão a calcar a pés um dos preceitos do decálogo, até que sejam
levados a perseguir os que o têm como sagrado. Cristo é desprezado com
o desdém que se lança à Sua Palavra e a Seu povo. Sendo os ensinos do
espiritismo aceitos pelas igrejas, removem-se as restrições impostas ao
coração carnal, e o professar religião se tornará um manto para ocultar a
mais vil iniqüidade. A crença nas manifestações espiritualistas abre a porta
Uma Luz que Alumia 135
aos espíritos enganadores e doutrinas de demônios, e assim a influência
dos anjos maus será sentida nas igrejas.
"A respeito de Babilônia, no tempo referido nesta profecia, declara-
se: 'Os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus Se lembrou das
iniqüidades dela.' Apoc. 18:5. Encheu a medida de sua culpa, e a
destruição está a ponto de cair sobre ela. Mas Deus ainda tem um povo
em Babilônia; e, antes de sobrevirem Seus juízos, esses fiéis devem ser
chamados a sair, para que não sejam participantes dos seus pecados e não
incorram nas suas pragas. Esta a razão de ser o movimento simbolizado
pelo anjo descendo do Céu, iluminando a Terra com sua glória, e
clamando fortemente com grande voz, anunciando os pecados de
Babilônia. Em relação com a sua mensagem ouve-se a chamada: "Sai dela,
povo Meu." Estes anúncios, unindo-se à mensagem do terceiro anjo,
constituem a advertência final a ser dada aos habitantes da Terra." – O
Grande Conflito, págs. 603, 604.
Mais adiante nesse mesmo capítulo a irmã White diz:
"O anjo que se une na proclamação da mensagem do terceiro anjo,
deve iluminar a Terra toda com a sua glória. Prediz-se com isto uma obra
de extensão mundial e de extraordinário poder. O movimento adventista
de 1840 a 1844 foi uma manifestação gloriosa do poder de Deus ; a
mensagem do primeiro anjo foi levada a todos os postos missionários
do mundo, e nalguns países houve o maior interesse religioso que se
tem testemunhado em qualquer nação desde a Reforma do século XVI;
mas isto deve ser superado pelo poderoso movimento sob a última
advertência do terceiro anjo. . . .
"A grande obra do evangelho não deverá encerrar-se com menor
manifestação do poder de Deus do que a que assinalou o seu início." –
O Grande Conflito, pág. 611
Mas apesar disto, é de estarrecer que a "Reforma" ainda retenha
tantos na ilusão, docemente embalados e adormecidos pela envolvente
canção de uma estória mal contada ... e corrompida.
Uma Luz que Alumia 136
Apenas o Começo de Grande Obra Por Vir

A obra simbolizada pelo anjo de Apocalipse 18 ainda não chegou à


sua plenitude, mas estamos vivendo no período da sua atuação, o que é
notado especialmente quanto aos efeitos da propagação mundial da
mensagem adventista; a extensão e diversificação das nossas atividades
como igreja. Porém, ainda estão por vir coisas mais amplas, inclusive
milagres.
Citamos apenas os trechos acima porque neles temos a explicação
clara e insofismável do que representa o anjo de Apocalipse 18, o 4.° anjo
que os reformistas julgam representar o Movimento de Reforma. Podia-
se ter compaixão de quem teve a idéia, aliás desrespeitosa, de dar ao
referido texto tão infeliz aplicação. Mas quando se leva em
consideração o início do Movimento de Reforma, sua malévola atuação
junto ao povo adventista, sempre apoiada em intrigas, invencionices e
más intenções, apenas lamentamos que lá ainda existam irmãos
sinceros, que estão sendo iludidos.
É curioso que esse último anúncio representado pelo anjo de
Apocalipse18, interessa, também, precisamente às pessoas sinceras
que, iludidas, se encontram em outras denominações.
A irmã White assim se referiu a isso: "Deus tem muitos malhares
que não dobraram o joelho a Baal. Há nas igrejas caídas homens e
mulheres tementes a Deus. Se assim não fosse, não seríamos
incumbidos de proclamar a mensagem: 'Caiu, caiu a grande Babilônia...
Sai dela, povo Meu.' Muitos dos sinceros de coração estão suspirando
por um sopro de vida do Céu. Eles reconhecerão o evangelho quando
lhes for apresentado na beleza e simplicidade com que é apresentado
na Palavra de Deus." – Obreiros Evangélicos, pág. 347.
Os irmãos reformistas que são sinceros e têm por longo tempo
vivido na ilusão de um movimento que não é o que seus dirigentes
pretendem que seja, têm, neste livro, abundante matéria para
Uma Luz que Alumia 137
meditação e, conseqüentemente, para uma tomada de posição. "Sai
dela", (dos diferentes movimentos reformistas, dizemos nós) enquanto
é tempo.
Em Corazim, Betsaida e Cafarnaum, Jesus Cristo operou muitos
milagres que eram testemunhas insofismáveis de Sua missão salvadora;
porém, tais evidências não produziram arrependimento. Por isso, há um
"Ai de ti" proferido pelo Senhor (Mateus 11:21-24) contra esses lugares,
dizendo que haverá, no juízo, menos rigor para Tiro, Sidom e Sodoma
do que para eles, em lace das oportunidades que tiveram.
Isso é aplicável aos irmãos sinceros que ainda persistem em
permanecer ligados a esses falsos movimentos de reforma. A
sinceridade não desculpará ninguém perante Deus. A luz do
conhecimento que Deus faz chegar a cada um é suficiente para mostrar
o caminho verdadeiro. Não se pode brincar com a salvação; as
mensagens de Deus, como estas, deste livro, são muito sérias para
serem menosprezadas.
Os diferentes aspectos dos assuntos deste livro não podiam ser
mais claros.
Ainda com respeito ao quarto anjo, são inúmeras as citações que
podíamos acrescentar, dos escritos da irmã White (e iríamos longe
nisto), mas não podemos ir adiante sem antes acrescentar mais esta
oportuna citação da serva do Senhor:
"Todo o capítulo [Apoc. 18] mostra que a Babilônia que caiu são as
igrejas que não vão receber as mensagens de advertência que o Senhor
deu na primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Elas
recusaram a verdade e aceitaram uma mentira. Recusaram as
mensagens da verdade. II Tess. 2:1-12. A mensagem do capítulo dezoito
de Apocalipse é positiva e claramente definida. "Porque todas as nações
beberam do vinho da ira da sua prostituição, e os reis da Terra se
prostituíram com ela; e os mercadores da Terra se enriqueceram com a
abundância de suas delícias." Apoc. 18:3. Quem quer que leia esse
Uma Luz que Alumia 138
capítulo não necessita enganar-se." – Mensagens Escolhidas, Livro 2,
pág. 68.
Observem esta exclamação que a irmã White pôs logo a seguir a
citação que acima transcrevemos:
"Como Satanás exultaria de ver propagar-se uma mensagem de
que o único povo que Deus tornou depositário de Sua lei é aquele a
quem essa mensagem se aplica! "
Esta exclamação da serva do Senhor tem um endereço certo: "O
Movimento de Reforma", pois são da autoria de seus dirigentes a
afirmação de que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é a Babilônia da
profecia aludida. Como previu a irmã White, Satanás tem exultado
durante os sessenta anos de existência do "Movimento de Reforma"
pelo espírito combativo, de acusação e calúnias, que o mesmo tem
demonstrado para com a Igreja Adventista do Sétimo Dia; pela
insistência que sempre tiveram em chamar-nos Babilônia; e de ser o
movimento simbolizado pelo Quarto Anjo, o de Apocalipse 18.
Assim, como se observa, é do Espírito de Profecia que vem a
identificação, de ser uma obra satânica a falsa aplicação do significado
do anjo de Apocalipse 18.
Como Mestra em Israel, inspirada por Deus, a irmã White não
podia dizer outra coisa, como conclusão lógica, se não o que está acima
transcrito: "Quem quer que leia esse capítulo (Apocalipse 18) não
necessita enganar-se".

Alguma dúvida, ainda?

No livro Primeiros Escritos, pág. 277, há a seguinte introdução no


capítulo intitulado O Alto Clamor:
"Vi anjos, no Céu, indo apressadamente de um lado para outro,
descendo à Terra, e ascendendo de novo ao Céu, preparando-se para a
realização de algum acontecimento importante. Vi então outro
Uma Luz que Alumia 139
poderoso anjo comissionado para descer à Terra, a fim de unir sua voz
com o terceiro anjo, e dar poder e força à sua mensagem. Grande poder
e glória foram comunicados ao anjo, e, descendo ele, a Terra foi
iluminada com sua glória. A luz que acompanhava este anjo penetrou
por toda parte, ao clamar ele poderosamente, com grande voz: "Caiu!
Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, e abrigo de
todo espírito imundo, e refúgio de toda ave imunda e aborrecível!"
Apoc. 18:2. A mensagem da queda de Babilônia, conforme é dada pelo
segundo anjo, é repetida com a menção adicional das corrupções que
têm entrado nas igrejas desde 1844. A obra desse anjo vem, no tempo
devido, unir-se à última grande obra da mensagem do terceiro anjo,
ao tomar esta o volume de um alto clamor. E o povo de Deus assim se
prepara para estar em pé na hora da tentação que em breve devem
enfrentar. Vi uma grande luz repousando sobre eles, e uniram-se
destemidamente para proclamar a mensagem do terceiro anjo."

Desejamos destacar e analisar os trechos que sublinhamos.


"Outro Poderoso Anjo":
Refere-se ao anjo de Apocalipse 18. Ele foi "comissionado para
descer à Terra" para:
a) "Unir sua voz com o terceiro anjo". É importante notar este
primeiro propósito do anjo. Veio UNIR-SE ao trabalho do terceiro anjo,
a uma obra que já estava sendo feita; por isso, veio para ...

b) "Dar poder e força à sua mensagem". Nada de separatismo, de


algum outro movimento reformatório independente, de uma nova
igreja. É afrontoso desvirtuar o que Deus disse.
Imaginem o anjo que foi comissionado por Deus para dar apoio e
mais poder ao terceiro anjo e a ele unir-se, a Reforma tomá-lo para si, à
semelhança da sedutora à beira do caminho, desviando o incauto
passante. Não, o anjo não é isso, mas a obra do falso reformador o é,
Uma Luz que Alumia 140
pois forjou uma união que não existiu. E continua falseando essa união,
proclamando ser o 4.° anjo símbolo do Movimento de Reforma.
O quarto anjo veio dar poder e força à obra adventista do sétimo
dia, no momento derradeiro. Veio para impulsionar o trabalho que
desde 1844 está sendo feito pela Igreja Adventista do Sétimo Dia.

c) "A Terra foi iluminada com sua glória".


Se o quarto anjo representasse o Movimento de Reforma, seria o
caso de perguntar:
– Que benefício trouxeram eles – os Reformistas – para mundo?
– Onde está a sua influência educacional, religiosa, assistencial?
– Onde estão suas casas publicadoras, seus hospitais, seus livros do
Espírito de Profecia com a mensagem de alerta?
– Que poder é esse que o Movimento de Reforma diz ter (já que
dizem ser o quarto anjo) que não o faz prosperar, que não trabalha para
"iluminar a terra", mas só anda no rastro da Igreja Adventista do Sétimo
Dia?
– Que poder é esse que não leve nem força para "inspirar" a
Reforma a ter um nome próprio, mas levou-a a usar o nosso, de
adventista do sétimo dia, com a evidente intenção de valer-se – isto sim
– do poder desse nome, para usá-lo, sorrateiramente, e disso auferir
benefícios? Por que acobertar-se, deslealmente, sob a proteção de um
nome que não lhes foi dado?

O Quarto Anjo e a Literatura Adventista

"É em grande parte por meio de nossas casas publicadoras que se


há de efetuar a obra daquele outro anjo que desce do Céu com grande
poder e, com sua glória, ilumina a terra." – Testemunhos Seletos, vol. 3
pág. 142.
Uma Luz que Alumia 141
"Brilhantes raios de luz devem irradiar de nossos livros e revistas,
para iluminar o mundo com respeito a verdade presente." –
Testimonies, vol. 8, pág. 87 (1904).
E ai está outro aspecto do trabalho representado pelo quarto anjo:
a Terra iluminada com a literatura adventista.

Em 1880 tínhamos 4 casas publicadoras que vendiam apenas


quarenta mil dólares. Cinqüenta anos depois (1930) as vendas subiram
para quase cinco milhões de dólares. E o último relatório mundial de
1973, registra: 50 casas publicadoras com o total de 59.800.000 dólares
em venda de livros e revistas. Isso representa uma profusa difusão de
luz da verdade. A Terra circundada pela literatura adventista!
Que fez nesse sentido o "anjo" que a Reforma diz ser símbolo?
Julgamos oportuno mencionar que diversos ex-reformistas, hoje
adventistas do sétimo dia de coração, que "tomaram atitude
amadurecida e irreversível", são hoje colportores. Sua parcela de
cooperação em vendas de literatura com a mensagem adventista, em
1973, faz parte da estatística acima referida. Esses valorosos irmãos
continuam colportando e, alguns, estão-se preparando em nossa
Faculdade de Teologia para melhor servir à causa de Deus.
Quantos jovens mais há na "Reforma" aos quais Deus está olhando
com amorável interesse, à espera de uma tomada de atitude; que se
libertem do jugo reformista e digam também: "Senhor, eis-nos aqui!".

Prosperidade Espiritual

Temos necessidade, como seres humanos, de coisas materiais; e o


Senhor promete que cada filho Seu terá sempre o suficiente para um
viver condizente com a fé.
Uma Luz que Alumia 142
Mas o mais importante é o lado espiritual da vida. Se não se lograr
progredir materialmente, ter-se-á na prosperidade espiritual um
tesouro precioso pelo qual velar.
"Ponde o vosso espírito e vontade onde o Espírito Santo os possa
alcançar, pois Ele não operará através do espírito e da consciência de
outro homem para alcançar vossa consciência e espírito. Com
fervorosas orações, pedindo sabedoria, fazei da Palavra de Deus o
objetivo de vosso estudo. Tomai conselho da razão santificada, rendida
internamente a Deus." – Testemunhos Seletos, vol. III, pág. 193.
Mas o que significa prosperidade espiritual, e como obtê-la?
"Precisamos sentir nossa responsabilidade de proporcionar à
própria alma alimento que nutra e incentive a vida espiritual." – A
Ciência do Bom Viver, pág. 456
"Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; e nos Seus
profetas, e prosperareis." II Crônicas 20:20.
Religião significa um relacionamento pessoal com uma pessoa:
Jesus Cristo. A aceitação de Cristo como Salvador pessoal que leva a
esse relacionamento, deve processar-se por influência do Espírito
Santo. Mas esse começo precisa de continuidade, para subsistir e
manter autenticidade; daí ser necessário que cada filho de Deus sinta
sua "responsabilidade de proporcionar à própria alma" o alimento que
nutra espiritualmente. O Espírito Santo – como está na citação da irmã
White – não alcança a consciência e o espírito através de outro homem.
Todos nós precisamos meditar nisto, porque estamos sujeitos a ser
influenciados. Mas é possível que nossos irmãos reformistas sinceros
necessitem mais do que ninguém de meditar. Precisam refletir se o que
eles crêem do Espírito de Profecia não é fruto (alimento) provido por
outro; que os ensinos da irmã White tenham sido a eles "ensinados" e
"interpretados" por outro; e, consequentemente, por essa forma, foram
influenciados pelo espírito e consciência de outro.
Uma Luz que Alumia 143
É comum pessoas da "Reforma" desejarem ter em seu lar uma
"discussão", entre obreiros de lá e da Igreja Adventista do Sétimo Dia,
para se decidirem. Mas o conselho do Espírito de Profecia é: "Fazei da
Palavra de Deus o objeto de vosso estudo. Tomai conselho da razão
santificada, rendida internamente a Deus".
É o caso do assunto do quarto anjo. Porventura não está o assunto
tão claramente exposto pela irmã White? Por que os irmãos sinceros da
Reforma não se apercebem disso, de estarem seguindo a consciência
interpretativa de outrem, e, na base disso, se apegam a um movimento
comprovadamente falido?
Crer nos profetas para prosperar, não é aceitar cegamente a
interpretação previamente arranjada e para um único e interesseiro
propósito. Tanto os ensinos bíblicos como os da irmã White, no que se
refere a orientar, quem o deseje, nos caminhos de Deus e no
reconhecimento de quem é realmente o povo remanescente de Deus,
são muito simples e claros. Mas quando a mente submete-se à mente
de outrem e quando estão em jogo interesses pessoais, influências
denominacionais e espírito contencioso (como é o caso das Reformas
para com a Igreja Adventista do Sétimo Dia), então a "interpretação"
dos ensinos da irmã White, especialmente dos Testemunhos, sofre
influências degenerativas.
Os irmãos reformistas sinceros estão convidados, por meio do
trabalho que representa este livro, a fazer uma revisão pessoal, com
base nas profecias da Palavra de Deus e nos Testemunhos da irmã
White, sobre o comportamento das diferentes Reformas, em suas
pretensões de serem a Igreja Remanescente. No seio dessas Reformas
tem havido contenda sobre liderança, e a falta de harmonia verificada
entre eles produziu ramificações. Mas nenhum dos ramos reformistas
abre mão de ser a cabeça, de ser o "Movimento Original de 1914".
Essas briguinhas domésticas entre eles são mais uma prova da
falácia de suas pretensões.
Uma Luz que Alumia 144
Que mais é preciso?
Em seu tempo, a irmã Ellen G. White escreveu muitos
testemunhos pessoais, de advertência, reprovação ou conselho, mas
nem todas as pessoas que receberam tiveram a humildade de aceitá-los
como vindos de Deus. Um irmão, membro da família Wessels, que
recebera um desses testemunhos, achava-se presente à reunião, na
igreja, quando foi anunciado o falecimento da irmã White. Ele se
levantou, em dado momento, e exclamou: "A família Wessels teria
outra história para contar, se tão-somente tivesse seguido as
admoestações da serva de Deus." – Meditações Matinais, 1975, pág.
175.
A quantos milhares de indivíduos isso terá acontecido?
Quantos ainda passarão por essa mesma experiência?
Se tão-somente irmãos reformistas sinceros derem atenção ao que
este livro contém, desejosos realmente de saber o cerro e ter certeza
absoluta sobre quem é o verdadeiro povo de Deus, estamos seguros de
que uma iluminação de graça, vinda do Senhor, brotará sobre eles; e
virão para onde está o profeta; e sentirão gozo e alegria pela vitória
alcançada.

Advertência

"Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs
sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do
mundo e não segundo Cristo." Colossenses 2:8.
Era prevalecente, nos dias dos apóstolos, a filosofia greco-romana.
As questões de ordem espiritual, especialmente, tinham um secular
peso de bem-arranjadas crendices que exerciam forte influência nos
indivíduos. Por isso, na era apostólica, nas áreas onde mais se exerciam
essas influências, a luta evangelística caracterizava-se por um trabalho
de maior profundidade, levando os indivíduos a uma reformulação
Uma Luz que Alumia 145
mental, ao banimento de uma concepção puramente humana para as
verdades vindas de Deus. O arejamento da consciência é fator básico
para a atuação do Espírito Santo, para que as verdades com respeito às
coisas de Deus sejam compreendidas e aceitas, livres de interferências e
conotações.
"Deus se pode servir de cada pessoa na proporção exata em que Lhe
é possível pôr o Seu Espírito no templo dessa alma." – Testimonies, vol. 7, pág.
144.
No tempo do apóstolo Paulo, havia uma gama bem engendrada de
rudimentos, manipulados por sábios e entendidos, que prendiam a
atenção do povo e formavam as malhas de uma conceituação filosófica
que não só era interessante e curiosa como constituía-se em elemento
de subordinação. Daí a advertência do apóstolo: "cuidado que ninguém
vos venha a enredar", ou, como diz outra tradução: "não vos faça presa
sua".
A subordinação mental é processo sutil, oriundo do
condicionamento da vontade à doutrinação de outrem; para o que
influi, favorecendo a penetração, a ausência de conhecimento ou de
exame pessoal do assunto, a existência de idéia preconcebida e uma
predisposição inata ou adquirida.
O trabalho dos reformistas junto a adventistas do sétimo dia tem
as características acima referidas. É por esse processo que eles "tiram"
um ou outro membro da igreja, sempre pessoas que tinham condições
mentais que favoreciam a penetração. E a base da "conquista" é a
mesma que forma o alimento de manutenção: ataques à Igreja
Adventista do Sétimo Dia. E isto é que forma a atmosfera de
encantamento em que vivem os irmãos reformistas.
Mas de Deus vem a promessa:" Derramarei água sobre o sedento,
e rios sobre a tema seca". Isa. 44:3
"As almas que buscam diligentemente a luz e que aceitam de boa
vontade todo raio de iluminação divina vindo de Sua santa Palavra,
Uma Luz que Alumia 146
unicamente a essas, será a luz comunicada. É por meio dessas almas
que Deus revelará aquela luz e poder que iluminarão toda a Terra com
Sua glória." – Testemunhos Seletos, vol. II, pág. 377.

CAPÍTULO 19
COMO COMEÇOU O MOVIMENTO DE REFORMA
NA ALEMANHA

A Verdade dos Fatos Ocorridos

Relato histórico feito pelo Pastor R. Ruhling a D. Nicolici,


em carta de 18 de Julho de1957. O Pastor Ruhling foi um dos
secretários de campo da Associação Geral em 1947. Uma cópia
da referida carta foi enviada pelo Pastor Moysés S. Nigri à
Associação Paulista da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e foi
traduzida pelo Pastor Luiz Waldvogel.

7104 Woodland Avenue


Takoma Park
Washington 12 D.C.
18 de julho de 1957

Pastor D. Nicolici, Presidente do


Movimento de Reforma Adventista do Sétimo Dia
P.O. Box 234, Oak Park
Sacramento, 17 Califórnia

Prezado Irmão Nicolici:


Uma Luz que Alumia 147
Algumas semanas atrás recebi vossa carta-circular impressa, com
data de abril de 1957, e penso que devo responder àquela parte quanto
à qual estou absolutamente habilitado a fazê-lo, isto é, sobre a origem
de vosso movimento. Parece-me que se trata de uma questão muito
vital.
Fui Secretário da União Este-Alemã, localizada em Berlim, de 1913
em diante. Em 1920, por ocasião da discussão em Friedensau, anotei
em taquigrafia tudo que foi dito por ambas as partes e posteriormente
o publiquei. E eu conhecia pessoalmente as várias pessoas que
iniciaram aquele movimento, assim como a maioria dos líderes que se
seguiram.
Na direita superior de vossa carta-circular acha-se impresso:
"Originado em 1914", e no segundo parágrafo publicastes o seguinte:
"... Não foi senão por ocasião da crise da Primeira Guerra Mundial, em
1914 que se revelou claramente a apostasia." E, em vossa carta de 10
de maio de 1954, na página 3, dizeis de novo: "O Movimento da
Reforma, que veio à existência em resultado da crise que defrontou o
povo do Advento em 1914. (...)". Aqui dais o ano de 1914 como o
princípio de vosso movimento. Concluo que repetis isto por causa da
declaração muito reiterada por essas pessoas, sem conhecer os fatos.
Permiti que aqui vos diga francamente, como tenho muitas vezes
feito, de viva voz e pela pena, que isto é absoluta inverdade. A Primeira
Guerra Mundial rompeu a 3 de agosto de 1914. Mas não havia, entre os
membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia da Alemanha,
absolutamente nada de opiniões divididas, quanto a deverem ou não os
irmãos participar da guerra. Este fato refuta também vossa sentença: "A
minoria que se opôs a esse compromisso dos líderes foi excluída da
igreja." Isto é absolutamente inverídico. (Acerca dos que foram
excluídos escreverei depois; mas deixai que prossiga.)
Como disse, a Guerra iniciou-se em agosto de 1914. Passaram-se
os meses de agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro. Isto
Uma Luz que Alumia 148
são cinco meses, mas em parte alguma houve diferença de opinião,
nada de protesto, nem perturbação, nem disputa e nenhuma cisão em
nenhuma de nossas igrejas, acerca dessa questão. Esse movimento de
reforma começou no início de janeiro de 1915, e surgiu sobre uma
questão inteiramente diversa, isto é, a visão que algumas pessoas
alegavam ter recebido acerca do fim do tempo da graça. Assim, repito:
quando o chamado movimento alemão de reforma começou, ele não
envolvia a questão do porte de armas ou de participar da guerra.
Dois membros leigos, conhecidos meus: J. Wick e o irmão Czukta,
foram, com muitos de nossos membros da igreja, recrutados para o
exército alemão e mandados a Berlim, para o treino básico. Aí esses
dois homens recusaram deixar-se vacinar e foram mandados para a
prisão militar por sete dias. Enquanto na prisão militar, J. Wick afirmou
ter tido uma visão, que ele escreveu e mandou para nossa casa
publicadora, em Hamburgo, com o pedido de que fosse publicada em
nosso órgão da igreja. A casa publicadora recusou-se a publicá-la.
Quando esses dois homens foram soltos da prisão, desertaram do
exército e foram a Bremen, onde encontraram refúgio com o ancião da
igreja. J. Wick coletou dinheiro para publicar particularmente sua visão,
e mandou um exemplar a quase todos os membros da igreja e ministros
da Alemanha. Afirmava ter recebido a visão em 11 de janeiro de1915 –
visão na qual lhe foi mostrado que quando as árvores de frutas de
caroço (cerejas, ameixas, etc.) florescessem, na primavera (abril-maio),
terminaria o tempo de graça. Afirmava ter-lhe também sido mostrado
que deveria relatar sua visão aos irmãos líderes e, se não a aceitassem,
estariam apostatados.
Aqui, acentuo novamente, nada havia nessa chamada visão; lida
por mim muitas vezes, acerca da guerra ou de nela participar. Tinha que
ver tão-somente com o fim do tempo de graça.
Os irmãos líderes na Alemanha declararam que essa visão ou era
imaginária, ou de Deus, ou do diabo. Visto como se demonstrou não ser
Uma Luz que Alumia 149
verdadeira, por certo que não era do Céu, de maneira que se conclui ter
sido ou imaginária ou do diabo. Este foi o início do "movimento de
reforma."
Por esse tempo várias outras pessoas também afirmavam ter tido
visões. Uma delas, a irmã Kersting, membro leigo, afirmava ter tido, em
fevereiro ou março de 1915, uma visão na qual recebera comunicação
de que o tempo de graça terminaria quando as árvores de frutas de
caroço florescessem. Uma tal Sra. Ziegler, também membro leigo,
declarava ter tido uma visão. Um ou dois outros também anunciaram
ter tido visões. Uma irmã, membro leigo, pertencente à igreja de um
subúrbio de Berlim, relatou à igreja a sua visão, Os membros da
Comissão da Associação foram falar com ela. Na entrevista disse ela que
outrora praticara coisa como as de que trata o chamado Sexto e Sétimo
Livros de Moisés (livro de fórmulas mágicas que circulavam na Idade
Média), e que, em resultado do que aprendera nesse livro, fora ela
capaz de realizar algumas curas. Estes chamados profetas, é evidente
não tinham então contato mútuo, e portanto não começaram a
trabalhar em conluio uns com os outros.
A primavera de 1915 veio e as árvores floresceram. E nada
aconteceu. Durante todo esse tempo, nada se disse acerca do porte de
armas. A questão suscitada dizia respeito à terminação do tempo de
graça.
Os dois desertores do exército foram presos e condenados a cinco
anos de prisão. O Sr. Czukta faleceu na prisão. Quando o Sr. Wick foi
libertado, não continuou com os chamados "reformadores". Os outros
falsos profetas arrebanharam simpatizantes em vários lugares, como
Berlim, Bremen, Hamburgo, Munique, etc. Renegaram nossos irmãos
líderes, porque não aceitaram como vindas de Deus as mensagens que
eles pretendiam ser de Deus. Apenas passado o tempo do
florescimento, em 1915, novas declarações foram, pelos falsos profetas,
espalhadas quase semanalmente, estabelecendo o dia 10 de maio
Uma Luz que Alumia 150
de1915, como data da terminação do tempo de graça. Passada essa
data, marcou-se outro tempo. Mudaram suas datas cinco ou seis vezes.
Isto habilitou nossos irmãos a ver a insensatez de crer nesses falsos
profetas.
Então aconteceu algo diferente. Na Saxônia nossas igrejas foram
fechadas e fomos proibidos de realizar reuniões.
Quando rompeu a guerra, em agosto de 1914, o a Pastor F.
Schuberth fez ao governo alemão, em Berlim, declaração de que nossos
irmãos haviam sido aconselhados a portarem armas na guerra. E no
princípio do verão de 1915 foi pelos pastores L. R. Conradi, H. F.
Schuberth e P. Drinhaus apresentada ao governo alemão uma segunda
declaração acerca do porte de armas. Nela se fazia referência à
declaração do Pastor Schuberth no ano anterior. Em resultado disso,
suspendeu-se a interdição de nossa obra na Saxônia.
Os fanáticos conseguiram um exemplar do documento que esses
irmãos apresentaram ao governo e usaram-no para fomentar contra os
líderes de nossa obra na Alemanha. Nenhum obreiro empregado da
denominação tomou parte nisso. Um dos líderes da facção rebelde foi
um tal Sr. Richter, outrora ancião da igreja de Bremen. Eles – os
fanáticos – começaram a denunciar a igreja como tendo caído e se
tornado Babilônia, e insistiam com os irmãos, particularmente com os
seus simpatizantes, a que saíssem de nossas igrejas.
Foi nesse tempo que os chamados "reformadores" começaram a
assumir a atitude de que nossos irmãos não deviam portar armas na
guerra. Organizaram-se grupos que se reuniam à parte. Seus lideres
viajavam de um lugar a outro. Alguns de seus seguidores recusavam-se a
atender à convocação para o serviço militar. E quando alguns de nossos
irmãos, consultados pela, polícia, disseram o que deles sabiam, os
"reformadores" clamavam que estavam sendo perseguidos pela
denominação. Começaram a propagar seus pontos de vista em
publicações impressas.
Uma Luz que Alumia 151
Tanto quanto me possa lembrar, nenhum de nossos ministros
ordenados, na Alemanha, se uniu a essa rebelião "reformista" durante o
período da guerra.
Terminada a guerra, em novembro de 1918, alguns ministros
jovens, não ordenados ainda, uniram-se aos "reformadores". Um deles
foi Henry Spanknöbel com seu irmão Karl Spanknöbel, Mais tarde,
quando surgiram na Alemanha os nazistas, Henry se lhes uniu. Os
nazistas enviaram-no, com uma missão especial, aos Estados Unidos.
Quando se suspeitou de que o F.B.I. estivesse à procura de Henry
Spanknöbel, o embaixador alemão em Washington, D.C., ocultou-o e o
mandou a Nova Iorque, de navio, e dali para a Alemanha. O F.B.I.
(Federal Bureau of Investigation) vasculhou o navio mas não o encontrou.
Os dois irmãos tornaram-se preeminentes e ativos como primitivos
líderes do "movimento da reforma". Henry era orador eficiente. Ambos
– ele e Karl – serviram no exército alemão na primeira Guerra Mundial,
e só depois da guerra é que se uniram ao "movimento da reforma".
Henry desapareceu misteriosamente e seu paradeiro é desconhecido.
Karl está agora nos Estados Unidos e atribui-se a si mesmo o título de
"Nobre". Um sobrinho seu, Pastor J. N. Noble (Nobre) é um dos nossos
ministros em Dakota do Sul.
De 21 a 23 de julho de 1920 realizou-se em Friedensau, Alemanha,
uma reunião à qual assistiram líderes da Associação Geral como os
Pastores A. G. Daniells, F. M. Wilcox, M. E. Kern, L. H. Christian. Foi quando o
Pastor Christian assumiu seus deveres de presidente da Divisão Européia,
tendo sido eleito a esse posto, na sessão prévia da Associação Geral.
O líder dos "reformadores" era então o Sr. Dörschler, que fora
anteriormente ancião de uma de nossas igrejas, mas não obreiro
denominacional. Instalaram sua sede central em Würzburg, sul da
Alemanha, onde imprimiram suas publicações. Tinham denunciado a
obra da Cruz Vermelha como sendo do diabo, e isto admitiram na
Uma Luz que Alumia 152
reunião de Friedensau, porque nós havíamos aconselhado nossos
homens a servirem no corpo médico durante a guerra.
O Pastor Daniells e seus associados da Associação Geral trataram
instantaneamente com os irmãos dissidentes, procurando reavê-los. O
Pastor Daniells explicou com muito cuidado nossa posição denominacional
na questão do porte de armas em tempo de guerra. Foi também
explicado que os líderes de nossa obra na Alemanha haviam cometido
um erro em aconselhar nossos irmãos a portarem armas na primeira
Guerra Mundial. Depois de haverem ouvido a explanação da atitude
denominacional assumida por nossos irmãos quanto ao assunto, os
líderes de nossa obra na Alemanha de pronto reconheceram haverem
errado.
Visto como os "reformadores" em suas publicações nos chamavam
"Babilônia," não podíamos por mais tempo tolerá-los em nossas igrejas,
e os excluímos. Qualquer organização teria feito a mesma coisa. Mas,
que incoerência. Primeiro nos chamavam "Babilônia," da qual deviam
sair, e depois, quando os excluímos, clamavam estar sendo perseguidos
pela denominação. Por que não queriam ser excluídos de Babilônia? Ou
julgavam poder fazer uma propaganda mais eficaz enquanto diziam ser
membros da igreja?
Agora, tendo-lhe eu escrito esta declaração absolutamente
verdadeira, poderei esperar que mudeis vossas afirmações acerca do
ano 1914?
Porventura qualquer dos líderes antigos, depois de deixar o
"movimento da reforma", alguma vez repudiou seus atos antigos e
confessou seus erros? Permiti que vos dê uma ilustração: Em 1926, na
assembléia da Associação Geral em Milwaukee, encontrei-me com "Karl
Spanknöbel, muito meu conhecido, e que fora um de seus líderes.
Disse-me ele: "Irmão Ruhling, estando eu agora nos Estados Unidos e
tendo aprendido a língua inglesa e começado a ler os Testemunhos
estou convencido de que não tínhamos razão alguma para nosso
Uma Luz que Alumia 153
movimento de reforma." Ora, confessou ele qualquer de seus erros e
arrependeu-se do dano que causou à nossa denominação? Ou
porventura se uniu de novo à igreja? Não. Vive ainda em Detroit mas
não é membro da denominação. Ou porventura os que coletaram
dízimos e ofertas de nossos membros da igreja alguma vez os
devolveram ou confessaram seu erro? Confessaram jamais o seu erro
de em público nos chamarem Babilônia?
Uns dez ou doze anos atrás, numa reunião campal em Lodi,
Califórnia, encontrei-me com um jovem que afirmou saber de tudo o
que acontecera na Europa quanto à origem do movimento ao qual ele
pertencia. Perguntei-lhe qual a sua idade. Vi que em 1914 ele não era
nascido, no entanto pretendia saber de tudo. Eu lhe disse que ele nada
sabia. Ou o que sabia, aprendera-o dos falseados escritos de algum dos
"reformadores". Disse-lhe que devia ir para a casa estudar a Bíblia e os
escritos do Espírito de Profecia, e deixar de pregar falsidades e aprender
a proclamar a verdade.
Assim, se sois sincero, como em vossa carta afirmais, espero muito
sinceramente que haveis de fazer algumas correções, pelo menos,
quando publicardes nova carta-circular.

Muito Sinceramente vosso,


R. RUHLING
Uma Luz que Alumia 154
CAPÍTULO 20
ASPECTOS DA HISTÓRIA DO MOVIMENTO DE REFORMA

Conforme relatado por Albert Müller, ex-pastor reformista


e, hoje, membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia na
Alemanha. Traduzido e cedido pelo irmão Francisco Palfi, ex-
obreiro da Reforma.

Na história da Igreja de Cristo, encontramos experiências que


revelam o grande conflito entre a luz e as trevas. Quando Deus, neste
Mundo, pretende iniciar uma obra, Ele a legaliza pela firme palavra
profética.
João Batista, o precursor de Jesus, podia provar sua Missão e Obra
pela profecia de Isaías 40:3 e Malaquias 3:23. Os quatro evangelistas
confirmam a Obra de João Batista como obra profetizada. Mateus 3:3,
Marcos 1: 2-3, Lucas 3:4, João 1:23.
A obra de preparação para a segunda vinda de Cristo também é
documentada pela Palavra Profética. O tempo profético é predito em
Daniel 8:14, e a obra profetizada e sua extensão mundial encontramos
em Apoc. 14: 6-12. A igreja profetizada tem o nome de "LAODICÉIA",
Apoc. 3:14-22. Temos também a confirmação profética de que Cristo, o
Senhor da igreja, estará com ela até o fim dos tempos. Apoc. 1:13.
O cumprimento desta obra profetizada é efetuado pela Igreja
Adventista.
O Senhor mesmo abençoou, dirigiu e conduziu esta Obra. A
história traz o selo de Deus. Confrontemos agora esta Obra com a
história da igreja separatista, o "Movimento de Reforma".

Uma História de 50 Anos


Uma Luz que Alumia 155
Em 1919, depois da primeira guerra mundial, realizou-se em Erfurt,
a primeira Conferência do Movimento de Reforma. Naquele tempo o
nome era "Sociedade Missionária Internacional dos Adventistas do
Sétimo Dia". O nome "Movimento de Reforma" foi adotado somente
em 1922. As Conferências seguintes realizaram-se em Magdeburg,
Wurzburg, Frankfurt, Bebra e Gotha.
Dois anos depois da primeira guerra mundial, o Senhor concedeu
oportunidade aos irmãos do "Movimento de Reforma" de
entrevistarem-se com os irmãos da Associação Geral, o seu presidente,
irmão Daniells, e os irmãos dirigentes das três Uniões Alemãs. Esta
entrevista realizou-se de 21 a 23 de julho de 1920, depois de dias de
contendas e debates pela posse das mais altas posições. E o resultado
foi uma divisão geral no Movimento.
Desde 1951 existem duas Associações Gerais dos reformistas.
Ambas as partes aceitaram os Princípios de Fé de 1925. Acusam-se
mutuamente de apostatarem destes princípios, e se empenharam
numa. luta fora dos limites cristãos. Surgiu a contenda em torno do
nome e posse da propriedade adquirida em Sacramento, USA. Ambas as
partes reclamavam para si o mesmo nome e a propriedade. Iniciou-se
uma ação perante a justiça, em Sacramento, que deveria decidir, qual
das partes teria o direito ao nome e propriedade. Mas a queixa foi
retirada na sala de audiência, antes do início judicial.
A primeira assembléia da Associação Geral da nova Organização,
realizou-se em 1955 em São Paulo (Brasil). Apesar dos esforços de
diversos irmãos e delegados a favor da reconciliação e união, entre os
dois Movimentos de Reforma, não chegaram a um acordo.
Cinco anos depois da desastrosa assembléia da Associação Geral
de Utrecht, realizou-se, no ano de 1956, em Speele, Alemanha, uma
assembléia do antigo Movimento de Reforma. Nesta surgiram
novamente debates durante vários dias em torno do parágrafo 18 dos
Princípios de Fé. É o infeliz parágrafo do 'matrimônio, que desde o início
Uma Luz que Alumia 156
foi a causa de inumeráveis contendas. O parágrafo 16 foi também
abordado.
Na direção efetuou-se uma mudança, que resultou em discórdias.
Na assembléia realizada no ano de 1960, na Holanda, surgiu novamente
um grande debate e discussão em torno dos Testemunhos da irmã E. G.
White. Tratava-se dos Testemunhos que não foram publicados
enquanto ela vivia. São as cartas e Manuscritos, que podem ser
encontrados e vistos no Arquivo da Associação Geral da Igreja
Adventista do Sétimo Dia, em Washington, onde são cuidadosamente
guardados. Estes Testemunhos são publicados nos livros: "Evangelismo"
(1946), "Lar Adventista" (1952), e "Mensagens Escolhidas" livros um e
dois (1958). Duvidou-se de muitos Testemunhos. Mediante esta posição
assumida, o Movimento de Reforma condenou-se a si mesmo.
A última assembléia da Associação Geral Reformista realizou-se no
ano de 1966, em Obendorf (Alemanha). Surgiram debates e discussões
em torno do parágrafo 16 dos Princípios de Fé, se a Igreja Adventista é
"Babilônia" ou apenas uma parte dela. Com poucos votos contrários, foi
novamente confirmada a posição anterior: Babilônia.
É lamentável que este erro continua a ser sustentado, porque a
irmã White afirma positivamente o que significa Babilônia e a quem se
aplica.
Por adquirir, em 1926, um novo centro missionário, a sede do
Movimento de Reforma foi transferida de Wurzburg para Isernhagen,
próximo de Hanover. Foi instalada uma tipografia própria, e deu-se o
início à colportagem, com Tratados e literatura missionária.
Depois de um breve tempo de calma, surgiram contendas entre as
famílias dos irmãos dirigentes que residiam na sede da Obra. Os
resultados foram exclusões da igreja e o surgimento de mais um novo
"Movimento de Reforma", com sede em Saarbruken. Depois de seis
anos este Movimento dissolveu-se. A maioria dos membros deste
Movimento uniram-se à Igreja Adventista.
Uma Luz que Alumia 157
Em1934 realizou-se uma Assembléia da Associação Geral do
"Movimento de Reforma", em Budapeste (Hungria). Nesta reunião foi
decidida e feita uma mudança na direção do Movimento. Esta mudança
causou grave contenda com os irmãos da América do Norte. Estas
contendas continuaram por muitos anos.
Em abril de 1936, na Alemanha, o "Movimento de Reforma" foi
proibido e dissolvido. Depois da Segunda Guerra Mundial, os diversos
grupos reformistas na Alemanha e em outros países uniram-se. Novos
Centros Missionários foram estabelecidos em Solingen e Esslingen no
Nockar. Surgiram contendas e divergências na Comunidade, que
resultaram em exclusões. Mais uma vez estabeleceu-se uma nova
Organização de reformistas com o nome que existe ainda hoje.
Para o ano de 1948 preparou-se uma assembléia da Associação
Geral, que se realizou em Den Haag, na Holanda. Dois irmãos logo no
início tentaram apoderar-se da direção. Foram examinados por uma
comissão e declarados rebeldes. Eles reconheceram o erro. Houve uma
reorganização na Associação Geral, e a sede foi transferida para os
Estados Unidos. Para isto foi adquirida uma propriedade em
Sacramento, Califórnia, USA., e estabelecida uma nova sede
missionária.
Poucas semanas depois, um dos irmãos dirigentes separou-se,
iniciando sua própria obra. Neste mesmo ano, a União Norte Americana
foi excluída da Comunidade do Movimento, pelo presidente e
secretário da Assembléia Geral. E assim se estabeleceram dois
Movimentos de Reforma nos Estados Unidos.
No ano de 1949, foi estabelecido, em Speele, Honovers-Munden,
na Alemanha, uma nova sede Missionária, e junto a esta uma Escola
Missionária. Esta mesma sede encontra-se hoje em Jagsthausen, perto
de Heilbron, no Nockar. A propriedade em Speele foi transformada num
Asilo de Velhos. Em Obendorf, no Schorndorf (Wurtenberg), instalou-se
a Clínica Elim.
Uma Luz que Alumia 158
No ano de 1951, foi convocada a assembléia da Associação Geral,
em Utrecht, Holanda. Desuniões e separações foram os resultados
entre os irmãos dirigentes, em Friedensau. Do relatório oficial descrito
no Protocolo, nota-se que o irmão Daniells esforçou-se ao máximo para
conseguir uma reconciliação e união entre as duas partes. Tudo se
centralizou na dureza do coração, e posteriormente se comprovou que
os irmãos representantes da Reforma não desejavam a reconciliação.
Quando um irmão, depois da oração do irmão B., em favor da união,
respondeu em voz alta: Amém, foi repreendido pela sua atitude. Esta
posição trouxe um futuro bem difícil para aqueles irmãos.
No ano de 1922, realizou-se em São Francisco, a Assembléia da
Associação Geral da Igreja Adventista. Para esta foram convidados dois
irmãos do Movimento de Reforma, mas por falta de motivos não houve
entrevista. Depois do encontro de Friedensau, em 1920, os irmãos
reformistas continuaram com maior ímpeto sua obra de perturbação e
acusação nas igrejas, qualificando-as de Babilônia.
Graves crises e perturbações com os seus resultados
acompanharam o Movimento de Reforma, por meio do fanatismo,
desunião, ensinos e opiniões discordantes e outras sem valor e inúteis.
Em 1916, veio uma sacudidura por meio do Movimento das Cabanas,
segundo Zacarias 14:16-19, que ainda subsiste, dividido em várias
ramificações. Apareceu também a assim chamada "Terceira Parte", os
Antiquadristas, segundo Zac. 13:9; também desta restou um
remanescente. Levantaram-se irmãos procurando introduzir um
sistema de 12 apóstolos, e, baseado em Apoc. 18:4, apareceu um
quinto agente lutador. Com diversas idéias e pensamentos fanáticos e
extremistas, até hoje o Movimento de Reforma está sendo assaltado,
conforme se nota em sua literatura e na Revista extra de 1919.
As mencionadas conferências realizadas em Magdeburg,
Wurzburg, Frankfurt, Bebra e Gotha testemunharam a desunião e as
controvérsias. Em Wurzburg, separou-se o território Suíço e, em Bebra,
Uma Luz que Alumia 159
em 1924, foi excluído o território Norte-Alemão, que se organizou como
Movimento de Reforma e, depois de alguns anos, dissolveu-se.
A primeira assembléia ordinária da Associação Geral (Reformistas)
para a qual afluíram representantes de vários países europeus, realizou-
se em 1925, em Gotha, em conseqüência da contínua desunião entre os
dirigentes da União Alemã. Nesta assembléia foram elaborados e
publicados os "Princípios de Fé". Os mesmos até hoje são motivo de
discórdias, discussões e debates, e, em certas ocasiões, até recusa de
alguns parágrafos. Em particular o parágrafo 16 é o ponto mais
debatido. Ele se refere ao "Alto Clamor", conforme Apoc. 18:1-4, que
devia dar ao "Movimento de Reforma" uma base profética. Porém, todo
aquele que estudar o capítulo "A última advertência", de O Grande
Conflito, compreenderá que esta obra ainda está no futuro, e não
começou há quase 50 anos atrás.

Um Encontro Sem Resultado

Os irmãos reformistas alemães, dirigiram um apelo por escrito à


Igreja Adventista do Sétimo Dia (Divisão Central Européia),
manifestando o desejo de terem uma entrevista.
Isto foi realizado numa quarta-feira, 18 de novembro de1964, em
Marienhohe, Darmstadt. Durou, com alguns intervalos, o dia todo.
Separaram-se com o propósito de ser marcada uma data posterior, para
continuação da entrevista. Mas, que decepção! Os artigos publicados
nos anos de 1965 e 1966 nos órgãos oficiais "Sabbatwachter e Harold
der Reformation", expressaram-se numa linguagem diferente, não de
reconciliação e união. Novamente se comprovou que a maioria dos
irmãos reformistas não desejava a reconciliação. Esta atitude é
contrária à súplica proferida na oração sumo-sacerdotal de Jesus.

Um Balanço Depois de 50 Anos


Uma Luz que Alumia 160

Depois de 50 anos de trabalho, desde a primeira conferência de


1919, notou-se, nos países mencionados, visíveis progressos. Porém, a
grande e mundial divisão, no ano de 1951, contribuiu para o declínio e
fim do progresso do Movimento de Reforma. O tempo, o trabalho e os
meios foram em grande parte empregados numa guerra mútua entre
irmãos. Os esforços das duas Assembléias Gerais Reformistas, para uma
conciliação e união, até o dia de hoje falharam. Em combater a Igreja
Adventista estão de acordo e unidos, assim como foram Pilatos e
Herodes contra Jesus. Tal sintoma merece consideração.
A tarefa principal, a salvação de almas, tornou-se assunto de pouca
importância. Durante os últimos anos muitos irmãos, entre estes,
presidentes, pastores e diversos outros funcionários do Movimento de
Reforma, aderiram ao Movimento Adventista. Estão agora felizes e
unidos na profetizada Obra de Deus. Existem países, cidades e vilas,
onde outrora se encontravam florescentes igrejas e grupos do
Movimento de Reforma, e que hoje quase não se encontra reformista
algum. A dissolução continua sem parar. Em alguns lugares surgiram
mais outros fragmentos, e até famílias dividiram-se em vários partidos.
O Evangelho do amor fraternal, da caridade e da união, depois de 50
(cinqüenta) anos de existência, deixou de cumprir-se. A árvore da
Reforma não produziu bons frutos, Se esta árvore tivesse raízes
proféticas teria um quadro diferente. Disse Jesus: "Pelos frutos se
conhece a árvore".

A Oração Para Esta Hora, Para Todos os Reformistas

"Vinde, e tornemos para o Senhor, porque Ele nos despedaçou, e


nos sarará; fez a ferida, e a ligará." Oséias 611.
"Deu-nos o Senhor em Sua Palavra, instruções definidas e
inequívocas, e na obediência a elas podemos preservar a união e harmonia
Uma Luz que Alumia 161
na igreja. Irmãos e irmãs, estais dando ouvidos a essas ordens inspiradas?
Sois leitores da Bíblia, e praticantes da Palavra? Estais lutando para
cumprir a oração de Cristo, de que Seus seguidores sejam um? 'O Deus de
paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os
outros, segundo Cristo Jesus. Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis
ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.' Rom. 15:5 e 6. 'Quanto ao
mais, irmãos, ... sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo
parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco.' II Cor.
13:11." – Testemunhos Seletos, vol. II, pág. 89.
Não queremos juntos agradecer a Deus pela tríplice mensagem
angélica de Apoc. 14, que hoje é proclamada por 55.000 obreiros, e em
quase 1.000 idiomas? Todos nós temos motivo de alegrar-nos que pelo
Rádio e Televisão a mensagem da breve vinda de Jesus Cristo alcançou
o Globo todo. Nos cinco continentes está sendo levada avante a
mensagem de boas novas pela Obra Médico-Missionária por meio de
20.000 médicos e enfermeiros, e mais de 300 hospitais, sanatórios,
clínicas e postos de saúde. Lanchas missionárias prestam auxílio aos
pobres e enfermos em regiões distantes.
A organizada obra da Assistência Social, indicada nos Testemunhos
pela irmã E. G. White, presta anualmente auxílio em dez milhões de
casos.
Todo adventista do sétimo dia é convidado, por meio de trabalho
de casa em casa, a entregar a Bíblia aos homens, esclarecendo-lhes a
verdade. O livro O Grande Conflito, de E. G. White, editado em brochura
e vendido pelo prego de 5 (cinco) marcos (alemães), permite a todos
adquiri-lo. Está sendo espalhado em grande quantidade.
Prezado irmão e irmã, venham e ajudem vocês também.
"E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve diga: Vem. E
quem tem sede venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida."
Apoc. 22:17.
Minhas carinhosas saudações, //vosso, Albert Müller.
Uma Luz que Alumia 162
CAPÍTULO 21
MINISTERIO DA CALÚNIA E DA INVENCIONICE

O Pastor Jerônimo G. Garcia ainda vivia quando lhe foi dito, por
pessoa amiga e que recém havia deixado os arraiais da Reforma, que a
Igreja da Reforma estava divulgando que a morte do Pastor A. G.
Daniells não fora natural mas por suicídio. Era isto uma invencionice
desumana e por demais baixa, que só podia causar revolta. Na ocasião,
o Pastor Jerônimo mostrou o que a Review and Herald noticiara na
época. E aqui estamos publicando o que nos foi enviado pelo Pastor
Moysés S. Nigri.
Não é possível que pessoas que se digam cristãs e sejam sinceras
tenham coragem de pertencer a um grupo religioso que chega a tais
extremos. A Igreja Adventista do Sétimo Dia nunca deu importância às
calúnias e invencionices dos reformistas, mas esta calúnia sobre a
morte de um dos grandes homens da Obra Adventista, é por demais
revoltante para que silenciemos.
Esse ministério da calúnia e da invencionice que é exercido pelos
reformistas, tem chegado a tal extremo de ousadia e atrevimento que
clama aos céus. Que pensam tais homens que assim procedem? Que
esperam eles? Seu rancor e raiva contra a Igreja Adventista do Sétimo
Dia cada dia se identificam mais com o ódio que Satanás tem contra
Deus e Seu povo.
Deus dará a seu tempo a paga a quem a merece. Mas apelamos às
almas sinceras que não pactuem com tais elementos. Abandonai tais
homens. Saí da confusão, dessa ala da Babilônia, que são os diferentes
ramos reformistas.

CARTA DO PASTOR ARTHUR L. WHITE

31 de maio de 1974
Uma Luz que Alumia 163

Pastor M. S. Nigri Escritório (Sede da Assoc. Geral)


Prezado irmão Nigri:
O irmão entregou-me várias perguntas que lhe foram feitas por
nossos irmãos da América do Sul. A primeira refere-se ao Pastor
Daniells ao boato de que ele teve morte violenta, enforcando-se. Isto
não é verdade, em nenhum sentido. Conheci pessoalmente o Pastor
Daniells. Com efeito, recebi o nome de Arthur, como o dele, por causa
das íntimas relações entre nossa família e o Pastor Daniells, e estive
com ele poucas horas antes de seu falecimento. Faleceu no Sanatório
Adventista do Sétimo Dia de Glendale, Califórnia. A causa de sua morte
foi câncer. Faleceu a 22 de março de 1935, com a idade de 76 anos.
Com meu pai, William C. White, e meu cunhado, D. E. Robinson,
visitei o Pastor Daniells em seu quarto do hospital, um ou dois dias
antes de falecer. Ele recordou algumas experiências, particularmente
aquelas em que o Espírito de Profecia figurava preeminentemente, e
falou de seu relacionamento com Ellen G. White. Tornou ele claro que
todo e qualquer êxito que tivera a sua administração, fora por causa de
sua adesão aos conselhos que o Senhor dera através de Ellen White.
Então disse:
"Dentro de poucas horas me levarão através do gramado e
me deporão a descansar no cemitério. Sinto deixar tantos
amigos. Mas a próxima coisa de que terei consciência, será a
presença de Jesus. Adormecerei neste leito de hospital, e levarei
apenas um minuto para me encontrar com o meu Senhor."

Incluo uma copia de sua biografia, tal qual apareceu na Review and
Herald de 18 de abril de1935. O irmão talvez deseje passá-la aos que
fizeram a pergunta.
A outra pergunta diz respeito aos filhos da Sra. White e seus
últimos momentos devida. Nasceram a Tiago e Ellen White quatro
Uma Luz que Alumia 164
rapazes: Henry, nascido em 1847, faleceu em 1863, aos 16 anos. Teve
uma experiência religiosa viva, e nos últimos momentos expressou sua
confiança em Jesus, dando conselhos aos irmãos mais novos. Faleceu de
pneumonia, apanhada quando em viagem com os país, através da Nova
Inglaterra.
O segundo filho foi Tiago Edson White, nascido em 1849 e falecido
em 1928, com a idade de 78 anos. A parte média de sua vida, dedicou-a
ele a pioneirar a obra entre os homens de cor dos estados sulinos e à
publicação de hinários. Foi ministro ordenado. Durante um ou dois anos
antes de falecer achava-se debilitado, mas faleceu na fé.
O terceiro filho, William C. White foi meu pai. Nasceu em 1854 e
faleceu em 1937, com a idade de 83 anos. Por ocasião de seu falecimento ,
tinha as responsabilidades de secretário da Mesa dos Depositários dos
Bens de Ellen G. White e era membro da Comissão da Associação Geral.
Faleceu com o coração internamente confiante nos méritos de seu
Salvador ressurreto e da ressurreição futura. Teve morte súbita,
causada Por ataque do coração. No dia de seu falecimento passou cerca
de seis horas no escritório. Levei-o de carro para sua casa, e nessa
noite, cerca de onze horas, sofreu um ataque do coração e pelas três
horas foi para seu descanso. Faleceu tendo no bolso as chaves do
escritório.
O quarto filho de Tiago e Ellen White John Herbert viveu apenas
três meses, e foi o primeiro da família de quatro rapazes que
descansou.
Caso desejem as notícias dos óbitos desses quatro filhos, podemos
fornecê-los, tal como foram publicadas na Review and Herald.
Há uma indagação geral acerca dos pioneiros, Uriah Smith, S. N.
Haskell e outros. Perguntam qual foi o último a falecer. Já que se trata
de pioneiros, nomeá-los-ei na ordem abaixo, dando o ano do seu
falecimento.
Pastor José Bates, 1872
Uma Luz que Alumia 165
Pastor Tiago White, 1881
Pastor George I. Butler, 1918
Pastor S. N. Haskell, 1922
Pastor J. N. Andrews, 1883
Ellen G. White, 1915
Pastor J. N. Loughborough, 1924
Os três últimos homens mencionados, e Ellen White, conheci-os.
Naturalmente, porém, apenas como menino. O Pastor J. N.
Loughborough passou seus últimos anos no Sanatório de Santa Helena,
como hóspede. Foi o privilégio de uma jovem, Frieda Swingle, que agora
é minha esposa, servi-lo à mesa do refeitório, quando ia tomar as
refeições. Passo às suas mãos breves traços biográficos desses e de
outros pioneiros. Penso que isso proverá algumas informações básicas
de interesse ao consulente. Noto que o Pastor diz que, se possível,
gostaria de ter fotocópias de documentos que provariam esses fatos. A
melhor prova está nos obituários, e deles o irmão encontrará fotocopias
inclusas.
Uma palavra ainda, em conclusão. Nenhum dos pioneiros da Igreja
Adventista do Sétimo Dia morreu de morte violenta. Nem se suicidou.
Quaisquer boatos dessa espécie são inteiramente sem fundamento.
Confio que esta informação seja de utilidade aos que lhe fizeram
indagação.
Sinceramente, seu irmão,
ARTHUR L. WHITE, Secretário

TRAGOS BIOGRÁFICOS DE ARTHUR GROSVENOR DANIELLS

Dr. Percy T. Magan


Presidente do College Of Medical Evangelists
Uma Luz que Alumia 166
Nasceu Arthur Grosvenor Daniells em West Union, Iowa, a 28 de
setembro de1858 e expirou no Sanatório de Glendale, na Califórnia, a
22 de março de 1935, aos setenta e seis anos, cinco meses e vinte e
cinco dias de idade. Era o filho mais velho de Tomás Grosvenor Daniells
e Mary Jane Mcquillain-Daniells. O pai faleceu em 1863 aos cinqüenta e
cito anos de idade. Servira como oficial no Exército do Norte, na Guerra
Civil. Era médico cirurgião, tendo diploma da Universidade de Vermont.
Arthur Daniells tinha cinco anos apenas, quando ficou privado dos
cuidados paternos. A mãe alcançou a avançada idade de oitenta e seis
anos, falecendo em novembro de 1921. Além de Arthur houve outros
dois filhos, os gêmeos: Charles, que faleceu em 1924, e Dra. Jessie
Daniells-Hare, esposa do Dr. George A. Hare, que vivem em Fresno,
Califórnia.
A 30 de novembro de 1876 Arthur Daniells uniu-se em matrimônio
à Srta. Mary Ellen Hoyt, também de West Union, Iowa, a qual por
cinqüenta e nove anos lhe foi companheira dedicada e fiel. Um filho, Dr.
Arthur Grosvenor Daniells Jr., e esposa Grece Daniells e sua filha
Marylyn Lee, residem em Huntington Park, subúrbio de Los Angeles.
A tenra idade de dez anos, Arthur converteu-se a Cristo e Seu
serviço. Em 1875 matriculou-se no Battle Creek College. Por motivo de
saúde, porém, só permaneceu um ano.
Arthur e Mary Daniells assumiram a tarefa de lecionar nas escolas
públicas. Estavam nesse mister fazia um ano, quando o chamado ao
ministério começou a falar ao coração de nosso irmão. A princípio
combateu a idéia, julgando-se demasiado tímido, inculto demais e
muito hesitante. A esposa insistia em que ele orasse mais
ferventemente acerca da questão. Certo dia, com esse objetivo, dirigiu-
se a uma grande meda de palha num campo próximo, e para abrigar-se
meteu-se numa abertura feita pelo gado. Ali desabafou a alma a Deus, e
terminou rendendo-se à vontade divina. O que isto havia de significar
para a igreja e o mundo a seqüência tem revelado abundantemente.
Uma Luz que Alumia 167
A seguir fez o aprendizado de ministro licenciado, sob a tutela do
Pastor Robert M. Kilgore, no Texas, com início em 1878. Depois o Pastor
Daniells tornou-se auxiliar do Pastor Tiago White e irmã Ellen G. White,
sendo seu secretário por um ano. Veio então um período de obra
evengelística em várias cidades no norte do Iowa. Seu próximo encargo
parece ter sido o de diretor de um curso de preparo para instrutores
bíblicos na cidade de Des Moines. Ali se reunia um grupo de dez mocas
a fim de aprenderem a sagrada arte de explicar a Palavra de Deus a
pequenos grupos de pessoas, sendo o Pastor Daniells seu professor.
O ano 1886 destinava-se a fazer época na vida de nosso irmão. Foi
então que recebeu o chamado de ir para Nova Zelândia, como
missionário pioneiro. Para lá se dirigiu, com a jovem esposa. Ficaram
com os antípodas por catorze anos, parte do tempo na Nova Zelândia e
parte na Austrália. De 1889 a 1891 foi presidente da Associação de
Nova Zelândia, e de 1892 a1896, serviu como presidente da Associação
Australiana. Foi naquele tempo que o autor destes traços pela primeira
vez encontrou-se com ele. Nunca me esquecerei da primeira vez em
que o ouvi pregar. Foi aos obreiros da Casa Publicadora Echo, em
Melbourne, Austrália. Isto foi em agosto de 1890. Ainda lhe ouço o som
da voz, ao ler o texto que escolhera, de Jeremias: "Se te fatigas
correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com
cavalos? se tão-somente numa terra de paz estás confiado, que farás na
enchente do Jordão?" Continuou com uma fervorosa exortação aos
ouvintes a que fizessem fielmente sua parte.
Sob sua administração continuou a crescer o número de membros
da fé na Austrália. Em 1897 deu-se um passo para a frente,
organizando-se a União Australasiana, abrangendo as organizações da
Austrália, Nova Zelândia, Fidji e outras ilhas da Oceania. Foi eleito seu
primeiro presidente, cargo que manteve até seu retorno aos Estados
Unidos.
Uma Luz que Alumia 168
Pelo fim de 1900 terminou sua longa demora além-mar. O pastor
Daniells voltou aos Estados Unidos, não duvidando de que dentro em
breve regressaria à terra que amava. Mas Deus pretendia outra coisa.
Agora, com apenas quarenta e três anos de idade, destinava-se-lhe a
presidência da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia. Foi
eleito para esse cargo na Assembléia da Associação Geral em 1901.
Muitas perplexidades antolhavam ao novo presidente. Seguindo
instruções da mensageira do Senhor, a sede de nossa Obra transferiu-se
para sua localização no Oriente. Sob a mão guiadora de Deus, o líder e
os com ele associados seguiram avante. Tinham poucos recursos. Lutas
e oposição encaravam-nos por toda parte; todavia a obra prosperou. Os
escritórios da Associação Geral estabeleceram-se em Takoma Park, e a
Review and Herald construiu novo prédio. Nos ribanceiras do Sligo logo
surgiram um sanatório e um colégio. Estabelecido em Washington, o
Pastor Daniells de novo impulsionou o trabalho no campo mundial.
Se jamais um apóstolo se locomoveu para cá e para lá, e subiu e
desceu através das regiões da Terra, esse homem foi aquele cuja perda
hoje choramos. Ele sabia avaliar muito o conhecimento de primeira
mão, do campo. Sem tentar relacionar suas viagens em ordem
cronológica, nem enumerar os pormenores, basta constatar que suas
expedições missionárias levaram-no a quase todos os países e climas da
Terra. Uma ou mais vezes visitou ele as ilhas do Sul do Pacífico, a África,
a Rússia, a Polônia, Turquia, Romênia, Áustria, Hungria, Espanha,
Portugal, França, Suíça, Alemanha, Escandinávia, Grã-Bretanha, Índia,
China, Japão e América do Sul. Nem mesmo a Guerra Mundial deteve
essa campanha evangélica de ir para os remotos rincões da Terra.
Em 1922, numa Assembléia da Associação Geral, realizada em S.
Francisco, chegou a termo o longo encargo do Pastor Daniells. Foi então
eleito secretário da Associação Geral, cargo que ocupou por quatro
anos. Mas seu espírito dinâmico não podia limitar-se a uma
escrivaninha. não demorou, ei-lo a dirigir-se de novo a suas amadas
Uma Luz que Alumia 169
Austrália e Nova Zelândia. Anelava uma vez mais fortalecer as igrejas e
as mãos de seus irmãos na terra de seus labores antigos. Voltando da
Austrália, empreendeu outra viagem, a última das jornadas muito
longas, para os países sul-americanos. Os dias do viajar extenso
terminaram então.
Sobre o Pastor Daniells repousava agora a preocupação de
espiritualizar o ministério. Formou-se a Associação Ministerial e iniciou-
se a publicação da revista Ministry.
A despeito da pressão sob a qual decorreu sua vida, encontrou tempo,
durante a Guerra Mundial, para escrever dois livros, um intitulado A Guerra
Mundial e o outro, Um Mundo em Perplexidade. Tiveram vasta disseminação,
tanto em inglês como em outras línguas, tendo-se vendido muitos milhares
de exemplares. Posteriormente dedicou o tempo e a pena à autoria de outro
livro, que foi o seu preferido. Intitulou-se Cristo Justiça Nossa.
Quatro anos antes (isto foi escrito em abril de 1935) tornou-se ele
presidente do conselho diretor do Colégio de Médicos Evangelistas, a
escola denominacional de medicina de Loma Linda, Los Angeles,
Califórnia. Sob sua direção o aspecto espiritual da obra floresceu, como
tomado de nova vida. Juntamente com o autor deste resumo, labutou
ele para conseguir para a instituição a sala de sessões David Paulson.
Muito tempo antes de estar terminada, celebrou dentro de suas
paredes o primeiro serviço religioso. Quão apropriado que de seus
portais devesse ele partir para seu lugar de último repouso!
Perto do fim de janeiro começou ele a compreender que algo mais
que comum estava errado quanto a sua saúde física e com a constituição
férrea que lhe havia prestado tão bons serviços, e por tão longo tempo. No
dia 27 desse mês seus fiéis médicos informaram-no de que uma das mais
desafiadoras e fatais de todas as enfermidades dele se havia apoderado.
Calmamente, e sem um vestígio de temor, indagou quanto tempo poderia
demorar o seu fim. Então, com toda a energia que pôde pôr em campo e
com o mesmo espírito de abnegação que lhe assinalara a vida, empenhou-
se em levar a termo trabalhos importantes inacabados ainda.
Uma Luz que Alumia 170
Na noite de sexta-feira, 1 de fevereiro, um pequeno grupo de
pessoas reuniu-se em casa do Dr. Grosvenor Daniells, para um período
de oração e seu ungimento. De que o Espírito do Senhor esteve
presente de forma assinalada, todos atestarão. O Senhor, porém, em
Sua grande sabedoria, permitiu que Seu servo descansasse.
Fiz uma visita pessoal ao Pastor Daniells poucas horas antes de seu
falecimento, e ele então falou de sua fé em Deus, seu amor aos irmãos
e do descanso e paz que lhe enchiam a alma ao aguardar a manhã feliz
da ressurreição. E assim adormeceu, com essa fé íntima que o sustivera
através dos longos anos de seu ministério, e na esperança da bendita
ressurreição e reunião feliz naquele dia jubiloso.
NOTA: Este artigo registra as palavras proferidas por ocasião do
sepultamento do Pastor Daniells.

CAPÍTULO 22
UM VELHO MÉTODO REFORMISTA

A Alteração ou a Aplicação deturpada dos Testemunhos da


Irmã White

(Cópia de um trecho de carta escrito pelo Pastor C. H.


Watson, então presidente da Associação Geral, à Sra. E.
Dees, residente em Ontário, Canadá, a 27 de março
de1933. Foi enviada dos Estados Unidos pelo Pastor
Moysés S. Nigri para a Associação Paulista da Igreja
Adventista do Sétimo Dia e traduzida pelo Pastor Luiz
Waldvogel).
Uma Luz que Alumia 171
Agora, tendo escrito tão extensamente, desejo que a senhora
saiba que "The Sabbath Watchman" está inteiramente errado em alegar
que a Associação Geral tenha endossado os passos errados dados por
Conradi e seus associados na Alemanha. A declaração de "The Sabbath
Watchman", creio, representa muito falsamente a Associação Geral,
afirmando ter endossado a ação e atitude daqueles irmãos europeus.
Também deturpa, em um ou dois casos, as declarações da irmã
White. Especialmente o faz quando representa algumas de suas
mensagens que concitam a uma reforma, como se significassem que as
pessoas se devessem separar do corpo organizado de adventistas do
sétimo dia e fundar uma organização sua.
Conquanto eu não tenha podido dedicar muito tempo à leitura das
folhas de "The Sabbath Watchman" que me enviou, notei algumas
coisas em seu uso dos 'Testemunhos" que me parecem desonestas. Por
exemplo, citam de Testimonies, Vol. I, pág. 240: "Nossa santa fé clama
por separação. Não nos devemos conformar com o mundo, ou com
professadores da fé, sem coração e sem vida." E citam isto como se essa
frase fosse um chamado para separação do corpo geral de adventistas.
Na realidade é parte de um testemunho pessoal, escrito ao irmão e
irmã K.. Imediatamente antes das palavras que "The Sabbath
Watchman" cita, acham-se estas palavras:
"AMADOS IRMÃO E IRMÃ K.: em minha última visão foram-me
mostradas algumas coisas com respeito a sua família. O Senhor tem
pensamentos de misericórdia a seu respeito, e não os abandonará a
não ser que os irmãos O abandonem. L. e M. estão em estado de
mornidão. Devem despertar e fazer esforços em favor de sua salvação, ou
do contrário não alcançarão a vida eterna. Devem sentir uma
responsabilidade individual, e ter uma experiência deles mesmos.
Precisam que se opere em seu coração, pelo santo Espírito de Deus,
uma obra que os leve a amar e preferir a sociedade do povo de Deus
Uma Luz que Alumia 172
acima de qualquer outra, e a separar-se dos que não têm amor às coisas
espirituais. Jesus requer um sacrifício são, uma consagração completa.
"L. e M., vocês não entendem que Deus requer suas afeições
indivisas. Vocês fizeram um santa profissão, no entanto caíram no nível
morto dos professadores comuns. Vocês amam a sociedade dos jovens
que não têm respeito para com as sagradas verdades que vocês
professam. Vocês se têm assemelhado aos seus companheiros, e têm-
se contentado com uma religião apenas bastante para se tornarem
agradáveis a todos, sem incorrer na censura de ninguém.
"Cristo requer tudo. Se requeresse menos, Seu sacrifício seria de
prego demasiado alto, grande demais para nos elevar a esse nível.
Nossa sagrada fé brada: Separação! Não nos devemos conformar com o
mundo, ou com professadores sem coração, sem vida."

Este uso errado e positivamente deturpado por parte do "The


Sabbath Watchman", de um declaração da irmã White, é coisa
demasiado séria para ser perpetrada pelos que demandam reforma.
Tenho em meu espírito sérias dúvidas quanto a poder Deus realmente
usar homens e mulheres que agem desse modo, ao mesmo tempo que
alegam ser reformadores da igreja.
Outro exemplo de uso desonesto das palavras da irmã White por
eles, notei-o naquelas folhas, onde citam de Review and Herald, de 25
de fevereiro de 1902, o seguinte:
"Têm que ocorrer um reavivamento e uma reforma, sob o
ministério do Espírito Santo. Reavivamento e reforma são duas coisas
diversas. Reavivamento significa uma renovação da vida espiritual, um
despertar das faculdades da mente e do coração, uma ressurreição da
morte espiritual. Reforma significa uma reorganização."
Neste caso desdobraram uma em duas, fazendo a declaração
terminar num ponto que, segundo a dá o seu periódico, leva os leitores
a compreenderem a Irmã White dizendo coisa que ela não tinha em
Uma Luz que Alumia 173
mente. A sentença completa, como ocorreu em Review and Herald,
publicação da qual transcrevem, é a seguinte:
"Reforma significa reorganização, mudança de idéias e teorias,
hábitos e práticas."
A declaração, na íntegra, dá, como se vê, um sentido muito diverso
do que aquele transmitido pelo "The Sabbath Watchman".

Noto também que há uma citação do Vol. VIII, pág. 146, nestes
termos:
"A menos que haja uma decidida reforma entre o povo de Deus,
Ele desviará deles o Seu rosto."
A irmã White escreveu esta declaração num testemunho pessoal a
um médico de Battle Creek. Esse testemunho pessoal foi escrito na
Austrália e de lá enviado a 15 de julho de 1895. Referia-se à terrível
condição da obra em Battle Creek naquele tempo em que esteve sob o
completo domínio do Dr. Kellogg, que nessa ocasião estava caindo em
apostasia e empenhando-se em que seus pontos de vista, apostatados e
publicados, fossem aceitos por nosso povo. Foram estes e outros
testemunhos da irmã White que afinal efetuaram uma quase completa
reorganização da obra, mudando-se sua sede, de Battle Creek para
Washington. Foi também neste relacionamento que a declaração à qual
já me referi, de Review and Herald de 25 de fevereiro de 1902, acerca
da reforma, foi-nos dada pela irmã White. Em atenção a essas
instruções, processou-se naquele tempo, sob a liderança do Pastor A. G.
Daniells e direção da irmã White, uma grande obra de reforma,
reorganização e recuperação do movimento das influências e poderes
apóstatas.
Será correto, aos olhos de Deus, escrever e falar dessas mensagens
como se tivessem sido desacatadas, e das mudanças que elas
requeriam, como se não tivessem sido usadas para promover a reforma
e reorganização que requeriam? Acho errado apresentar agora essas
Uma Luz que Alumia 174
mensagens, como se tivessem sido postas à margem, quando na
realidade Deus usou-as, naqueles anos passados, para salvar Sua obra
da destruição, pois estava em perigo muito grande.
Agora um ponto mais. Parece-me que os que insistem em que a
Igreja Adventista do Sétimo Dia seja Babilônia, jamais deveriam usar os
"Testemunhos" para provar suas alegações. A irmã White reprovou esta
espécie de empenho tão decididamente, que os que a citam para dar a
impressão de que ela apóie semelhantes alegações, caem sob a
condenação de suas palavras. Eu recuaria de ser culpado da fulminante
repreensão por intermédio dela administrada por Deus aos que isso
fizeram. Por bondade, observe a declaração dela:
"No mundo só existe uma igreja que presentemente se acha na
brecha, tapando o muro e restaurando os lugares assolados, e todo
homem que chamar a atenção do mundo e de outras igrejas para esta
igreja, denunciando-a como Babilônia, está trabalhando de acordo com
aquele que é o acusador dos irmãos. (...)
"Os que se põem a proclamar uma mensagem sob sua
responsabilidade pessoal, e que, ao mesmo tempo que declaram ser
ensinados e guiados por Deus, constituem sua obra especial derribar
aquilo que Deus durante anos tem estado a erguer, não estão
cumprindo a vontade de Deus. Saiba-se que esses homens se
encontram do lado do grande enganador. Não os creiais. Estão-se
aliando com os inimigos de Deus e da verdade. Porão a ridículo a ordem
estabelecida no ministério, considerando-a um sistema eclesiástico
imperialista. Afastai-vos desses; não tenhais comunhão com sua
mensagem por muito que eles citem os Testemunhos e atrás deles
busquem entrincheirar-se. Não os recebais; pois Deus não os incumbiu
dessa obra. O resultado de semelhante obra será incredulidade nos
Testemunhos, e nos limites do possível tornarão sem efeito a obra que
por anos tenho estado a fazer.
Uma Luz que Alumia 175
"Quase toda a minha vida tem sido dedicada a esta obra, mas meu
encargo muitas vezes se tem tornado mais pesado pelo surgimento de
homens que saíram a proclamar uma mensagem que Deus não lhes
dera. Esta classe de obreiros maus têm escolhido porções dos
Testemunhos têm-nas colocado numa moldura de erro, a fim de por
este meio dar influência a seus testemunhos falsos. Quando se tornar
manifesto que sua mensagem é um erro, então os Testemunhos postos
na companhia do erro, participam da mesma condenação; e o povo do
mundo, que não sabe que os Testemunhos citados são extratos de
cartas particulares usadas sem meu consentimento, apresenta essa
matéria como evidência de que minha obra não é de Deus, nem é
verdadeira, mas falsa. Os que assim trazem má fama sobre a obra de
Deus terão de responder perante Ele pela obra que estão fazendo. (...)
"Os que estão levando esta mensagem errada, denunciando a
igreja como sendo Babilônia, negligenciam a obra que Deus lhes
determinou fazer, estão em oposição à organização, opõem-se à clara
ordem de Deus pronunciada por Malaquias com relação a trazer todos
os dízimos ao tesouro da casa de Deus, e imaginam ter uma obra a fazer
no sentido de advertir àqueles a quem Deus escolheu para levar avante
sua mensagem de verdade. Esses obreiros não estão trazendo maior
eficiência à causa e ao reino de Deus, mas estão empenhados numa
obra idêntica àquela em que o inimigo de toda a justiça se empenha.
Que estes homens que se levantam contra os meios e modos
ordenados por Deus para levar avante Sua obra nestes dias perigosos,
se despojem de todos os pontos de vista não escriturísticos quanto à
natureza, ofício e poder dos agentes designados por Deus. (. . .)
"Os que têm proclamado ser a Igreja Adventista do Sétimo Dia,
Babilônia, têm feito uso dos Testemunhos para dar a sua atitude um
aparente apoio; mas por que é que não apresentaram aquilo que por
anos tem sido a preocupação de minha mensagem – unidade da igreja?
Por que não citaram as palavras do anjo: 'Uni-vos, uni-vos, uni-vos'? Por
Uma Luz que Alumia 176
que não repetiram a advertência nem declararam o princípio de que 'na
união há força, na divisão há fraqueza'? São mensagens como as que
esses homens têm proclamado, que dividem a igreja e trazem sobre nós
opróbrio perante os inimigos da verdade; e nessas mensagens se revela
claramente a astuta atuação do grande enganador, que quer impedir a
igreja de alcançar a perfeição na unidade. Esses mestres seguem as
labaredas de seu fogo, agem segundo seu juízo independente, e
embaraçam a verdade com falsas noções e teorias. Rejeitam o conselho
de seus irmãos, e avançam em seu caminho até se tornarem
justamente o que Satanás deseja - de espírito desequilibrado.
"Advirto meus irmãos a que se guardem contra a atuação de
Satanás em todas as formas. O grande adversário de Deus e do homem
exulta hoje por ter tido êxito em iludir almas, e em desviar seus meios e
habilidade para condutos danosos. Seu dinheiro poderia ter sido
empregado em promover a verdade presente, mas em vez disso foi
expendido em apresentar noções que não têm base na verdade." –
Testemunhos para Ministros, páginas 50, 51, 52, 53, 56, 57.

Ora, para mim essas instruções são muito claras. Seguidas, levarão
os homens a não causar separação e ficar confundidos, mas a unirem-
se. A união dos crentes, e não a divisão da igreja, é o âmago das
mensagens da irmã White. Sou muito obediente a essas mensagens
quando faço o mais possível para conservar o povo e as forças deste
movimento cerrando fileiras no mais unido dos propósitos e comunhão
cristãos. A reforma necessária e reclamada é de natureza a banir de
nosso coração divisões, lutas e frieza, unindo-nos em amor e sincera
devoção a Deus. Em prol desta reforma eu oro sinceramente, mas
espero que se realize dentro da igreja, preparando-a para a vinda de
Jesus.
Uma Luz que Alumia 177
Receio tê-la cansado, escrevendo tão extensamente, mas procurei
apresentar-lhe os fatos como creio estarem nos registros e decisões do
passado, e nas instruções da serva de Deus.

Confiando que esta informação ajudará seu coração a firmar-se na


verdade, e com os melhores votos.

Seu irmão na obra,


(Assinado) C. H. Watson,
Presidente da Associação Geral
Uma Luz que Alumia 178
CAPÍTULO 23
O MESMO PROCESSO USADO POR SATANÁS NO ÉDEN

Falou a serpente a Eva: "É assim que Deus disse: Não comereis de
toda a árvore do jardim?" Gên. 3:1.
É claro – sabemos todos – que não foi isso que Deus disse aos
nossos primeiros país; porém, nessa frase o diabo estava apenas
usando uma parte daquilo que Deus disse, precisamente a que mais lhe
convinha.
Infelizmente, esse é o processo usado pelos reformistas quando
usam os Testemunhos da irmã White em detrimento da Igreja
Adventista do Sétimo Dia.
Observem o clichê abaixo, da página 210 do primeiro volume dos
Testemunhos em inglês. O assunto todo vai até a página 216, da qual
ocupa dois terços. São mais de 1.500 palavras, das quais os reformistas
coaram apenas 39 – as quatro primeiras linhas do segundo parágrafo. E
as usaram em um folheto intitulado "Aconselho-te", pág. 10. É evidente
a má intenção, pois fazem dessas 39 palavras uma aplicação que a irmã
White não fez. O autor desse folheto reformista não é tão ignorante
para desconhecer que o que ele fez é crime; mas em se tratando de
atacar a Igreja Adventista do Sétimo Dia qualquer coisa e qualquer
método serve.
É preciso que os membros leigos reformistas apercebam-se da
degeneração moral de seus dirigentes, que tudo fazem para prolongar
um estado de coisas insustentável. É uma falta de respeito também
para com os próprios membros, pois o processo denota intenção de
iludir: é um meio de aproximação semelhante ao que usou Satanás no
Éden.
Para que fique mais evidente a má intenção dos reformistas,
observem a tradução de apenas essa primeira folha, que é a do clichê
que vai abaixo:
Uma Luz que Alumia 179
"Caros irmãos e irmãs: O Senhor novamente me tem visitado em
graça, em um tempo de privação e grande aflição. A 23 de dezembro de
1860, fui tomada em visão e me foram mostrados os erros de
indivíduos; os quais têm afetado a causa. Eu não ouso reter o
testemunho da igreja para poupar susceptibilidades de indivíduos.
"Foi-me mostrada a baixa condição do povo de Deus; Deus não se
havia apartado deles, mas eles se haviam apartado dEle e se haviam
tornado mornos. Possuem a teoria da verdade, mas falta-lhes o seu
poder salvador.
"Como nos aproximamos do fim do tempo, Satanás desce com
grande poder, sabendo que seu tempo é curto. Seu poder será exercido
especialmente sobre o remanescente. Ele fará guerra contra eles,
procurando dividi-los e espalhá-los, a fim de que se enfraqueçam e
sejam derrotados. O povo de Deus deve conduzir-se inteligentemente,
e ser unido em seus esforços. Devem ser da mesma opinião e do
mesmo raciocínio; então seus esforços não se dispersarão, mas serão
computados obrigatoriamente na edificação da causa da verdade
presente. Ordem tem de ser observada, e tem de haver união na
manutenção da ordem, ou Satanás levará vantagem."

Tanto no clichê como na tradução acima, enquadramos as palavras


que foram separadas pelos reformistas e que as usaram indevidamente.
Não é preciso mais comentário.
Oramos para que Deus livre as almas sinceras das malhas de tais
homens inescrupulosos.

Ver na página seguinte o clichê referido acima


Uma Luz que Alumia 180

TESTIMONY FOR THE CHURCH


_____

NUMBER SIX
_____

SLACKNESS REPROVED.

DEAR BRETHREN AND SISTERS: The Lord has again visited


me in mercy, in a time on a time of bereavement and great
affliction. December 23, 181860, as taken off in vision, and
was shown the wrongs of individuals which have affected the
cause. I dare not withhold the testimony from the church to
spare the feelings of individuals.
I was shown the low state of God's people; that God has
not departed from them, but that they had departed from
him, and had become lukewarm. They possess the theory of
the truth, but lack its saving power. As we near the close of
time, Satan comes down with great power, knowing that is
time is short. Especially will his power be exercised upon the
remnant. He will war against them, and seek to divide and
scatter them, that they may grow weak and be overthrown.
The people of God should have more understandingly, and
should be united in their efforts. They should be of the same
mind, of the same judgment; then their efforts will not be
scattered, but will tell forcibly in the upbuilding of the cause
of present truth. Order must be observed, and there must be
union in maintaining order, or Satan will take the advantage.
I saw that the enemy would come in every way possible
to dishearten the people of God and per- … (210).

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