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16 de Abril de 2020

Falsa Identidade nas Redes Sociais

O crime de falsa identidade está previsto no artigo 307 e 308 do Código


Penal brasileiro, em que o rol do artigo 307 tem sido, cada vez mais,
aplicado a crimes no ambiente virtual. Isso ocorre devido a facilidade
que a internet trouxe a seus usuários em criar contas em redes sociais,
aumentando, consideravelmente, o número de perfis “fakes” por todo o
ambiente virtual.

O perfil “fake”, nada mais é do que uma conta criada por um indivíduo
que deseja se passar por outra pessoa, esta pessoa pode ser alguém que
realmente exista ou não. Na maioria das vezes os perfis “fakes” buscam
o anonimato, pois existe a falsa impressão de que os verdadeiros
autores, por trás do anonimato, não estão sendo vistos e também que
não serão encontrados. Além disso, é importante frisar que a palavra
“fake”, importada do inglês, significa falso, e ilustra o que foi
supracitado.

Ademais, é necessário entender o que é a identidade de uma pessoa


natural, pois bem, a identidade é o conjunto de características pessoais,
próprias, que lhe permitem a identificação, como nome, idade, estado
civil, sexo etc.

Diante disso, a falsa identidade é a violação de uma dessas


características pessoais próprias. A saber, este é um dos crimes mais
recorrentes no meio digital. E quando isso ocorre? Artigo 307 do
Código Penal: “Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para
obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a
/
outrem”. A pena pode variar de três meses a um ano ou de multa, esta
quando o fato não constitui crime mais grave, conforme o Código
Penal.

O crime de falsa identidade, geralmente é acompanhado de outros


crimes como o estelionato, uma vez que o indivíduo utiliza da falsa
identidade para obter vantagem econômica. Este previsto no artigo 171
do Código Penal. A falsa identidade é uma ação penal pública, neste
caso, incondicionada e é cabível uma indenização cível e a retirada o
perfil “fake” do ar.

Corrobora com o assunto em questão a falta de uma legislação


específica para crimes virtuais, atualmente, temos algumas leis como a
Lei 12.737/12, conhecida popularmente como Lei Carolina Dieckmann,
que traz um rol taxativo sobre crimes informáticos. O aplicador do
direito busca no código penal brasileiro um respaldo para solucionar
problemas surgidos dentro do mundo tecnológico e não os encontra,
sendo necessário a adaptação de artigos já existentes a situação atual a
qual vivemos. Isso porque quando o legislador formulou nosso código
penal os crimes virtuais ainda não eram uma realidade.

Por fim, é nítido o cuidado que devemos ter com as redes sociais e a
forma que nos portamos diante do mundo virtual, o qual não está livre
da aplicação das leis. E em caso de ser vítima de falsa identidade
conserve as provas, e procure uma delegacia de polícia para o registro
de um boletim de ocorrência e demais orientações.

Disponível em: https://juliafbrambilla.jusbrasil.com.br/artigos/831606853/falsa-identidade-nas-


redes-sociais

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