Você está na página 1de 30

Workshop Viver Fora do

Sistema
Aula 1 - Permacultura
Posição relativa

 Cada elemento é posicionado relativamente a outro(s) de forma a criar uma


relação sinergética em que cada um beneficia de alguma maneira do outro.
Por exemplo um pequeno lago posicionado junto a uma janela da casa serve
de fonte de iluminação e aquecimento natural para o seu interior por ação do
reflexo da luz solar e por sua vez a posição elevada da casa atua como corta-
vento evitando que haja menos evaporação e redução da vida à volta do lago.
Cada função importante é suportada por
vários elementos
 A energia elétrica pode provir da rede normal, mas deverá também provir, por
exemplo, painéis solares, turbina eólica, gerador por moinho a água, entre
outros.
Usar prioritariamente recursos biológicos
renováveis em vez de recursos provenientes
de combustíveis fósseis não renováveis

 Energia solar, vento, água, gás metano proveniente da compostagem


orgânica, animais, matéria orgânica, em vez de petróleo e derivados.
Promover a reciclagem energética no
local
 Todos os resíduos deverão ser reciclados pelo sistema local transformando-os
num recurso energético para outra aplicação. Por exemplo os restos de
alimentos deverão ser decompostos num local apropriado - vulgarmente
conhecido por composto - onde se irão transformar em matéria orgânica
fertilizante do solo, ao mesmo tempo através de um bio digestor se poderá
obter gás metano libertado durante a fermentação. Este gás poderá alimentar
um fogão normal.
Praticar e efeito de periferia e padrões
naturais
 A Natureza mostra-nos em tudo o que nos rodeia os seus padrões através de
formas circulares, espirais, ondulações, bifurcações, deltas, entre muitos
outros. Por exemplo canteiro plantado em linhas onduladas comporta mais
pés do que semeadas em linha reta.
PLANEJAMENTO POR ZONAS

 O planejamento por zonas trata do posicionamento dos


elementos de acordo com a quantidade ou a freqüência
em que os utilizamos ou necessitamos visitá-los. Áreas
que precisam ser visitadas todos os dias (estufa,
galinheiro, jardim) são localizadas mais próximas,
enquanto que locais visitados menos freqüentemente
(pomares, pastagens, arvoredo) são posicionados mais
adiante.
Por onde começar?

Para posicionar elementos por zonas, comece por um centro de atividades,


geralmente a casa, embora possa ser, também, um galpão, viveiro de plantas
comercial ou, em escala maior, uma vila inteira.
Zoneamento é decidido a partir de:

1- o número de vezes que você precisa visitar o elemento (planta, animal ou


estufa) para colheita ou retirada da produção; e
2- o número de vezes que o elemento necessita que você o visite.
Regra Básica:

Primeiramente, desenvolver a área mais próxima, assumir o controle e, só


então, expandir a partir das bordas.
Zona zero...

... é o centro da atividade (casa, galpão ou vila, se o projeto for em grande


escala), a zona é planejada para a conservação de energia e para ajustar-se
às necessidades de seus ocupantes.
Zona I
(Auto-suficiência Doméstica)
Perto da casa, mais controlada e utilizada:

 jardim,
 oficinas,
 sementeiras, estufas e viveiros,
 pequenos animais,
 combustíveis para a casa (gás, madeira, compostos),
 varal para roupas e áreas para a secagem de grãos,
 tanques para coleta de agua de chuva, poço.
Não existem animais de grande porte soltos e, possivelmente, teremos poucas
árvores de grande porte (dependendo das necessidades de sombra). Qualquer
árvore pequena e essencial, que seja visitada freqüentemente, pode ser colocada
nessa zona (ex: limoeiro).
Zona II
(pequenos animais e pomares)
Ainda é mantida intensivamente:

 Arbustos maiores, pomares mistos e de pequenas frutas, quebra-vento.


 Existem algumas árvores maiores com uma camada complexa de ervas e
plantas baixas, especialmente, as pequenas frutas.
 Espécies de plantas e animais que requeiram observação e cuidado são
localizados nessa zona, e a água é reticulada (irrigação por gotejamento
para árvores).
 Galinhas e outras aves domésticas,
 Galpões, galinheiros, tanques na terra e controle de fogo.

Uma área para uma vaca de leite pode ser cercada a partir da próxima zona.
Zona III
(frutas e pomares,
animais maiores)
 quebra-ventos, moitas e arvoredos,
 árvores maiores (como carvalhos e nogueiras),
 pastagens para animais maiores,
 armazenamento de água no solo e açudes,
 armazem de forragem,
 abrigo de campo.

A água é disponível apenas para algumas plantas, embora haja bebedouros


para os animais, como gado, ovelhas e pássaros semimanejados.
Zona IV
(extrativismo, floresta, ecoturismo)
Semimanejada e semi-selvagem:

 coleta de alimentos resistentes,


 árvores não-podadas,
 manejo de vida selvagem,
 trilhas ecológicas e floresta.

A madeira é um produto manejado e outras produções (plantas e animais


selvagens) são possíveis.
Zona V
Sistemas não-manejados “selvagens”. Até esse ponto, tínhamos executado o
design.

Na zona V, somente observamos e aprendemos; é o nosso local essencial de


meditação, onde somos visitantes e não gerentes.
Zonas e distâncias
Zonas são uma forma abstrata e conveniente de lidar com distâncias; todavia, na
prática, as bordas de cada zona se misturam umas ás outras; a topografia e o
acesso podem significar que, em alguns casos, a área menos utilizada (Zona V)
fica próxima à área utilizada mais intensamente (Zona I) – por exemplo, uma
encosta íngreme de floresta diretamente atrás da casa.
Padrões zonais podem mudar...
“rede de análise”
... quando estivermos trabalhando com dois ou mais centros de atividade. Neste
caso, devemos organizar nossos elos cuidadosamente entre esses centros, em sua
maioria, conexões de acesso, suprimento de água e energia, esgoto e cercas, a
qual faz o planejamento de sítios mais complexos, fazendo conexões entre
estradas, canos, quebra-ventos e assim por diante, para servir a mais de um
centro.
PLANEJAMENTO DE SETORES

Setores tratam das energias não controláveis, como sol, luz, vento, chuva, fogo e
fluxo de água (incluindo enchentes), que vêm de fora do sistema e passam por
ele.
Para isso, organizamos um diagrama de setores baseado no sítio real, a partir do
centro de atividade (usualmente, a casa, podendo ser outra estrutura).
Alguns dos fatores que podem ser
rascunhados em nosso diagrama são:
 setor de perigo de fogo;
 ventos frios e danosos;
 ventos quentes, com pó ou sal;
 ângulo do sol para verão e inverno;
 reflexão a partir de açudes;
 áreas sujeitas a enchentes.
Posicionamos espécies de plantas e
estruturas apropriadas a cada setor:
(1) para bloquear ou diminuir a energia que entre ou uma vista distante;
(2) para canalizá-la para usos especiais; ou
(3) para abrir o setor a essa energia, permitindo, por exemplo, maior luz do sol.
Assim, nós posicionamos elementos de nosso design manejando energias que
entram para o nosso beneficio.
Para o setor do fogo...

... escolhemos elementos que não queimem ou que criem quebra-fogos, como
açudes, paredes de pedra, estradas, áreas limpas, vegetação que retarde o
fogo ou animais herbívoros para manter a vegetação baixa.
INCLINAÇÃO (Declividade)

Finalmente, observaremos o local em perfil, anotando elevações relativas,


para o posicionamento de açudes, tanques de água ou vertentes (acima do
sítio da casa); para o planejamento de estradas de acesso, drenos, desvio de
enchentes ou de correnteza; para o posicionamento das unidades de
efluentes ou biogás, e assim por diante.
Plantios mais elevados:

Acima da casa, particularmente em terrenos rochosos e secos, deveria haver uma


seleção cuidadosa de plantas adaptadas às condições áridas que necessitam de
uma irrigação localizada somente na fase de estabelecimento. Essas florestas ou
pomares ajudam no controle da erosão e na retenção de água. Para sítios mais
baixos, escolha plantas com maior necessidade de água;
Casa:

na casa, tanques pequenos são necessários para o suprimento de água


emergencial. A localização da casa deverá ser atrás dos açudes ou lagos mais
baixos, para proteção contra o fogo. A água cinza oriunda da casa (água
descartada nas pias e chuveiros, mas não do vaso sanitário) é absorvida pela
vegetação densa do jardim ou pomar;
Lago:

Mais abaixo, a água do lago, no vale ou em armazenamentos maiores, é


bombeada para tanques ou açudes mais altos, em emergências como fogo ou
secas.
Resumindo…

... os elementos são posicionados de acordo com a intensidade de uso


(zonas), o controle de energias externas (setores) e um fluxo eficiente de
energia (inclinação).

Você também pode gostar