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Benefícios da atividade física na

melhor idade
Faculdades Integradas Toledo de
Araçatuba Sandra Regina da Silva Takahashi
Curso de Educação Física Prof. Ms. Sérgio Tumelero (Orientador)
(Brasil) tumelero.prof@toledo.br

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 74 - Julio de 2004

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Introdução
Conforme atesta (SILVA & BARROS, 1998; BARBOSA, 2001), a expectativa média
de vida vem sofrendo um acréscimo. Isto se dá, devido à melhora da qualidade de
vida, que "e a satisfação harmoniosa dos objetivos e desejos de alguém, além de
implicar numa idéia de felicidade, ou seja, a ausência de aspectos negativos",
afirma BERGER & MCINMAN apud BORGUETTI et al. (2000).
Assim, para se obter essa qualidade de vida é necessária que haja um equilíbrio
e um bem-estar entre o homem como ser humano, a sociedade em que vive e as
culturas existentes.
Devemos sempre estar cientes de que, "uma velhice tranqüila é o somatório de
tudo quanto beneficie o organismo, como por exemplo, exercícios físicos,
alimentação saudável, espaço para o lazer, bom relacionamento familiar, enfim, é
preciso investir numa melhor qualidade de vida" PIRES et al. (2000, p. 2). Com isso,
este estudo vem buscar a qualidade de vida e a longevidade, pela atividade física
na água - "hidroginástica". Esta modalidade aquática que traz grandes benefícios,
devido ao meio, para uma população muito especial que é a 3ª idade.
Por outro lado, sabe-se que o processo de envelhecimento é acompanhado por
uma série de alterações fisiológicas ocorridas no organismo (LEITE, 1990; WEINECK,
1991; SKINNER, 1991; FEDERIGHIL, 1995; FARO JR., LOURENÇO & BARROS NETO,
1996a; ZOGAIB, BITTAR & BICARRELO, 1996), bem como pelo surgimento de
doenças crônico - degenerativas advindas de hábitos de vida inadequados
(tabagismo, ingestão alimentar incorreta, tipo de atividades laboral, ausência de
atividade física regular, etc.).
Em virtude desses aspectos, acredita-se que a participação do idoso em
programas de exercício físico regular poderá influenciar no processo de
envelhecimento, com impacto sobre a qualidade e expectativa de vida, melhoria
das funções orgânicas, garantia de maior independência pessoal e um efeito
benéfico no controle, tratamento e prevenção de doenças como diabetes,
enfermidades cardíacas, hipertensão, arteriosclerose, varizes, enfermidades
respiratórias, artrose, distúrbios mentais, artrite e dor crônica (MATSUDO &
MATSUDO, 1992; SHEPHARD, 1991).
Afirmam (BARBOSA, 2001; SILVA & BARROS, 1996 e BONACHELA, 1994) que, a
hidroginástica protelará o processo de envelhecimento e trará benefícios anatomo-
fisiológicos, cognitivos e sócio-afetivos aos idosos, tornando-os mais sadios
(ausência de doenças), independentes, sociáveis e eficientes, proporcionando-lhes
uma melhor qualidade de vida.
Por esses motivos, diversos estudos nessa área têm procurado descrever os
benefícios, dificuldades e peculiaridades do condicionamento físico, visando
prevenir e atenuar o declínio funcional decorrente do processo de envelhecimento
(LEITE, 1990; YAZBEK & BATIATELLA, 1994; ACSM, 1994; FEDERIGHI, 1995;
MATSUDO & MATSUDO, 1993); outros trabalhos analisaram o risco à saúde
decorrente da participação do idoso em programas de exercícios (WEINECK, 1991),
ou os critérios mínimos de aptidão cardiorrespiratória e motora para sustentar o
programa sem risco à saúde (LEITE, 1990). O treinamento esportivo para os idosos,
não como campo de realização de altas performances, mas como meio para
manutenção e alcance da saúde, tem sido estudada por APELL & MOTA (1991);
outros trabalhos procuraram enfocar a capacidade de desempenho ou treinamento
do idoso verificando os declínios funcionais e comparando-os aos de outros
indivíduos (atletas, sedentários, pessoas jovens, etc.) (SKINNER, 1991; WEINECK,
1991).
De acordo com PIRES et al. (2002), com o declínio gradual das aptidões físicas, o
impacto do envelhecimento e das doenças, o idosos tende a ir alterando seus
hábitos de vida e rotinas diárias por atividades e formas de ocupação pouco ativas.
Os efeitos associados à inatividade e a má adaptabilidade são muito sérios. Podem
acarretar numa redução no desempenho sérios, na habilidade motora, na
capacidade de concentração, de reação e de coordenação, gerando processos de
auto-desvalorização, apatia, insegurança, perda da motivação, isolamento social e a
solidão.
Assim, segundo (PIRES et al., 2002; BARBOSA, 2001; BONACHELA, 1994;
KRASEVEC & GRIMES; POWERS & HOWLEY, 2000; SILVA & BARROS, 1996) as
capacidades físicas, as modificações anatomo-fisiológicas, as alterações psicos-
sociais e cognitivas, são regredidas ao decorrer do processo de envelhecimento,
bem como:
• Capacidades Físicas - há uma diminuição de: coordenação motora
grossa e fina, habilidades, equilíbrio, esquema corporal, visão e
audição;
• Modificações Anatomo-fisiológicas - hipotrofia cerebral e muscular,
diminuição da elasticidade vascular e muscular, concentração de
tecido adiposo, tendência à perda de cálcio pelos ossos, desvios de
coluna, redução da mobilidade articular, altura, densidade óssea,
volume respiratório, resistência cardio-pulmonar, freqüência cardíaca
máxima, débito cardíaco, consumo máximo de oxigênio e
mecanismos de adaptação (hermodinâmicos,
termorreguladores,imunitários e hidratação), insuficiência cardíaca;
• Função Cognitiva - é expressa pela velocidade de processamento das
informações, assim influenciadas pela quantidade de motivação e
estimulação. Com isso, só sofrerá negativas se não for estimulada.
• Alterações Psicossociais - ocorre, a diminuição da sociabilidade, a
depressão, mudanças no controle emocional, isolamento social e
baixa auto-estima, ocasionadas pela aposentadoria, pela dificuldade
auditiva, visual e motora, pela síndrome do ninho vazio (saída dos
filhos, de casa), pela impotência sexual, entre outras.
Além do mais, essas alterações podem ocasionar várias patologias físicas e
psíquicas. Cabe a nós, educador físico, usarmos da nossa profissão, como um dos
meios de minimizar e prevenir estas, tornando-os indivíduos/idosos mais saudáveis,
mais aptos, bem dispostos, independentes, reintegrados, com melhores condições
de vida, valorizando-se e sendo valorizado.
PIRES et al. (2002) consideram que, a velhice sempre é vista como um período
de decadência física e mental. É um conceito equivocado, pois muitos cidadãos que
chegam aos 65 anos, já que esta é a idade oficializada pela Organização das
Nações Unidas, como limite entre fase adulta e velhice, ainda são completamente
independentes e produtivos. Acreditamos na decadência sim, mas da sociedade
que perde, não dando valor ou criando espaços adequados para as necessidades de
nossos velhos. A população idosa, em nosso país, cresce a cada dia e com ela as
dificuldades e as necessidades de adequar soluções eficientes, junto aos órgãos
públicos, com o objetivo de tornar digna a vida de nossos idosos.
Na elaboração de um programa de exercícios físicos é importante ter o
conhecimento específico sobre a faixa etária em que o indivíduo está inserido e
sobre as modificações que ocorrem neste período, além de considerar também as
peculiaridades individuais. Neste sentido, diversos autores têm procurado apontar
alterações decorrentes do processo de envelhecimento, bem como as implicações
dessas alterações na elaboração e supervisão desses programas.
O envelhecimento é um processo que, do ponto de vista fisiológico, não ocorre
necessariamente em paralelo ao avanço da idade cronológica, apresentando
considerável variação individual; este processo surge acompanhado por uma série
de modificações nos diferentes sistemas do organismo, seja a nível antropométrico,
muscular, cardiovascular, pulmonar, neural ou de outras funções orgânicas que
sofrem efeitos deletérios, além do declínio das capacidades funcionais e
modificações no funcionamento fisiológico (FARO JR., LOURENÇO & BARROS NETO,
1996a, 1996b; YAZBEK &
BATISTELLA, 1994; MATSUDO & MATSUDO, 1993; SKINNER, 1991; MCARDLE,,
KARTCH & KARTCH, 1986).
O envelhecimento é marcado por um decréscimo das capacidades motoras,
redução da força, flexibilidade, velocidade e dos níveis de VO2 máximo, dificultando
a realização das atividades diárias e a manutenção de um estilo de vida saudável
(MARQUES, 1996). Ocorrem alterações fisiológicas durante o envelhecimento que
podem diminuir a capacidade funcional, comprometendo a saúde e qualidade de
vida do idoso. Essas alterações acontecem: ao nível do sistema cardiovascular; no
sistema respiratório com a diminuição da capacidade vital, da freqüência e do
volume respiratório; no sistema nervoso central e periférico, onde a reação se torna
mais lenta e a velocidade de condução nervosa declina e; no sistema músculo-
esuqelético pelo declínio da potência muscular, não só pelo avanço da idade mas
pela falta de uso e diminuição da taxa metabólica basal (FARO JR., LOURENÇO &
BARROS NETO, 1996c; MATSUDO & MATSUDO, 1992; SKINNER, 1991).
Antes de iniciar qualquer tipo de exercício, considera-se importante que o idoso
seja submetido a uma avaliação médica cuidadosa, constando preferencialmente
de um teste de esforço para prescrição do programa, quanto a essa recomendação
é importante levar em conta alguns critérios que deverão influenciar a seleção do
protocolo e servem, também, para ilustrar algumas das importantes restrições
impostas pelo envelhecimento quanto à realização de exercícios: a diminuição de
VO2 máximo pode requerer que se opte por um teste de baixa e moderada
intensidade e maior duração, isso se deve também a um maior tempo requerido
para que se alcance o stead - stead; usar maior período de aquecimento e
pequenos incrementos nas cargas ou incremento em intervalos de tempo maior;
em função da maior fadigabilidade deve ser diminuída a duração total do teste; a
diminuição dos níveis de equilíbrio e força indica o uso prioritário da bicicleta
(ergômetro); a redução na coordenação muscular exige, muitas vezes, a realização
de mais de um teste que se chegue a um resultado confiável; outros fatores como o
uso de dentaduras, a diminuição da acuidade visual e auditiva, devem ser também
considerados (MATSUDO & MATSUDO, 1993).
A partir do reconhecimento desses fatores é possível compreender que o idoso é
relativamente mais fraco, mais lento e menos potente; verificando-se com o avanço
da idade uma redução no desempenho que requer regulação do sistema nervoso,
como no caso do equilíbrio e do tempo de reação (SKINNER, 1991).

Hidroginástica na terceira idade


Como diz o nome, hidroginástica é a ginástica na água, a qual se diferencia das
outras atividades, realçando alguns benefícios, devido às propriedades físicas que o
meio oferece. BONACHELLA (1994) classifica as propriedades físicas da água em
densidade, flutuação, pressão hidrostática e viscosidade.
Relatam (ROCHA, 1994; BONACHELA, 1994; MARQUES & PEREIRA, 1999), que as
propriedades físicas da água irão auxiliar, ainda mais os idosos, na movimentação
das articulações, na flexibilidade, na diminuição da tensão articular (baixo impacto),
na força, na resistência, nos sistemas cardiovascular e respiratório, no relaxamento,
na eliminação das tensões mentais, entre outros. Em suma, a piscina para o
trabalho com a terceira idade, deve obter diferente plano de acesso como, degraus,
rampas, barras de apoio ao redor das paredes das bordas, preferencialmente um
piso antiderrapante, água bem tratada, profundidade crescente (não ocorrendo
quedas bruscas) e variação da temperatura entre 28° a 30° C, RAUCHBACH,1990).
È importante considerarmos que, antes de incluirmos o idoso nas aulas de
hidroginástica, é necessário que o educador físico, tenha em mãos uma avaliação
médica, para uma maior segurança do programa da atividade e do idoso, a fim de
verificar a real capacidade funcional do aluno e de possível existência de problemas
físicos.
Segundo HARRIS apud KRASEVEC & GRIMES "o exercício adequado pode adiar ou
menos retardar as alterações associadas à idade nos sistemas músculo-esquelético,
respiratório, cardiovascular e nervoso central". Com isso, considera-se importante o
conhecimento da população em que iremos desenvolver nosso trabalho (no nosso
caso, o idoso), para podermos prescrever os exercícios adequados atendendo as
necessidades morfológicas, orgânicas e emocionais do grupo, assim colhendo bons
resultados, tornando a atividade mais produtiva e lúdica, para a terceira idade.

Objetivos do programa de exercícios dirigidos a idosos


Existe um consenso, que os objetivos de um programa de exercícios devem estar
diretamente relacionados com as modificações mais importantes e que são
decorrentes do processo de envelhecimento. Desse modo, um programa de
exercícios para idoso deve estar direcionado: a) ao melhoramento da flexibilidade,
força, coordenação e velocidade: b) elevação dos níveis de resistência, com vistas a
redução das restrições no rendimento pessoal para realização de atividades
cotidianas; c) manutenção da gordura corporal em proporções aceitáveis. Esses
aspectos irão influenciar na melhoria da qualidade de vida (MATSUDO & MATSUDO,
1992; APELL & MOTA, 1991; MARQUES, 1996) e poderá atenuar os efeitos da
diminuição do nível de aptidão física na realização de atividades diárias e na
manutenção de um maior grau de independência (MARQUES, 1996).
O programa de exercícios para idosos deve proporcionar benefícios em relação
às capacidades motoras que apóiam a realização das atividades da vida diária,
melhorando a capacidade de trabalho e lazer e alterando a taxa de declínio do
estado funcional (MARQUES, 1996; FARO JR., LOURENÇO & BARROS NETO, 1996c;
ACSM, 1994).
Afirmam (MATSUDO & MATSUDO apud SILVA & BARROS, 1998; PIRES et al., 2002;
BARBOSA, 2001; BONACHELA, 1994; KRASEVEC & GRIMES), que os objetivos de um
programam de atividade física, como hidroginástica, para a terceira idade, deve
obter exercícios diretamente relacionados com as modificações mais importantes e
que são decorrentes do processo de envelhecimento. Tais como:
a. Promover atividades recreativas (para a produção de endorfina e
andrógeno responsável pela sensação de bem-estar e recuperação da
auto-estima);
b. Atividades de sociabilização (em grupo, com caráter lúdico);
c. Atividades moderadas e progressivas (preparando gradativamente o
organismo para suportar estímulos cada vez mais fortes);
d. Atividade de força, com carga (principalmente para os músculos
responsáveis por sustentação/postura, evitando cargas muito fortes e
contrações isométricas);
e. Atividades de resistência (com vista a redução das restrições no
rendimento pessoal);
f. Exercícios de alongamento (ganho de flexibilidade e de mobilidade) e
g. Atividades de relaxamento (diminuindo tensões musculares e
mentais).
Também (KRASEVEC & GRIMES; BONACHELA, 1994), aconselham aos educadores
físicos, a obterem de cada aluno idoso um exame médico, a freqüência cardíaca
máxima, o período de ausência das atividades físicas, o nível de aptidão, sua idade
atual, seus objetivos, suas insatisfações e satisfações emocionais, entre outras,
para e por uma avaliação, assim podendo aplicar a aula respeitando a
individualidade de cada aluno e as capacidades do grupo.
Por conseguinte, atesta BONACHELA (1994) que a prática da hidroginástica,
metódica e freqüente na terceira idade, é capaz de promover modificações
morfológicas, sociais fisiológicas, melhorando as funções orgânicas e psíquicas.
Segundo WEINECK (1991 e ACSM (1994) devem estar incluídos em um programa
de exercícios para idosos o treino da força muscular, da mobilidade articular e da
resistência; a preocupação quanto a essas variáveis se deve a notável diminuição
da força muscular após os 60 anos de idade (PHILLIPS & HASKEL apud MARQUES,
1996), do mesmo modo, a flexibilidade e a resistência diminuem com a idade, sabe-
se, porém, que este perda e maior quando os indivíduos não fazem qualquer
atividade física. Desse modo, mesmo que se verifique uma redução da capacidade
de trabalho com o avanço da idade, a atividade física e o treino podem
contrabalançar estas alterações já mencionadas (MARQUES, 1996)).
A composição do programa deverá observar os resultados obtidos em testes e
medidas da aptidão física e dependerá dos objetivos, necessidades, estado de
saúde e condicionamento do indivíduo, assim como do tempo, equipamentos e
instalação disponíveis. O programa deverá conter basicamente um período de
aquecimento e esfriamento, uma atividade de predominância aeróbia e outra de
predominância neuro muscular. No aquecimento devem ser realizados
alongamentos e movimentos articulares para evitar lesões e contribuir para a
manutenção da mobilidade articular. A atividade física bem estruturada e elaborada
para os idosos, pode recuperar o ritmo e a expressividade do corpo, agilizar os
reflexos e adequar os gestos a diferentes situações (SKINNER, 1991; LEITE, 1990;
MATSUDO, 1992). São recomendados exercícios que estimulem a melhora
cardiovascular (exercícios de endurance), devendo ser incluídos nos programas
exercícios de aquecimento e volta à calma além de um trabalho de força muscular.
Para YAZBECK & BATISTELLA (1994) o programa de exercícios para idosos deve ser
composto basicamente por exercícios dinâmicos (predominantemente isotônicos)
para gerar benefícios ao sistema cardiovascular e respiratório. Em síntese o
programa de exercícios deverá ser constituído por partes que estão relacionadas a
objetivos específicos e, conseqüentemente, visando promover melhorias quanto à
sensação de bem estar e nível de saúde.

Cuidados e restrições
A participação do idoso em programas de exercícios físicos deve observar os
cuidados e restrições indicadas abaixo:
Restrições
• Altas intensidades de exercícios (MARQUES, 1996; MATSUDO &
MATSUDO, 1993; FARO JR., LOURENÇO & BARROS NETO, 1996c)
• Solicitação do sistema anaeróbico deve ser evitada (MARQUES, 1996,
LEITE, 1990; FARO JR., LOURENÇO & BARROS NETO, 1996c)
• Exercícios isométricos (MARQUES, 1996, LEITE, 1990; FARO JR.,
LOURENÇO & BARROS NETO, 1996c)
• Movimentos rápidos e bruscos (MATSUDO & MATSUDO, 1992)
Cuidados
• Não ultrapassar a amplitude máxima dos movimentos (MARQUES,
1996)
• Não prolongar exercício na presença de dor (MARQUES, 1996)
• Uso de medicamentos (YAZBECK & BATISTELLA, 1994)
• Não levar a exaustão (MATSUDO & MATSUDO, 1992)
Exercícios de elevada intensidade e a conseqüente solicitação do sistema
anaeróbio devem ser evitados, por conduzirem a um maior desgaste muscular e
aumentarem o risco de lesões nessas estruturas, além de produzirem efeitos sobre
o VO2 máximo, limiar anaeróbio e respostas cardiorrespiratórias, que são muito
similares àqueles obtidos através de exercícios de baixa e moderada intensidade
(MARQUES, 1996; MATSUDO & MATSUDO, 1993; FARO JR., LOURENÇO & BARROS
NETO, 1996c). Os exercícios nunca devem ser realizados até a exaustão, fadiga e
na presença de dor, pois esses são fatores que podem indicar a realização de
atividades intensas, resposta dessa natureza, recomendam a interrupção da sessão
de exercícios e a necessidade de redimensionamento da prescrição (MARQUES,
1996; MATSUDO & MATSUDO, 1992).
Existem indicações de que os exercícios estáticos (MARQUES, 1996) e utilização
da manobra de valsalva (MATSUDO & MATSUDO, 1992) são contra indicados em
programas dirigidos para idosos, devido as suas implicações sobre a elevação da
pressão arterial. Da mesma maneira, movimentos abruptos, transições entre altas e
baixas intensidades, mudanças bruscas de posição e movimentos rápidos da
cabeça são atividades que podem representar um risco desnecessário em
programas destinados a esse tipo de público.
Os movimentos podem se realizados com extensão completa, mas a amplitude
máxima de uma articulação não deve ser ultrapassada, pois os movimentos de
hiper extensão afetam a estabilidade das articulações e podem ter como
conseqüência, danos e dores mais ou menos permanentes (MARQUES, 1996).

Objetivos
• Quantificar alguns efeitos da atividade física para pessoas com faixa
etária superior a 60 anos.
• Oportunizar melhor qualidade de vida para pessoas com idades mais
avançadas.

Metodologia
Participaram destas avaliações 30 pessoas com faixa etária superior a 60 anos.
Estes voluntários foram avaliados sem duas ocasiões, uma em março de 2003 e
outra em setembrode2003, caracterizando as avaliações iniciais e finais.
Utilizamos nestas avaliações uma balança para controle do peso corporal e a
pista de atletismo do estádio Municipal de Guararapes - SP.

Resultados
O gráfico 1 mostra a faixa etária dos indivíduos participantes das atividades,
onde 70% dos mesmos tem idades entre 60 e 70 anos, 26,6% entre 71 e 80 anos e
3,3% acima de 81anos.
Quando observamos o peso corporal apresentado pelos voluntários observamos
que: 10% delas aumentaram o peso corporal, 60% mantiveram o peso corporal
durante este período e que 30% reduziram o peso corporal quando comparamos a
avaliação inicial e final. Estes valores estão representados no gráfico 2.
Gráfico 1: Representa a idade dos voluntários participantes.

Gráfico 2: Representa o peso corporal dos avaliados.

Para avaliação da flexibilidade, utilizamos a técnica de sentar e levantar e ainda


separamos os indivíduos por grupos: Pessoas que não conseguiam fazer atividades
de sentar e levantar (grupo 1), 13,3% na primeira avaliação e 0% na segunda
avaliação. Grupo 2 (pessoas que apresentavam muita dificuldade em fazer
atividades de sentar e levantar do chão, precisavam de ajuda) 23,3% na primeira
avaliação e 0% na segunda avaliação. Para as pessoas que apresentavam alguma
dificuldade, mas conseguiam realizá-las sem ajuda (grupo 3) o percentual da
primeira avaliação era de 40%, passando para 26,6% na segunda avaliação. No
grupo 4 (pessoas que não apresentavam dificuldades para a atividade) na primeira
avaliação era de 23,3%, passando, na segunda avaliação para um percentual de
73,3%. Todos estes valores estão representados no gráfico 3.
Gráfico 3: Representa a flexibilidade no teste de sentar e levantar.

No gráfico 4 representamos a resistência através da caminhada com duração de


30 minutos, numa pista com 405 metros, onde encontramos no início 4 pessoas
(15%) dando apenas 2 voltas na pista. Após este período nenhuma pessoa foi
classificada com duas voltas de percurso. Para 18 pessoas (60%) a distância
percorrida na primeira avaliação foi de 3 voltas, já na segunda avaliação apenas 3
pessoas (10,2%) deram somente 3 voltas na pista. 20% delas (6 pessoas) deram 4
voltas na pista em 30 minutos na primeira avaliação, na segunda avaliação estes
valores foram de 26,6% (8 pessoas). Duas pessoas (5%) deram 6voltas na primeira
avaliação, comparados com 14 pessoas (46,6%) na segunda avaliação. Na segunda
avaliação, ainda, 5 pessoas (16,6%) caminharam mais de 6 voltas, quando no início
nenhuma pessoa atingiu esta distância. Todos estes valores estão representados no
gráfico 4.

Gráfico 4: Representa a resistência nas atividades de caminhada num tempo de 30 minutos.

Além disso, todos os avaliados relataram que houve uma diminuição no uso de
medicamentos, diminuição da taxa de colesterol e trigicéris no nível do diabetes.

Conclusões
O declínio das capacidades físicas e as modificações fisiológicas decorrentes do
envelhecimento são aspectos fundamentais para a elaboração de programas de
exercícios para idosos. Viu-se que os objetivos desses programas deverão estar
diretamente relacionados com as alterações decorrentes do processo de
envelhecimento, assim as metas associadas à prática de exercícios deveriam ser:
melhoria da qualidade de vida, retardamento das alterações fisiológicas, melhoria
das capacidades motoras e benefícios sociais, psicológicos e físicos.
Quanto à composição da sessão de exercícios existem referências, nos trabalhos
consultados, em relação aos seguintes componentes:
a. Aquecimento - incluindo exercícios de alongamento e atividades
físicas de baixa intensidade;
b. Parte principal - incluindo exercícios de resistência aeróbia, força e
resistência muscular e;
c. Volta à calma - incluindo exercícios de alongamento. Quanto a esse
assunto, uma grande lacuna observada diz respeito a disposição
seqüencial adequada, do mesmo modo, falta um maior
esclarecimento sobre a função e organização das atividades em cada
um desses componentes.
Não foram verificadas divergências quanto ao tipo e freqüência semanal,
contudo, observou-se grandes variações na indicação da duração e intensidade
recomendada em programas de exercícios dirigida para idosos. Existiu uma
abordagem diversificada quanto ao modo de progressão dos exercícios, além de
existirem poucas referências na literatura a respeito das atividades visando
desenvolvimento da força muscular e flexibilidade.
A maioria das idosas começou a praticar atividade física e não parou mais.
Relatam que hoje coisas mínimas que antes não conseguiam fazer, já fazem com
facilidade, como o ato de sentar no chão.
Uma aluna relatou que com a hidroginástica não sentiu mais dores lombares e na
cervical e diminuiu o uso de medicamentos. Que antes tinha muita insônia e que
isso melhorou muito depois que começou a praticar atividade física.
Enfim, com a prática de qualquer atividade física, a terceira idade se sentirá mais
útil, independente, com mais esperança e vontade de viver, mais auto-estima, com
maior vitalidade e disposição, tornando-se seres mais saudáveis, sociáveis e felizes.
Que a atividade física proporciona bem estar, além de proporcionar em alguns
casos diminuição do peso corporal, aumento da flexibilidade, aumento da
resistência e diminuição do uso de medicamentos.

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• WEINECK, J. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 1991.
• YAZBEK, P.; BATTISTELLA, L. R. Condicionamento físico: do atleta ao
transplantado. São Paulo: Sarvier, 1994.
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revista digital · Año 10 · N° 74 | Buenos Aires,
Julio 2004
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