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Do Judaísmo Nazareno ao Cristianismo Pagão

Os três pilares centrais do paganismo, conforme destacado em artigo anterior sobre a


apostasia, foram Inácio de Antioquia, Marcião e Tertuliano, cujas doutrinas até hoje se fazem
presentes no Cristianismo.

Inácio rebelou-se contra a autoridade israelita dos netsarim (nazarenos), promovendo a


primeira grande cisão entre os seguidores de Yahushua. Criou a religião chamada
Cristianismo, abalizada nas seguintes características: a) distanciamento total do Judaísmo de
Yahushua e dos nazarenos; b) revogação da Lei (Torá); c) substituição do sábado (shabat)
pelo domingo; b) concentração do poder nas mãos de um homem, reputado o representante de
Deus na terra. Em sequência, Marcião reforça o paganismo, ao lecionar: a) que existem dois
deuses em conflito no universo; b) o deus dos judeus é malvado e perverso, logo, deveriam os
cristãos rejeitar tudo o que proviesse da religião judaica; c) anulação da Lei (Torá); d) divisão
entre “Velho Testamento”, repleto de regras ímpias instituídas pelo deus dos judeus, e “Novo
Testamento”, que revela o deus bom e amoroso, o Pai de Jesus. Para engrossar as fileiras da
heresia, Tertuliano cria a doutrina da Trindade e lança para dentro do Cristianismo o politeísmo
idólatra. Tudo isto foi chancelado pela Igreja Católica e, posteriormente, encontrou eco na
teologia protestante, filha de Roma.

A partir de então, o Cristianismo foi afundando na areia movediça dos absurdos.

Justino Mártir (100 a 165 D.C) cresceu em meio a uma família pagã e, durante seus estudos,
adotou o platonismo. Após se tornar cristão, lecionou acerca da eucaristia (“santa ceia”),
prescrevendo que o pão e o vinho servidos eram literalmente o corpo e o sangue de Cristo
(teoria da transubstanciação):

“Pois não tomamos estas coisas como pão ou bebida comuns; senão que assim como Jesus
Cristo, feito carne pela palavra de Deus, teve carne e sangue para salvar-nos, assim também o
alimento feito eucaristia (...) é a Carne e o Sangue de Jesus encarnado.”

(Primeiro livro das Apologias de Justino, páginas 65-67).

Tal como os outros “Pais” da Igreja, Justino Mártir divulgou a separação total entre cristãos
gentios e judeus (nazarenos ou não), sob o fundamento de que a Lei foi anulada por Cristo.
No livro “Diálogo com Trifão”, assevera Justino que o Cristianismo é a nova lei para todos os
homens. Já que na Lei (Torá) existem várias promessas aos filhos de Israel, Justino advoga a
tese de que os cristãos são o Verus Israel (Verdadeiro Israel), ou seja, o povo eleito do
SENHOR deixa de ser o Israel propriamente dito (descendentes carnais de Ya’akov/Jacó) e
passa a ser a Igreja. Poderiam os cristãos desfrutar das bênçãos do ETERNO sem a
necessidade de obediência à Torá (Lei). Escreveu Justino:

“Com efeito, ó Trifão, eu li que deveria vir uma lei perfeita e uma aliança soberana em relação
às outras, que agora devem ser guardadas por todos os homens que desejam a herança de
Deus. A Lei dada sobre o monte Horeb já está velha e pertence apenas a vós. A outra, porém,
pertence a todos. Uma lei colocada contra outra lei anula a primeira; uma aliança feita
posteriormente também deixa sem efeito a primeira.”

(Diálogo com Trifão, 11:2).

Na visão de Justino, a Lei (Torá) não deveria ser cumprida, pois se tornou velha. Porém, o
próprio ETERNO ordenou que sua palavra (a Torá, in casu) iria durar para sempre
(Tehilim/Salmos 119:160), e Yahushua testificou que não veio revogar a Torá
(Matityahu/Mateus 5:17-19).

Para justificar o motivo pelo qual os cristãos não guardam o sábado (o quarto dos Dez
Mandamentos; Ex: 20:88-11), Justino tem a ousadia de declarar que o mandamento criado pelo
ETERNO deriva da iniquidade do povo judeu:

“Também nós observaríamos essa circuncisão carnal, guardaríamos os sábados e todas as


vossas festas se não soubéssemos o motivo pelo qual vos foram ordenadas, isto é, por causa
de vossas iniquidades e da vossa dureza de coração.”

(Diálogo com Trifão, 18:2).

Objetivando causar a separação total entre judeus e gentios, que outrora viviam em comunhão
nas comunidades do Caminho, Justino acusa os judeus de serem responsáveis pela morte de
Cristo. Escreveu o historiador Juan Pablo Sena Pera:

“Mais uma vez, Justino retoma o discurso rotulante e estigmatizante, ao afirmar que nem toda
água do mar seria suficiente para apagar os assassinatos cometidos pelos judeus, e ainda
caracteriza os rituais prescritos na Lei como incapazes de remover estes pecados, que
somente poderiam ser removidos pela morte de Cristo. Há uma clara intenção de circunscrever
a Lei ritual ao povo judaico, caracterizado como povo de assassinos, praticantes de rituais que
em si mesmos seriam vazios, mas que encontrariam sua razão de ser apenas se entendidos
como tipos proféticos de Jesus Cristo.”

(O Antijudaísmo de Justino Mártir no Diálogo com Trifão, Mimeografado, Vitória, 2009, página
85).

Responsabilizar os judeus pela morte do Messias se tornou um dos grandes slogans do


Cristianismo, resultando em milhões de mortes ao longo da história, principalmente durante as
Cruzadas, a Inquisição e o holocausto nazista – este último evento levou o extermínio covarde
de seis milhões de judeus.

Muitos protestantes e evangélicos lavam suas mãos achando que suas Igrejas não
participaram da chacina, não sabendo que Martinho Lutero incentivou o assassinato de judeus,
e sua obra foi usada por Adolph Hitler ao propagar o antissemitismo no livro “Mein Kampf”
(Minha Luta). Hitler citou expressamente a teologia de Lutero para sustentar o extermínio de
judeus!!!

Enquanto seis milhões de pessoas estavam sendo dizimadas pelo nazismo, apoiado pela Igreja
Católica, a Igreja Protestante se calou. Preciosa e verídica a parêmia popular: “quem cala
consente”.

Prosseguindo na manchada história da Igreja Cristã, Irineu de Lyon (130 a 202 D.C) divulga o
dogma de que Maria permaneceu perpetuamente virgem e é corredentora e salvadora ao lado
de seu filho Jesus (Yahushua). Inicia-se a adoração à “Virgem Maria”, que passa a ser
considerada a “mãe de Deus”:

“... Maria, embora tivesse marido, ainda era virgem e, obedecendo, tornou-se causa de
salvação para si e para toda a raça humana.”

(Irineu de Lyon, Contra as Heresias, 3:22).

“A Virgem Maria... sendo obediente à sua palavra, recebeu do anjo a boa nova de que ela daria
à luz Deus.”

(Irineu de Lyon, Contra as Heresias, V, 19:1).

Apesar de ser óbvio, lembra-se que Miryam (Maria), após o nascimento de Yahushua, teve
relações sexuais com Yosef (José), nascendo da união vários filhos e filhas (Matityahu/Mateus
13:53/56). E mais: o ETERNO é o Criador e não uma criatura, donde se conclui que não existe
a figura da “mãe de Deus”, e tão somente a mãe terrena de Yahushua enquanto homem.

Outro grande problema da Igreja Gentílica diz respeito ao abuso da interpretação alegórica. Os
cristãos, que eram oriundos do paganismo, tentaram conciliar o pensamento semita contido no
Tanach (Primeiras Escrituras/“Antigo Testamento”) com a filosofia grega, usando um método de
exegese que extrapola a literalidade do texto. Eis alguns exemplos:

“Justino afirmava que Lia representava os judeus, Raquel simboliza a igreja e Jacó é Cristo,
que serve a ambos. A atitude de Arão e Hur de sustentar as mãos de Moisés simboliza a cruz.
Justino afirmava que o Antigo Testamento era pertinente aos cristãos, mas essa pertinência,
dizia ele, era percebida por meio de alegorização.

(...)

Irineu morou em Esmirna... Ele [Irineu] afirmou, por exemplo, que os três espias (e não dois!)
que Raabe escondeu representam Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

(...)

Em sua excessiva alegorização, Clemente ensinava que as proibições mosaicas de comer


porco, falcão, águia e corvo (Lv 11.7, 13-19) representavam respectivamente a ânsia impura
pela comida, a injustiça, o roubo e a cobiça. No episódio em que 5000 pessoas foram
alimentadas (Lc 9.10-17), os dois peixes simbolizam a filosofia grega (As Miscelâneas, 6.11).

(...)

Mediante a alegorização, Orígenes ensinava que a arca de Noé simboliza a igreja e que Noé
simbolizava Cristo. O episódio em que Rebeca tirou água do poço para os servos de Abraão
significa que devemos recorrer diariamente às Escrituras para ter um encontro com Cristo. Na
entrada triunfal de Jesus, a jumenta representa o Antigo Testamento, o jumentinho o Novo
Testamento e os dois apóstolos os aspectos moral e místico das Escrituras.

Orígenes desconsiderou a tal ponto o sentido literal e normal das Escrituras que seu estilo
alegórico passou a ser caracterizado por um exagero incomum. Como disse certo autor, era
‘fantasia desmedida’.”

(A Interpretação Bíblica, Roy B. Zuck, Vida Nova, 2008, páginas 39, 41 e 42).

Apesar de a interpretação judaica admitir algum tipo de alegorização, esta possui limites
estabelecidos e não pode se constituir um “cheque em branco” a ser preenchido ao alvedrio do
intérprete. O Cristianismo pagão, fundado na filosofia grega, passou a deturpar as Escrituras
Sagradas, criando fantasias que até hoje se encontram presentes.

Atualmente, vários textos bíblicos são distorcidos, por meio de alegorias, para sustentar a
maligna teologia da prosperidade, que prega o acúmulo de riquezas materiais na terra por meio
da “fé em Jesus”. Famosos pregadores proclamam: “Jesus morreu para você ficar rico”; “Você
é o Senhor e Deus é Servo para lhe dar prosperidade”; “Muitas riquezas são sinais de muita
unção”; “O pobre está vivendo debaixo de maldição”. Todas estas afirmativas absurdas são
extraídas de interpretações equivocadas das Escrituras, pautadas em abuso manifesto da
interpretação alegórica.

Já que o Tanach e a B’rit Chadashá narram inúmeras promessas do ETERNO ao povo de


Israel, a solução dada pelos teólogos cristãos é alegorizar o texto e dizer que onde está escrito
“Israel” deve ser lido “Igreja”. Esta técnica aniquiladora das Escrituras tem por objetivo legitimar
o Cristianismo como religião criada pelo homem, bem como a manutenção do poder social,
político, religioso e econômico das Igrejas.

O vendaval pagão também exerceu influência sobre aspecto medular do Cristianismo: a


liturgia. Inicialmente, surgiu a liturgia católica em meio ao ambiente idólatra. Posteriormente, a
liturgia protestante também se valeu dos mesmos elementos pagãos. Tanto a missa católica
quanto o culto protestante possuem idêntica fórmula: a) cânticos; b) sermão e c) oração ou
cântico no final. No sermão, somente o Padre ou o Pastor podem pregar, todos ficam calados
e nenhuma pergunta pode ser feita. Este não era e nunca foi o modelo adotado pelos netsarim
(nazarenos)! Nas reuniões do Caminho, todos os membros participavam de forma espontânea,
livre e aberta, podendo ler as Escrituras, ensinar e formular perguntas. Os encontros eram
participativos e todos eram considerados iguais, inexistindo a hierarquia eclesiástica que torna
um homem superior ao outro. Atualmente, o Padre, o Pastor e o Rabino são reputados, na
prática, como pessoas mais importantes do que os membros de suas congregações, o que é
totalmente incompatível com as Escrituras.

Nossas colocações são endossadas pelo autor cristão Frank Viola:

“Os pastores falam rotineiramente a suas congregações, ‘fazemos tudo conforme a Bíblia’,
contudo, praticam esta férrea liturgia. Eles não agem corretamente. (Acredito que esta falta de
veracidade deve-se mais à ignorância do que à má fé).

Verifique sua Bíblia do começo ao fim, você não encontrará nada semelhante a isso. Os
cristãos do século I nada sabiam sobre tais coisas. Na realidade, essa liturgia protestante tem
tanto apoio bíblico quando à Missa católica! Nenhuma das duas têm qualquer ponto de contato
com o N.T.”

(Cristianismo pagão, 2005, página 14).


“Pior que isso, embora Lutero falasse muito sobre ‘sacerdócio de todos os crentes’, ele nunca
abandonou a prática de ordenação do clero. De fato, sua crença era tão forte em um clero
ordenado que escreveu: ‘O ministério público da Palavra deve ser estabelecido pela ordenação
santa como a mais importante das funções da igreja’. Sob a influência de Lutero, o pastor
protestante simplesmente substituiu o sacerdote católico.”

(Ob.Cit., página 18).

Após comparar a liturgia católica com a protestante/evangélica, ambas inspiradas no


paganismo, Frank Viola conclui:

“Enfim, a liturgia de Lutero era nada menos que uma versão truncada da Missa Católica! A
Missa de Lutero detinha os mesmos problemas da Missa Católica: Os paroquianos
continuaram sendo espectadores passivos (com a exceção de poderem cantar), e toda liturgia
era dirigida por um clérigo ordenado (o pastor tomando o lugar do sacerdote).”

(Ob.Cit. página, 17).

O modelo do sermão vigente é antibíblico, porque é estruturado da seguinte forma: a) é


pregado de cima do púlpito sempre por uma mesma pessoa (Padre, Pastor ou Rabino); b)
trata-se de um monólogo dirigido a uma plateia passiva; c) contém uma introdução, o
desenvolvimento (dois ou três tópicos) e uma conclusão. Nas sinagogas do primeiro século,
frequentadas pelos netsarim (nazarenos), havia liberdade para que qualquer membro pudesse
pregar a Torá, e todos poderiam formular perguntas e debater os temas examinados (David C.
Norrington, To Preach or Not to Preach? The Church’s Urgent Question,.Carlisle: Paternoster
Press, 1996, página 4).

Se no primeiro século não existia a figura do “sermão” tal qual hoje é conhecido, visto que a
participação era coletiva, de onde surgiu o sermão cristão? Recorre-se ao magistério de Frank
Viola:

“O sermão cristão foi adotado diretamente da fonte pagã da cultura grega!”

(Ob.Cit., página 35).


“O sermão do púlpito não é o equivalente à pregação encontrada nas Escrituras. A prática do
sermão não é encontrada no Judaísmo do AT. Não é encontrada no ministério de Jesus, nem
na vida da Igreja Primitiva. Além disso, Paulo disse aos gregos convertidos que ele próprio
recusou ser influenciado pelas formas de comunicação utilizadas pelos pagãos de seu tempo.

O sermão é uma ‘vaca sagrada’ concebida no ventre da retórica grega. Nasceu na comunidade
cristã quando os ex-pagãos (agora cristãos) começaram a levar seus estilos de oratória para a
igreja. No século III era comum o líder cristão proferir sermões. No século IV virou norma.

O cristianismo absorveu sua cultura circundante. Quando o pastor sobe ao púlpito exibindo sua
veste clerical e proferindo seu sermão sagrado, ele exerce o papel do antigo orador grego.”

(Ob.Cit., página 42).

Também deriva do paganismo a obsessão cristã pelo edifício da Igreja como sendo “a Casa de
Deus”[1]. Milhões de cristãos acham que precisam ir à Igreja para serem abençoados, porque
“Deus opera na Igreja, que é a Sua Casa”. Este não é o pensamento dos netsarim (nazarenos),
porquanto Estevão discursou que o ETERNO “não habita em lugares feitos por mãos humanas”
(Ma’assei Sh’lichim/Atos 7:48), e Sha’ul (Paulo) declarou:

“O Elohim que criou o Universo e tudo o que nele há, que é Senhor do céu e da terra, não
habita em templos erigidos por mãos humanas.”

(Ma’assei Sh’lichim/Atos 17:24).

Com a oficialização do Cristianismo no século IV pelo Imperador Constantino, este começou a


construir edifícios de Igrejas nos mesmos moldes do paganismo. Proliferaram-se as igrejas ao
longo do Império Romano, seguindo-se a metodologia pagã de “erigir templos para adorar aos
deuses”. Curioso que Constantino designou suas Igrejas com nomes de santos, tal como os
pagãos nomeavam seus templos com os nomes de seus deuses. Os edifícios tornaram-se
lugares “sagrados”, dotados de uma aura mística que abençoaria seus frequentadores.

Tal noção profana subsiste até hoje no âmbito das denominações cristãs (católicas e
protestantes/evangélicas), explícita ou implicitamente. Quem nunca ouviu Pastores falando na
televisão: “Venham para o culto da nossa Igreja e você sairá abençoado”? Aliás, certa vez ouvi
um evangélico dizendo a outros: “vocês não devem orar em casa, porque a bênção não está lá;
vocês devem vir para orar nos cultos da Igreja”. Isto é, nada mais nada menos, do que idolatria
ao local de culto!
Se de um lado líderes católicos e evangélicos constroem faraônicos Templos, por outro, esta
prática nunca foi adotada pelos netsarim.

Reconhecido como um dos maiores estudiosos da História do Cristianismo, Philip Schaff


escreveu que os discípulos originais de Yahushua não edificaram Igrejas, concluindo:

“O Salvador do mundo nasceu em um estábulo e subiu aos céus desde um monte. Seus
Apóstolos e sucessores até o século III pregaram nas ruas, mercados, montes, barcos,
sepulcros, cavernas, desertos e nas casas dos seus convertidos.

Contudo, milhares de igrejas e capelas caras foram e continuam sendo construídas em todo
mundo para honrar o Redentor crucificado que nos dias de sua humilhação não possuiu
nenhum lugar onde repousar a cabeça!”.

Considerando que este artigo não tem como objeto a História do Paganismo Cristão e diante
da impossibilidade de se analisar dois mil anos de história em poucas páginas, coloca-se uma
pausa na narrativa. Aliás, é desnecessário relatar todas as características pagãs do
Cristianismo neste trabalho, uma vez que as marcas heréticas descritas acima vigoram até os
dias de hoje, sendo facilmente constadas por qualquer pessoa. Coloquemos apenas algumas
palavras finais.

Todos os elementos pagãos referidos estão presentes tanto na teologia católica quanto na
protestante/evangélica. Já que os gentios cristãos se afastaram dos netsarim (nazarenos),
perderam a oportunidade de aprender com os homens que receberam instruções pessoais e
diretas de Yahushua ou de seus sh’lichim (emissários/ “apóstolos”). Todos os fundadores do
Cristianismo pregaram a separação entre gentios e judeus, porquanto, se a união
permanecesse, seria extremamente difícil que heresias se alastrassem. No final, o Judaísmo de
Yahushua e de seus talmidim (discípulos) foi substituído pelo Cristianismo pagão, cujas
doutrinas são estranhas à correta interpretação das Escrituras.

Atualmente, muitas pessoas estão descobrindo a verdade e retornando à verdadeira fé de


Yahushua e de seus sh’lichim (emissários), descartando toda a contaminação espiritual pagã
que se infiltrou no corpo do Messias. Que as palavras do professor Andrew Gabriel Roth e a
profecia de Yirmeyahu/Jeremias possam tocar a vida dos leitores:

“O Cristo-Paganismo denota a assimilação do paganismo dentro do Cristianismo, introduzido


no mundo das igrejas pelos ante mencionados e altamente venerados pós-apostólicos
fundadores do Cristianismo Gentílico.

(...)
Estes ‘fundadores” da Igreja nunca conheceram os originais Shlichim [emissários/‘apóstolos’],
nenhum deles teve as instruções de YHWH sobre justiça escritas em seus corações. De fato,
estes prematuros filósofos cristãos e oportunistas não tiveram mais conhecimento em primeira
mão dos ensinos de Yahushua e Paulo do que os teólogos de hoje. Porém, atualmente,
acessando os Escritos em Aramaico [do ‘Novo Testamento’], podemos comparar por nós
mesmos os escritos dos pós-apostólicos fundadores do ‘Evangelho Cristão’ e ver que estão
muito longe da original Fé Nazarena

(...)

Apesar do rude, cruel e odioso ataque contra a Fé Nazarena pela multidão de opositores, que
são ignorantes nas Escrituras, está crescendo o número de Judeus e Gentios que estão
retornando para YHWH e vivendo a Fé em Yahushua, o Messias, que foi entregue para os
justos. Claramente há uma forte diferença entre o que os pós-apostólicos fundadores da Igreja
Gentia ensinaram e o que os originais Shlichim (emissários) do Messias viveram e ensinaram.
O movimento Nazareno nos dias de hoje é o cumprimento da seguinte profecia:

YHWH, minha força e fortaleza, meu refúgio no dia da aflição, os Gentios virão a ti desde os
confins da terra, e dirão: ‘Nossos antepassados herdaram mentiras, vaidade, e coisas sem
nenhum proveito. Porventura fará um homem deuses para si, que contudo não são deuses?
Portanto, Eu lhes farei conhecer de uma vez por todas, Eu os farei conhecer minha mão e meu
poder; e eles saberão que meu nome é YAHWEH’ (Jeremias 16:19-21)”.

[1] Não há nada de errado em se reunir em um local, como, por exemplo, uma congregação. O
que é deplorável é o pensamento de que o ETERNO somente irá abençoar o homem caso este
esteja em um local específico, a Igreja. Os netsarim se reuniam em sinagogas e em casas,
porém, não supervalorizavam o lugar em si.

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