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Conceito de
armazenagem
de materiais
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Maia, Fábio Luis da Silva


SST Conceito de armazenagem de materiais / Fábio Luis da
Silva Maia
Ano: 2020
nº de p.: 12

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Conceito de armazenagem
de materiais

Apresentação
Caro(a) estudante, você já pensou em como é feito o planejamento e o controle das
entradas e saídas de mercadorias? E em como os conceitos de movimentação de
materiais podem contribuir para melhorar os resultados da gestão de materiais nas
empresas? Ao longo desta unidade, iremos conhecer esses importantes conceitos
relacionados à armazenagem de materiais.

Além disso, estudaremos como é realizada a classificação de materiais e


conheceremos os principais sistemas de codificação. Por fim, veremos o
funcionamento de toda a cadeia de suprimentos. Bons estudos!

Armazenagem e classificação de
materiais
Segundo Dias (2015, p. 164), a armazenagem “[...] é uma atividade que atua como
instrumento de compensação entre as diferentes formas de movimentação de
materiais – fornecedores, manuseio interno, preservação, transporte e usuário”.
As operações de armazenagem são executadas em instalações específicas, que
recebem diferentes denominações, como armazém, depósito, almoxarifado e galpão.

Para Chiavenato (2014), as principais funções da armazenagem são:

• recebimento (descarga);
• identificação e classificação;
• conferência (qualitativa e quantitativa);
• endereçamento para o estoque;
• estocagem;
• remoção do estoque (separação de pedidos);
• acumulação de itens;
• embalagem;
• expedição;
• registros das operações.

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A atividade de armazenagem tem grande impacto no custo das empresas. Por


isso, as organizações de ponta utilizam, cada vez mais, softwares de controle da
estocagem e de movimentação, conhecidos como warehouse management system
(WMS) – em português, sistema de gerenciamento de armazém.

Com o WMS, são realizadas operações físicas relativas à entrada de produtos, à


verificação de disponibilidade de espaço de armazenagem, ao endereçamento
de posição livre, à retirada e separação de produtos e à expedição. Além dessas
vantagens, o WMS também reduz a produtividade da mão de obra.

A classificação de materiais, por sua vez, consiste em definir uma catalogação,


simplificação, especificação, normalização e padronização de todos os
componentes do estoque de uma empresa.

Na visão de Chiavenato (2014, p. 153), a codificação de materiais é a

[...] representação por meio de um conjunto de símbolos alfanuméricos ou simplesmente


números que traduzem as características dos materiais, de maneira racional, metódica
e clara, para se transformar em linguagem universal de materiais na empresa. Consiste
em ordenar os materiais da empresa segundo um plano metódico e sistemático, dando
a cada um deles determinado conjunto de caracteres.

Conheça agora alguns dos principais sistemas de codificação.

1. Sistema alfabético:

sistema formado por um conjunto de letras que permite distinguir cada


material.

2. Sistema alfanumérico:

sistema que mistura letras e números para representar cada material,


permitindo codificar um número de itens superior ao sistema alfabético.
Normalmente, os suprimentos são divididos em grupos e classes.

3. Sistema numérico ou decimal:

sistema que atribui um arranjo lógico de números para identificar cada


material, e tem origem na Classificação Decimal Universal. Esse método é
aplicado na organização de bibliotecas.

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Além desses sistemas, há também o sistema de codificação digital. Chiavenato


(2014) explica que a Associação Brasileira de Automação Comercial (EAN Brasil),
fundada em 8 de novembro de 1983, recebeu do Governo Federal a incumbência de
administrar, no âmbito do território brasileiro, o Código Nacional de Produtos, isto é,
o Sistema EAN/UCC.

Nesse contexto, a EAN International, entidade com sede em Bruxelas (Bélgica),


nomeou a EAN Brasil como Organização de Numeração no Brasil, visando
proporcionar assistência completa à implementação do Sistema EAN/UCC
nas empresas filiadas. Esse sistema emprega o código de barras, que é uma
representação gráfica em barras claras e escuras das combinações binárias
utilizadas pelo computador. Decodificadas por leitura óptica, informam os números
arábicos ou letras que constituem o código de barras, conforme a simbologia.

O código de barras oferece diversas melhorias para o gerenciamento dos materiais,


entre elas:

• recebimento, armazenagem e expedição;


• movimentação de materiais;
• transporte e tráfego;
• gestão de materiais e mercadorias;
• sistema de comunicação e informação;
• processamento de pedidos;
• inventário.

A seguir, conheça a estrutura do código de barras.

Estrutura de código de barras

País Empresa Produto DC


3 dígitos 4 ou 5 dígitos 4 ou 5 dígitos Dígito de controle
concedidos pela concedidos pela elaborados (Cálculo
EAN Brasil EAN Brasil pela empresa algorítmico)
Fonte: Elaborada pelo autor (2016).

Tendo claros esses conceitos, na sequência, conheceremos mais a respeito da


logística empresarial.

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Logística empresarial
Para Corrêa e Corrêa (2012, p. 118), “Logística envolve a gestão do processamento
de pedidos (aquisição), estoques, transportes e a combinação de armazenamento,
manuseio de materiais e embalagem, todos integrados por meio de uma rede de
instalações”. Com base nesse entendimento, observemos a figura a seguir, que
ilustra como ocorre a identificação dos níveis de estoque.

Identificação dos níveis de estoques

Processo de planejar, operar


e controlar

Fluxo e armazenagem:
• Matéria-prima;
Do ponto de • Produtos em processo; Ao ponto de
origem • Produtos acabados; destino
• Informações;
• Dinheiro.

De forma econômica, Satisfazendo as necessidades


eficiente e efetiva e as preferências dos clientes

Fonte: Adaptada de Slack, Chambers e Johnston (2009).

Como você pôde perceber na figura anterior, por meio da logística, as empresas
podem, em termos de predileção dos clientes, conseguir uma posição de destaque
em relação aos seus concorrentes. Assim, a logística acarreta para a empresa
vantagens em produtividade e em valor.

Considerando que a logística busca gerenciar os fluxos de bens, serviços


e informação dos elementos que compõem a cadeia de abastecimento, ela
assume um esforço coordenado com foco no cliente e centrado na melhoria da
competitividade; é uma estratégia empresarial que evoluiu com o passar do tempo.
Sabendo disso, vamos entender como ocorreu esse processo evolutivo.

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1. Atuação segmentada: essa primeira


fase surgiu no contexto da Segunda Guerra
Mundial. O estoque era o elemento-chave no
balanceamento da cadeia de suprimento, sendo
que os subsistemas da cadeia de abastecimento
funcionavam isoladamente.

2. Integração rígida: nessa segunda fase,


identificou-se a possibilidade de se otimizarem as
atividades, sendo o planejamento feito de forma
rígida.

3. Integração flexível: nessa terceira fase, houve


um salto significativo na adoção da logística
dentro das organizações. Foi também um período
marcado pela aplicação da filosofia Just In Time
(JIT) na produção.

4. Integração estratégica (supply chain


management): essa foi a fase na qual se deu a
plena integração entre todos os elementos da
cadeia de abastecimento, de forma estratégica.
As organizações passaram a atuar de forma
integrada com todos os membros da cadeia,
visando disponibilizar produtos e serviços para o
mercado, os quais o cliente/consumidor desejava
e pelos quais estava disposto a pagar.

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O resultado da última fase foi a oferta de produto/serviço de alta qualidade e baixo


custo, entregue com presteza e visando satisfazer o cliente. Na sequência, veremos
mais detalhes sobre a supply chain management.

Gerenciamento da cadeia de
abastecimento – supply chain
management (scm)
O gerenciamento da cadeia de abastecimento é uma estratégia empresarial crucial
para a sobrevivência das organizações nos dias atuais. Na visão de Corrêa e Corrêa
(2012, p. 91),

[...] Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento é a abordagem que visa


oferecer o máximo valor ao cliente e o máximo retorno sobre o ativo fixo,
através da gestão efetiva dos fluxos de materiais, produtos, informações
e recursos financeiros, de extremo a extremo da cadeia, desde as fontes
de suprimento até o consumidor final. É a integração dos membros da
cadeia, sem verticalização, mas com a focalização de cada empresa em
seu negócio principal.

Para uma melhor compreensão da lógica de funcionamento da cadeia de


abastecimento, vamos compará-la a um rio com o suprimento à montante de uma
empresa ou de um órgão qualquer, e a distribuição à jusante, como ilustrado na
figura a seguir.

Lógica de funcionamento da cadeia de suprimentos

Fornecedor Produção/ Consumidor


inicial operação final

Fonte: Adaptada de Slack, Chambers e Johnston (2009).

Essa lógica de funcionamento permite ao gestor ter maior flexibilidade para lidar
com o crescimento da concorrência, o que força as empresas a buscarem a redução
extrema de seus custos e a concentrarem parte substancial de seus esforços no

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serviço ao cliente. Nesse contexto, é importante enumerar os atores que compõem


a cadeia de abastecimento, conforme destacados na figura a seguir.

Atores que compõem a cadeia de abastecimento

Consumidor
Fornecedor Manufatura Distribuidor Varejista
final

Fonte: Elaborada pelo autor (2016).

A maneira como a empresa gerencia esses atores acarreta em um potencial para se


reduzirem custos e viabilizar o serviço ao cliente, o que exerce um importante papel
na obtenção de um diferencial competitivo. Para tanto, a cadeia de abastecimento
utiliza, de forma integral, a informação como elemento básico para a tomada de
decisão, conforme evidenciado na figura a seguir.

Fluxo de informações na cadeia de suprimentos

Fornecedor Manufatura Distribuidor Varejista Consumidor

FLUXO DE INFORMAÇÃO

FLUXO DE MATERIAIS

FLUXO DE DINHEIRO

Fonte: Adaptada de Slack, Chambers e Johnston (2009).

Seguindo a tendência mundial, a informação é o elemento básico para que as


empresas alcancem níveis de competitividade que garantam sua sobrevivência
em mercados cuja concorrência é elevada, e com o gerenciamento da cadeia de
abastecimento não seria diferente.

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Termos utilizados para descrever a gestão da cadeia de suprimentos

Fornecedores Fornecedores Consumidores Consumidores


de segunda de primeira de primeira de segunda
camada camada camada camada

A
operação

Lado do Fornecimento Lado da Demanda

Gestão de compras Gestão de distribuição física

Logística
Gestão de materiais

Gestão da cadeia de suprimentos

Fonte: Adaptada de Slack, Chambers e Johnston (2009).

Conforme pudemos observar na figura anterior, para que as organizações alcancem


resultados significativos com o desempenho da cadeia de abastecimento, é
fundamental a constante reavaliação e remodelagem da cadeia interna de cada
membro da cadeia estendida. Também, é essencial a colaboração entre todos
os membros da cadeia, uma vez que isso reduz os riscos e induz à melhoria da
efetividade do processo logístico total.

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Fechamento
nesta unidade, inicialmente, vimos o conceito de armazenagem e como é rea-

lizada a classificação dos materiais nas empresas. Para compreendermos tamanha

complexidade de todo o processo de armazenagem de materiais, observamos tam-

bém as possibilidades de suas classificações.

Depois, estudamos a importância do processo logístico e como isso impacta

os resultados da empresa. Vimos que a logística pode agregar vantagens em produ-

tividade e valor ao cliente final, além de poder ser uma vantagem competitiva para a

empresa em relação aos concorrentes. Por fim, vimos a importância da reavaliação

da cadeia de suprimentos.

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Referências
CHIAVENATO, I. Gestão de materiais: uma abordagem introdutória. 3. ed. Barueri:
Manole, 2014.

DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 6. ed. São


Paulo: Atlas, 2015.

SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. São


Paulo: Atlas, 2009.

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