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PX·· ACOPLADOR DE ANTENAS

ou CONHECENDO ONDAS ESTACIONÁRIAS

Toda a potência do seu transmissor é realmente irradiada? Já notou que em deter-


minados canais você "chega" melhor? A resposta está neste artigo: conheça a "fami-
gerada" onda estacionária e construa um simples acoplador de antena para um
melhor casamento de impedância transceptor antena e, consequentemente, um
desempenho muito melhor.

Naturalmente, para que toda a ener- que significa que fazer o transmissor
gia de seu transmissor seja transferida "mandar" tudo para o ar nem sempre é
para a antena e desta para o espaço, sen- simples. Para facilitar esta tarefa de trans-
do portanto irradiada é preciso que haja ferir com o máximo rendimento a energia
um perfeito casamento de impedância do transmissor para a antena, descreve-
entre os três elementos que formam este mos neste artigo um acoplador de ante-
sistema: transmissor, cabo de ligação e nas (na verdade um casador de lrnpedân-
antena. elas).
Um problema qualquer de casamento Trata-se de um dispositivo que interliga-
de impedância tem uma consequência do entre seu transmissor e sua antena faz
somente: a produção de ondas estacioná- com que suas impedâncias se casem per-
rias e com ela a dissipação de uma parte feitamente em função do comprimento do
da energia de seu transmissor no pró- fio e da frequência, obtendo-se com isso
prio cabo que interliqa ' o transmissor um excelente rendimento para o seu trans-
à antena. ceptor.
Nem sempre o problema de ondas esta- a circuito que descrevemos é ideal para
cionárias é resolvido facilmente só com o a faixa dos 11 metros, e pode operar com
ajuste do comprimento do cabo, obvia- potências de até 25 watts, sendo de cons-
mente você não opera num único canal, o trução e instalação extremamente fáceis.

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ONDAS ESTACIONÁRIAS dâncias dos dois forem as mesmas, e o
Fala-se muito em ondas estacionárias, cabo s6 transfere a energia para a antena
na necessidade de manter sua relação per- em sua totalidade se suas impedâncias
to de 1 :1, e em muitas outras coisas rela- coincidirem, e para que isso aconteça nãoé
cionadas. Você sabe realmente o que é suficiente comprar o cabo da impedância
uma onda estacionária, como ela se forma especificada como ideal.
e pode roubar ootêncía de seu transmis- Os cabos coaxiais apresentam uma
sor? impedância determinada também pelo
Antes de entrarmos em pormenores seu comprimento que deve manter uma
construtivos de nosso casador de i mpe- relação com a frequência do sinal que é
dâncias será interessante que o leitor se emitido e é justamente ar que os maiores
familiarize com as ondas estacionárias e problemas podem acontecer: basta cortar
de que modo elas entram no assunto. o cabo um pouco fora da medida e a ener-
gia não se transfere toda para a antena
Os sinais produzidos pelo transmissor
devem ser enviados à uma antena para ocorrendo as perdas.
serem irradiados. Como não podemos Estas perdas pelo não casamento de
colocar a antena diretamente no transmis- impedância do cabo com a antena ou do
sor na maioria dos casos, deve existir um cabo com o transmissor devem-se à for-
cabo de interligação entre estes dois ele- mação das chamadas ondasestacionárias.
mentos (figura 1). E o que sao as ondas estacionárias?
Muitos leitores ouvem falar muito dessas

ANTENA 1 ondas, e sabem que sua existência deve


ser mantida num nfvel mfnimo para que o
aparelho funcione, mas são poucos os que
px sabem porque elas se formam e o que são
TRANSCEPTOR na realidade.
Supondo um transmissor ligado a uma
linha de transmissão e a uma antena,
vemos que, em operação, este transmissor
o COMPRIMENTO DO envia sua energia na forma de uma onda
CABO É IMPORTANTE
NO DESEMPENHO OA que percorre a linha de ponta a ponta, con-
ESTACÃO forme sugere a figura 2. O que temos nes-
te caso é uma onda que caminha do trans-
missor para a antena, levando a energia
FIGURA 1
do transmissor.
Neste caso, a variação entre o valor má-
A colocação do cabo não é tão simples ximo e o valor mfnimo da tensão de RF em
quanto pode parecer à primeira vista, pois qualquer ponto do cabo é a mesma: todos
uma vez mal colocado, este cabo pode ser os pontos passam pela mesma variação de
responsável pela perda de rendimento do tensão, conforme mostra a figura 3. Dize-
sistema. mos então que a relação de ondas estacio-
O transmissor s6 transfere seu sinal nárias é de 1 para 1 ou 1 : 1. As ondas
para o cabo na sua totalidade se as lmpe- estacionárias simplesmente não existem.
MÁX ANTENA

F.IGURA 2

DIREÇÃO
PROPAGAÇÃO
' ..
DE

Áx

16 Revista Saber Eletrônica


Supondo agora que parte da energia
não consiga passar para a antena e seja
refletida de volta para o transmissor. Este
sinal, ao voltar encontra o sinal que vem,
I
____
'r-__ ----'-
I
....!i
I
CABO
ocorrendo então um fenômeno em que
eles se combinam, denominado batimento
(figura 4).
I .----t-V' O I O resultado é uma espécie de paraliza-
: I ção da onda, ou seja, forma-se o que deno-
I I minamos "onda estacionária" com o
-í- --t- --r- aparecimento de regiões em que não mais
I teremos os máximos e rnlnirnos transitó-
~ _7I---;-------CABO rios, mas máximos e rnlnirnos fixos, os
l MiN I quais dependem da posição considerada

Jr -
I
I
I
_~---rl---~I------CABO
I
---
I
I
I

I
- ---=-~
no cabo (figura 5).
O modo segundo o qual ocorre este
fenômeno determina a perda de energia
transmitida. Temos então que a relação de
ondas estacionárias é dada pela relação
existente entre os novos valores máximos
FIGURA 3 e mfnimos nos pontos considerados.

Y.ONTOS FIXOS
FIGURA 4
DE MÁXIMO

.-- AMPLITUDEMAXIMA qualquer emissão de energia pela antena


pois toda a potência fica no cabo (figura
6).
TODAONDA
E REFLETIDA

FIGURA 5

Se toda a energia for refletida, por


exemplo, teremos pontos fixos em que a CABO

tensão será máxima e outros em que a


tensão será mfnima, onde formam-se os
FIGURA 6
nodos. Ora, como temos variações entre
um valor máximo e zero, isso significa que, Devemos então nos preocupar em eli-
neste caso, a relação de ondas estaciona- minar a reflexão de ondas no cabo, redu-
rias (ROE) tende para o infinito. Não temos zindo assim a relação de ondas estacioná-

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...•.

rias o máximo que for possfvel. Devemos No transmissor, a energia pode causar a
manter esta relação a mais próxima possí- sobrecarga dos circuitos ocorrendo então
vel de 1 :1. sua queima (figura 8). Evidentemente,
Um fato importante que deve ser nota- tudo que falamos acima só poderá ser
do neste fenômeno é a mudança de impe- constatado se você dispuser de um medi-
dância que ocorre num cabo onde estejam dor de onda estacionária (figura 9), o que
presentes ondas estacionárias. muitos rádios já têm acoplado.
Supondo que num sistema de transmis-
são tenhamos uma relação de ondas esta-
cionárias de 2:1. Isso quer dizer que existe
ANTENA
uma variação na relação de 2 para 1 na
tensão de RF encontrada nos diversos
pontos do cabo. Nos pontos de mfnimo, a
tensão não cai a zero, mas sim apenas à

metade do valor máximo (figura 7).


CAMINHANTE
.
.
REFLETIDA

2 " TRANSMISSOR
SOBRECARREGADO

'-
- --- /
FIGURA 8

FIGURA 7

Considerando que a potência fornecida


pelo transmissor é constante, isso significa
que o produto tensão x corrente deve ser
mantido constante (P = V x I).
Como uma variação para mais da ten- FIGURA 9
são implica numa variação proporcional
A SOLUÇÃO DO PROBLEMA
para menos da corrente, vemos que na
realidade, quando a tensão varia numa Cortar o cabo exatamente no compri-
relação de 2, a impedância que é dada pelo mento correspondente a frequência de
quociente das duas grandezas varia numa operação é uma solução que nem sempre
relação duas vezes mais rápida, ou seja 2 x pode ser considerada definitiva.
2 = 4 (Z = wn. Se você transmitir numa faixa relativa-
Em suma, numa linha de transmissão mente ampla de frequências você não con-
em que a relação de ondas estacionárias é seguirá obter a relação de 1:1 de ondas
de 2: 1, a impedância apresentada varia 4 estacionárias em toda esta faixa. Isso sig-
vezes para mais e para menos. Num cabo nifica que, uma pequena variação de impe-
de 75 ohrns, por exemplo, teremos varia- dância ocorre quando você percorre a faixa
ções de 37,5 150 ohms.à e esta variação é responsável pelo rendi-
C0m esta variação na impedância, é evi- mento diferente nas diferentes frequências
dente que não há casamento e portanto a conseguidas com seu equipamento (figura
energia se perde. 10).
A energia perdida pode inclusive causar Este problema pode entretanto ser corri-
problemas: gido, se você tiver um meio de alterar a
Não podendo ser transmitida, esta ener- impedância do acoplamento entre o seu
gia fica no cabo ou volta ao transmissor. transmissor e a linha do mesmo modo em
No cabo ela pode causar o seu aquecimen- que ela variar com a frequência, ou seja, se
to e até a formação de arcos que o estra- você colocar entre o transmissor e o cabo
gam. um casado r de impedâncias (figura 11).

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ROE
transferência de energia seja mantida no
,, máximo, com valores próximos de 1:1 da
,,
relação de ondas estacionárias.
20' ---- - --- - -- - -- - -1--- --- ----- - --- Casadores de impedâncias podem ser
,
,, feitos com facilidade e adaptados a qual-

---------------L -----l-------
I CURVA DE quer tipo de transmissor e é esta possibili-
dade que oferecemos aos leitores a seguir.
1;501

O SEU CASADOR DE IMPEDÂNCIAS


O casador de impedâncias que descre-
H --- =-c_::-,_~~----=-:-=---- _ vemos aqui é recomendado para os opera-
dores da faixa do cidadão e pode suportar
potências de até 25W, sem problemas. Ele
possui dois ajustes que permitem levar a
J
26MHz 27 MHz 28~HZ

FREDUÊNCIA
FREOUENCIA relação de ondas estacionárias ao ponto
DO AJUSTE ideal. de maior rendimento.
FIGURA 10 Conforme mostra a figura 12, onde
temos o diagrama completo do filtro, o que
ANTENA
temos é uma configuração em PL com
apenas três componentes usados: dois
capacitores variáveis e uma bobina.

TRANSCEPTOR Ll

Jl J2
(ENTRADA) CVl CV2 (SAíDA)

FIGURA 12
FIGURA 11
Os pormenores construtivos do filtro
Este dispositivo permite então que você são mostrados na figura 13, sendo então
ajuste seu sistema de tal modo que a feitas as seguintes observações:

- - __ EIXOS __

(TU 80S PLÁSTICOS


DE POTENCIÔMETROS)

3 2

o o

o:~o
o o •• ". ~;'." ••.••.•• ::'." ~. '. r- ••

CAIXA DE ALUMíNIO ~
FIGURA 13

- Os capacitores variáveis são do tipo madamente.


usado em rádios portáteis para ondas mé- - A bobina consta de 5 espiras de fio
dias com dielétrico sólido e 270 pF aproxi- esmaltado 16 AWG em diâmetro de 1 cm

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aproximadamente com um comprimento v "'"

de 1,5 em. O SUCESSO


- A caixa usada para a montagem deve
ter um formato bem próximo do indicado TEM MUITAS FORMAS ~
~
na figura e deve ser de metal (alumínio ou
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20 Revista Saber Eletrônica

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