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1. Introdução
1.1. Contexto
1.2. No Brasil
“Creio que, nessa lista, pode-se somar uma quinta história perene: a
de um homem que inventa ferramentas sempre mais sofisticadas para se
livrar da escravidão do cansaço e reconquistar o éden do ócio prazeroso.”
Embora “massa cinzenta” seja a matéria prima mais valiosa até agora
conhecida, a única em que realmente vale a pena investir, as Administrações
brasileiras repetem sempre as anteriores e, nisso, têm sido perdulárias. Por não
se submeterem à soberania do povo que representam, continuam a eliminar esse
estoque de riqueza em quantidade imensa. Utilizam para isso os consagrados e
antigos métodos da mortalidade infantil (e adolescente), da marginalização social
e da desassistência educacional.
Em todos os níveis a ignomínia é consubstanciada, esta última, numa
atrofiada oferta de escolas públicas, agravada pela baixíssima qualidade da
educação ministrada.
São, por isso, severamente criticada, posto que não reconhecem, de fato, a
responsabilidade social e representativa de que:
1.2. O Neoliberalismo
2. A Educação
para poder tanto melhor propor, redirecionar, superar, consolidar nossas chances
históricas. Se, de um lado, existe razoável consenso sobre fatores mais decisivos
e integradores do desenvolvimento, que são a conjunção matricializada de
educação e conhecimento, na condição de eixo da transformação produtiva com
equidade, de outro, surgem novos e maiores desafios, por conta da dificuldade
crescente de incluir todos nas mesmas chances. Com produção e uso adequados
de educação e conhecimento, as oportunidades parecem tornar-se visivelmente
mais claras, embora a exclusão social, no contexto desse sistema produtivo,
também parece crescer assustadoramente, inclusive no centro.17
Vale salientar que a democratização do ensino no Brasil não deve ser
objeto apenas do discurso social, como palavra de ordem, é necessário que se
tenha urgência de somar esforços. Estado e sociedade civil superando, no menor
prazo possível, a situação educacional existente.
Há flagrante contradição entre o discurso (projeto) e quantidade de
recursos alocados nos orçamentos da União, Estados e Municípios para a
educação.
O governo prioriza o ensino básico, essencial ao exercício da cidadania,
pois nele se concentram os maiores problemas da educação no Brasil.
Essa prioridade, lamentavelmente, se dá em detrimento dos outros níveis
educacionais.
O desatendimento (perseguição) aos outros níveis se mostrou clara no
ensino superior. Nele a falta de manutenção do patrimônio público investido nas
universidades foi criminosa e--------------- o aviltamento dos salários dos
professores chegou a uma situação tão dramática que os docentes foram
obrigados ----------------a promover uma greve nacional.
A eles se solidarizaram os alunos e os funcionários das Universidades
Federais, além dos cidadãos razoavelmente esclarecidos. O poder Judiciário
acabou por reconhecer a legitimidade do movimento reivindicatório.
A nação acompanhou estarrecida o Poder Executivo exorbitar de sua
competência e resistir às decisões judiciais. Chegando a estabelecer uma crise
institucional, oriunda da disputa entre esses dois poderes.Temos, pois, um
desafio finalístico e outro instrumental, ambos do mesmo modo necessários. O
desafio finalístico pode ser visualizado na cidadania, encarnando a competência
histórica de definir e realizar nosso caminho de desenvolvimento e alimentada,
em termos de políticas públicas, sobretudo, pelo processo educativo.
Engloba a qualidade de vida, naquilo que tem a ver com a participação
popular, o desfrute cultural, a segurança pública, os direitos humanos, etc. Já o
desafio instrumental refere-se às condições adequadas, seja em termos da
produção como tal, seja em termos da capacidade de absorver os recursos
humanos disponíveis.
Olhando as coisas de modo integrado, é mister reconhecer algumas
marcas do mundo moderno sob o aspecto social, econômico e ambiental.
a) Pleno emprego parece ser cada vez mais inviável, também no centro
capitalista, já que a economia intensiva de conhecimento qualifica o trabalho, mas
diminui muito as ocupações. Ao mesmo tempo, o investimento em conhecimento
parece ser de tal forma intenso, que o excedente econômico dificilmente
conseguirá satisfazer aos ociosos. Nesse sentido a “periferia” não está apenas no
Terceiro Mundo, mas comparece na própria Europa (Portugal, Espanha, Itália,
Grécia, etc.). Talvez esse seja o desafio atual mais angustiante, já que a redução
8
A desconstrução Neoliberal
1
DEMO, Pedro. Educação de Qualidade. São Paulo: Papirus, 1993, p. 73
12
3
VIANA, Ilca Oliveira de Almeida. Planejamento Participativo na Escola. São Paulo: EWPV, 1986. p. 18
15
Nesta tese o autor afirmou que a Escola Nova não é democrática, mesmo
que introduzisse nela ações democráticas e “entusiasmo pela educação”.
Efetivamente ela só beneficiava os pequenos grupos, privilegiava os já
privilegiados e legalizava as diferenças, enquanto os operários e o proletariado
não vivenciavam esses procedimentos democráticos, portanto só a minoria tinha
acesso a essa democracia tão celebrada pela Escola Nova.
No tópico Escola Nova e a hegemonia da classe dominante, o autor se
refere a dois momentos da educação brasileira; no primeiro ele se reporta a
década de 30 e no segundo faz uma análise da década de 70, mostrando como
as leis interferem no interior da escola, política e ideologicamente.
A Escola Nova era vista como instrumento de participação política, no
entanto a preocupação democrática, mudou-se para o plano técnico pedagógico,
em que se confiava que as coisas iam bem e se resolvem no plano interno das
técnicas pedagógicas.Ainda substituiu os objetivos e conteúdos por métodos e da
quantidade por qualidade, onde visava formar o bom operário competente, mas a
medida que o operariado, o proletariado começou a participar do processo político
surgiu contradições de interesse e a Escola Nova tornou possível, ao mesmo
tempo, o aperfeiçoamento do ensino destinado às elites e o rebaixamento do nível
de ensino que era destinado as camadas populares. Houve o aligeiramento do
ensino destinado à camadas populares e com a Lei nº5.692 houve a reforma
curricular através de atividades, áreas de estudo e disciplinas, onde diminuíam os
conteúdos da aprendizagem das camadas populares.
21
integrada e também, como objetivo de resgatar a nossa cultura que está quase
morta”. (Entrevista realizada em agosto de 2003).
É também de competência da Comissão Provisória providenciar o livro de
Ata, onde deverá ser registrada, em primeiro lugar, a Ata de Fundação da
Entidade. Documento formal de constituição, onde estão lançados direitos e
obrigações, é assinada pelo secretário, em seguida, pelos sócios e contribuintes.
A Comissão Geral convoca a Assembléia Geral de fundação, a partir da
distribuição do Edital de Convocação, com data e local definido. Nesta mesma
reunião o Estatuto deverá ser lido, discutido e aprovado pelos presentes, e em
seguida é feita a eleição da primeira Diretoria e do Conselho Fiscal. Vale ressaltar
que o cargo de presidente é exclusivo de pais de alunos.
Para o registro da APMC, se faz necessário que a diretoria mande publicar
o resumo do Estatuto no Diário Oficial do Estado ou Município, e, em seguida, o
registro deve ser feito em cartório. Só assim, a Associação estará apta ao seu
funcionamento.
Fundada a Associação de Pais, Mestres e Comunitários – APMC a diretoria
deverá planejar o trabalho para o seu mandato, fazendo em primeiro lugar um
diagnóstico da realidade que se pretende trabalhar, dando prioridade aos
problemas mais urgentes.
Um outro ponto fundamental é o planejamento dos trabalhos para a
Diretoria eleita, tendo como base as prioridades definidas e as decisões coletivas.
Não se pode fazer um trabalho com eficiência se não houver em primeiro lugar
um planejamento, e, posteriormente a execução do que ficou definido como
prioridade. É importante que, nesta etapa, o trabalho seja participativo, não se
deve monopolizar as atividades, para que, o trabalho seja cada vez mais
democrático.
“A democracia baseia-se num imaginário formado na possibilidade de uma
nova comunidade política, aberta a pluralidade dos discursos e ações políticas e
fazendo com que cada indivíduo possa igualmente participar da condução dos
negócios públicos”. Rosenfield (1990; 46).
Daí que, quando se pensa em fazer um trabalho democrático, é importante
lembrar e garantir os princípios democráticos; é necessário ressaltar a
importância de manter os associados informados de todo o trabalho realizado no
dia a dia, inclusive, a questão financeira, porque só assim a comunidade exercita
e acompanha as atividades as quais lhe competem. Por isso, a democracia
significa o direito de participação de todos, e isto está previsto na formulação e
estruturação de uma Associação de Pais, Mestres e Comunitários – APMC.
A Diretoria da Associação poderá criar Comissões de Trabalho que
servirão para realizar tarefas específicas ou atribui competências aos
Departamentos criados e que farão parte da própria estrutura da Associação.
Dentro de uma Associação de Pais, Mestres e Comunitários têm-se,
também uma etapa importante que é a Avaliação, porque é através desta
avaliação que se pode partir para novas instâncias.
Revisar é retomar o que foi feito e submetê-lo à crítica. É voltar para trás
pensando, escutando e refletindo. Nesta volta o grupo terá oportunidade de
avaliar o que foi feito, reconhecendo os acertos e os erros, verificando os ganhos
e os erros e acumulando saldo para a sua história.
1.1 O Projeto da Associação de Pais, Mestres e Comunitários – APMC
nas Escolas
27
No Brasil , o Estado , de certa forma, faz o que quer com a população . E
por isso , por exemplo, nega a educação básica, com a mesma tranqüilidade
com que coloca na Constituição que todos tem direito a ela “.
Pedro Demo (1687 p 57)
acompanhado de perto pelo dois segmentos, escola e pais, havendo assim uma
integração escola-comunidade, com o objetivo de somar esforços e assim a
escola poderá caminhar com mais firmeza.
Atualmente, a escola pública vem deixando de ser “depósito” de crianças e
passa a ter outras funções que é a participação, ou seja, a escola de hoje não
trabalha sozinha, pois de uma forma consciente tenta refletir com os outros pais,
através de reuniões, questões que mais afligem a escola e juntos buscam as
saídas para os problemas.
“ Sabe-se que a escola tem medo d trazer a comunidade para dentro dela
pelo fato do Diretor querer mandar sozinho, mas quando a direção nos da
abertura, o trabalho torna-
se muito bonito, porque o objetivo da Associação é ajudar a escola”.
A escola precisa sempre estar criando coisas novas e atualizadas para que
seus alunos se tornem cidadãos críticos e preparados.
“ Essas reuniões são muito importantes para sabermos como é que vai o
aluno e serve para especificar os problemas que a escola pública enfrenta, e
juntos buscar soluções dentro da própria (APMC) para que possa ter uma escola
um pouco melhor, é muito importante como se dá o processo educativo da
escola”.
“ Ela participa de tudo, até para se transferir um aluno nós pedimos opinião
ao melhor comunicamos a Associação. A APMC contribui para uma educação
conscientizada e participativa”.
trabalho da comunidade nas escolas, bem como dos vários segmentos sociais
que formam a comunidade escolar.
“ Trabalhei muito para que as pessoas que fazem parte da escola visse na
Direção um veículo de comunicação que busca um trabalho em conjunto de não
trabalho sozinho”.(entrevista realizada em maio/2000)
“ Nós, quando vamos resolver alguma coisa da escola é muito difícil, para
chegarmos a uma solução, tendo em vista ser o Conselho Administrativo um
órgão onde todos os representantes da escola e da comunidade externa
participam”.
“ Faço o possível para que seja bom, junto ao Conselho procuro fazer uma
administração participativa pois não resolvo nada sozinho, são eles que me
fornecem a base para essas sustentações, pois o Conselho discute e decide
sobre as prioridades da escola”. (Entrevista feita com o diretor da escola em
maio/00).
Para a diretoria:
“...é importante que os pais conheçam os objetivos da escola, bem como a sua
prática
Pedagógica, ressaltando a importância dos membros da comunidade conhecerem
os Objetivos da escola, pois a colaboração destes. Dependem do conhecimento e
do desempenho da mesma, na solução de problemas. As inovações trazidas pela
escola quando conhecida pela família, levam-na a acompanhar o seu
desenvolvimento favorecendo melhores resultados. A escola para alcançar os
seus objetivos necessita manter boas relações não apenas com seu público
interno, mas também com o público externo (pais, associações, autoridades
escolares)”. (Entrevista realizada em maio/00).
Hoje temos uma comunidade voltada para a escola e onde os alunos se sentem
mais seguros, por estarem mais próximos da família.
De acordo com o quadro n° 8 um dos problemas da escola é a falta de
participação de alguns membros , 27% nos deu esta resposta:
mestres do saber popular “ Mestres não é quem ensina, mas que, de repente,
aprende”. (Guimarães Rosa).
Portanto, é necessária a participação dos pais no processo de mudança é preciso
um trabalho organizado de pais, professores, diretores a fim de transformar ainda
mais os rumos da educação. Não se trata de reclamar ou de participar,
isoladamente.
Trata-se de uma ação muito mais ampla, conjunta, em benefício de todos os
alunos.
RESPOSTAS F Fr(%)
Na comunidade 02 05,88
TOTAL 34 100,00
Entendemos que apesar do trabalho de divulgação da APMC ser feito via direção,
existe também uma grande divulgação através das mais variadas camadas,
existindo assim uma heterogeneidade dentro da própria comunidade sobe a
divulgação da APMC como retrata o quadro acima.
QUADRO N°II
Como a APMC participa dos problemas das Escolas de acordo com o depoimento
da comunidade.
RESPOSTAS F Fr(%)
45
TOTAL 20 100
Para que a APMC possa resolver os problemas relacionados com a escola ela
busca coletivamente fazer um trabalho onde todos participam, tanto a
comunidade escolar como a comunidade externa.
QUADRO III
RESPOSTAS F Fr(%)
Sim 20 100
Não - -
TOTAL 20 100
Fonte: Questionário realizado com a comunidade em maio/00.
QUADRO IV
RESPOSTAS F Fr(%)
Nas festividades 03 08,10
TOTAL 22 100,00
Podemos ver que 40% dos entrevistados responderam que a escola trabalha
junto à comunidade nas reuniões e que nestas reuniões são discutidos os
problemas e procuram a solução.
Outras pessoas tiveram opiniões diferenciadas.
QUADRO V
RESPOSTAS F Fr(%)
Sim 19 95
Não 01 05
TOTAL 20 100
Fonte: Pesquisa direta realizada com os professores em maio/00.
QUADRO VI
Níveis de participação da comunidade nas reuniões da Escola Antônio Dias
Macedo
RESPOSTAS F Fr(%)
47
TOTAL 28 100,00
Fonte: Questionário realizado em maio/00.
QUADRO VII
Principais problemas discutidos nas reuniões da APMC na Escola Antônio Dias
Macedo.
RESPOPSTAS F Fr(%)
Educação 16 34,78
Saúde 12 24,10
Moradia 06 12,86
TOTAL 47 100,00
Fonte: Pesquisa direta aplicada aos alunos em junho/00.
QUADRO VIII
Relacionamento da direção com a Associação de Pais, Mestres e Comunitários-
APMC.
RESPOSTAS F Fr(%)
48
Cordial 18 26,44
Profissional 39 65,09
Conflitante - -
Indiferente 04 08,47
TOTAL 54 100,00
Fonte: Questionário realizado com a comunidade em maio/00.
QUADRO IX
Opinião da comunidade acerca da participação da APMC na solução dos
problemas da escola.
RESPOSTAS F Fr(%)
Sim 49 84,48
Não 09 15,52
TOTAL 58 100,00
Fonte: Questionário realizado em maio/00 com a comunidade e os professores.
Dos 58 entrevistados apenas 09 (nove) responderam não, talvez pelo fato de não
procurarem saber mais sobre a APMC deixando-os assim insatisfeitos com o
trabalho da APMC.
QUADRO X
Opinião dos professores sobre a função da APMC na escola.
RESPOSTAS F Fr(%)
49
Fiscalizar 30 28,84
Conscientizar 20 19,23
Inovar 14 13,46
Educar 32 32,76
Outros 08 07,65
TOTAL 104 100,00
Fonte: Questionário aplicado em maio/00.
QUADRO XI
Opinião dos professores sobre a contribuição da APMC para a formação do
aluno.
RESPOSTAS F Fr(%)
Com a educação participativa 04 54,14
Conclusão
BIBLIOGRAFIA