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pobres. O sul da Ásia, com 23 por cento da popula- força de trabalho capaz e de uma cidadania activa e
ção mundial, tem menos de 1 por cento dos utiliza- informada.
dores mundiais da Internet. Em África há apenas sete N o entanto, mesmo nos países mais ricos do
servidores de Internet por milhão de pessoas. U m a mundo, onde os recursos dedicados à educação são
elevada proporção destes servidores localiza-se na extensos, estes objectivos nem sempre são cumpri-
África do Sul, de longe a mais desenvolvida e prós- dos. Os exames nacionais revelam, de forma sur-
pera nação deste continente. preendente, baixos níveis de literacia funcional (ver
Os entusiastas das tecnologias de informação caixa p. 5 0 3 ) - competências de leitura e escrita
argumentam que os computadores não provocam necessárias no quotidiano existindo preocupação
necessariamente maiores desigualdades nacionais e pelo declínio dos padrões académicos globais. Na
globais, já que a sua própria força repousa na capaci- maior parte dos sistemas educativos, algumas escolas
dade para reunir as pessoas e abrir novas oportunida- obtêm resultados elevados enquanto outras ficam, de
des. Alega-se que na Ásia e na África, as escolas forma persistente, aquém. E m muitas áreas, os pais e
onde escasseiam livros de estudo e professores quali- os filhos expressam insatisfação com a qualidade da
ficados podem beneficiar da Internet. Os programas educação recebida através das escolas estatais, ao
de aprendizagem à distância e colaboração com cole- mesmo tempo que os professores e outros responsá-
gas do estrangeiro poderiam ser a chave para ultra- veis pela educação se deparam muitas vezes com
passar a pobreza e a desigualdade. Os entusiastas das classes alargadas, recursos limitados e condições de
tecnologias de informação argumentam ainda que trabalho difíceis. Enquanto alguns pais podem forne-
estas, quando colocadas nas mãos de pessoas inteli- cer educação privada aos seus filhos, a vasta maioria
gentes e criativas, têm um potencial ilimitado. de famílias contam com as escolas estatais e esperam
que o sistema educativo, financiado pelos seus
A tecnologia pode ser empolgante e abrir impor- impostos, forneça uma educação de qualidade aos
tantes portas, mas, reconheça-se, não existe uma seus filhos.
combinação tecnológica fácil. A s regiões subdesen-
volvidas lutam contra o analfabetismo de massa e, U m a das principais tarefas com que os reformado-
dada a ausência de linhas telefónicas e de electricida- res educativos se confrontam consiste em encontrar a
de, necessitam-de uma infraestrutura educativa sus- forma de reproduzir, com sucesso, os resultados das
tentada antes de poderem beneficiar de programas de melhores escolas em escolas que se debatem com o
aprendizagem à distância. Nestas circunstâncias, a problema do insucesso escolar. E m resposta a este
Internet não pode substituir o contacto directo entre o desafio, tem havido, na última década, uma vontade
professore o aluno. crescente no Reino Unido e nos Estados Unidos de
implementar novas formas de administração escolar
que combinem o financiamento público (Estado) de
A privatização da e d u c a ç ã o escolas com técnicas de gestão privada. Quando as
escolas se situam, persistentemente, abaixo dos resul-
Tal como já vimos, a educação é hoje um dos assun-
tados e se revelam incapazes de melhorá-los, as auto-
tos geradores de maior contestação política na Grã-
ridades educativas locais têm convidado privados a
-Bretanha. Governos sucessivos introduziram refor-
gerir e administrar os sistemas escolares estatais.
mas abrangentes numa tentativa de aumentar os
Perante o envolvimento de um número crescente de
resultados educativos e preparar melhor os jovens
companhias privadas e de "'organizações de gestão
para a entrada na vida adulta. O Reino Unido nâo está
educativa" na administração de actividades educati-
sozinho na elevada prioridade concedida ao sistema
vas, alguns observadores acreditam que estamos a
educativo estatal. Nos Estados Unidos e noutros paí-
caminhar para a "privatização da educação".
ses industrializados, a educação é um dos assuntos
que mais preocupa políticos e ciáadàos. U m a razão
para tal é o facto de serem elevadas as expectativas
depositadas no sistema educativo. As escolas desem-
Estados Unidos: os empresários da educação
penham um papel crítico na socialização das crian* Embora os Estados Unidos despendam uma maior
ças, na oferta de iguais oportunidades, na criação de percentagem do PIB no sector educativo do que