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 Descrever as fases normais do sono

 Discutir os mecanismos que regulam o sono


 Explicar as funções do sono
 Distinguir as características do sono nos
diferentes grupos etários
 Identificar os factores que facilitam, o sono
 Descrever efeitos da privação do sono
 Descrever intervenções de enfermagem
promotoras do sono
São aspectos básicos do papel do enfermeiro:
 A identificação das perturbações do sono

 A promoção do sono, conforto e relaxamento


 A principal perturbação do sono é a
quantidade insuficiente e qualidade do sono.
 Está geralmente associada a perturbação física
(ex.: dor ) ou a perturbações psicológicas
( ex.:ansiedade )
 A dor, ao estimular a SN autónomo origina
alterações fisiológicas como:
1. Aumento frequência cardíaca
2. Aumento frequência respiratória
3. Aumento TA e consumo de O2
4. Aumento metabolismo e tensão muscular
Situações que aumentam os níveis de ansiedade
no doente e família:
 Doenças que ameaçam a vida

 Alterações da estrutura familiar

 Stress profissional

 Depressão e luto
 Os benefícios do sono passam despercebidos
até que uma pessoa manifeste problemas
resultantes da sua privação.
 A gravidade é variável e esta relacionada com
o tempo de privação.
Fisiológicos Psicológicos
 Tremores das mãos  Alterações de humor
 Reflexos diminuídos  Desorientação
 Tempo de resposta  Irritabilidade
prolongado  Diminuição da motivação
 Redução na memória de  Fadiga e sonolência
palavras  Hiperactividade
 Diminuição do raciocínio e  Agitação
da capacidade de julgamento
 Alterações cardíacas
 Diminuição da capacidade
de vigília
 O sono é um processo fisiológico cíclico.

 Os estímulos visuais, auditivos, dolorosos e


tácteis assim como as emoções e o processo de
pensamento actuam sobre o SAR ( sistema de
activação reticular) resultando na libertação de
catecolaminas responsáveis pelo estado de
vigília e alerta.
 O sono é desencadeado pela libertação de
serotonina.
Fases do Sono
O sono compreende duas fases:
 Sono REM (“Rapid Eye Movement”)
 Sono NREM (“NonRapid Eye Movement”)
Durante o período de sono, normalmente
ocorrem de 4 a 6 ciclos com duração de 90 a 120
minutos cada, sendo cada um dos ciclos
composto pelas fases de NREM, com duração
de 45 a 85 minutos, e uma fase de sono REM,
que dura de 5 a 45 minutos.
Após 5 a 15 minutos no leito, o indivíduo alcança
o primeiro estádio do sono. O período de
tempo entre o acto de deitar-se e o de
adormecer denomina-se latência de sono.
Estádio 1
 Nível Superficial do sono

 Queda de sinais vitais e metabolismo

 A pessoa é facilmente acordada


Estádio 2
 Corresponde a 45-55% do sono total
 Redução do grau de actividade dos neurónios
corticais. Com isto, diminuem os ritmos
cardíaco e respiratório, relaxam-se os músculos
e diminui a temperatura corporal. (sono leve)
Estádio 3
 Compreende o inicio do sono profundo, é
difícil a pessoa ser acordada.
 Comummente observa-se combinado com o
estádio 4. Os movimentos oculares são raros e
os músculos estão completamente relaxados.
Corresponde a 3-8% do sono total.
Estádio 4
 É o estádio mais profundo do sono, a pessoa é
difícil de ser acordada.
 Corresponde a 10-15% do sono total. Ocorre
pico de libertação do GH (hormona do
crescimento); o cortisol começa (sono
profundo) a ser libertado até atingir o seu pico,
no início da manhã.
 É muito difícil acordar a pessoa
 Verificamos a existência de movimentos
rápidos dos olhos, flutuação da frequência
cardíaca e respiratória e TA.
 Aumentam as secrecções gástrica.
Temperatura Corporal
 No sono NREM estão presentes regulações
automáticas da temperatura, no sono REM
tanto o sistema hipotalámico quanto o cortical
estão inactivados e isto faz com que a
temperatura corporal nos últimos estádios do
sono seja baixa.
Mudanças Respiratórias
 O ritmo respiratório irá variar durante o sono
NREM com hipo e hiper ventilação do
adormecimento ao estádio 2. Nos estádios 3 e 4
a ventilação é regular. Durante o sono REM a
respiração torna-se mais rápida e irregular
gerando os surtos apneicos e hipoventilação. A
apneia em recém nascidos pode causar a morte
súbita do lactente.
Funções Cardiovasculares
 A pressão arterial diminui durante o sono
NREM. Durante o sono pesado a pressão
arterial sofre variações até 40 mmHg, sendo
que quando o indivíduo acorda o valor da
pressão volta aos níveis normais.
 A frequência cardíaca também diminui nesta
fase de sono, chegando o coração a bater menos
60 a 120 vezes por hora o que contribui para a
preservação cardíaca.
 Durante o sono profundo á libertação da
hormona de crescimento para a reparação
celular nomeadamente a nível cerebral,
particularmente importante nas crianças.
 Os músculos relaxam progressivamente e a
ausência de contracção muscular preserva a
energia.
 A diminuição do metabolismo basal ajuda á
conservação de energia.
 Sono adequado = restabelecimento de energia
 O sono REM parece ser importante na
restauração cognitiva - da memória e
aprendizagem. Nesta fase ocorrem alterações
do fluxo sanguíneo cerebral, aumento da
actividade cortical e consumo de O2.
 A ausência de sono REM pode levar a
sentimentos de confusão e dúvida. Alguns
acidentes industriais têm sido atribuídos a
erros humanos, associados á privação de sono.
Ex: acidente de Chernobyl
 Sabe-se hoje que o sono desempenha um papel
importante no equilíbrio somático e cognitivo do
organismo, ao nível da memória, aprendizagem e
estabilidade emocional.
 A população adulta deve dormir em média 7 a 8 horas.
Duração do sono
 0 – 6 meses, 16 a 18 horas de sono

 6 m – 4 anos, 12 a 15 horas de sono

 5 – 12 anos, 10 horas de sono

 > 12 anos, 9 horas de sono


 O ambiente hospitalar influência a capacidade
do doente em adormecer ou manter o sono
 A existência de uma série de sons
perturbadores tais como alarmes, monitores,
telefones, sistemas de chamada, actividades de
enfermagem, etc.
 Especialmente problemático nas UCI’s
 Factores que podem interferir no inicio do sono ou
causar despertares frequentes durante a noite:
 Ansiedade

 Depressão
 Desconforto
 Stress emocional
 Eliminar o ruído ambiental tanto quanto possível.
Fechar a porta para o corredor pode diminuir os ruídos
perturbadores. Alguns clientes estão habituados a
música ou ao som do rádio ou da televisão.
 Planear as avaliações necessárias, terapêutica e
tratamentos, de modo a minimizar o número de vezes
que o cliente tem de ser acordado e informá-lo deste
plano.
 Avaliar se o cliente se sente repousado ao
acordar.
 Fechar a porta do quarto do cliente.
 Reduzir o volume do telefone e outro equipamento de
chamada na área circundante.
 Usar sapatos com sola de borracha.
 Desligar o equipamento possível (oxigénio, aspiração).
 Evitar descarregar o autoclismo ou mexer camas, se
possível.
 Falar baixo, sobretudo de noite.
 Discutir assuntos de enfermagem e passar o turno
longe dos quartos dos clientes.
 Desligar o rádio ou televisão ou colocar música suave.
 Realizar as medidas higiénicas para os clientes
que se encontram acamados.
 Encorajar os clientes a usar roupas de dormir
confortáveis.
 Remover, ou trocar, qualquer produto em
contacto com a pele do doente tal como pensos
húmidos ou tubos de drenagem.
 Posicionar para proteger os pontos de pressão e
ajudar no relaxamento muscular.
 Encorajar o doente a urinar antes de dormir.
 Administrar analgésicos ou sedativos 30 mm
antes de deitar.
 Realizar uma massagem um pouco antes de o
doente ir dormir.
 Manter o leito limpo e seco.
 Evitar o uso de bebidas com cafeína e estimulantes
como : chá, café, cola, chocolate, queijos, tabaco...

 Os doentes que tomam hipnóticos devem evitar álcool,


porque aumenta a sedação e pode deprimir a função
respiratória
 Manter horário regular de sono;
 Realizar exercício regular;
 Evitar resolução ou preocupação com
problemas antes de adormecer;
 Não fazer refeições pesadas antes de ir para a
cama;
 Desenvolver ritual de sono
 O leite tem L-triptofano, substância calmante e cálcio
que diminui a excitação nervosa.
 Massagens, sobretudo nas costas;
 Imaginação dirigida;
 Controle do ambiente;
 Administração de fármacos;
A pressão suave
mas firme aplicada
aos músculos
promove o
relaxamento.
 Fazer movimentos amplos, deslizantes, no sentido
ascendente e lateral externo, ao longo dos músculos da
coluna.
 Usar a palma das mãos, em movimentos circulares
ascendentes e externos, desde a parte inferior das
nádegas até ao pescoço.
 Massajar os músculos da região postero-supenor do
tórax e dos ombros, com o polegar e o indicador.
A privação sistemática do sono diminui a nossa
capacidade de desempenho físico e psíquico,
entre outras consequências:
- Cansaço diurno, diminuição da atenção, da
concentração e ocorrência de falhas na
memória.
- Alterações do humor, irritabilidade e
agressividade.
- Depressão: inicialmente ocorrem pequenos
esgotamentos, com os anos a gravidade das
crises aumenta.
- Obesidade: a desregulação hormonal aumenta
a produção de corticóides no corpo e, a prazo,
diabetes
- Hipertensão: o organismo tenta contrariar a
falta de descanso com o aumento da ansiedade
e, mais tarde, problemas cardíacos.
- Acidentes de viação; a sonolência é a terceira
causa de acidentes rodoviários e a primeira
entre os acidentes mortais.

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