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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI ÁRIDO DEPARTAMENTO DE

ENGENHARIAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

PROFª JANAINA SALUSTIO DA SILVA

DISCIPLINA: MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I

ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO – 10,0 PONTOS – 2020.1 (REMOTO)

ALUNO: ARTHUR DINIZ DE ARAUJO SILVA

1- Sobre os materiais metálicos ferrosos, explique detalhadamente, como se dá


o processo de produção do material mais empregado nas estruturas de
concreto armado.

São aqueles que apresentam uma percentagem elevada de ferro em sua composição
química, sendo este elemento o seu principal constituinte. Nessa classe, enquadram-se
os produtos siderúrgicos (aços e ferros fundidos). As ligas ferrosas (principalmente os
aços) contribuem com a grande parte da produção mundial de materiais metálicos.

Aços: ligas metálicas ferrosas com teor de carbono de 0,008% até 2,14%.

Ferros fundidos: ligas metálicas ferrosas com teor de carbono acima de 2,14% até
6,67%, mas que raramente ultrapassam 4%.

O processo de produção se dar por meio da matéria prima (minério de ferro), Alto forno
1500°c (coque, combustível a base de carvão mineral), ferro gusa 3% de carbono,
formando a escória (óxidos), passando para aciaria para redução do carbono, resultando
assim no produto o aço. Podendo classificados por determinados processos de
fabricação para determinada utilização, como:

- Produção dos produtos siderúrgicos: Matéria prima: minério de ferro hematita


(Fe2O3), coque (combustível) e calcário (fundente). Onde a fabricação pode ser
dividida em etapas:
1. Preparação da carga: É uma tecnologia utilizada para aglomeração dos finos
do minério de ferro, transformando-o em uma carga adequada ao forno, o sinter.
O minério de ferro (< 10mm) é aglomerado utilizando-se finos de calcário e
dolomita (< 3mm) e finos de coque (< 3mm). O bolo de sinter é britado e
resfriado ao final do processo de sinterização. A fração > 6mm é enviada ao alto
forno. A fração inferior é enviada de volta a sinterização.

2. Redução: As matérias-primas, agora preparadas, são carregadas no alto forno.


A temperatura do alto forno pode chegar a 1500ºC. O coque, em contato com o
oxigênio, que é soprado na parte inferior do forno produz calor que funde a
carga metálica e dá início ao processo de redução do minério de ferro,
transformando-o em um metal líquido: o ferro gusa. O gusa é uma liga de ferro e
carbono (aproximadamente 5% de carbono).

3. Refino;

- O ferro gusa produzido no alto forno é uma forma dura e frágil, utilizada como
produto intermediário na produção dos aços.
- Aciarias são utilizadas para transformar o gusa líquido e sucata de ferro e aço
em aço líquido. Nesta etapa, parte do carbono contido no gusa é removida
juntamente com impurezas. O ajuste do teor de carbono é feito através da
injeção de oxigênio na carga líquida. Este oxigênio reage com o carbono
presente na liga, produzindo CO e consequentemente reduzindo o teor de
carbono da liga.
- A finalidade desse processo é reduzir o teor de carbono de 4-5% a menos de
1% e reduzir o teor das impurezas.

4. Lingotamento Contínuo; A maior parte do aço líquido é solidificada em um


molde de cobre refrigerado à água. Esse equipamento é chamado de
lingotamento e produz várias peças em aço, cuja forma é definida por meio do
molde utilizado.

5. Processos de conformação mecânica; São processos de modificação da forma


do corpo metálico para outra forma definida. Tem por objetivo obter produtos
finais com dimensões e forma definida e propriedades mecânicas apropriadas
para o uso a que se destina.

- Processo mecânico: é o processo de conformação que consiste em deformar


plasticamente o metal, através esforços mecânicos sucessivos, sem, no entanto, o
metal entrar no estado líquido. Estes esforços podem ser de compressão, tração,
cisalhamento ou flexão e são geralmente inferiores ao limite de resistência à
ruptura do material. Os processos mecânicos podem ser realizados a quente ou a
frio. Quando a temperatura de trabalho é maior do que a temperatura que
provoca a recristalização do metal, o processo é designado como de trabalho a
quente e, abaixo dessa temperatura, é designado como de trabalho a frio.

6. Laminação: É o processo de conformação mecânica que consiste em modificar


a seção transversal de um metal (peças obtidas por exemplo no lingotamento),
pela passagem entre dois rolos. A distância entre os dois rolos deve ser menor
que a espessura inicial da peça metálica, dessa forma, a peça sofre uma
deformação plástica na passagem entre os cilindros que resulta na redução de
sua secção transversal e no aumento do seu comprimento e largura. O processo
de laminação pode ser conduzido a frio ou a quente, dependendo das dimensões
e da estrutura do material da peça especificada para o inicio e final do
processamento.

- Laminação a quente - a peça inicial é comumente um lingote, uma placa ou


tarugo processado previamente na etapa do lingotamento. A peça intermediaria e
final assume, apos diversos passes pelos cilindros laminadores, as formas de
perfis diversos ou de placas e chapas. A temperatura de trabalho se situa acima
da temperatura de recristalização do metal da peça, a fim de reduzir a resistência
à deformação plástica em cada passagem e permitir a recuperação da estrutura
do metal, evitando o encruamento para os passes subsequentes. A laminação a
quente, portanto, comumente se aplica em operações onde são necessárias
grandes reduções de seções transversais.

- Laminação a frio - a peça inicial para o processamento, nesse caso, é um


produto semiacabado (chapa), previamente laminado a quente. A laminação a
frio é aplicada, portanto, para as operações finais (de acabamento), quando as
especificações do produto indicam a necessidade de acabamento superficial
superior. Como a temperatura de trabalho (temperatura ambiente) situa-se
abaixo da temperatura de recristalização, o material da peça apresenta uma
maior resistência à deformação e um aumento dessa resistência com a
deformação (encruamento), não permitindo, dessa forma, intensidades elevadas
de redução de seção transversal.
7. Extrusão: Consiste em fazer passar um tarugo ou lingote (de secção
circular),pela abertura existente na extremidade do equipamento, por meio da
ação de compressão de um pistão acionado pneumática ou hidraulicamente. Os
produtos da extrusão são perfis e tubos, e, particularmente, barras de secção
circular.
8. Forjamento: é o processo de conformação por meio do qual se obtém a forma
desejada da peça por martelamento ou aplicação gradativa de uma pressão
quente de maneira que ele tende a assumir o contorno ou perfil da ferramenta de
trabalho. A maioria das operações de forjamento é efetuada a quente.
9. Trefilação: A matéria-prima é estirada através de uma matriz em forma de canal
convergente (TREFILA) por meio de uma força trativa aplicada do lado de saída
da matriz.

2- Sobre materiais cerâmicos para acabamento (placas cerâmicas), explique o


que é Expansão por Umidade (EPU) e qual o principal problema
relacionado a esta propriedade quando pensamos em utilizar essas placas
em revestimentos externos?

As placas cerâmicas que apresentam elevada absorção de água e que não foram
adequadamente queimadas podem apresentar expansão por umidade alta, com
consequente alteração nas suas dimensões. Assim, uma EPU alta causa destacamento da
placa devido ao estufamento.

A expansão por umidade EPU, também mede a qualidade da queima, onde uma
EPU maior que 0,6 mm/m é considerada pela NBR 13818 como mal queimada. Ou seja,
placas com EPU maior que 0,6 estufam na presença de umidade, sendo uma das maiores
causas de destacamentos para os blocos cerâmicos externos, caracterizada como um dos
melhores matérias para se utilizar em áreas externas no meio da constrição civil desde
que seja alcançado o valor padrão da norma para o EPU.

3- Fale sobre a importância dos materiais poliméricos que são empregados


pela indústria de tintas. Qual sua função e importância na durabilidade da
tinta?

E importante pois serve para aglutinar (unir) as partículas de pigmentos e formar o


filme. O veículo ou resina ou aglutinador inclui óleos, látex e resinas naturais e
sintéticas. Conferindo assim fatores de qualidade como, resistência ao intemperismo
(raios UV, água, poluentes, etc.); propriedades mecânicas, como tração e elasticidade,
resistência química, como a alcalinidade da argamassa e aderência. Sua importância se
dá por meio de atribuir qualidade as propriedades da tinta como dureza, resistência à
abrasão, resistência aos álcalis e adesão são governadas basicamente pela resina.

4- Explique por que de não podermos utilizar uma cal com teor de óxidos
acima do limite previsto em norma.

No entanto, em qualquer cal hidratada, existe uma fração de óxidos não hidratados.
Uma fração de óxidos mais reativa, em contato com a umidade, pode hidratar-se; outra
fração, submetida a calcinação excessiva não mais se hidrata, sendo por isso
denominados “calcinados à morte”. O teor de óxidos, constitui-se então na fração
potencialmente aglomerante da cal, enquanto os hidróxidos são os aglomerantes de fato.

5- O que significa dizer que uma peça de madeira é verde? Podemos utilizar
peças de madeira nessas condições? Explique.

Madeira com tecido lenhoso, com pouca seção resistente, com facilidade de
penetração de umidade, onde fica impregnada nas paredes celulares do material,
provocando um inchamento, alteração de volume e alteração do comportamento físico
mecânico do material. Em relação a utilização deste material nestas condições não é
muito apropriado para ações em que se almeja resistência e durabilidade, pois com estas
alterações de comportamento e ser um bom e propício hospedeiro de Insetos (ex.
Cupim): alimentam-se do tecido lenhoso (madeira) reduzindo a seção resistente do
material, além de facilitar a entrada de umidade, indispensável ao desenvolvimento dos
fungos.

6- Por que há um limite mínimo e máximo estabelecido por norma para


absorção de tijolos cerâmicos?

A norma que abrange a absorção de água por blocos de cerâmica é a ABNT


NBR 15.270. Definido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, o texto
estabelece a diretriz de que a absorção de água (caracterizada pela sigla técnica AA)
em blocos de cerâmica usados tanto para vedar como para alicerce de estruturação não
deve ser menor do que 8% e não pode ser maior do que 22%.

Entretanto, se vive um momento de transição no mercado, e uma mudança na


norma técnica está em curso. Graças à revisão da Comissão de Estudo Especial de
Cerâmica Vermelha, o limite máximo de AA vai mudar e passará a ser de 21%
para blocos cerâmicos de estruturação (ou estruturais) e de 25% para blocos cerâmicos
voltados a vedação.

A principal consequência do excesso de água absorvido por um bloco


cerâmico diz respeito à vida útil do material utilizado. Algumas consequências do
excesso de água absorvido são:

- Consequências estruturais do excesso de AA

As consequências estruturais do excesso de absorção de água são muitas. Entre


elas, estão a diminuição da resistência da alvenaria, o aumento da possibilidade de
fissuras e rachaduras, descolamento ou esfarelamento do reboco e a perda progressiva
da aderência.

- Consequências estéticas do excesso de AA


As consequências estéticas do excesso de AA estão relacionadas à umidade
excessiva dentro dos blocos. São, em geral, manchas, diminuição da vida útil da pintura,
degradação de ornamentos que envolvam gesso e descolamento de cerâmicas.

- Consequências ambientais do excesso de AA

Uma tática comum para consertar defeitos estruturais de peças com excesso de
absorção de água é molhar as faces dos blocos envolvidos no erro. Entretanto, essa
prática acarreta um enorme consumo de água, que acaba tendo enormes impactos
ambientais e financeiros.

- Consequências de salubridade do excesso de AA

A consequência mais grave de blocos com excesso de AA é o aumento da


umidade geral da construção. Isso causa a proliferação de diversos micro-organismos
prejudiciais à saúde humana, como fungos e bolores, que causam doenças sérias,
sobretudo no âmbito respiratório. A umidade também deixa a casa mais fria, diminuindo
o conforto e a qualidade de vida dos habitantes.

Ainda que blocos cerâmicos apresentem elevada resistência mecânica e atendam


aos requisitos dimensionais estabelecidos pela norma técnica, é de fundamental
importância que a absorção de água (AA) permaneça nos limites estabelecidos pela
norma técnica, uma vez que os blocos não conformes com elevada absorção de água e
por consequência excessivamente porosos, tendem a reduzir a resistência à compressão
das paredes da alvenaria. Este fenômeno ocorre devido à rápida redução da plasticidade
da argamassa quando em contato com blocos de alta AA, causando um enxugamento da
junta da argamassa, prejudicando a aderência e aumentando a fissuração da mesma, pois
não haverá água suficiente para hidratação do cimento. Sofrem também um aumento de
cargas quando expostas à chuva, podendo acarretar em patologias estruturais à
construção. O seu efeito é comumente agravado quando se associa a um conjunto de
mecanismos como a presença de sais, gerando criptoflorescências entre a superfície
externa do reboco e a camada de pintura e eflorescências nas superfícies das paredes.

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