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Curso Inversores de Frequência Industriais - Material complementar

CURSO
INVERSORES DE
FREQUÊNCIA
INDUSTRIAIS

MATERIAL COMPLEMENTAR

PWM

Engº Elder Henrique Paes


Engº Gilson Camargo Paes Junior

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Curso Inversores de Frequência Industriais - Material complementar

PWM
PWM é uma técnica utilizada em eletrônica para controle de tensão e consequentemente da
potência em determinada carga utilizando uma saída digital simulando um modelo analógico
de controle.
O nome deriva da nomenclatura em inglês ​Pulse Width Modulation ou modulação por
largura de pulso em português.
Para entendermos esse controle, vamos utilizar um modelo analógico de controle de
potência em uma carga resistiva, que neste exemplo iremos utilizar como sendo 10 Ohms.

Suponhamos que queremos controlar a tensão em uma determinada resistência com


alimentação de 100V. Se ligarmos diretamente toda a tensão teremos uma potência
dissipada pela carga de 100% da sua capacidade.

100V
I= 10Ω = 10A

P = 100V × 10A = 1000W

Porém em determinado momento desejamos somente 25% da potência, ou seja 250W,


como não podemos alterar a resistência alteramos a tensão aplicada, logo aplicamos 50V.
Então teremos:

50V
I= 10Ω = 5A

P = 50V × 5 = 250W

Então teremos que a tensão de alimentação do circuito será 100V e a tensão aplicada na
carga será 50V.
Destes 100V de alimentação o circuito de controle será obrigado à dissipar 50V para que os
outros 50V sejam utilizados pela carga, pois a mesma corrente que passar pela carga,

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passará pelo circuito de controle.


Assim o circuito de controle deverá conseguir dissipar toda essa potência gerada em forma
de calor.

Para diminuir a potência dissipada no circuito de controle utilizamos um circuito que não
controla a tensão variando o seu valor, controla a tensão somente ligando e desligando a
corrente para a carga.
O controle por PWM utilizará um controle acionando a passagem da corrente determinada
pela carga e bloqueando totalmente a corrente em tempos determinados variando conforme
o ajuste necessário.
Podemos simular a mesma teoria do controle do exemplo anterior porém com um controle
PWM utilizando um contato comum comandado por um circuito de controle.

Então teremos uma resistência de 10 Ohms ligada em uma rede de alimentação de 100V.
Quando a chave estiver ligada, a carga receberá a tensão total e quando estiver desligada
não receberá tensão.
Se definirmos um tempo de ciclo de 1 segundo, podemos fazer essa chave ligar e desligar
dentro desse período de tempo repetindo esse ciclo.
Para sabermos quanto de potência a carga dissipará fazemos um cálculo da tensão média
que ela receber, ou seja, se dentro do nosso ciclo a carga ficou ligada e recebeu 100V por
50% do tempo e permaneceu desligada 50% desse tempo faremos uma média ponderada

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(100×50)+(0×50)
VM = 100 = 50V

Esse valor utilizaremos para o cálculo da potência:

50V
I= 10Ω = 5A

P = 5 × 50 = 250W

A tensão eficaz na carga será uma tensão média e não a tensão total já que teremos que
considerar o tempo que ela permaneceu desligada.
Como vemos no exemplo, uma
representação da forma de onda
resultante na carga temos um ciclo de
50% do tempo ligado, ou seja 0,5s,
portanto como calculamos a tensão
média será 50V na carga.
Se aumentarmos o tempo de ciclo ligado
aumentamos a tensão média na carga, como vemos no exemplo a seguir. Se aumentarmos
o ciclo para 90% do tempo estando ligado e 10% do ciclo estando desligado, aumentamos a
tensão média, seguindo nosso exemplo
acima teremos uma tensão média de
90V na carga.
Em um circuito ideal, a chave não
oferecerá resistência elétrica, portanto
quando ligada a corrente passando será
a corrente total do circuito, no nosso
exemplo, 10A e sendo a resistência zero não teremos potência dissipada na chave.
Quando a chave estiver desligada teremos toda a tensão na chave, porém a corrente será
zero pois o circuito estará aberto.
Portanto a potência dissipada pelo circuito de controle será sempre próxima de zero, um
valor muito baixo em circuitos reais.
Como o ciclo de ligar e desligar a carga terá um tempo fixo, este ciclo terá uma frequência
que poderá ser medida em Hz. Essa frequência será denominada frequência portadora do
sinal.
No nosso exemplo temos um ciclo total de 1 segundo, sendo 0,5 segundo ligado e 0,5
segundo desligado sendo repetido enquanto quisermos que a carga seja controlada, então
teremos:

1
f= t

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Repare que consideramos um ciclo como o tempo que está ligado somado ao tempo
desligado. f = 1Hz
Nos inversores essa frequência gira em torno de 20.000Hz, ou seja, um ciclo de ligar e
desligar a cada 50 micro segundos, com isso é possível fazer a tensão variar e formar uma
senoide simulando os 60Hz da rede elétrica.
O sistema de saída de tensão em PWM é tão eficiente que é utilizado inclusive em
amplificadores de áudio, são os chamados amplificadores classe D, são muito utilizados na
etapa de saída de módulos amplificadores automotivos devido ao tamanho reduzido e não
gerarem aquecimento excessivo.

Nota​:
Como a potência segue uma regra exponencial em relação à tensão e com a mesma
resistência:

2
V
P = R

Quando alimentamos um circuito com metade da tensão teremos apenas 25% da potência
sendo dissipada.
Para conseguirmos metade da potência, devemos aplicar 70,7% da tensão máxima.

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