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Introdução
O Serviço de Orientação Profissional, é um projeto de extensão continuado da UFRGS desde
1991.
A maratona de orientação profissional, descrita nesse artigo, é um dos serviços ofertados pelo
SOP e é voltada ao público adolescente de escolas públicas, particulares e cursinhos populares
ofertados por instituições universitárias.
O objetivo da Maratona seria empoderar jovens para a construção de projetos de vida que
possam significar também a transformação de suas realidades sociais, promovendo justiça
social.
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Sobre o público da maratona
- Ensino superior como ideal difícil de ser realizado por classes desfavorecidas e a
expectativa sobre os jovens de sucesso na escolha profissional, inserção no mercado e
realização pessoal
- A conclusão do ensino médio como oportuna reflexão sobre a identidade pessoal e os
planos para o futuro
- Potencial frustração com a escolha pela falta de autoconhecimento e de informação
profissional adequada
- A falta de um contexto que estimule o interesse pela educação superior para os jovens
de baixa renda e a tendência de se reproduzirem as desigualdades
Objetivos
A maratona de orientação profissional é voltada para esses estudantes com maior
vulnerabilidade socioeconômica. Seus objetivos são:
Também, a equipe busca a antecipar potenciais barreiras que possam surgir para a
implementação da escolha e estabelecer de um plano de como superar essas barreiras. Deve-
se dar espaço a preocupações comuns do grupo sobre carreira para fazer emergir crenças e
sentimentos sobre o contexto dos estudantes e carreira.
O maior objetivo da maratona de orientação profissional é fazer com que os estudantes dos
cursinhos populares consigam enxergar um maior número de possibilidades, apesar das
dificuldades encontradas, usando o autoconhecimento e a exploração como uma ferramenta de
empoderamento.
Procedimentos da Maratona
- A intervenção condensada em um dia em 2 turnos de atividades, de 3 horas cada;
- Pode levar mais de um dia, mas mantendo a sequência planejada (8 partes/momentos);
- É feita é com grupos de 8 a 15 indivíduos;
- Usa de técnicas desenvolvidas e adaptadas para a Maratona e descritas em Lassance
(2008);
- Existe o reconhecimento das demandas antes de propor a intervenção (demandas
podem ser identificadas a partir de escalas, questionários, discurso livre, redação
escrita ou entrevistas (SANTOS et al., 2015));
Momento introdutório
Antes do dia da maratona em si, se estabelece um contrato de trabalho com o grupo, um
momento em que se apresentam os objetivos da maratona e um panorama geral da
intervenção (a sequência das atividades e o objetivo de cada etapa, mas sem aprofundar na
descrição das atividades).
Logo após, é feita uma dinâmica de apresentação e integração do grupo, que deve ser
escolhida levando em consideração o tamanho do grupo, o conhecimento prévio dos membros
uns dos outros (caso já se conheçam), o tempo disponível e familiaridade do orientador com a
técnica utilizada.
O orientador deve estar atento a aspectos que podem se colocar futuramente como barreiras
para poder pontuá-los durante as discussões do grupo, estimulando a desconstrução de
crenças limitadoras (a elaboração de estratégias de enfrentamento das dificuldades que, de
fato, existem, pode ser deixada para um momento posterior da intervenção
Um desses obstáculos é a maior dificuldade em aprovar e permanecer na graduação desejada
de alguns cursos universitários, principalmente para os jovens que precisam conciliar estudo
e trabalho. É necessário também“preparar” os jovens para a eventual vivência de diferenças
quanto à condição social.
O objetivo dessa dinâmica é estimular a pensar em alternativas para além das que se têm em
mente ao chegar na maratona, frisando a importância em pensar em muitas possibilidades
antes de tomar uma decisão. Espera-se que os estudantes entendam que a exploração de
possibilidades deve ser feita com base no autoconhecimento, identificando as próprias
características e interesses. Antes de iniciar essa discussão, o orientador pergunta “por que
vocês acham que é importante pensar em tantas possibilidades?” e trabalha-se com a
informação a partir do que é trazido pelo grupo.
.Os estudantes podem ser instruídos a procurar estudantes dos cursos de interesse em grupos
das redes sociais para entenderem melhor como é a rotina de estudos e aulas, se há a
possibilidade de conciliar trabalho e estudo. Também é estimulado que os jovens possam
conversar com graduandos e/ou profissionais das áreas que apresentam interesse ou que se
encontrem em situação social semelhante, pois isso pode desmistificar concepções acerca das
profissões e sobre as possibilidades de frequentar um curso superior mesmo sendo
provenientes de classes sociais desfavorecidas.
Parte 8: Conclusão
1- Os estudantes retomam o questionário de preocupações do início e reavaliam de 1 a 7 o
quanto cada problema ainda os preocupa.
2- Discussão sobre o que falta para reduzir ou manejar as preocupações que permanecem e
abertura para os participantes compartilharem, espontaneamente, seus sentimentos ao final do
processo.
Antes do encerramento descreve-se a necessidade (e podem ser indicados sites) que os jovens
busquem maiores informações sobre programas de financiamento e fomento ao Ensino
Superior como FIES (Programa de Financiamento Estudantil) e ProUni (Programa
Universidade para Todos), e formas de seleção como SisU
(Sistema de seleção Unificado) e ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) para ingresso
em um Curso Superior. O(s) orientador(es), ao encerrar os grupos, se colocam à disposição
para maiores esclarecimentos e para retirar dúvidas no momento imediatamente posterior ao
grupo e também para um acompanhamento mais individualizado, caso o orientando acredite
ser necessário.