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Contabilidade

UNIVERSIDADE de Custos
Núcleo de Educação a Distância

SEMESTR

CIÊNCIAS CONTABÉIS
1
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância

Créditos e Copyright

MARCONDES, Nilton Rogério.

Contabilidade de Custos.  Nilton Rogerio Marcondes: Núcleo de


Educação a Distância da UNIMES. (Material didático. Curso de
Ciências Contábeis).

Modo de acesso: www.unimes.br

1. Ensino a distância. 2. Contabilidade.   3. Contabilidade


de Custos.

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UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância

UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS

PLANO DE ENSINO

CURSO: Bacharelados

COMPONENTE CURRICULAR: Contabilidade de Custos

SEMESTRE: 4º

CARGA HORÁRIA TOTAL: 80 horas

EMENTA

Terminologias e objetivos dos sistemas de custos. Métodos de custo. O mapa de


localização de custos. Custos para decisão. Matriz de custo e preços de venda. A
estrutura básica dos custos dos produtos. A apropriação dos custos operacionais e
administrativos.

OBJETIVO GERAL

Gerar condições ao nosso aluno de desenvolver conhecimentos em contabilidade de


custos, gerando condições de efetuar tomadas de decisões. 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Desenvolver habilidades nos alunos para que sejam capazes de separar, apurar e
classificar os custos como custos fixos, custos variáveis, custos de distribuição,
custo total e preço de venda.

UNIDADE I  - Nesta unidade, será discutida a evolução dos sistemas de custos, os
objetivos de utilização do mesmo. Tomaremos contato com os conceitos iniciais
importantes para o desenvolvimento da disciplina.

UNIDADE II .  Nesta unidade, veremos os conceitos de custos diretos, e a forma de


avaliação e custeamento dos estoques, bem como as decisões inicias sobre o
quanto e como produzir.

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UNIDADE III . Nesta unidade, veremos os conceitos de custos indiretos, a forma de


rateio dos mesmos, bem como, os conceitos de departamentalização e centros de
custos.

UNIDADE IV. Nesta unidade, veremos os conceitos de Custo do Produto Vendido,


as etapas de apuração dos mesmos e como se contabiliza tais custos.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

UNIDADE I 

1 Contabilidade de Custos

1.1    Introdução e objetivo

1.2    Conceito

1.3    Aparecimento da contabilidade de custos

1.4    Objetivos da contabilidade de custos

1.5    Localização da contabilidade de custos

1.6    Conceitos básicos em custos;

1.7    Classificação de custos;

a)   Os custos quanto a sua apropriação aos produtos podem ser;

b)   Quanto ao nível de atividades os custos classificam-se em;

c)   Outros Conceitos;

1.8    Classificação das despesas;

1.9    Princípios e conceitos contábeis aplicados à contabilidade de custos;

1.10   Plano de contas na contabilidade de custos;

1.11   Exemplo de contas de balanço (integrais);

1.12   Sistema básico para apuração de custos;

UNIDADE II 

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2  Custos Diretos

2.1    Definição;

2.2    Material direto;

a)  Tipos de material direto;

b)  Custo do material direto adquirido;

c)   Avaliação de estoques;

d)  Inventário periódico;

e)  Inventário permanente;

2.3    Métodos de avaliação de estoques;

a)  Preço específico;

b)  FIFO ou PEPS – Primeiro a entrar, primeiro a sair;

c)  LIFO ou UEPS – Último a entrar, primeiro a sair;

d)  Custo Médio ou Média Ponderada;

e)  Sistema ABC de estoques;

2.4    Lote econômico de compras;

2.5    Custos com mão de obra direta;

a)  Diferença entre mão de obra direta e indireta;

2.6    Custo dos encargos sociais;

2.7    Outros gastos decorrentes da mão de obra;

2.8    O custo do emprego;

UNIDADE III 

3   Custos indiretos

3.1    Definição

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3.2    Rateio do CIF;

3.3    Departamentalização;

3.4    Centro de Custos;

3.5    Predeterminação dos custos indiretos de fabricação;

a)   Determinação da taxa de CIF;

b)   Contabilização da taxa do CIF;

UNIDADE IV 

4   Custos dos produtos vendidos – CPV

4.1   Definição

4.2   Apuração do CPV

a)  Etapas na apuração do CPV;

4.3   Contabilização

UNIDADE V 

5   Sistemas de acumulação de custos

5.1   Definição;

5.2   Tipos de sistemas de acumulação de custos;

a)  Produção por ordem ou encomenda;

b)  Produção contínua ou em série;

c)  Contabilização dos custos registrados na produção contínua;

5.3    Quadro comparativo – produção por ordem e produção contínua;

5.4    Característica da produção;

5.5    Produção Conjunta;

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a)  Coprodutos;

b)  Critério de apropriação dos custos conjuntos;

c)  Subprodutos;

d)  Sucatas.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

CORTIANO, José Carlos. Processos básicos de contabilidade e custos: uma


prática saudável para administradores. Curitiba; Intersaberes, 2014. (e-book)

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial São Paulo: Atlas 2009 (F)

MARTINS, Eliseu; Contabilidade de Custos. 10ª Edição. São Paulo. Atlas. 2010.
(F)

BIBLIOGRÁFIA COMPLEMENTAR

CREPALDI, Silvio Aparecido; Curso Básico de Contabilidade de Custos. 5ª Ed. São


Paulo - Editora Atlas, 2010

MARTINS, Eliseu; Contabilidade de Custos. 10ª Ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2010

Dutra René; Custos. 7ª Ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2010.

IUDÍCIBUS; Sérgio de. Contabilidade Gerencial. 6ª Ed. 10ª Reimp. São Paulo: Ed.
Atlas, 1998.

BERTÓ e BEULKE. Gestão de Custos. 4ª Ed. São Paulo: Ed. Saraiva, 2009.

FIPECAFI,USP. Ética Geral e Profissional em Contabilidade. 2ª Ed. 11ª Reimpr.


São Paulo: Ed. Atlas, 2009.

METODOLOGIA:

A disciplina está dividida em unidades temáticas que serão desenvolvidas por meio
de recursos didáticos, como: material em formato de texto, vídeo aulas, fóruns e
atividades individuais. O trabalho educativo se dará por sugestão de leitura de

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textos, indicação de pensadores, de sites, de atividades diversificadas, reflexivas,


envolvendo o universo da relação dos estudantes, do professor e do processo
ensino/aprendizagem.

AVALIAÇAO:
A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e
apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como
forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados na parte
teórica e prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em momentos
específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações a distância e Prova Presencial,
de acordo com a Portaria de Avaliação vigente.

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Sumário
Aula 01_Introdução e objetivos.............................................................................................10
Aula 02_ Conceitos e Surgimento da Contabilidade de Custos............................................12
Aula 03_ Objetivos da contabilidade de custos.....................................................................13
Aula 04_Conceitos básicos em custos (Terminologia);.........................................................14
Aula 05_Classificação de Custos..........................................................................................19
Aula 06_Classificação de Custos..........................................................................................23
Aula 07_Classificação das Despesas...................................................................................26
Aula 08_Princípios e conceitos contábeis aplicados à contabilidade de custos....................27
Aula 09_Plano de contas na contabilidade de custos...........................................................28
Aula 10_ Exemplo de contas de balanço (integrais).............................................................30
Aula 11_Custos Diretos (Definição / Objetivos).....................................................................33
Aula 12_Material Direto.........................................................................................................34
Aula 13_Avaliação de Estoques............................................................................................37
Aula 14_ Métodos de Avaliação de Estoques.......................................................................39
Aula 15_Lote Econômico de Compras..................................................................................43
Aula 16_Custo com mão de obra direta (MOD)....................................................................44
Aula 17_Custo dos encargos sociais....................................................................................45
Aula 18_O custo do emprego................................................................................................49
Aula 19_Custos Indiretos......................................................................................................52
Aula 20_Custos Indiretos......................................................................................................53
Aula 21_Custos Indiretos......................................................................................................55
Aula 22_Custos Indiretos......................................................................................................60
Aula 23_Custos dos produtos vendidos (CPV).....................................................................62
Aula 24_Custos dos Produtos Vendidos (CPV)...................................................................63
Aula 25_Custos dos Produtos Vendidos (CPV)....................................................................68
Aula 26_Sistemas de acumulação de Custos.......................................................................70
Aula 27_Sistemas de acumulação de Custos.......................................................................71
Aula 28_Sistemas de Acumulação de Custos.......................................................................72
Aula 29_Sistemas de Acumulação de Custos.......................................................................73
Aula 30_Sistemas de Acumulação de Custos.......................................................................74
Aula 31_Sistemas de Acumulação de Custos.......................................................................75
Aula 32_ Sistemas de Acumulação de Custos......................................................................76

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Aula 01_Introdução e objetivos

Com o intuito de integrar a contabilidade de Custos na Contabilidade Financeira


gerando informações para subsidiar o processo de decisão.

Natureza, importância e finalidade:

A contabilidade de Custos esta inserida na contabilidade Gerencial a qual, tem por


objetivo gerar informações para uso na própria organização.

Portanto, a contabilidade de custos não se limita aos requisitos legais e fiscais.


Porém é de suma importância para tomadas de auxiliar nas tomadas de decisões.

“A tarefa dos registros dos fatos está ligada à Contabilidade Geral ou


Financeira. O controle das operações e dos custos e a solução de
problemas específicos estão ligados à Contabilidade gerencial, que é
um ponto de apoio fundamental para o administrador da
empresa.”(CREPALDI, 2010, p.1 ).

No período que antecedeu a Revolução Industrial (século XVIII), existiam somente a


Contabilidade Financeira que, por ter sido desenvolvida na Era Mercantilista, estava
bem estruturada para atender as empresas.

Neste período, tornou-se importante a tarefa de avaliar os estoques dos produtos


existentes e acabados.

“Contabilidade de Custos vem evoluindo e modernizando-se, deixando de ser mera


auxiliar na avaliação de estoques e de lucros globais, para tornar-se um importante
instrumento de controle e de suporte às tomadas de decisões.”(CREPALDI, 2010,
p.2).

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Atualmente a Contabilidade de Custos não se limita apenas a área industrial, é


também utilizada em vários ramos de atividades, tais como:

 Bancos;
 Financeiras;
 Lojas comerciais;
 Escritórios de consultoria;
 Prestadoras de Serviços;
 entre outros.

A Contabilidade de Custos proporciona aos administradores nos controles e nas


tomadas de decisões, possibilitando:

 Ter dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas


de previsão;
 Acompanhar os gastos efetivamente ocorridos e compará-los com os valors
anteriormente definidos;
 Estabelecer preços de vendas compatíveis com o mercado em que atua;
 Conhecer a lucratividade de cada produto;
 Decidir sobre corte de produtos: opção de compra ou de fabricação;
 Reduzir custos;
 Determinar o Ponto de Equilíbrio;
 Avaliar o desempenho.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos os conceitos e o surgimento da Contabilidade de Custos.

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Aula 02_ Conceitos e Surgimento da Contabilidade de Custos

Introdução e objetivos

Vivemos em um mercado dinâmico e globalizado, onde a adoção da contabilidade


de custos estruturada, proporciona a uma organização acompanhar e atingir seus
objetivos. Através dos seguintes processos: planejar, classificar, alocar, acumular,
organizar, registrar, analisar, interpretar e relatar os custos dos produtos fabricados
e vendidos.

“Contabilidade de Custos é uma técnica utilizada para identificar,


mensurar e informar os custos dos produtos e/ou serviços. Ela tem a
função de gerar informações precisas e rápidas para a
administração, para a tomada de decisões. É voltada para a análise
de gastos da entidade no decorrer de suas operações.” (CREPALDI,
2010, p. 2)

Devido à necessidade de se ter um controle maior sobre os valores aplicados aos


estoques de produtos na indústria e, também, para que conseguissem atender a
necessidade de tomar decisões quanto ao que, como e quanto produzir.

Com a Revolução Industrial ocorreu o desenvolvimento da Contabilidade de Custos


e gerou a necessidade de adaptação a nova realidade econômica, através do
surgimento das máquinas e a consequente produção em massa (grande escala).

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos os objetivos da Contabilidade de Custos.

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Aula 03_ Objetivos da contabilidade de custos

Localização da contabilidade de custos

A contabilidade de custos é uma das ramificações da Contabilidade entre as quais


podemos destacar:

 Contabilidade Financeira (Geral);


 Contabilidade de Custos;
 Auditoria;
 Análise e Interpretação de Balanços;
 Controladoria;

A Contabilidade de Custos possui integração com a Contabilidade Financeira e de


produção, como segue:

Autor: Silvio Aparecido Crepaldi

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Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos os conceitos básicos da Contabilidade de Custos (terminologias).

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Aula 04_Conceitos básicos em custos (Terminologia);

A Contabilidade de custos utiliza-se de terminologia própria no que tange a sua


definição, permitindo a sua uniformização de conceitos:

Gasto

Conforme Martins, Eliseu, “Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera


sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por
entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro)”

Conforme Crepaldi, “É o sacrifício financeiro que a entidade arca para obter um


produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa
de entrega de ativos (normalmente dinheiro).”

O gasto será considerado apenas no momento que existe o reconhecimento contábil


da dívida ou da redução do ativo em função do pagamento.

Trata-se de um conceito amplo aplicável a todos os bens e serviços adquiridos,


podendo ser um custo ou uma despesa; assim, podemos citar:

 Gasto com a compra de matérias-primas;


 Gastos com salários;
 Gastos com comissões sobre vendas;
 Gastos com mão de obra;
 Gastos com honorários da diretoria;
 Gastos na compra de um imobilizado;

Desembolso

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Conforme Crepaldi, “É o pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço.


Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada. É a saída
financeira da empresa, entrega de ativos.”

São exemplos:

 Pagamento de uma fatura, Na compra a prazo, o gasto ocorre imediatamente,


mas o desembolso só ocorrerá no pagamento.

 Investimentos

Gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios
atribuíveis a períodos futuros.

Conforme Martins, “Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços


(gastos) que são “estocados” nos Ativos da empresa para baixa ou amortização
quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua
desvalorização são especificamente chamados de investimentos.”

Como exemplo, podemos citar:

 Estoque de matérias-primas;
 Produtos para Revenda;
 Aquisição de móveis e utensílios;
 Aquisição de imóveis;
 Despesas pré-operacionais;
 Aquisição de marcas e patentes;

Interessante:

Todo custo é um investimento, mas nem todo o investimento é um custo.

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Exemplo: Matéria-prima, máquina para fábrica, ações de outras empresas.

Custos

Gastos acumulados para executar uma atividade, fabricar um produto ou adquirir


uma mercadoria.

É reconhecido como um gasto, porém é reconhecido como custo no momento da


fabricação de um produto ou execução de um serviço.

São exemplos:

 Salários do pessoal da produção;


 Matéria-prima utilizada no processo produtivo;
 Mercadorias para venda;
 Combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas da fábrica;
 Aluguéis e seguros do prédio da fábrica;
 Depreciação dos equipamentos da fábrica;
 Gastos com manutenção das máquinas da fábrica.

Despesa

Gastos com bens e serviços consumidos direta ou indiretamente com a finalidade de


obtenção de receitas.

São exemplos:

 Salários e encargos sociais do pessoal de vendas;


 Salários e encargos sociais do pessoal administrativo;
 Energia elétrica consumida na sede administrativa;

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 Gasto com combustíveis e refeições do pessoal de vendas;


 Conta telefônica da administração e de vendas;
 Aluguéis e seguros da sede administrativa.

Perda

Gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade


produtiva normal da empresa.

1- Fatores externos fortuitos:

 Incêndios;
 Obsoletismo de estoques;
 Período de Greve;
 Estoque deteriorados;
 Enchente;
 Furto/Roubo.

2- Atividade produtiva normal:

 Uma indústria de estamparia que aproveita apenas 80% da chapa de aço e


considera 20% como perda técnica;
 Uma empresa de confecção (roupas) que considera como custo o preço do
pano total comprado, não se importando com os retalhos.

Conforme Martins, “Cabe aqui ressaltar que inúmeras perdas de pequeníssimo valor
são, na prática, comumente consideradas dentro dos custos ou das despesas, sem
sua separação; e isso é permitido devido à irrelevância do valor envolvido. No caso
de montantes apreciáveis, esse tratamento não é correto.”

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Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos a Classificação de Custos.

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Aula 05_Classificação de Custos

 Custos Diretos
 Custos Indiretos

Os custos diretos são os gastos apropriados para executar uma atividade, fabricar
um produto ou adquirir uma mercadoria.

Trata-se de um gasto que é reconhecido no momento da fabricação de um produto


ou na execução de um serviço.

Classificação de custos
 Custos Diretos;
 Custos Indiretos;
 Custos Fixos;
 Custos Variáveis.

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Custos diretos
São os gastos de produção que podem ser identificados e mensurados aos
produtos.

São exemplos:
 Matéria-prima - normalmente, a empresa sabe qual a quantidade exata que
está sendo utilizada para a produção de uma unidade do produto;
 Mão-de-obra direta – trata-se dos custos com os trabalhadores utilizados
diretamente na produção. Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou no
produto e o valor da mão-de-obra,é possível apropriá-la diretamente ao
produto;
 Material de embalagem;
 Depreciação de equipamento quando é utilizado para produzir apenas um tipo
de produto;
 Energia elétrica das máquinas, quando é possível saber quanto foi consumido
na produção de cada produto.

Custos indiretos
São os gastos de produção que não podem ser identificados e mensurados nos
produtos.

São exemplos:
 Depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de
um produto;
 Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção;
 Aluguel da fábrica;
 Gastos com limpeza da fábrica;
 Energia elétrica que não pode ser associada a determinado produto.

Custo Fixo, custos variáveis e Custos Semivariáveis ou semifixo

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Além dos custos Diretos e custos Indiretos, podemos classificar os custos também
em relação ao nível de atividades, onde se classificam em Custo fixo, Custo
Variáveis e Custos Semivariáveis ou semifixo.

Custos Fixos: Para este tipo de custo não há uma variação proporcional ao volume
produzido. Como exemplos, podemos citar:

 Aluguel da fábrica;
 Seguro da fábrica, etc.

Assim, corresponde a valores que independe de aumentos ou diminuições naquele


mês de volume produzido.

Custos Variáveis: Para este tipo de custos ocorre a variação proporcional ao


volume produzido. Como exemplos, podemos citar:

 Embalagens;
 Matéria-prima, etc;

Conforme Martins, “...O valor global de consumo dos materiais diretos por
mês depende diretamente do volume de produção. Quanto maior a quantidade
produzida, maior o seu consumo.

Custos Semivariáveis ou semifixo:

Trata-se de custo que possui uma variação em função do volume de produção ou


venda, porém não exatamente nas mesmas proporcionalidades.

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Possuem uma particularidade de serem fixos até uma determinada parcela, e a


partir deste ponto passam a ser variáveis. Como exemplo, podemos citar:

 Energia Elétrica da indústria;

É um custo fixo na unidade e variável no total. Quanto mais produzir, maior vai ser o
volume consumido.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos a Classificação das Despesas.

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Aula 06_Classificação de Custos

 Outros Conceitos

Tratamos os custos em diretos e indiretos em relação a sua apropriação aos


produtos;

Custos fixos, Custos variáveis e Custos Semivariáveis ou semifixos, em relação ao


nível de atividades;

Existem outros conceitos que proporcionam uma classificação Custos, como:

 Custos de transformação

Conforme CREPALDI, “Representam o esforço empregado pela empresa no


processo de fabricação de determinado item (mão de obra direta e indireta, energia,
horas de máquina etc.)”

Para apurar o custo de transformação não devemos considerar os custos de


matéria-prima e nem tampouco os custos de produtos adquiridos prontos para o
consumo, ou seja, sem nenhuma modificação pela empresa.

 Custos Primários

Conforme CREPALDI, “são a soma simples de matéria-prima e mão de obra direta.


Não são a mesma coisa que custo direto, que é mais amplo, incluindo, por exemplo:
materiais auxiliares, energia elétrica etc.”

Desta forma, a embalagem é considerada um custo direto, no entanto não é


considerado um custo primário.

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 Custo Marginal

Conforme CREPALDI, “é o acréscimo de custo que a empresa incorre para produzir


uma unidade adicional do produto.”

O custo marginal é baseado nas mudanças de custos conforme a produção


aumenta.

 Custo de oportunidade

Conforme CREPALDI, representa o valor associado a melhor alternativa não


escolhida.

 Materiais Diretos

Correspondem aos materiais utilizados no processo de produção.

Conforme CREPALDI, são os materiais que se incorporam (se identificam)


diretamente aos produtos.

Podemos exemplifica os materiais diretos como:

 Matéria prima;
 Embalagem;
 Materiais auxiliares (cola, tinta, parafuso, prego etc.)

 Mão de obra direta

É representado pelos custos com pessoal que desenvolvem as atividades


diretamente relacionadas na elaboração dos produtos.

Podemos identificar esta mão de obra quando o operário trabalha diretamente


desenvolvendo um produto, diferentemente do supervisor da fábrica.

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Conforme MARTINS, “é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o


produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo
despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de
qualquer apropriação indireta ou rateio. Se houver qualquer tipo de alocação por
meio de estimativas ou divisões proporcionais, desaparece a característica de
“direta””.

Conforme CREPALDI, na medição da mão de obra direta, podem surgir dificuldades


e, principalmente, certos custos, que levam as empresas a tratar gasto de mão de
obra, que por sua natureza são diretos, como custos indiretos. Evidentemente, o
custo dos produtos ficará distorcido, cabendo à empresa um estudo de custo-
benefício para decidir qual é o tratamento mais adequado.

 Rateio

Corresponde a alocação dos custos indiretos aos produtos em elaboração, seguindo


critérios racionais consequentemente utilizando as bases de alocação destes custos
que condizem com o custo, tais como:

Depreciação das máquinas poderão ser rateadas pelo tempo de utilização HM


(Horas máquina);

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos a Classificação das Despesas.

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Aula 07_Classificação das Despesas

Diante da necessidade das empresas obterem receitas, se faz necessária a criação


de despesas.

Conforme CREPALDI, as despesas são classificadas em função das áreas onde


ocorrem e podem variar ou não em função do volume de receitas do período,
classificando-se, assim, em fixas e variáveis.

As despesas operacionais se dividem em quatro principais tipos:

 Administrativas – referem-se às áreas de apoio da empresa (administração


geral, finanças, contabilidade, recursos humanos etc.)
Comerciais – oriundas da necessidade de gerar receitas, podemos citar
propaganda e publicidade, telefone, comissões, fretes de entrega de
mercadorias etc.
 Financeiras – referem-se a decorrência de captação de recursos de terceiros
por insuficiência de capital próprio.
 Tributárias – referem-se a encargos devido à administração pública em
relação aos impostos.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos os princípios e conceitos contábeis aplicados à Contabilidade de
Custos.

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Aula 08_Princípios e conceitos contábeis aplicados à contabilidade


de custos

A contabilidade de custos é uma extensão da contabilidade, exige a utilização dos


princípios fundamentais de contabilidade, dentre os quais, podemos citar:

 Registro pelo Valor Original:


 Realização:
 Competência e confrontação:
 Consistência
 Prudência
 Objetividade

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos a Classificação das Despesas.

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Aula 09_Plano de contas na contabilidade de custos

As contas são elencadas através da divisão em dois grupos:

 Contas comuns ou fixas;


 Contas variáveis ou específicas

"Acumulação de custos significa colher os dados de custo e registrá-los de forma


organizada (por meio da classificação contábil), sistemática, para atender a alguma
finalidade (em nosso caso, calcular os custos dos produtos vendidos e o valor dos
estoques).(Crepaldi, 2010, p. 14)

Contas comuns ou fixas:

 Patrimônio - trata-se do conjunto de bens, direitos e obrigações da empresa.


 Bens Fixos – podemos citar como exemplo o imobilizado que atravéis dos
capitais aplicados em caráter permanente e destinados a constituir os meios
de produção, com os quais as indústrias atingem seu objetivo.
 Bens de Venda – Tratam-se dos produtos finais, destinados as vendas.
 Bens Numerários - Consideramos a disponibilidade da empresa
representadas através do saldo em caixa e em depósitos bancários.
 Bens de Renda – Referem-se aos investimentos de capitais em outras
atividades que não sejam a atividade da empresa. (investimentos). São
também demonstradas através das contas patrimoniais de forma eventual e
podemos exemplificar com as seguintes contas: Caixa, Contas a Receber,
Estoques, Imobilizado, Contas a Pagar, Empréstimos, capital, Lucros
Acumulados.

Na contabilidade industrial, utiliza-se principalmente as contas de estoque:

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 Estoques de materiais

Podem ser classificados em Materiais Diretos e Materiais Indiretos onde,

Materiais diretos - são representados pela matéria-prima (componente físico que


sofre a transformação, como o tecido, por exemplo) e os materiais secundários
(botão de um avental, por exemplo) e embalagem;

Materiais indiretos - são os materiais empregados na fabricação do produto, porém,


devido à dificuldade de cálculo quanto a quantidade utilizada na fabricação de um
produtos, são considerados materiais indiretos.

 Estoques de produtos em elaboração;

Referem-se aos produtos em processo de elaboração, ou seja, representam os


produtos que ainda não estão acabados.

 Estoque de produtos acabados;

Representam os produtos que encontram-se disponíveis para comercialização.

 Importações de materiais em andamento;

No caso de indústria que utiliza de material importado em seu processo fabril, os


gastos incorridos na importação, como exemplo a aquisição de moeda estrangeira,
fretes, seguros, comissões, despesas bancárias, despesas de desembaraço
alfandegário etc., serão escriturados em conta específica.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


demonstraremos um exemplo de contas de Balanço.

CIÊNCIAS CONTABÉIS
30
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Aula 10_ Exemplo de contas de balanço (integrais)

Sistema básico para apuração de custos

Contas variáveis ou específicas:

Para a elaboração de um produto, se faz necessária a utilização de contas de


transição, pois, ao final do período, os custos registrados são transferidos para a
conta Produtos em Processo.

Custos de Produção:

Custos Diretos Custos Indiretos de Fabricação


Material Direto Mão de obra Indireta
Materiais Indiretos
Matéria-prima consumida Aluguel
Material Secundário Consumido Depreciação das Máquinas
Embalagem Aplicada no Produto Gastos de Manutenção
Outros Materiais Diretos Consumo de Luz e Água
Mão de Obra Direta Gastos com Transporte do Pessoal
Salários e Ordenados Gastos com Refeitório
Prêmios de Produção Vigilância
Gratificações Ferramentas de Curta Duração
Férias IPTU (Imposto Predial)
13º Salário Gastos com Veículos da Fábrica
Contribuição Previdenciária Material de Escritório
FGTS Conta Telefônica
Aviso Prévio e Indenização
Assistência Médica e Social
Seguro de Acidentes do Trabalho
Outros Encargos Trabalhistas

CIÊNCIAS CONTABÉIS
31
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Efetuamos a demonstração de contas que foram agrupadas por componentes de


custo. No entanto, há empresas que adotam a departamentalização dos custos,
conforme demonstrados a seguir:

Custos de Produção:

Material Direto

Departamento de Corte

Departamento de Costura

Departamento de Acabamento

Mão de Obra Direta

Departamento de Corte

Departamento de Costura

Departamento de Acabamento

Custos Indiretos de Fabricação

Departamento de Corte

Departamento de Costura

Departamento de Acabamento

A definição do plano de contas é de acordo com a necessidade da empresa para a


apuração de custos, planejamento, controle e tomada de decisão.

CIÊNCIAS CONTABÉIS
32
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Basicamente para a apuração de custos, adotam-se os seguintes critérios:

 O processo de fabricação e/ou aquisição;


 O tipo de produto fabricado/Comercializado;
 O nível de detalhamento de informações necessárias, considerando a relação
custo versus benefício;
 A cultura e conveniência da empresa;
 Os departamentos e os centros de custos envolvidos.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos a Custos Diretos (Definição e Objetivos).

CIÊNCIAS CONTABÉIS
33
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Aula 11_Custos Diretos (Definição / Objetivos)

"Custos Diretos são os custos que podemos apropriar diretamente aos produtos, e
variam com a quantidade produzida.”(CREPALDI, 2010, p.39)

Exemplificando, temos os Materiais Diretos (MD) e Mão de Obra Direta (MOD).

Custos que são apropriados diretamente ao produto, necessitando apenas uma


medida de consumo, como Kg, horas-máquinas, horas-homens trabalhadas etc.

O estudo de Custos Diretos tem como objetivo a justificativa de formular controles


internos e consequentemente a redução e reestruturação de custos.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos a Classificação das Despesas.

CIÊNCIAS CONTABÉIS
34
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Aula 12_Material Direto

Para exemplificar alguns materiais diretos temos:

 Matérias-primas;
 Os componentes adquiridos prontos;
 As embalagens; e
 Outros materiais diretos utilizados no processo de produção.

Os quais, são apropriados aos produtos ou serviços por seu valor histórico de
aquisição.

"Material direto é o custo de qualquer material diretamente identificável com o


produto e que se torne parte integrante dele." (Crepaldi, 2010, p. 39).

Utilizamos a seguinte fórmula para obter o custo do material:

MD = EI + C - EF

Onde:

MD = Materiais Diretos

EI = Estoque Inicial

C = Compras Líquidas

EF = Estoque Final

O Custo do Material Direto:

Além dos custos que correspondem ao material, componentes adquiridos prontos,


embalagens e os outros materiais, são integrados os seguintes custos:

CIÊNCIAS CONTABÉIS
35
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 Transportes;
 Seguros;
 Armazenagem;
 Impostos de importação e gastos alfandegários;
 Impostos não recuperáveis etc.

No que tange aos impostos em que possam apresentar a possibilidade de


recuperação (IPI e ICMS), na escrita fiscal, eles serão deduzidos do valor total da
nota fiscal de compra. Caso contrário, passarão a fazer parte do custo do material.

Exemplo 1: (Crepaldi, 2010, p. 41)

No caso da compra de 10.000 kg de matéria-prima, os dados constantes da Nota


Fiscal são os seguintes:

Total da Nota Fiscal R$ 308.000


(compra a prazo com vencimento em 30 dias)
Frete e Seguro R$ 10.000
Valor do IPI R$ 28.000
ICMS R$ 50.000
(Valores dos impostos hipotéticos)

Se os impostos (IPI e ICMS) forem recuperáveis, o valor do material seria o


seguinte:

Total da Nota Fiscal R$ 308.000


(compra a prazo com vencimento em 30 dias)
(-) IPI R$ 28.000
(-) ICMS R$ 50.000
(+) Frete e Seguro R$ 10.000
Custo do Material R$ 240.000

Se, por exemplo, o IPI não for recuperável, o valor do material será o seguinte:

Total da Nota Fiscal R$ 308.000

CIÊNCIAS CONTABÉIS
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(compra a prazo com vencimento em 30 dias)


(-) ICMS R$ 50.000
(+) Frete e Seguro R$ 10.000
Custo do Material R$ 268.000

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos os métodos de avaliação de estoques.

CIÊNCIAS CONTABÉIS
37
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Aula 13_Avaliação de Estoques

Inventário Periódico e Inventário Permanente

" Como a empresa compra várias unidades em períodos diferentes


com preços diferentes, e não os consome na mesma proporção, elas
acabam misturando-se no almoxarifado. Para atribuir custo às
unidades consumidas, usamos os mesmos critérios utilizados pela
Contabilidade Financeira, o Sistema de Inventário Permanente e
Periódico e os Métodos de Avaliação de estoques: Peps (Primeiro a
Entrar e Primeiro a Sair), Custo Médio e Ueps (Último a Entrar e
Primeiro a Sair). (Crepaldi, 2010, p. 42)

O controle dos estoques de mercadorias podem ser efetuadas através de um


inventário periódico ou um inventário permanente;

Inventário periódico:

Inexiste um controle contínuo dos estoques (Fichas ou controle informatizado),


exemplo de vendas que são efetivadas sem controle.

O consumo é identificado após a contagem física dos estoques, e posterior


avaliação de acordo com os critérios legais.

Utiliza-se da seguinte fórmula:

Consumo de Material Direto = Estoque Inicial + Entradas Líquidas - Estoque Final

(Fórmula válida também para qualquer item de estoque)

Inventário permanente:

CIÊNCIAS CONTABÉIS
38
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Com a adoção do inventário permanente, a empresa possui o controle contínuo dos


estoques por meio de fichas ou controle informatizado.

A apuração dos estoques é efetivada a qualquer momento pela contabilidade e a


contagem física é efetivada apenas por questão de auditoria e controle interno.

Tanto na contabilidade como no almoxarifado é efetuado o controle (contábil e


físico), através de fichas ou controle informatizado.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos os Métodos de Avaliação de Estoques (PEPS, UEPS e Custo Médio).

CIÊNCIAS CONTABÉIS
39
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Aula 14_ Métodos de Avaliação de Estoques

(PEPS, UEPS e Custo Médio)

Os métodos utilizados têm como foco a separação dos custos dos produtos entre os
que permaneceram em estoque.

Utilizaremos os dados abaixo para exemplificar os métodos utilizados de avaliação


de Estoques:

Imagine uma Indústria Química que, durante o mês de janeiro do ano 20XX, tenha
tido a seguinte movimentação no seu estoque:

Dia Quantidade Preço Unitário Total Consumo


03 1.500 kg R$ 10,00 R$ 15.000,00 -
08 2.500 kg R$ 12,00 R$ 30.000,00 -
12 - - - 1.500 kg
25 1.000 kg R$ 13,00 R$ 13.000,00 -
30 - - - 2.000 kg

A seguir teremos os resultados segundo a utilização dos métodos PEPS, UEPS e


CM:

PEPS – Primeiro a Entrar é o Primeiro a Sair

Ou

FIFO (First in, first out)

Através deste critério, o material utilizado é custeado pelos preços mais antigos,
permanecendo os mais recentes em estoque.

COMPRAS CONSUMO SALDO

CIÊNCIAS CONTABÉIS
40
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Dia Quant Preço Total Kg Preço Total Kg Preço Total


. Unitári Unitári Unitári
o o o
03 1.500 10 15.00 - - - 1.50 10 15.00
0 0 0
08 2.500 12 30.00 - - - 2.50 12 30.00
0 0 0
12 - - - 1.50 10 15.00 2.50 12 30.00
0 0 0 0
25 1.000 13 13.00 - - - 1.00 13 13.00
0 0 0
30 - - - 2.00 12 24.00 500 12 6.000
0 0
1.00 13 13.00
0 0

TOTA 5.000 58.00 3.50 39.00 1.50 19.00


L 0 0 0 0 0

UEPS - Último a Entrar é o Primeiro a Sair

Ou

LIFO (last-in, first-out)

Este método provoca efeitos contrários ao PEPS.

"Com a adoção do UEPS, há tendência de se apropriar custos mais recentes aos


produtos feitos, o que provoca normalmente redução do lucro contábil." (MARTINS,
2010, p. 120)

Fato este que nos leva acreditar que não é aceito pelo Pronunciamento Técnico
CPC 16 e não é admitido pela legislação brasileira do Imposto de Renda.

Através do UEPS, podemos verificar que o estoque de materiais é avaliado por


preços antigos.

CIÊNCIAS CONTABÉIS
41
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COMPRAS CONSUMO SALDO


Dia Quant Preço Total Kg Preço Total Kg Preço Total
. Unitári Unitári Unitári
o o o
03 1.500 10 15.00 - - - 1.50 10 15.00
0 0 0
08 2.500 12 30.00 - - - 2.50 12 30.00
0 0 0
12 - - - 1.50 12 18.00 1.50 10 15.00
0 0 0 0
1.00 12 12.00
0 0
25 1.000 13 13.00 - - - 1.00 13 13.00
0 0 0
30 - - - 1.00 13 13.00
0 0
30 - - - 1.00 12 12.00 1.50 10 15.00
0 0 0 0

TOTA 5.000 58.00 3.50 43.00 1.50 15.00


L 0 0 0 0 0

Custo Médio ou Média ponderada

Esse método é o mais utilizado no Brasil para avaliação dos estoques


(consequentemente para a do custo dos materiais utilizados).

Nesse método de avaliação, o valor de cada unidade em estoque se altera pela


compra de outras unidades por preço diferente. (CREPALDI, 2010, p. 45)

COMPRAS CONSUMO SALDO


Dia Quant Preço Total Kg Preço Total Kg Preço Total
. Unitári Unitári Unitári
o o o
03 1.500 10 15.00 - - - 1.50 10 15.00
0 0 0
08 2.500 12 30.00 - - - 4.00 11,25 45.00

CIÊNCIAS CONTABÉIS
42
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0 0 0
12 - - - 1.50 11,25 16.87 2.50 11,25 28.12
0 5 0 5
25 1.000 13 13.00 - - - 3.50 11,75 41.12
0 0 5
30 - - - 1.00 11,75 11.75
0 0
30 - - - 1.00 11,75 11.75 1.50 11,75 17.62
0 0 0 5

TOTA 5.000 58.00 3.50 40.37 1.50 17.62


L 0 0 5 0 5

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos o Lote Econômico de Compras.

CIÊNCIAS CONTABÉIS
43
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Aula 15_Lote Econômico de Compras

Trata-se da quantidade que minimiza o custo total composto do custo de estocagem


e do custo de processamento dos pedidos. Obtemos através da seguinte fórmula:

LEC = V 2 x P x M

Onde:

P= custo unitário de processamento de cada pedido de compra

M= quantidade de material necessária a certo período

E = custo unitário de estocagem de material.

Exemplo:

P= $ 160

M = 2.000 unidades

E= $ 1

LEC = V 2 x 160 x 2000 = V 640.000 = 800 unidades

1 1

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos o Custo da Mão de obra Direta.

CIÊNCIAS CONTABÉIS
44
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CIÊNCIAS CONTABÉIS
45
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Aula 16_Custo com mão de obra direta (MOD)

Trata-se da mão de obra relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o


produto ou serviço em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo
despendido e a identificação de quem executou o trabalho sem necessidade de
qualquer apropriação indireta ou rateio.

É a mão de obra empregada diretamente na produção.

É a composição dos salários e encargos sociais.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos os Custos com Encargos Sociais.

CIÊNCIAS CONTABÉIS
46
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Aula 17_Custo dos encargos sociais

Outros gastos decorrentes da mão de obra

Os encargos sociais poderão apresentar custos diferentes entre as empresas, em


função de diversos fatores, como, por exemplo:

 Direitos garantidos por acordos ou convenções coletivas de trabalho.


 Benefícios sociais.
 Rotatividade de pessoal (turnover)

Devido essas variações, cada empresa deverá apurar seus encargos sociais.

Uma maneira prática de calcular o valor dos encargos sociais é verificar o gasto que
cabe à empresa por ano e dividi-lo pelo número de horas que o empregado
efetivamente se encontra à sua disposição.

Segue abaixo exemplificação:

Admitamos que um empregado seja contratado por $ 20,00 por hora. A jornarda
máxima de trabalho permitida pela legislação brasileira é de 220 horas mensais
(sem considerar as horas extras). A jornada diária será:

220h / 30d – 7,3333 h/d, que equivale a 7 horas e 20 minutos por dia.

Assim, podemos estimar o número máximo de horas que um trabalhador pode


oferecer à empresa:

CIÊNCIAS CONTABÉIS
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Número total de dias por ano 365 dias


( - ) Repousos semanais remunerados 48 dias
( - ) Férias 30 dias
( - ) Feriados 12 dias
( = ) Número máximo de dias à 275 dias
disposição da empresa
( x ) Jornarda máxima diária (em 7,3333 h
horas)
( = ) Número máximo de horas à 2.016,7 h
disposição por ano

A remuneração anual desse


empregado será:
A) Salários: 335 dias x 7,3333 h x $ $ 49.133,11
20,00
B) Férias: 30 dias x 7,3333 h x $ 20,00 $ 4.399,98
C) Adicional de férias = 1/3 $ 1.466,66
D) Décimo-terceiro Salário = 220 h x $ 4.400,00
20,00

TOTAL $ 59.399,75

Sobre esse total, a empresa é


obrigada a recolher as seguintes
Contribuições Sociais:

Previdência Social 20,0 %


Serviços Sociais (Sesi, Sesc ou Sest) 1,50 %
Formação Profissional (Senai, Senac 1,00 %
ou Senat)
Incra 0,20 %
Salário-Educação 2,50 %
Seguro Acidente de Trabalho 2,00 %
Sebrae 0,60 %
Fundo de Garantia do Tempo de 8,00 %
Serviço
SUBTOTAL A 35,80 %
Férias + 1/3 11,10 %
13º Salário 8,33 %
Incidência do FGTS sobre 13º salário 0,66 %
Incidência dos Encargos Sociais 2,31 %
sobre o 13º Salário
Incidência do FGTS sobre Férias 0,88 %

CIÊNCIAS CONTABÉIS
48
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Incidência dos Encargos Sociais 3,08 %


sobre Férias
SUBTOTAL 26,36 %

TOTAL 62,16%

O custo total para a empresa será, então:

R$ 59.322,75 x 1,6216 = R$ 96.322,63

E o custo hora será:

R$ 96.322,63 / 2.016,7 h = R$ 47,76

Existem outros gastos decorrentes da mão de obra pois, inúmeros outros gastos são
arcados pela empresa como decorrência da mão de obra que utiliza: vestuário,
alimentação, transporte, assistência médica, educação etc.

De modo geral, como esses não guardam estreita relação com os valores dos
salários pagos a cada empregado, devem ser considerados como Custos Indiretos
de Fabricação, em vez de apropriados no Custo da Mão de Obra Direta.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos o Custo do emprego.

CIÊNCIAS CONTABÉIS
49
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Aula 18_O custo do emprego

Seguem abaixo alguns dos tributos que incidem sobre o salário dos trabalhadores
no Brasil (horistas):

Tipos de despesas % do salário


1- OBRIGAÇÕES SOCIAIS
Previdência Social 20,00
FGTS 8,00
Salário-Educação 2,50
Acidentes do Trabalho (média) 2,00
Sesi/Sesc/Sest 1,50
Senai/Senac/Senat 1,00
Sebrae 0,60
Incra 0,20
Subtotal 1 35,80
2- TEMPO NÃO TRABALHADO I
Repouso Semanal 18,91
Férias 9,45
Abono de Férias 3,64
Feriados 4,36
Aviso Prévio 1,32
Auxílio-enfermidade 0,55
Subtotal 2 38,23
3- TEMPO NÃO TRABALHADO II
13º Salário 10,91
Despesa de Rescisão Contratual 3,21
Subtotal 3 14,12
4- INCIDÊNCIAS CUMULATIVAS
Incidência Cumulativa (obrigações tempo não trabalhado) 13,68
Incidência do FGTS sobre 13º Salário 0,93
Subtotal 4 14,61
TOTAL GERAL 102,76

Exemplificação:

 Um empregado com um salário de R$ 100 por hora;


 A jornada diária é de 7,3333 h (44 h semanais: 6 dias);
 Há um feriado no mês.

Salário: 309 d x 7,3333 h x $ 100 $ 22.000


Provisão p/ férias: 0,09% (1 mês + 11 meses) s/ salário $ 2.000
1/3 das férias $ 667
% (1 mês + 12 meses) s/ salário $ 1.833

CIÊNCIAS CONTABÉIS
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(a) Subtotal $ 26.500


Contribuições Sociais: 35,8 % s/ (a) $ 9.487
Total $ 35.987

Vamos apurar as horas trabalhadas:

Dias no mês 30
(-) Domingos 04
(-) Feriados 01
Dias trabalhados = 25

25 d x 7,3333 h = 183,33 h

Custo total por hora= $ 35.987 / 183,33 = $ 196,30

Para a empresa, o custo da mão de obra será de $ 196,30 por hora. Para um
empregado contratado por $ 100, a empresa arcará com $ 96,30 de encargos
sociais, ou seja, 96,30% sobre o salário. Esses cálculos são válidos para a MOD e
para a MOI.

Exemplificando 2:

A empresa Alternativa Ltda. Mandou elaborar a folha de pagamento do mês de


outubro com os seguintes dados:

Salários e Ordenados $ 21.000,00


Horas Extras Trabalhadas $ 2.000,00
Imposto de Renda Retido na Fonte $ 2.500,00
Contribuição para o INSS, parte dos 11 %
empregados
Contribuição para o INSS, parte 20 %
patronal
Depósito para o FGTS 8 %

CIÊNCIAS CONTABÉIS
51
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Com base nos dados e informações fornecidos, calcule as despesas totais dessa
folha de pagamento.

Solução:

Salários e Ordenados $ 21.000,00


Horas extras $ 2.000,00
INSS Patronal $ 4.600,00
Depósitos do FGTS $ 1.840,00
Total das Despesas $ 29.440,00

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos os Custos Indiretos.

CIÊNCIAS CONTABÉIS
52
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Aula 19_Custos Indiretos

 Definição

"São os que não podemos identificar diretamente com os produtos e necessitamos


de rateios para fazer a apropriação". (CREPALDI, 2010, p.92)

Trata-se de todo custo que não está vinculado diretamente ao produto, mas ao
processo produtivo.

Segue abaixo alguns exemplos de Custos Indiretos:

 Aluguel da área ocupada pela fábrica (setor produtivo);


 Depreciação das máquinas e ferramentas industriais;
 Energia elétrica consumida pela fábrica;
 Mão de Obra indireta (demais funcionários da fábrica);
 Materiais indiretos (lubrificantes, lixas, cola);

A somatória dos Custos Indiretos é chamada de Custos Indiretos de Fabricação


(CIF), Gastos Gerais de Fabricação (GGF) ou Despesas Indiretas de Fabricação
(DIF). No entanto a terminologia mais comum é CIF – Custo Indireto de Fabricação.

Quando a empresa fabrica apenas um produto (monoprodutora), inexiste o custo


indireto.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos o Rateio do CIF.

CIÊNCIAS CONTABÉIS
53
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Aula 20_Custos Indiretos

 Rateio do CIF

"É um artifício empregado para distribuição dos custos, ou seja, é o fator pelo qual
vamos dividir os DIFs." (CREPALDI, 2010, p. 93)

Os Custos Indiretos, no momento do rateio, obedecem a uma mecânica de


apropriação de um processo de rateio. Podemos demonstrar algumas bases
utilizadas para o rateio:

 Unidades produzidas;
 Horas de MOD;
 Horas de uso direto das máquinas;
 Valor (custo) da MOD;
 Matéria-prima consumida;
 Horas diretas de serviços prestados;
 QWH – hora (energia elétrica) ou HP;
 M3 de ar comprimido;
 Número de funcionários.

A decisão para a base que será utilizada deverá ser feita em função do recurso mais
utilizado na produção.

Não se trata de um processo fácil, existem empresas que fabricam vários produtos,
os quais sofrem várias fases de processamento, sendo necessário que passem por
departamentos diferentes. Nesse caso, é necessário fazer o rateio aos
departamentos e, depois, aos produtos.

Seguem abaixo alguns critérios de rateio dos CIF:

CIÊNCIAS CONTABÉIS
54
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CIF Comuns ou Indiretos em Relação dos Critérios de Rateio para os


Departamentos Departamentos
Gastos relacionados com o edifício da fábrica. Área ocupada
Exemplo: aluguel, depreciação, seguros,
limpeza, reparos e imposto predial.
Iluminação da fábrica Área ocupada, número de lâmpadas ou
pontos de luz
Gastos com escritório da fábrica (inclusive os Número de empregados, horas/máquina
relativos à Contabilidade de Custos). trabalhadas ou horas trabalhadas/MOD.
Material Indireto Material Direto
Mão de Obra Indireta Número de empregados, horas
trabalhadas/MOD.
Almoxarifado Custos dos Materiais
Manutenção das máquinas Horas / máquinas trabalhadas
Custo de refeitório, transportes e assistência Número de empregados
médica dos empregados
Energia Elétrica Kilowatt-hora consumido

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos a Departamentalização.

CIÊNCIAS CONTABÉIS
55
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Aula 21_Custos Indiretos

 Departamentalização

Trata-se do processo de dividir a fábrica em segmentos, denominados


departamentos, aos quais são debitados todos os custos de produção neles
incorridos.

Normalmente, a empresa está dividida em departamentos representados pelo


organograma.

"Departamento é a unidade mínima, representada por homens e máquinas (na


maioria dos casos), em que os custos indiretos são acumulados para posterior
alocação aos produtos."(CREPALDI, 2010, p. 95)

Podemos dividir em dois grupos de departamentos (produtivos e de serviços).

 Departamentos produtivos - são os departamentos que promovem algum tipo


de modificação sobre o produto. Exemplo: departamento de corte,
departamento de costura, departamento de acabamento, prensas, usinagem.
 Departamentos de serviços - são os departamentos por onde não passam os
produtos, na maioria dos casos. Suas funções são basicamente prestarem
serviços aos demais departamentos produtivos. Exemplos: Manutenção,
Almoxarifado, Limpeza, Expedição, Administração Geral da Fábrica.

Os departamentos produtivos têm seus custos apropriados diretamente aos


produtos, mas os departamentos de serviços não podem apropriar seus custos
diretamente aos produtos, já que esses, na maioria dos casos, não passam pelos
departamentos de serviços. No entanto, como esses departamentos prestam
serviços aos demais, devem ter seus custos transferidos para os departamentos que

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recebem seus serviços, e depois os custos desses departamentos são apropriados


aos produtos.

Exemplificação de departamentalização:

Gerência
Geral
Depto. de Depto.
Serviço Produtivo

Manutençã Almoxarifado Prensas Usinagem


o

A fábrica está dividida em dois departamentos (departamento de serviço e


departamento produtivo) e em quatro setores (manutenção, almoxarifado, prensas e
usinagem). Ela produz dois produtos, A e B, e ós temos os seguintes CIFs em cada
setor:

Gerência Geral $ 1.000

Manutenção $ 2.400

Almoxarifado $ 800

Prensas $ 5.200

Usinagem $ 2.800

É necessário determinar uma ordem de distribuição de custos, na qual o


departamento que rateia seus custos não recebe mais nenhum custo; depois, é
necessário determinar o critério de rateio desses custos. Em nosso exemplo,
começaremos a ratear os custos da Gerência Geral para os outros departamentos
de forma igual, ou seja, 25% para cada um.

O próximo departamento a ratear seus custos será a manutenção, em função das


horas trabalhadas em cada departamento.

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Horas trabalhadas da manutenção em outros departamentos:

Almoxarifado 200 h

Prensas 300 h

Usinagem 500 h

Nesse caso, se existissem horas trabalhadas para a Gerência Geral, elas seriam
ignoradas, pois, se rateássemos para a Gerência Geral, ela teria de ratear
novamente seus custos para a manutenção e esta para a Gerência Geral e, assim,
sucessivamente.

O Almoxarifado rateia seus custos em função do valor da matéria consumida em


cada departamento produtivo:

Matéria-prima consumida no departamento de prensa $ 80.000

Matéria-prima consumida no departamento de usinagem $


20.000

Os custos dos departamentos produtivos são rateados aos produtos em função das
horas trabalhadas:

Prensas Usinagem
Produto A 250 h 100 h
Produto B 500 h 300 h

Vamos montar um quadro de rateio das CIFs aos produtos:

Ger. Manuten- Almoxa- Prensas Usinagem Total


Geral ção rifado
CIF 1.000 2.400 800 5.200 2.800 12.200
1 Gerência (1.000) 250 250 250 250 -
Geral
Subtotal - 2.650 1.050 5.450 3.050 12.200

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2 Manutenção - (2.650) 530 795 1.325 -


Subtotal - - 1.580 6.245 4.375 12.200
3 Almoxarifado - - (1.580) 1.264 316 -
Subtotal - - - 7.509 4.691 12.200
4
Produto A 2.503 1.173 3.676
Produto B 5.006 3.518 8.524

Explicação dos cálculos efetuados

1- Rateio da Gerência Geral:

$ 1.000 / 4 (25% para cada departamento) = $ 250

2- Rateio da Manutenção:

($ 2.400 + $ 250) / (200 h + 300 h + 500 h) = $ 2,65 por hora

Almoxarifado = $ 2,65 x 200 h = $ 530

Prensas = $ 2,65 x 300 h = $ 795

Usinagem = $ 2,65 x 500 h = $ 1.325

3 Rateio do Almoxarifado:

($ 800 + $ 250 + $ 530) / ($ 80.000 + $ 20.000) = $ 0,0158 por $ de matéria-prima.

Prensas = $ 0,0158 x $ 80.000 = $ 1.264

Usinagem = $ 0,0158 x $ 20.000 = $ 316

4 Rateio aos Produtos:

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Prensas:

($ 5.200 + $ 250 + $ 495 + $ 1.264) / (250 h + 500 h) = $ 10,012 por hora

Produto A = $ 10,012 x 250 h = $ 2.503

Produto B = $ 10,012 x 500 h = $ 5.006

Usinagem:

($ 2.800 + $ 250 + $ 1.325 + $ 316) / (100 h + 300 h) = $ 11,7275 por hora

Produto A = $ 11,7275 x 100 h = $ 1.173

Produto B = $ 11,7275 x 300 h = $ 3.518

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos o Centro de Custos.

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Aula 22_Custos Indiretos

 Centros de Custos
 Predeterminação de custos indiretos de fabricação

"Centro de Custos é a unidade mínima de acumulação de custos, embora, não seja


necessariamente uma unidade administrativa, isto só ocorrendo quando ele coincide
com o próprio Departamento." (CREPALDI, 2010, p. 98)

Na maioria das vezes, um Departamento é um Centro de Custo, mas, em outras


situações, podem existir diversos Centros de Custos dentro de um mesmo
Departamento.

O Centro de Custos se baseia na divisão da empresa em setores ou centros com


atividades homogêneas, em que se podem caracterizar as despesas fixas
pertencentes a cada um, ou seja, é a unidade mínima de acumulação de custos
indiretos.

A objetivação de departamentalizar os custos é para proporcionar o melhor controle


dos custos e a determinação mais precisa do custo dos produtos.

Para efeito de apuração, um sistema de custos pode ser estruturado em função dos
seguintes passos:

1º Passo Separação entre custos e despesas


2º Passo Apropriação dos custos diretos diretamente aos
produtos;
3º Passo Apropriação dos custos indiretos que pertencem aos
departamentos, agrupando, à parte, os comuns;
4º Passo Rateio dos custos indiretos comuns aos diversos
departamentos, quer de produção, quer de serviços;
5º Passo Escolha da sequência de rateios dos custos acumulados
nos departamentos de serviços e sua distribuição aos
demais departamentos;

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6º Passo Atribuição dos custos indiretos que agora só estão nos


departamentos de produção aos produtos, segundo
critérios estabelecidos;
7º Passo Apuração dos custos de produção por produto.

Predeterminação dos custos indiretos de fabricação "A distribuição dos CIFs dos
Departamentos de Produção e dos Departamentos de Serviços aos Produtos ocorre
no encerramento do período" (CREPALDI, 2010, p. 99)

Caso tenhamos a necessidade de efetuar o acompanhamento do custo de cada


produto durante o mês, seremos obrigados a estimar os CIFS, porque os custos
indiretos departamentais somente serão conhecidos após o encerramento do
período, assim como as quantidades de produtos efetivamente elaboradas. Alguns
CIFs não ocorrem uniformemente durante o período - Férias Coletivas/Manutenção -
e também pode haver uma oscilação no volume de produção.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos os Custos dos Produtos Vendidos - Definição.

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Aula 23_Custos dos produtos vendidos (CPV)

 Definição

"Custos dos Produtos Vendidos é a soma dos custos incorridos na fabricação dos
produtos que foram vendidos em determinado período." (CREPALDI, 2010, p 127)

Os custos industriais referem-se às matérias-primas assumidas, à mão-de-obra


empregada e os custos indiretos de fabricação.

O custo dos produtos vendidos é calculado considerando-se as diversas fases por


que passa a matéria-prima até ser vendida como produto pronto, em determinando
período corresponde aos custos incorridos na fabricação dos produtos.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos os Custos dos Produtos Vendidos - Apuração do CPV.

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Aula 24_Custos dos Produtos Vendidos (CPV)

 Apuração de CPV

Etapas na apuração do CPV;

"O Custo dos Produtos Vendidos é formado pela soma dos Materiais
Diretos (MD) mais Mão de obra Direta (MOD) mais os Custos
Indiretos de Fabricação (CIF), ajustado para mais ou para menos
pela variação dos estoques de produtos acabados e produtos em
processo." (CREPALDI, 2010, p. 127)

CP = MD + MOD + CIF

Onde:

CP = Custo de Produção

MD = Materiais Diretos

MOD = Mão de Obra Direta

CIF = Custos Indiretos de Fabricação

A partir dessa demonstração, podemos montar a fórmula do CPV:

CPV = CP + EIPA – EFPA + EIPP – EFPP

Onde:

CPV = Custos dos Produtos Vendidos

CP = Custo de Produção

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EIPA = Estoque Inicial de Produtos Acabados

EFPA = Estoque Final de Produtos Acabados

EIPP = Estoque Inicial de Produtos em Processo

EFPP = Estoque Final de Produtos em Processo

Essa fórmula pode ser simplificada se apurarmos primeiro o Custo da Produção


Acabada (CPA) no período, ou seja, a soma do Estoque Inicial de Produtos em
Processo (EIPP) com o Custo de Produção (CP), menos o Estoque Final de
Produtos em Processo (EFPP), onde:

CPA = EIPP + CP – EFPP

Reduzindo a fórmula de CPV para:

CPV = EIPA + CPA – EFPA

Para executar a apuração do CPV, observam-se as seguintes etapas:

 Separação entre custos e despesas;


 Separação entre Custos Diretos e Indiretos;
 Apropriação dos Custos Diretos aos produtos;
 Rateio dos Custos Indiretos aos produtos.

Exemplificação de Apuração do CPV

Os seguintes dados estão no balancete da empresa "Alfa AS" em 31/12/X1:

Receita de Vendas $ 180.000


MOD (Mão de Obra Direta) $ 50.000
MOI (Mão de Obra Indireta) $ 37.000

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Salários dos Vendedores $ 6.000


Salários Administrativos $ 4.000
Depreciação dos Equipamentos $ 1.800
Depreciação dos Móveis e Utensílios de Escritório $ 400
Seguros da Fábrica $ 200
Energia Elétrica da Fábrica $ 800
Compras de Matéria-prima $ 40.000
Materiais Consumidos na Fábrica (Indiretos) $ 2.000

Estoques Inicial Final


Matéria Prima $ 20.000 $ 16.000
Produtos em Processo $ 12.000 $ 16.000
Produtos Acabados $ 12.000 $ 10.000

A primeira etapa na apuração do CPV é separar os custos (custos do produto) das


despesas (custos do período).

Despesas:
Salários dos Vendedores $ 6.000
Salários Administrativos $ 4.000
Depreciação dos Móveis e Utensílios $ 400
de Escritório
Custos:
Mão de Obra Direta (MOD) $ 50.000
Mão de Obra Indireta (MOI) $ 37.000
Depreciação dos Equipamentos $ 1.800
Seguros da Fábrica $ 200
Energia Elétrica da Fábrica $ 800
Materiais Consumidos na Fábrica $ 2.000
(Indiretos)

A próxima etapa é separar os Custos Diretos dos Indiretos.

Custos Diretos:

MOD (Mão de Obra Direta) $ 50.000

O Custo do Material Direto faz parte dos Custos Diretos , mas não temos esse valor
direto no balancete. Ele precisa ser calculado com base na fórmula:

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MD = EI + C – EF

Onde:

EI(Estoque Inicial) = $ 20.000;

C (Compras) = $ 40.000;

EF (Estoque Final) = $ 16.000.

Assim, temos:

MD = $ 20.000 + $ 40.000 - $ 16.000

MD = $ 44.000

Custos Indiretos:
MOI (Mão de Obra Indireta) $ 37.000
Materiais Consumidos na Fábrica $ 2.000
Depreciação dos Equipamentos $ 1.800
Seguros da Fábrica $ 200
Energia Elétrica da Fábrica $ 800
Total $ 41.800

Esse total é que vai constituir o CIF (Custos Indiretos de Fabricação).

Após termos apurado o Custo do Material Direto, da Mão de obra Direta e dos
Custos Indiretos da Fabricação, podemos calcular o Custos de Produção, em que:

CP = MD + MOD + CIF

CP = $ 44.000 + $ 50.000 + $ 41.800

CP = $ 135.800

Após o cálculo do Custo de Produção, podemos calcular o Custo da Produção


Acabada, em que:

CPA = EIPP + CP - EFPP

CPA = $ 12.000 + $ 135.800 - $ 16.000

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CPA = $ 131.800

Após o cálculo do Custo da Produção Acabada, podemos calcular o Custo dos


Produtos Vendidos , em que:

CPV = EIPA + CPA – EFPA

CPV = $ 12.000 + $ 131.800 - $ 10.000

CPV = $ 133.800

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos a Contabilização do CPV.

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Aula 25_Custos dos Produtos Vendidos (CPV)

 Contabilização

A apuração do CPV no caso da aula anterior com a empresa Alfa SA, foi feita
matematicamente, mas estamos falando em Contabilidade de Custos; assim, temos
que contabilizar todas as etapas da Apuração do CPV.

Vejamos a seguir o esquema básico da contabilização dos custos:

Usando como exemplo os dados da empresa Alfa S/A , vamos fazer a contabilização
da apuração do CPV.

Lançamentos Contábeis
1- Estoque de Matéria-prima $ 40.000
a Compras $ 40.000
Pela transferência das compras do período para o estoque de
matéria-prima.
2- Estoque dos Produtos em Processo $ 44.000
a Estoque de Matéria-prima $ 44.000
Pela colocação das Matérias-primas no processo produtivo
3- Estoque dos Produtos em Processo $ 50.000
a Mão de obra Direta $ 50.000
Pela apropriação da Mão de obra direta aos produtos em
processo
4- Estoques dos produtos em Processo $ 41.800
a Mão de obra Indireta $ 37.000
a Depreciação de Equipamentos $ 1.800
a Seguros da Fábrica $ 200
a Energia Elétrica da Fábrica $ 800
a Materiais Consumidos na Fábrica $ 2.000
Pela apropriação dos Custos Indiretos de Fabricação aos
produtos.

Contabilização da transferência dos produtos completados na


linha de produção e transferidos para o Estoque de Produtos
Acabados.

6- CPV $ 133.800
a Estoque de Produtos Acabados $ 133.800
Pela Venda de Produtos Acabados.

CIÊNCIAS CONTABÉIS
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7- Receita de Vendas $ 180.000


a Resultado $ 180.000
Encerramento da conta de Receita para a Apuração de
Resultado.
8- Resultado $ 144.200
a Despesas Salários dos Vendedores $ 6.000
a Salários Administrativos $ 4.000
a Depreciação de móveis e utensílios $ 400
a CPV $ 133.800
Pela transferência das Despesas para apuração do Resultado.

DRE
Receita de Vendas $ 180.000
(-) CPV ($ 133.800)
= Lucro Bruto $ 46.200
(-) Despesas Operacionais
Salários dos Vendedores ($ 6.000)
Salários Administrativos ($ 4.000)
Depreciação de móveis e Utensílios ($ 400)
= Lucro Operacional $ 35.800

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos os sistemas de acumulação de Custos.

Aula 26_Sistemas de acumulação de Custos

 Definição

Trata-se da forma como os custos são acumulados e apropriados aos produtos.

Através dos sistemas de acumulação de custos, gera as seguintes condições para a


análise:

 Identificar os sistemas de acumulação de custos utilizados pelas empresas;


 Saber calcular os custos na produção por ordem ou encomenda e na
produção contínua ou em série;
 Justificar a utilização do processo de produção conjunta, identificando os co-
produtos, subprodutos e sucatas.

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Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos os Tipos de sistemas de acumulação de custos.

CIÊNCIAS CONTABÉIS
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Aula 27_Sistemas de acumulação de Custos

 Tipos de sistemas de acumulação de custos (Produção por ordem ou


encomenda)

Existem dois sistemas básicos de acumulação de custos e o que determina qual vai
ser usado é o processo produtivo da empresa. Muitas empresas combinam os dois
sistemas de acumulação de custos que serão apresentados a seguir:

 Produção por ordem ou encomenda – quando a empresa fabrica produtos


diferentes, em pequenas quantidades, geralmente atendendo a encomendas
(pedidos específicos) dos clientes.

Ex.: indústria naval, equipamentos, aviões etc.

 Produção contínua ou em série - quando a empresa opera na fabricação de


produtos iguais, produzidos de maneira contínua. Geralmente, ela produz
para o estoque.

Ex.: óleos vegetais, produtos farmacêuticos, produtos químicos etc.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos a Produção por ordem ou encomenda.

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Aula 28_Sistemas de Acumulação de Custos

 Produção por ordem ou encomenda

Ocorre quando a indústria programa a sua atividade produtiva a partir de


encomendas específicas de cada cliente.

Nesse sistema, os custos são acumulados em folhas chamadas Ordem de Produção


ou Ordem de Fabricação. A soma das Ordens de Produção em aberto representa o
Estoque dos Produtos em Processo. À medida que os produtos são completados, as
Ordens de Produção são encerradas e os custos são transferidos para o estoque de
produtos acabados ou CPV conforme for o caso.

Durante a execução da encomenda, os custos são registrados da seguinte forma:

 Os materiais pelo custo real, pois a empresa, com base nas requisições de
materiais, sabe os valores desses materiais empregados na Ordem de
Produção - OP;
 A mão de obra direta é apropriada com base no tempo gasto na execução de
cada Ordem, sendo o valor da MOD debitada na OPL igual ao tempo gasto
vezes a taxa horária de custo da MOD (incluídos os encargos sociais);
 O CIF deverá ser rateado às OPs com base em algum critério definido.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos a Produção Contínua ou em Série.

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Aula 29_Sistemas de Acumulação de Custos

 Produção Contínua ou em Série

Ocorre quando a empresa tem produção em série. Produz para estoque e não para
encomendas específicas de clientes. Os produtos são geralmente padronizados.

No sistema de acumulação de custos por processo, os custos são inicialmente


classificados por natureza contábil (tipo de gasto) e depois compilados por
processos específicos e todos os custos são distribuídos às unidades produzidas por
esses processos específicos.

O sistema de custos procura refletir todo o processo físico da produção,


estabelecendo os centros de acumulação de dados físicos e de custos
(departamentos ou centro de custos) e vai transferindo os números assim
acumulados de um centro (processo) para o seguinte, do mesmo modo como a
produção transfere o produto fisicamente para outra fase.

O Estoque de produtos em Processo é formado pela soma dos vários processos


produtivos.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos Quadro comparativo - produção por ordem e produção contínua.

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Aula 30_Sistemas de Acumulação de Custos

- Quadro comparativo - produção por ordem e produção contínua

Característica analisada Produção por ordem Produção contínua


específica
Desenvolvimento do produto Especificação do cliente Especificação do fabricante
Produção Limitada pelo cliente Planejada pelo fabricante

Na produção contínua ou em série, os custos são apropriados por tempo (mês, ano
etc.) para divisão pelo número de unidades feitas, chegando-se assim ao custo de
cada unidade.

Na produção por ordem, os custos são alocados ao produto até o término de sua
produção.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos as características da produção.

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Aula 31_Sistemas de Acumulação de Custos

 Característica da produção

Podemos dizer que o produto industrial pode ser fabricado de duas formas:

 Fabricação simples – quando, para a fabricação do produto, é necessária


apenas uma fase de transformação. Na fabricação simples, o produto é
produzido num único departamento produtivo.
 Fabricação complexa – quando, para a fabricação do produto, é necessária a
execução de várias etapas no processo fabril;

Há vários departamentos produtivos transformando o material em produto final, e à


medida que um departamento produtivo transfere sua produção para outro
departamento, os custos desse departamento são transferidos juntamente com a
transferência física da produção.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento, na próxima aula,


abordaremos a produção Conjunta (Coprodutos, critério de apuração dos custos
conjuntos, subprodutos e sucatas).

CIÊNCIAS CONTABÉIS
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Aula 32_ Sistemas de Acumulação de Custos

 Produção Conjunta

(Coprodutos, critério de apuração dos custos conjuntos, subprodutos e sucatas).

Ocorre a produção conjunta quando mais de um produto surge de uma mesma


matéria-prima, no processo de produção que pode ser por produção contínua ou por
encomenda. Eles podem ser coprodutos ou subprodutos.

Coprodutos:

Coprodutos são produtos de importância igual para a empresa do ponto de vista de


faturamento. O que importa com relação aos coprodutos é o controle do custos por
operação e mão o custos por produto.

Método do valor de mercado: é o método mais usado. Os produtos de maior valor


de venda recebem maior carga de custos.

Subprodutos:

É aquele produto que nasce de forma natural durante o processo produtivo da


empresa. Ele possui mercado de venda e preço definido, porém sua participação é
ínfima no faturamento total da empresa.

Exemplo: Serragem, sobras de matéria-prima.

As características principais dos subprodutos são:

 Valor de venda;
 Vendas normais;

CIÊNCIAS CONTABÉIS
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 Pouca relevância dentro do faturamento total.

O valor de venda menos as despesas com a venda dos subprodutos é deduzido dos
custos do produto principal.

Sucatas:

São produtos que surgem da produção com defeitos ou estragados. Suas vendas
são esporádicas e realizadas por valor não previsível na data em que surgem na
fabricação. Não recebem custos e também não servem para a redução de custos de
produção.

As sucatas não têm valor de venda ou mercado normal. Na data da venda elas são
contabilizadas como outras receitas operacionais.

Exemplo: Cadeira faltando uma perna (três pernas), azulejos com defeito.

As sucatas não têm valor de venda ou mercado normal. A venda é lançada como
receita em outras receitas operacionais.

Esperamos ter contribuído para o vosso conhecimento e nos encontraremos na


próxima disciplina.

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