Você está na página 1de 8

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

PEDAGOGIA

ROSENÍLVIA LUZIA SOUZA SILVA

EDUCAÇÃO INFANTIL: CRIANÇA COMO SUJEITO DE DIREITOS

Jaíba
2014
ROSENÍLVIA LUZIA SOUZA SILVA

EDUCAÇÃO INFANTIL: CRIANÇA COMO SUJEITO DE DIREITOS

Trabalho apresentado ao Curso de


Pedagogia da UNOPAR - Universidade Norte do
Paraná, para as disciplinas: Organização Do
Trabalho Pedagógico na Educação Infantil;
Reflexão e Pesquisa; Alfabetização e Letramento;
Ludicidade e Educação.
Prof: Edilaine Vagula; Marlizete Steinle; Raquel
Franco; Rosely Montagnini.

Jaíba
2014
INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta o resultado de uma pesquisa de nível
exploratório, sendo a mesma desenvolvida a partir da pesquisa bibliográfica e
pesquisa de campo. Essa pesquisa foi realizada no mês de maio de 2014 e
analisa a Educação Infantil como etapa de fundamental importância para o
desenvolvimento cognitivo, social e cultural da criança.
Ao conversar com uma professora e uma Diretora de Educação
Infantil sobre o meu estudo, elas relataram que suas turmas eram muito
interessadas, mas que seu maior problema era com os pais de alunos. Relatou
que a maioria deles tinha a escola apenas como “depósito de crianças”, que não
valorizavam a instituição enquanto ambiente educacional para seus filhos.
A Educação Infantil é um direito dos cidadãos exposto na
Constituição Federal (BRASIL, 1988), em seu artigo 227 diz:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL, 1998, p.96)

Neste trabalho, com o objetivo de demonstrar a importância da


educação infantil como etapa fundamental para o desenvolvimento cognitivo da
criança e consequente desenvolvimento em âmbito cultural, intelectual e
econômico da sociedade, abordei aspectos do desenvolvimento cognitivo do ser
humano, revelando que o mesmo acontece na primeira infância. O fiz através de
pesquisa bibliográfica e exploratória, e pesquisa em loco com a classe de Pré I do
CEMEI “Micheli Beatriz Santos”, no intuito de constatar as condições da escola
para receber as crianças com a qualidade de educação a que tem direito.
Iniciei com pesquisa bibliográfica em sites da internet sobre a
importância da educação infantil, para saber que autores falam sobre este
assunto, o que falam e como falam. Segui pesquisando autores que
desenvolveram pesquisas sobre a história da educação, desenvolvimento
cognitivo, e qualidade na educação infantil.
Além de ler também sobre as leis educacionais que vigoram em nosso
país.
CRIANÇAS: SUJEITO DE DIREITOS

Segundo Fernandes (2004), a implementação dos Estados


democráticos terá ajudado a constituir a criança enquanto sujeito de direitos
específicos. Deste modo, facilmente se percebe que as declarações relativas aos
direitos da criança tenham surgido apenas no século passado, através da
Sociedade das Nações e, posteriormente, pela ONU.
Como documentos-base encontram-se, então, a Declaração dos
Direitos da Criança de 1924 (SDN), considerada demasiado sintética e generalista
e sem caráter vinculativo; a Declaração dos Direitos da Criança de 1959 (ONU),
mais alargada que a anterior, mas, ainda assim, não vinculativa e demasiado
generalista, (surgida no rescaldo da Segunda Grande Guerra, altura em que é
também redigida a Declaração dos Direitos do Homem); a Convenção dos
Direitos da Criança, de 1989 (ONU), já com caráter vinculativo aos Estados que a
subscrevem e bastante mais completa que as anteriores.
Uma das grandes inovações desta Convenção reside, tal como
se disse atrás, numa clara afirmação da criança como sujeito de direitos, mas,
ainda, como portadora de competências de participação, necessariamente
adequadas à sua idade e respectivas capacidades. A criança, neste documento,
deixa então de ser vista como mero objeto de direitos, particularmente, de
proteção, para ser vista de forma mais completa.
Nos direitos especificamente relacionados com a educação, o
artigo 28º advoga a universalidade do direito à educação enquanto que o artigo
29º se debruça acerca dos objetivos da mesma. Estes artigos serão mais
especificamente analisados adiante. Ainda assim, valerá a pena recordar que “a
educação deve destinar-se a (...) promover o desenvolvimento da personalidade
da criança, dos seus dons e aptidões mentais e físicas, na medida das suas
potencialidades” (CDC, art. 29º, nº2), transmitindo à criança valores de respeito
pelos direitos humano e pelo meio ambiente.
Assim, todos nós temos o dever de fazer valer à criança os
direitos básicos de provisão, proteção e participação em atividades sociais que a
preparem para viver em sociedade e exercer a sua cidadania.
RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO
Com o intuito de conhecer a opinião dos professores sobre a
importância da educação infantil e de como são as condições físicas da escola, foi
escolhida a turma de Pré I do CEMEI “Micheli Beatriz Santos” localizado no bairro
Centro Comunitário da Cidade de Jaíba-MG, como uma amostragem para ilustrar
o problema que é a falta de reconhecimento e de importância que alguns dão á
educação infantil.
Nesta oportunidade, conversei com a professora, a qual me
permitiu que um questionário fosse respondido para pesquisar a qualidade da
educação e do ambiente escolar na escola de educação infantil.
Tanto a professora quanto a diretora foram questionadas. No
questionário (em anexo) da professora e diretora, que continha questões abertas,
a primeira pergunta se referia à sua formação profissional, ao qual de forma livre
respondeu que sua formação era em Pedagogia e pós-graduação.
Em um segundo momento, foi questionado se ali havia
brinquedoteca em funcionamento. Foi respondido que não, mas que havia
momentos planejados com atividades lúdicas para as crianças.
Em observação a instituição, foi observado que a escola não atende
alunos de inclusão, que as dependências dessa, não possui acessibilidade,
espaços físicos adequados e adaptados.
Ainda observando as condições físicas da escola, foi constatada
que tal, não têm infraestrutura próxima da ideal para o ensino, isto é, não têm
biblioteca, laboratório de informática, quadra esportiva, laboratório de ciências e
dependências adequadas para atender a estudantes com necessidades básicas.
Nesta pesquisa bibliográfica foi possível reunir as ideias dos
autores mais influentes na área pedagógica e compreender que a educação
infantil é sim a etapa mais importante do processo educacional. Com a análise
das fases do desenvolvimento da criança pode-se concluir que por ser a fase de
desenvolvimento infantil o mais propício para ensinar, é a fase em que a criança
aprende com mais facilidade e é possível criar a base educacional.
CONCLUSÃO

Esse trabalho tratou da Criança como sujeito de direitos e


deveres.  Abordou questões relacionadas à cidadania e o papel fundamental da
escola na garantia do direito à educação das crianças, além da responsabilidade
que ela tem, prevista pela lei, de abordar conteúdos do Estatuto da Criança e do
Adolescente nas aulas. Objetivou-se verificar como as escolas têm garantido os
direitos às crianças e qual o entendimento de um grupo de pessoas constituído
por pais, alunos e professores pesquisados sobre o assunto em questão, e como
vêem o ECA. Buscou-se mostrar que a legislação deve ser uma ferramenta de
auxílio ao professor e às famílias no processo de construção de conhecimento,
formação e educação das crianças. A busca do estudo e compreensão da lei, o
conhecimento dos direitos e deveres, a capacitação e o envolvimento dos pais e
professores como uma meta para a superação de muitas questões existentes no
contexto atual, inclusive nas questões de indisciplina dos alunos nas escolas.
A partir da análise da história da pré-escola conclui-se que esta
surgiu inicialmente como assistencialista, mas que na atualidade já superou este
caráter e definiu a função de educar além de somente cuidar.
Diante do que foi exposto, atenta-se para a qualidade desta
educação oferecida pelo poder público e também pela iniciativa privada, já que o
Governo estabelece na Constituição Federal de 1988, no Estatuto da Criança e
do Adolescente, de 1990 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a
lei 9394/96 que deve ser oferecida educação para as crianças de 0 a 6 anos de
idade em creches e pré-escolas. Quanto à qualidade das práticas nas pré-
escolas, foi evidenciado que está diretamente relacionada a melhores resultados
no desenvolvimento intelectual e sócio-comportamental das crianças.
Pode-se concluir que a qualidade na Educação Infantil requer três
finalidades básicas. Observa-se que são as mesma que substanciam a finalidade
deste trabalho. Nada mais é do que reconhecer a criança como sujeito de direito e
ser altamente educável, e que, portanto ,necessita de ser educada; reconhecer a
necessidade de compreender como esta criança se desenvolve e por última, mas
não menos importante, a tão desejada participação de toda a comunidade, dos
pais de alunos.
REFERÊNCIAS

BELLO, José Luiz de Paiva, A Teoria básica de Jean Piaget. Vitória, 1995.
Disponível em: <HTTP://www.pedagogiaemfoco.pro.br/per09.htm Acesso em: 7 de
Jun. 2010.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado,


1988.

______. Estatuto da criança e do adolescente, Lei n° 8.069, de 13 de julho de


1990. Brasília, DF, Diário Oficial da União,16 jul. 1990.

______. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/1996, de 20 de


dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília,
DF, Diário Oficial da União, 23 dez. 1996.

______. Parâmetros Nacionais de Qualidade pra a Educação Infantil. Brasília, 2006.

GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento


infantil. Petrópolis/RJ: Vozes, 1995.

GONÇALVES, M F C (org) Educação Escolar: identidade e diversidades.


Florianópolis, SC: Insular, 2003.

MATHIAS, Elaine Cristina Bio. A educação infantil no Brasil: avanços, desafios e


políticas públicas. Disponível em: http://www.revistainterfaces.com.br/Edicoes/1/1_5.pdf Acesso
em: 11 Ago. 2010.

PALANGANA, Isilda Campaner. Desenvolvimento e aprendizagem em Piaget e


Vygotsky: a relevância social. 3ed. São Paulo: Summus, 2001.

PIAGET, Vygotsky, Wallon. Teorias psicogenéticas em discussão. Disponível em:


www.scridb.com Acesso em: 07 Jun. 2010.

REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação.


14ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.

ROGERS, Carl. trad. M. J. Carmo Ferreira. Tornar-se Pessoa. 4 ed, , Lisboa:


Morais Editores, 1977

ROJAS, J. S. Educação Infantil: construindo o presente. Campo Grande: Ed UFMS,


1999.

SAVIANI, D. A nova lei da educação: trajetória e perspectivas. 7ª ed. Campinas:


SP: Autores Associados, 2001.

VYGOTSKY, L. S. Psicologia Pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2003.

WALLON, H. Psicologia e educação da infância. Lisboa: Estampa, 1975.

ZABALZA, M. A.; Qualidade em educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 1998.


Anexo 01 Pesquisa de campo

Você também pode gostar