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EBD 13 CONSIDERAÇÕES FINAIS

TEXTO BÍBLICO: ROMANOS 15;16 | TEXTO ÁUREO: ROMANOS 15.13


SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO DOMINGO
ROMANOS ROMANOS ROMANOS ROMANOS ROMANOS ROMANOS ROMANOS
15.1-13 15.14-21 15.22-29 15.30-33 16.1-9 16.10-18 16.19-27
caráter epistolar do livro de Romanos fica claro quando
estudamos os seus últimos dois capítulos. Após apresentar
teologicamente sua posição sobre a necessidade de unidade da
igreja, com o fim das disputas entre judeus e gentios, Paulo traz
várias considerações aos irmãos que receberiam sua
correspondência. Eram revelações de planos futuros, orientações
gerais e agradecimentos a apoiadores de seu ministério. Questões
cotidianas que mostram o carinho que Paulo tinha com seus
irmãos.
A lição de hoje, de igual forma, arremata nossos estudos no livro,
pontuando algumas questões que são motivos de pesquisa em
áreas diversas da teologia contemporânea.
EM BUSCA DA UNIÃO
Paulo encerra o assunto dos conflitos internos da igreja romana
no início do capítulo 15, conclamando os cristãos a suportar as
fraquezas dos fracos e buscar agradar o próximo, de forma a
edificá-lo (v. 1,2). Fica claro, aqui, o desejo do apóstolo de que
questões menores, como as listadas no capítulo anterior, não
venham macular a comunhão da comunidade. Mesmo que
caíssem, tais cristãos deveriam ser apoiados e não rechaçados.
A fonte da perseverança que auxilia os cristãos a viverem em
unidade é o próprio Deus (v. 5), e o exemplo de aceitação ao
próximo é Jesus (v. 7), com a finalidade de que todos possam
glorificar em uma só voz ao próprio Pai. Paulo fala no contexto da
divisão entre judeus e gentios, citando textos do Antigo
Testamento sobre o alcance da mensagem de Deus aos povos não
judeus (v. 9-12). Contudo, podemos facilmente trazer a mensagem
aos nossos dias, buscando evitar quaisquer tipos de divisões
internas, como conflitos entre jovens e adultos, muito comum em
nossos arraiais.

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A exortação final de Paulo é um clamor pela união da igreja: “Que o
Deus da esperança vos encha de toda alegria e paz na vossa fé, para
que transbordeis na esperança pelo poder do Espírito Santo” (v. 13).
Este clamor atravessa os séculos e atinge em cheio nossos
corações. Precisamos permitir a ação de Deus em nossa vida e
comunidades para que possamos, pela ação do Espírito, nos
alegrar em conjunto e viver em harmonia em prol da propagação
do evangelho.
UM CARINHOSO DIÁLOGO
O restante do capítulo 15 é reservado pelo apóstolo para
apresentar algumas informações sobre seu cotidiano. A forma de
redação é bem mais relaxada, mostrando um Paulo mais
interessado em travar um diálogo com seus irmãos, informando
suas motivações para a redação da carta e apresentando algumas
intenções futuras, demonstrando carinho e confiança em seus
irmãos.
Percebemos, neste trecho da epístola, uma necessidade de Paulo
em defender seu ministério aos gentios (v. 15,16). Esta seria uma
tônica de seu ministério, como podemos ver em Atos 15 e 2
Coríntios 11. Sua compreensão sobre sua missão era muito clara:
ele entendia que havia sido chamado por Deus para a obra entre
os não judeus (v. 17-19), alegrando-se em seu ministério, ainda
que enfrentando tantas dificuldades e oposições.
Por causa disso, Paulo também deixou claro como orientava suas
viagens para alcançar aqueles que ainda não conheciam Deus (v.
20-24,28), daí demonstrar sua intenção de usar Roma como uma
parada em uma jornada futura em direção à Espanha. Apesar da
Bíblia não apresentar essa viagem, a maioria dos estudiosos
concorda que ela ocorreu, provavelmente antes do
encarceramento final e do martírio do apóstolo, ocorrido no final
da década de 60 d.C.
Paulo também aproveita o espaço para mencionar uma viagem a
Jerusalém, elogiando os cristãos da Macedônia e da Acaia, que
contribuíram com os pobres da igreja da cidade de Sião. O
apóstolo argumenta que tal contribuição era uma forma de
retribuir a herança religiosa recebida pelos gentios aos judeus.
Essa oferta, porém, possui apenas um valor histórico, pois visava
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reduzir as dificuldades da igreja de Jerusalém. Para hoje,
extraímos a importância da colaboração entre congregações, uma
marca da igreja batista que parece ter sido esquecida nos últimos
anos, com as igrejas maiores cada vez mais fechadas para si e
ignorando as necessidades das comunidades menores e mais
humildes à sua volta.
O último clamor do apóstolo aos cristãos romanos é que se
unissem a ele em sua missão em oração (v. 30-32). O amor pelo
Espírito Santo e pela propagação do evangelho deveria ser o
motivador para tal. Seu desejo era que pudesse ser livre dos
descrentes da região da Judeia, evitando uma possível
perseguição, e que seu serviço fosse aceitável aos membros da
igreja de Jerusalém, deixando implícito que desejava a aprovação
dos demais apóstolos para o seu trabalho. Com isso, Paulo
mostrava uma notável submissão a seus pais espirituais e um
carinho pelos seus, ainda que os judeus causassem tantos
problemas em seu ministério.
AGRADECIMENTOS FINAIS E ALGUNS DESTAQUES
Paulo encerra sua epístola aos romanos com uma longa lista de
pessoas a quem agradece por seus esforços no serviço da obra de
Deus. É interessante perceber o valor que o apóstolo dava àqueles
que dedicavam suas vidas em prol do seu ministério e da igreja
romana. Tal atitude nos estimula, como líderes, a fazer o mesmo
com aqueles que colaboram doando seu tempo e recursos para
nossas igrejas.
Entre os nomes listados, vemos várias pessoas mencionadas por
seus méritos ou pioneirismo. Porém, existem três casos que
possuem implicações eclesiológicas importantes e que não
podemos deixar de destacar: Febe, Priscila e Júnias.

Febe (16.1,2): Febe é a primeira pessoa listada por Paulo em seus


agradeci mentos. Aparentemente, ela estava de mudança da
Cencreia, cidade onde congregava, para Roma, daí a
recomendação de Paulo para que fosse bem recebida. O detalhe
aqui é que é dito que Febe é uma “serva da igreja”. Do termo usado
por Paulo, podemos identificar, sem sombra de dúvida, que Febe

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era uma diaconisa da igreja da Cencreia, validando, portanto, a
participação feminina no ofício do diaconato em nossas igrejas.
Priscila (16.3,4): a esposa de Áquila, sempre listada ao seu lado
nos relatos bíblicos. Os dois foram responsáveis pelo discipulado
de Apolo, que seria um dos líderes da igreja de Corinto (At 18.26).
Ambos eram naturais de Roma, mas moraram momentaneamente
em Corinto, após o imperador Cláudio expulsar os judeus da
cidade (At 18.2). Paulo demonstra gratidão por ambos terem
salvado sua vida. O nome de Priscila merece destaque por ser
comumente utilizado para se defender o ministério pastoral
feminino, por se entender que ela e Áquila seriam pastores de
uma igreja que se reuniria em sua casa (Rm 16.5; 1 Co 16.19). Este
ponto é muito controverso. O que podemos dizer é que, a partir do
relato de Romanos, não há como fazer esta afirmação, pois ambos
não são referidos como pastores na igreja, apenas hospedeiros da
mesma.
Júnias (16.7): junto com Andrônico, Júnias é um personagem tido
em grande estima por Paulo, por ter compartilhado a prisão com
ele. Por isso, o apóstolo os trata como seus parentes.
CONCLUSÃO
A busca pela paz e unidade da igreja deve ser uma constante em
sua história. Não podemos permitir que facções sejam formadas
para tentar dominar a congregação e ditar seus rumos. No corpo
de Cristo há lugar para pessoas de todas as origens, raças e idades,
e toda igreja saudável terá uma grande diversidade de
frequentadores.
A atitude de Paulo em agradecer àqueles que o apoiaram em seu
ministério nos mostra duas coisas: primeiro, a gratidão de um
líder que reconhece aqueles que o ajudaram. Segundo, que
ninguém consegue fazer a obra sozinho. Deus nos fez seres
relacionais para que pudéssemos fazer a sua vontade em conjunto.
Em última instância, Paulo reconhece que toda a glória por suas
conquistas deveria ser rendida a Deus (16.25-27). Paulo só fez o
que fez porque reconheceu que, sem a atuação divina, seu esforço
seria infrutífero. Não foi por convencimento ou sabedoria, mas
pelo poder de Deus que dirigiu seu ministério e, por isso, foi tão
bem-sucedido.
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