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EBD 04 O JUÍZO DIVINO CONTRA A NAÇÃO PERVERSA

TEXTO BÍBLICO: NAUM 1-3


“O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder, e ao culpado não tem por
inocente; o Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens
são o pó dos seus pés.”. (Naum 1.3)
SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO DOMINGO
NAUM NAUM NAUM NAUM NAUM NAUM NAUM
1.1-8 1.9-15 2.1-6 2.7-13 3.1-7 3.8-14 3.15-19

o encarar e refletir acerca da maldade e da injustiça ao nosso redor


podemos nos perguntar: onde está Deus? Por que ele não faz nada?
Quando Deus agirá em prol do seu povo? Especialmente quando somos
vítimas da maldade e da injustiça por parte daqueles que são mais fortes e
poderosos que nós, sentimo-nos impotentes e percebemos bem de perto a
impunidade.
Estasmesmas perguntas foram feitas várias vezes e por várias pessoas ao
longo do tempo. A maioria das profecias do Antigo Testamento foi
pronunciada num contexto de injustiça e opressão por parte de nações
poderosas e aparentemente invencíveis. Várias mensagens proféticas são
respostas do Senhor às inquietações do seu povo diante da violência e da
opressão sofrida.

CONHECENDO A SITUAÇÃO HISTÓRICA DA NAÇÃO


Após a morte do rei Ezequias (726-697 a.C.), o estado espiritual e moral
de Judá declinou consideravelmente. Manassés (697-642 a.C.) reedificou
os altares de Baal que seu pai havia destruído, levantou os postes-ídolos
que ele havia derrubado, profanou o templo e adorou deuses estrangeiros,
chegando a oferecer seus filhos em ritos pagãos (2Cr 33.1-11). O rei
Amom (642-640 a.C) seguiu a mesma apostasia e idolatria do seu pai.
Com o seu assassinato, Josias (640-609 a.C) subiu ao trono com apenas
oito anos de idade. Ele promoveu uma grande reforma religiosa em Judá,
livrando o país do juízo divino.
Nessa época, a Assíria já havia destruído a cidade de Samaria, levando os
israelitas do Norte como cativos para a Mesopotâmia. A Assíria
constituía uma constante ameaça para Judá. Em 701 a.C., Senaqueribe
(704-681 a.C) tentou capturar a cidade de Jerusalém. Na ocasião, os
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assírios proferiram blasfêmias contra o Senhor, porém, diante da
humilhação de Ezequias, Judá foi poupada da destruição, mediante a
intervenção divina (2Cr 32.1-23).
Os assírios ficaram famosos pela brutalidade e crueldade que dispensavam
aos seus adversários. Suas guerras eram conduzidas com extrema
violência. Os líderes das nações conquistadas eram torturados e
mutilados antes de serem executados. Assurbanipal (669-627 a.C) foi o
último grande rei assírio. Depois dele o império assírio conheceu o seu
declínio, culminando com a queda de sua capital Nínive, em 612 a.C
CONHECENDO O PROFETA E SUA MENSAGEM
O nome hebraico do profeta (Nãhüm) significa “consolo” ou “conforto”:
Naum era natural de Elcós, provavelmente uma vila de Judá, situada na
metade do caminho entre Jerusalém e Gaza, próximo a Bet Gabre.
Os oráculos de Naum enfatizam o caráter universal do governo e da
soberania de Deus. As profecias se dirigem especificamente contra a
Assíria, a potência dominante da época. Os assírios são acusados de terem
construído seu império na base da opressão, da violência e do engano. Por
esse motivo, o profeta anuncia o juízo de Deus contra Nínive e seus
habitantes. A mensagem central do livro é que, por ser santo, o Senhor
não pode suportar o mal, seja ele de quem for (1.2-3,7-8; 3.1-7,18,19).
Além disso, por ser um Deus soberano, o juízo do Senhor alcança
qualquer nação que persista em transgredir suas leis e violar sua justiça.
O principal objetivo da profecia foi consolar o povo de Deus com a
certeza de que a tirania e a violência sob a qual vivia findaria em breve. O
poderoso império assírio, aparentemente indestrutível, seria derrotado. O
Senhor está no controle da história e, embora utilize as nações para os
seus propósitos, também as abate quando excedem em sua própria
arrogância, pecados e injustiça.
A SANTIDADE DO SENHOR EM CONTRASTE COM A
MALDADE HUMANA (Na 1)
O capítulo 1 é um hino que descreve inicialmente a santidade e a
majestade do Senhor. Ao contrário do que se poderia pensar na época, o
Senhor não é Deus somente de Israel; seu poder e domínio são universais,
estendendo-se a toda criação (v.4-6). Por isso, a natureza santa de Deus
não o permite suportar a injustiça, seja ela de quem for (v.1-6). Embora o
Senhor seja misericordioso e perdoador, mas é também justo e, por isso,

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“jamais inocenta o culpado” (v.3). Por essa razão, ele trará a vingança
contra todos aqueles que se colocam contra a sua vontade (v.2).
A cidade de Nínive, capital do império assírio, é denunciada por sua
perversidade (v.11-14). Sua autoconfiança e a numerosidade de seu
exército não a poderão livrar da destruição que se lhe abaterá em breve
(v. 12). A cidade é acusada de idolatria (v. 14) e de conceber e abrigar o
homem vil, “que maquina o mal contra o Senhor” (v.11,15),
provavelmente, uma referência a Assurbanipal, um dos mais cruéis reis
assírios. Por isso, a Assíria seria exterminada da face da terra para
sempre (v.14,15).
Com o anúncio da destruição de Nínive e o fim do império assírio, a
profecia anuncia também o fim da opressão para Judá (v. 13). O Senhor
terá misericórdia do seu povo e o libertará. As correntes serão quebradas
e o jugo que pesa sobre a nação será destruído. Virá um mensageiro que
anunciará as boas novas (grego: evangelion) de consolo e paz ao povo
(v.15).
Portanto, fica a lição aqui de que a soberania do Senhor se estende sobre
todo o universo. Ele tanto recompensa quanto pune qualquer povo ou
nação pela sua atitude diante da sua vontade. Certamente virão a punição
e o juízo sobre todos aqueles que insistem em desconsiderar sua Palavra e
transgredir suas leis.

O JUÍZO DIVINO CONTRA A NAÇÃO ÍMPIA (Na 2)


Em seguida, o profeta passa a descrever, profeticamente, a destruição da
grande cidade de Nínive. A profecia anuncia que ela será atacada,
invadida, saqueada e destruída. A cidade será inundada pelo rio (v.6) e
seus palácios serão destruídos (v.6). Do mesmo modo como os assírios
invadiram e saquearam o povo de Deus (v.2), assim também serão
invadidos e saqueados de seus bens mais preciosos (v.9). A nação invasora
nunca mais invadirá outras nações (v.13). No fim, haverá somente
“vacuidade, desolação e ruína” (v. 10).
A profecia se cumpriu de maneira exata. No ano 612 a.C., Nínive foi
invadida e destruída pelas forças militares babilônicas. Conforme os
registros históricos, quando o último rei assírio percebeu que a cidade
seria tomada, trancou-se com os seus objetos valiosos e suas esposas,
dentro de uma sala do trono, e ateou fogo em tudo.
Portanto, a Palavra do Senhor se cumprirá fiel e completamente. Tanto
as promessas de bênçãos quanto o anúncio de juízo virão sobre os seus
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destinatários no tempo certo. Não há quem possa se livrar do justo juízo
de Deus. Por mais arrogante e poderoso que um povo seja, está sob o
domínio do Senhor e, no tempo certo, será cobrado por suas maldades.

O MOTIVO DO JUÍZO DIVINO CONTRA A NAÇÃO ÍMPIA


(Na 3)
Neste capítulo, o Senhor anuncia as razões de impor tão severo castigo
sobre Nínive e o império que ela representa. Nínive era conhecida como
“cidade sanguinária”(v.1). Sua grandeza havia sido conseguida mediante a
violência, o roubo e a enganação (v.1). Além disso, a cidade é acusada de
contaminar outras nações com sua idolatria e feitiçarias (v.4). Diante do
Senhor, Nínive se apresenta como uma “bela e encantadora meretriz”, que
seduz e encaminha os povos aos seus próprios pecados (v.4-6). Porém, o
grande problema dessa nação ímpia é que “não há remédio para a sua
ferida e sua chaga é incurável”(v.19). Não há nenhuma disposição à
humilhação e ao arrependimento de sua parte diante do Senhor.
Por tudo isso, o juízo divino viria contra Nínive, na forma de invasão e
destruição (v.2,3). Seus soldados cairiam diante da espada do inimigo e
sua população seria totalmente exterminada (v.3,4). Todas as suas
fortalezas sucumbiriam diante do adversário (v.11,12) e suas portas
seriam arrombadas e queimadas (v.13). Por causa de seus pecados e de
sua prostituição, o Senhor a envergonharia diante de todas as nações
(v.5,6). Seu fim seria tão completo que nunca mais se levantaria como
nação (v.15-17). Ninguém a ajudaria (v.7) e todos que vissem o seu fim se
alegrariam da sua derrota (v.19).

CONCLUSÃO
O domínio e a soberania do Senhor se estendem a todos os povos e nações
do mundo. Isso significa que, no tempo certo, o Senhor pedirá contas de
todas as ações boas e más que tanto os indivíduos quanto as nações
praticaram. Toda ação justa e bondosa será recompensada. Por outro
lado, toda maldade, opressão e violência praticada tanto por pessoas
quanto por grupos de pessoas, receberão o justo castigo.
Seja um homem, uma mulher ou um império poderoso; quer sejamos ricos
ou pobres, famosos ou desconhecidos, poderosos ou humildes, jamais
ficaremos impunes por nossos pecados e maldades. Porém, devemos
lembrar que sempre há lugar para o arrependimento e a aceitação da
graça de Deus que se manifesta em Cristo Jesus.

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