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Números parte 2
Marcos Morgado
12/05/2023 - 03/06/2023
Números 19
Os irmãos são instruídos a respeito da confecção da chamada "água lustral", “água da
purificação”, ou “água da separação”, própria para purificar o indivíduos que tenha tocado
um cadáver.
Para tal uma novilha vermelha (ou ruiva), "sem tara nem defeito" (TEB (tara é uma
disfunção ou quebra), nunca submetida à carga ou jugo (peso nenhum, 2). O animal usado
no serviço a Deus não deveria ser usado para fins comuns.
Tal novilha seria sacrificada fora do arraial, cujas cinzas deveriam ser depositadas por
alguém não contaminado, num local adequado e puro, fora do acampamento.
Esta cinza ficaria em reserva, para uso posterior na purificação do indivíduo que tenha se
contaminado ao tocar algum corpo defunto (11-13).
O tal deveria ser espargido com a água lustral, com hissopo, para sua purificação (17-22). O
hissopo, arbusto aromático, era usado no rito de purificação.
As cinzas eram guardadas para provisão futura. O sacrifício de Cristo, superior a da novilha
é provisão perene para o perdão, mesmo tendo sido exercido há algum tempo (Hb 9:13).
Números 20
Chegando às portas de Cadesh, no deserto de Sin, próximo ao Mar Morto, o povo
despede-se da profetiza Mirian (ou Maria, Jerusalém, Pão Nosso), sepultada ali (1).
Primeiro dos três irmãos a morrer, talvez tenha sido a responsável pelo resgate do irmão
mais's novo das águas do Nilo ainda bebê (Ex 2:7). Liderou o coro feminino após a
travessia do Mar Vermelho (Ex 15:20, 21), tendo sido responsabilizada pela sedição contra
o próprio irmão, punida com lepra.
Os três irmãos tem suas mortes no mesmo ano. A profetiza Mirian, contando dez anos a
mais de idade que Moisés, em Cadesh, Arão no monte Hor e Moisés no Nebo aos 120
anos.
Por outro lado, volta o povo a contender novamente contra seu líder pelo mesmo motivo:
falta de água (2-5). A atual geração incide no mesmo pecado de murmuração que levou a
anterior aos sepulcros no deserto (13).
Se em Horeb o expediente para solucionar a falta foi ferir a rocha, a mando de Deus, desta
vez em Cadesh a orientação divina foi apenas falar-lhe (8). Na Cadesh atual há duas fontes,
cujas águas ainda brotam hoje.
Crê-se que o evento se deu no último ano de peregrinação do povo, em que morreram os
três irmãos. Quão próximo estava Moisés do destino! Quão sério é imaginar desobedecer a
Deus e apropriar-se de sua glória.
Moisés, indignado, falou de forma imprudente, após irritado seu espírito, pelo agir do povo
(10, Sl 106:32).
Foi injustamente impedido de entrar na terra? Certamente não. Veremos os 7 erros do líder
Moisés:
1. Perdeu a paciência
2. Faltou lhe a mansidão característica, irando-se.
3. Falou ao povo, e não à rocha, de forma irada, chamando-nos "rebeldes"
4. Desobedeceu à clara ordem divina
5. Feriu a rocha, ao invés de falar-lhe
6. Arrogância em produzir o milagre
7. Não glorificou a Deus
O próprio Deus considerou as ações como incredulidade e rebelião (12, Nm 27:14). Ambos
seriam sentenciados, impedidos de entrar na terra da promessa. O senhor haveria de
preparar a Israel substitutos dos líderes.
Ao chegarem ao Monte Hor, Deus revela aos irmãos a partida do mais velho, sumo
sacerdote. A razão ainda apontava o evento de rebeldia dos irmãos em Meribah, que lhes
terá alto custo (23, 24).
Antes, no entanto, as vestes de sacerdote de Arão passaria ao filho Eleazar, assim como o
ofício, para não contaminar-se com o morto. Choraram o sumo sacerdote Arão por um mês
(29).
Arão foi porta-voz do irmão a Faraó, ajudou a sustentar-lhe os braços, formou o bezerro de
ouro, foi cabeça da família sacerdotal, servindo por 40 anos neste ofício.
Anteriormente, ao achegarem-se ao território edomita, pediram permissão à passagem,
prometendo pagar pelo consumo até da água (19), porém foram proibidos pelo rei idumeu,
em prontidão com seu exército (20). Talvez houvesse temor por um povo tão numeroso
acessar sua terra.
É sempre notória a humildade mosaica, afirmando ter sido o povo liberto do Egito pela
pessoa de um anjo enviado por Deus (16) não atribuindo o fato nem citando a si mesmo,
até mesmo para não atrair a desnecessária atenção do rei a um líder organizado em meio
ao povo.
Os israelitas tiveram de rodear a terra, evento que os levará a nova murmuração e novo
castigo, o que veremos no próximo capítulo.
Números 21
O povo de Israel empreende sua viagem ao deserto, com o fito de chegar à terra prometida,
porém não sem encontrar resistência e ataque de reis e seus povos, como o de Arad, ao sul
da terra, prendendo a alguns (1).
O povo clama a Deus, fazendo votos ao Senhor, que intervindo, concedeu vitória a seu
povo (2, 3).
Partem então do monte Hor, contornando Edom, quando perdem a coragem (ou "a
paciência", Jerusalém, 4), murmurando contra Deus e Moisés, por conta ainda da falta de
alimento e água, chamando ao manah "pão detestável", ou "alimento miserável" (Pão
Nosso) ou "alimento de penúria" (Jerusalém, 5).
A resposta é a confecção de uma serpente sobre a haste, em bronze, que sararia a quem
para ela olhasse (8, 9). O Senhor Jesus atribuiu a este expediente a representação de sua
crucificação (Jo 3:14).
O objeto símbolo de cura divina foi posteriormente tomado por idolo e adorado,
queimando-lhe incenso, chamado Neustã, sendo destruído por Ezequias (2 Rs 18:4).
Números 22
A personagem ora apresentada parcialmente é uma das mais intrigantes das Escrituras.
Não é considerado um profeta do Senhor, mesmo tendo sido usado por Ele para apontar
eventos futuros referentes a Israel e o Cristo vindouro. Deixou-se, todavia, levar pela
avareza e desejo de ganho.
Tendo Israel vencido impossíveis batalhas, como a contra os amorreus, possuindo as terras
dos inimigos, acampando em seus territórios, alcançou até Jericó (1, 2), o que fez o rei
moabita e seu povo temer (3), pelo que convidou o conhecido adivinho estrangeiro, profeta
mercenário mesopotâmico do Eufrates, a fim de amaldiçoar ao povo de Deus (4-6).
Balaão ou Bileam (TEB, WLC), ּבִלְ ָ ֣עם, se intitulava o "homem de olhos abertos",
supostamente por ver coisas espirituais, embora tivesse os olhos fechados para realidades
divinas, como o anjo enviado por Deus para setencia-lo.
Financiado por moabitas e midianitas (7), revelado por Deus que não fosse com os que o
convidaram, nem amaldiçoasse o povo que não poderia sê-lo (8-12), o falso profeta cedeu
ao segundo convite, seguindo ao infame encontro com o rei moabita.
Antes de partir, o falso profeta pede permissão a Deus. Questionar a Deus o que já fora
proibido, demonstra a propensão à desobediência, e o desejo lascivo de ganho certo, em
troca de fazer ao contrário do desígnio expresso de Deus (19). O Senhor o abandona à sua
inclinação pecaminosa (20).
Não ouvindo o sábio Deus, haverá de ouvir uma estúpida jumenta, que o alerta do perigo a
que corre, podendo ter sido morto já por três vezes (33).
O rei leva o falso profeta a vislumbrar o povo de Deus do alto de um monte, com o fito de
amaldiçoá-lo (36-41), o que veremos no próximo capítulo.
Números 23
Balaão iniciará 4 oráculos ou pronunciamentos, três de bênçãos e um último profético.
O impulso religioso do adivinho simula e copia práticas como construção de altares e oferta
de sacrifícios, dando um leve verniz espiritual, porém com impulso de executar o contato da
vontade divina.
Deus tinha planos diversos de ambos, e usará o profeta para apresentar seu pensamento a
respeito de Israel (pois o Senhor usa a quem quer).
Em seu primeiro pronunciamento proferido, revela ser da Síria (região cujo nome anterior
era Aram), das montanhas de Kedem, ao norte da região (7). O nome significa “oriental”,
daí algumas traduções trazerem "dos montes do oriente" ou “das montanhas antigas”.
Importa que seja demonstrado que era um profeta estrangeiro, fora das trincheiras de Israel,
mas que poderia e seria usado por Deus. Sua questão é: "como amaldiçoar a quem Deus
não amaldiçoou?" (8)
Diz que Israel é "um povo isolado", exclusivo e seleto (9) e profetiza a favor da
descendência incalculável do povo (10). Expecta ter "a morte dos justos", longe de ser
verdade.
O rei moabita, contrariado, o move a outro lugar, como se com isso pudesse mudar a
situação (13), onde o ritual se repetiu (14-17).
Antes tinha buscado sortilégios contra Israel, por duas vezes (1), apesar de Deus tê-lo
usado para bênção de seu povo.
Quando voltou seu rosto em direção ao acampamento do povo, foi tomado pelo Espírito de
Deus (2), pronunciando a terceira predição, abençoando ao povo de Deus (3-7) com fartura
e vitória sobre seus inimigos.
Revela o sobrepujar sobre Agag, o que de dará no tempo da monarquia, por Saul e Davi.
Repete ser Israel como um "boi selvagem" (8) e "leões", repetindo a fórmula dada a Abraão
(9).
O rei moabita, irado contra Balaão, o despede, perigando reter a doação prometida ao falso
profeta, vendo a missão falhar (10, 11).
Então Balaão pronuncia suas últimas palavras, que revelam-se genuinamente proféticas,
pois Deus o quer usar.
Prediz sobre o Messias e sua vinda, assim como seu poder e feitos.
Avisa que de Israel virá uma estrela e um cetro, figuras da divindade e realeza do Messias,
embora expresse que não o contemplará nem terá comunhão com ele (17).
E profetiza justamente o que temia Balak: a derrota de sua nação (17) junto a outras
(18-24), após o que voltou à sua terra (25).
Números 25
Aproximando-se do final dos relatos do livro o autor aponta uma nota infeliz na existência do
povo de Deus.
Baal-Fegor, "Senhor de Fegor" leva seu nome do deus cananita Baal, cultuado num
possível templo em Fegor, daí Beth-Fegor, "casa de Fegor", talvez um templo cananeu,
provavelmente no lugar onde Balaão dirigiu o rei moabita a erigir altares e oferecer
sacrifícios (Nm 23:28).
Nas proximidades Israel demorou-se acampado, por tempo suficiente para aproximar-se do
povo moabita, aparentar-se e tomar mulheres para si, prostituindo-se com elas, as quais os
convidaram às práticas idolátricas, participando de refeições cultuais e adoração efetiva (2).
A ira divina acendeu-se contra Israel, e foi ordenado que fossem executados os principais
do povo, que permitiram o descaso dentre o povo (4), ao que prontamente Moisés atendeu.
Finéias, filho de Arão, e atual sumo sacerdote, sentenciou ambos no interior da tenda,
afastando a ira divina e encerrando a praga que já teria ferido milhares (6-9).
A tenda (ou alcova, literalmente um "nicho com abóbada" (Jerusalém, 8) poderia ser um
local de atendimento de cunho cultual, em meio a Israel, o que facilitaria as orgias, ou
práticas de prostituição cultual, enfraquecendo espiritualmente ao povo seleto.
A ação de Finéias, aparentemente brutal, foi decisiva para estancar o mal no meio de Israel,
fazendo cessar a corrupção do povo e a praga advinda disto. O pecado sempre será
visitado com juízo.
O ato de Finéias foi considerado por Deus expiação, oferecida por zelo (13), pelo que
confirmou seu sacerdócio, outrora já concedido à família aarônica (10-15), visto ter sido um
dos poucos a apresentar zelo prático no meio do povo.
O Senhor acrescenta que Israel terá de sentenciar os midianitas pelo engano e queda de
Peor (16-18), para o que haverão de levantar novo censo, o que veremos no próximo
capítulo.
Números 26
O Senhor, cessada praga, novamente dirige Moisés a um novo censo do povo, somando os
que estivessem em idade militar (2, 4)
Desta vez é auxiliado pelo sobrinho Eleazar, em lugar de seu pai, Arão, já falecido (1, 2).
No capítulo ainda são registradas as ordens referentes à divisão da terra (52-56), igualitária,
feita por sortes lançadas, excetuando as famílias levíticas (62).
Números 27
Surge um caso particular envolvendo a herança de terra deixada por Selofhad (TEB),
Zelofeade (Vida Nova), Salfaad (Pão Nosso, Jerusalém), um israelita sem filhos homens.
As seis filhas requisitaram a devida herança, o que levou Moisés a buscar em Deus a
resposta, que assegurou a elas o direito, estabelecendo leis a este respeito (7-11),
ampliadas ao início do último capítulo deste livro, em Nm 36:1-13.
O Senhor ordena a seu líder Moisés subir o Nebo, monte de Pisga, da região do Abarim,
onde morrerá, após ter a visão de toda a terra (12-14).
A preocupação do líder é a sucessão, preocupado com o povo que deixará (15-17), sendo
dirigido por Deus a separar ao seu já auxiliar Josué, homem espiritual, obediente e humilde,
impondo as mãos sobre ele, diante do sacerdote Eleazar de todo povo, comunicando-lhe a
autoridade, agora como cabeça da comunidade de Israel (18-23).
Números 28
Retomando a liturgia de Lv 23, são dadas as disposições das leis referentes aos sacrifícios
em várias oportunidades, com seus respectivos itens principais e ofertas vegetais
específicas para cada ocasião.
Especificamente na Páscoa não haveria sacrifício público, mas o que deveria ser ministrado
unicamente no âmbito familiar (16), conforme disposto em Ex 12:1-11.
Por sete vezes é dito que os holocaustos seriam contínuos, indicando nossas vidas serem
uma perpétua comemoração.
Números 29
Prosseguindo no assunto do capítulo anterior, referente às festas do Senhor, são
apresentadas leis a respeito das outras três festas comemorativas em Israel, Trombetas
(1-6), Expiação ou das Expiações (7-11) e Tabernáculos ou Tendas (12-39), em que seria
igualmente vedado qualquer trabalho.
A primeira versa sobre o uso de instrumentos de chifre de carneiro para soar como alerta e
convocação ao ajuntamento da comunidade separada de Israel. Anteriormente era uma
festa de cunho militar, em honra a Yahweh, também considerada Festa das Aclamações,
no que seria o início do ano. Então seria oficiado o serviço com ofertas e sacrifícios
descritos aqui (1-6).
No mesmo mês haveria a festa da Expiação (7-12), por sete dias de humilhação, aflição e
perdão (7).
Por último, a maior das festas anuais do povo, a festa das Tendas que fazia recordação do
habitar do povo no deserto após o livramento da servidão do Egito (Lv 23), posteriormente
comemorada com cabanas armadas rusticamente ao redor do templo de Jerusalém.
Números 30
Deus dá a Moisés duas difíceis ordens, que o líder haverá de obedecer. Preparar o povo
para a guerra contra os midianitas e depois "reunir-se" ao seu povo, ou seja, morrer. Guerra
e morte. Duas realidades a que o líder enfrentará, com a graça de Deus.
A narrativa é retomada desde Nm 25, quando recebeu as ordens de atacar o povo que
prejudicou Israel.
Moisés separa mil soldados de cada tribo de Israel, que juntos ao sacerdote Finéias,
levando objetos sagrados, batalharam contra Midian, vencendo-os (5-7), sentenciando a
cinco reis e Balaão, o falso profeta (8), não se perdendo nenhum de Israel (49).
Deus ordena o cômputo do butim (ou espólio de guerra), sendo compartilhado por todos,
comunidade, sacerdote e levitas (25-30).
Números 31
Deus dá a Moisés duas difíceis ordens, que o líder haverá de obedecer. Preparar o povo
para a guerra contra os midianitas e depois "reunir-se" ao seu povo, ou seja, morrer. Guerra
e morte.
A narrativa é retomada desde Nm 25, quando recebeu as ordens de atacar o povo que
prejudicou Israel.
Moisés separa mil soldados de cada tribo de Israel, que juntos ao sacerdote Finéias,
levando objetos sagrados, batalharam contra Midian, vencendo-os (5-7), sentenciando a
cinco reis e Balaão, o falso profeta (8), não se perdendo nenhum de Israel (49).
Deus ordena o computo do butim ou espólio de guerra, sendo compartilhado por todos,
comunidade, sacerdote e levitas (25-30).
Números 32
Ocorre um impasse a ser resolvido pelas tribos de Gade e de Rúben diante Moisés, Eleazar
e os líderes de Israel, a respeito da posse antecipada de terras desejadas pela tribos (2-5),
próprias para criação do gado que possuíam (1).
Tais terras situavam-se na região conhecida por Transjordânia, faixa de terra vertical à
direita do Rio Jordão.
Moisés lhes recorda o evento em que os espias desanimaram com incredulidade ao povo,
sendo sentenciados pelo Senhor (6-13). E os alerta para o perigo de fazerem o mesmo
(14-15).
Asseguraram ao líder que auxiliariam ao povo na guerra, após o que retornariam à posse de
suas terras (16-18, 26-27).
Números 33
Então é descrito, por ordem do Senhor (2) o itinerário do povo de Israel desde sua saída do
Egito até o Jordão, com suas quarenta etapas, ou paradas, como um diário conciso dos
quarenta anos de peregrinação do povo de Israel.
Saíram no dia seguinte à primeira Páscoa (3), com todo o itinerário sendo descrito com
detalhes importantes e comemorativos.
Com uma pausa na narrativa, é recordado o local da morte do sacerdote Arão, o monte Hor
(37-39), cerca de quarenta anos depois da saída do Egito.
Foi ordenado por Deus a expulsão dos habitantes locais e destruição de seus ídolos e
lugares de culto idolátrico (50-53), com a partilha justa da terra entre as tribos (54), sob
pena, caso contrário, de serem prejudicados pelos mesmos, e julgados por Deus (55, 56).
Números 34
Moisés chega a um momento divisório para o povo, a tão aguardada recepção da terra, a
qual deveria ser partilhada entre as tribos de Israel.
O presente capítulo versa sobre os limites desta terra, que será partilhada num futuro
próximo, devidamente ordenada e organizada pelo Senhor, discriminando o tamanho de
cada herança pelo tamanho da tribo que a haverá de receber.
Neste curto capítulo por dez vezes é usado a expressão "limite" ou equivalente. As
conquistas de Israel, não eram feitas à vontade, porém estavam limitadas pelo Senhor, não
devendo estar aquém ou além do estipulado por Ele. Nem menos ou mais.
Deus mesmo estipula os limites, usando elementos naturais como divisas, como a
meridional (ao Sul, abaixo), o deserto de Sin até o Mar morto (ou Mar de sal, TEB, 3, 12), a
ocidental (oeste, à esquerda), o mar mediterrâneo (Grande Mar, TEB, 6), a oridental (leste,
à direita), o rio Jordão, até o Mar Morto (10), e a setentrional (Norte, acima), o monte Hor, e
o Mar da Galiléia (Kineret, TEB,11).
Estas seriam as fronteiras e os limites concedidos e ordenados pelo Senhor a Israel por
Moisés.
Estas informações são absolutamente importantes para o povo e para a narrativa bíblica
porque foram os termos das escrituras de posse de Deus a seu povo (Nm 33.53).
Deus, o Senhor sobre o povo, lança mão do direito de estipular a terra que dará. Ele os tirou
do Egito, os conduziu e preservou no deserto até Canaã, livrou-os dos inimigos, os dando
vitória, e concede a terra em que habitarão.
Ele estipula seus limites e presidirá sua partilha, através de homens, indicados divinamente
como novos líderes das dez tribos que ainda não haviam recebido herança, conduzidos
pelo sacerdote Eleazar e o futuro líder Josué (16-29).
Números 35
Às portas de Jericó, já na planície de Moab, Moisés recebe de Deus a ordem a ser dada ao
povo de Israel de separar cidades aos levitas e outras a ser destinadas aos homicidas
involuntários, impedindo a vingança contra alguém que praticasse um homicídio culposo,
sem intenção de matar.
Outras seis cidades (13) três em cada lado do Jordão (14), seriam separadas aos homicidas
involuntários (11, 15, 22-24), onde poderiam refugiar-se e proteger-se, permanecendo,
obrigatoriamente até a morte do sumo sacerdote (25, 28),
Três cidades se situavam ao leste (esquerda) do Rio Jordão (Bezer, Ramoth e Golan,
destinadas às tribos de Rúben, Gade e parte da de Manassés), e três ao oeste (Hebrom,
Sikém e Kedes, para as demais tribos).
O homicida voluntário ou assassino seria julgado unicamente após o testemunho de três
pessoas, sem compensação, julgamento que seria tomado como restabelecimento da
justiça e expiação da terra (30-34).
Às portas das cidades o suspeito poderia apresentar-se aos anciãos, provando sua
inocência, a falta de intenção de assassinio, e a involuntariedade da morte a que estaria
envolvido.
O Senhor volta a instruir ao povo sobre a separação e distribuição das cidades através de
Josué (Js 20.1-6).
Números 36
Encerrando o livro, neste último e curto capítulo são dadas leis referentes às heranças das
tribos de Israel, dadas aos descendentes.
A ocasião parece ser a mesma das prescrições a respeito das cidades levíticas e de
refúgio, pois as ordens são dadas no mesmo lugar (13).