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EBD 05 JUSTIFICAÇÃO E RECONCILIAÇÃO

TEXTO BÍBLICO: ROMANOS 5 | TEXTO ÁUREO: ROMANOS 5.12


SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO DOMINGO
ROMANOS ROMANOS ROMANOS ROMANOS ROMANOS ROMANOS ROMANOS
5.1-3 5.4-6 5.7-9 5.10-11 5.12-15 5.16-18 5.19-21
e você já teve a triste situação de se envolver em um conflito de
relacionamento de grandes proporções, sabe que é mais fácil perdoar a
pessoa do que voltar a se envolver diretamente com ela. Isso se deve ao
fato de que, muitas vezes, há uma quebra de confiança que acaba por
levantar muralhas difíceis de serem transpostas.
Ao pensar no histórico do relacionamento do homem com Deus, Paulo
mostrou como a salvação em Cristo Jesus era o aríete que derrubava a
barreira relacional entre o homem e a humanidade. Antes, o pecado do
homem o mantinha afastado do Senhor. Agora, justificado por sua fé, o
homem podia novamente se relacionar com seu Pai celestial.

O INÍCIO DA SEPARAÇÃO
Paulo, no versículo 1, inicia sua elaboração sobre o tema falando que ,
agora que o homem havia sido justificado pela sua fé em Cristo, ele tinha
paz com Deus. Isso denota que, anteriormente, o homem estava
completamente afastado de Deus por causa de seu estado pecaminoso..
O relato de Gênesis 3 apresenta a causa desta separação. Ao comer do
fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, Adão não havia apenas
desobedecido à ordem direta de Deus, mas cedido à tentação de ser como
Deus (Gen 3.5). Esse desejo por pretensa liberdade de pensamento levou
o homem a se afastar de deus, fugindo de vergonha por encontrar-se nu
(Gen. 3.10) e da sua responsabilidade por sua fraqueza [Gen 3.12.13] . A
relação de confiança e intimidade entre criador e criatura havia se
partido. não havia mais como manter o estado anterior, por isso, deus
expulsou o homem e a mulher do paraíso.
A partir daí, vemos como o afastamento entre o homem e deus gerou
inúmeras desgraças. por causa da inveja, ocorreu o primeiro fraticio da
historia [Gen 4]. por causa do alastramento da maldade, Deus destruiu
quase completamente a humanidade [Gen 6.7] por causa da arrogância e
do desejo de grandeza, Deus espalhou a humanidade pela terra [Gen 11]. o

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pecado trazia consequências, e a distancia entre o homem e Deus foi
gradualmente aumentando.
Mesmo após Deus se revelar novamente ao homem e formar um povo só
para si. a partir da descendência de Abrão, Isaque e Jacó em diversas
ocasiões vemos o homem sucumbindo ao pecado da desobediência e
insubordinação ao Senhor, substituindo-o por imagens de falsas
divindades, como bezerro de ouro no Sinai [Ex 32], as inúmeras quedas
durante o período dos juízes [Jz 3:7; 10.6] e a construção dos templos
idolatras de Dã e bete [1 Rs 12.25-33]. O ímpeto humano de afastar do
Senhor, causado pela escravidão do pecado e pelo desejo de atender aso
desejos da carne, permaneceu forte.

INICIATIVA DIVINA PELA RECONCILIAÇÃO


É interessante, porem, perceber que mesmo sendo a parte ofendida da
relação, por causa da vontade humana pela independência, Deus sempre
demonstrou interesse pela reconciliação.
Quando Deus expulsou o homem do paraíso, Deus deu condições mínimas
de sobrevivência eles, fazendo-lhes uma vestimenta de peles [Gên. 3.21].
Ao decidir destruir a humanidade por causa de sua maldade, Deus deu a
Noé a planta e as medidas para construção da arca [Gên. 6.14-16]. No
período dos juízes, sempre que o povo era escravizado por nações
estrangeiras e clamava por perdão, Deus enviava um grande líder para
liberta-lo do jugo opressor [Jz. 3.9,15;6.14]. Durante o período da
monarquia, deus usou profetas para alertar o povo de sues pecados, ou
seja, não importasse o grau do desvio, deus buscava sempre se relacionar
novamente com seu povo, dando a ele todas as condições para o
arrependimento.
Por isso, não nos surpreende que Deus tenha tomado novamente a
iniciativa para alcançar a humanidade ao enviar seu filho Jesus para se
sacrificar por nossos pecados.

Esse ato demonstra a infinitude do amor de Deus por nós, pois efetivou
seu ato redentor mesmo sem merecermos, por estarmos ainda em estado
pecaminoso (Rm 5.7,8). Tal iniciativa nos constrange, pois nos faz pensar
no que nos impede de retornar à casa do Pai.

OS EFEITOS DA RECONCILIAÇÃO

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Para Paulo, recuperar o relacionamento com Deus, por meio da fé em
Jesus Cristo, traz benefícios claros. O efeito prático da reconciliação com o
Senhor é a paz com Deus (v. 1), que nos permite novamente ser
acompanhado e aconselhado por ele. Com isso, "nos gloriamos na
esperança da glória de Deus. E não somente isso, mas também nos
gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz perseverança, e
a perseverança, a aprovação, e a aprovação, a esperança" (v. 2b-4)..
Isso explica por que conseguimos enfrentar os problemas desta vida de
forma mais tranquila do que aqueles que nos rodeiam. Para as pessoas
que vivem ainda em meio às trevas espirituais, as crises que enfrentamos
no nosso dia a dia se avolumam a ponto de tirar nosso fôlego, como se
estivéssemos sendo tragados para um buraco escuro de onde não
conseguimos sair. A falta de esperança no porvir que, muitas vezes, leva à
depressão, é causada pelo sentimento de abandono que nos assola quando
nos vemos sozinhos em um mundo onde cada um deseja se aproveitar do
outro para saciar suas vontades..
Por outro lado, aquele que mantém sua fé firmada em Jesus Cristo passa a
receber orientação e sustento da parte de Deus por meio do Espírito
Santo, que habita em nós no momento de nossa conversão (Ef 1.13). Em
momentos de dúvida sobre para onde ir, saber que temos um amigo que
pode todas as coisas e vê todos os caminhos, nos direcionando a trilhas
que nem conseguimos vislumbrar, é algo maravilhoso e nos traz enorme
segurança. Daí nos gloriarmos nas tribulações, pois são apenas uma forma
de nos aproximar do Senhor e aperfeiçoar nossa fé ao exercitar nossa total
confiança nele..

A GRAÇA SUPERABUNDANTE
Paulo encerra este trecho falando sobre a graça de Deus manifestada no
sacrifício de Cristo. Graça é "favor imerecido". Nós merecíamos a morte,
por causa de nossas transgressões, porém, Deus, na sua infinita
misericórdia, desejando se relacionar com o homem, reconstruiu as bases
desse relacionamento por meio de Jesus.
Esse único ato é suficiente para expiar nossos pecados, pois foi por um
único ato de desobediência que o pecado entrou no mundo (v. 17,19). Foi
por meio de uma pessoa, Adão, que a humanidade inteira caiu e se
afastou. de Deus. Logo, bastou o ato de uma pessoa, Jesus, para
reaproximar os dois lados.
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Cabe ressaltar, porém, que Paulo informa que, pela obediência de Jesus,
que aceitou seguir os planos de Deus até o fim, muitos seriam salvos.
Muitos, porém, não são todos. Ou seja, Paulo sabia que, mesmo com
tamanha demonstração do amor de Deus, nem toda a humanidade
aceitaria se reconciliar com o Pai. Muitos permaneceriam nas trevas, por
livre e espontânea vontade. Isso, porém, não deve nos fazer esquecer que
todos são alvos da graça de Deus, pois, afinal, todos somos, em última
instância, pecadores.

CONCLUSÃO
Saber que temos um Deus que está sempre disposto a se relacionar
conosco e perdoar os nossos pecados é algo que traz uma enorme
tranquilidade para o cristão. Viver no tempo da graça significa que
podemos ter uma vida livre da preocupação com a ira divina, pois o
sangue de Jesus nos purificou dos nossos pecados e nos trouxe condições
de restaurar nosso relacionamento com ele. Não há por que adiar esta
decisão, pois Deus quer nos abençoar neste exato momento.
O estado de pecado nos leva a nos afastarmos constantemente dos
caminhos do Senhor. Neste estado, vemos as paixões da carne como
empecilhos para aceitarmos Cristo. Álcool, cigarro, drogas, sexo
extraconjugal, pornografia, o desejo por tais vícios toma nossas
consciências de tal forma que passamos a ver o relacionamento com Deus
como algo opressor, não nos permitindo dar vazão a nossos desejos. Tudo
isso, porém, não passa de uma cortina de fumaça, ocultando de nós o fato
de que a vida com Deus nos liberta destes e de outros vícios, concedendo a
nós a verdadeira liberdade de escolher o padrão de Cristo como fio
condutor da nossa vida.
É inquietante saber que há pessoas neste mundo que morrerão sem
aceitar a reconciliação oferecida por Deus em Jesus Cristo. É inconcebível
para nós que pessoas prefiram viver sem esperança a dura caminhada
desta vida. Porém, isso não deve esmorecer nossos esforços missionários,
pois, como diz Paulo no final do capítulo, onde o pecado abunda, a graça
supera bunda. Sejamos, então, canais desta graça para as pessoas ao nosso
redor, para que a luz de Cristo ilumine mais vidas e levá-Ias de volta à casa
do Pai.

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