Você está na página 1de 4

EBD 03 ESPERANÇA EM MEIO AO CAOS

TEXTO BÍBLICO: MIQUEIAS 5-7


“Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que
pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus?”
(Miquéias 6.8)
SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO DOMINGO
MIQUÉIAS MIQUÉIAS MIQUÉIAS MIQUÉIAS MIQUÉIAS MIQUÉIAS MIQUÉIAS
5.1-8 5.9-15 6.1-8 6.9-16 7.1-7 7.8-15 7.16-20

ivendo em uma sociedade pervertida e corrupta como a nossa,


podemos facilmente perder a esperança. Se tirarmos os nossos olhos do
alto e olharmos somente para baixo, desenvolveremos uma visão
pessimista da realidade ao nosso redor. Isso nos levará a achar que “tudo
está perdido”; que nenhuma ação de justiça que vise a melhoria da
situação das pessoas é válida. Por outro lado, também não podemos ser
tão otimistas a ponto de pensar que, mediante seus próprios recursos e
esforços, a sociedade encontrará um caminho para a justiça e a paz eterna.
É necessário que mantenhamos o equilíbrio entre otimismo e pessimismo,
entre ativismo e passividade. É importante que nossa atitude esteja
pautada na vontade do Senhor e que nossas ações estejam fundamentadas
totalmente na Palavra de Deus.
A JUSTIÇA DO SENHOR E A INJUSTIÇA NA NAÇÃO (Mq 6)
Neste capítulo, a mensagem é apresentada na forma de um processo
jurídico, no qual o Senhor é o demandante e o povo é o réu, tendo os
montes e os outeiros como testemunhas (v.1,2). O Senhor apresenta seus
atos de salvação e libertação realizados em prol do seu povo (v.3-5).
Todavia, a todos "os atos de justiça do SENHOR" (v.5), Israel tem
respondido com injustiça e ingratidão. Aos atos de bondade e
misericórdia de Deus, a nação tem respondido com corrupção, impiedade
e violência. O Senhor acusa especialmente os ricos de serem ímpios e de
terem acumulado tesouros por meio da prática da corrupção e da
violência (v.9-12). Eles roubam por meio de suas balanças e instrumentos
de medição falsos (v.10,11). Suas riquezas foram adquiridas por meio da
violência, de mentiras e engano (v.12).
Diante das ações corruptas e perversas da nação, o Senhor decreta a
sentença contra o seu povo (v. 13-16). Os bens materiais, pelo que tanto
PAG. 01
almejaram e lutaram, lhes serão arrancados. Eles trocaram Deus pelas
coisas terrenas, mas estas não lhes poderão livrar do juízo que se lhes
abaterá em breve (v. 14). Mesmo o trabalho que realizarem não
prosperará, pois o Senhor não os abençoará (v. 15).
Estas advertências nos mostram que não podemos colocar a nossa
confiança nas coisas terrenas, pois elas são muito instáveis para nos dar
segurança. Geralmente, no momento que mais precisamos delas, não
podem nos ajudar. Trocar o Senhor por coisas materiais é completa
loucura, pois elas não podem nos acompanhar para a eternidade. Somente
no Senhor devemos depositar a nossa confiança. Ele deve ser a razão
última de toda nossa existência.
O QUE O SENHOR REQUER DO SEU POVO (Mq 6.6-8)
Este é um dos textos mais interessantes das Escrituras, pois, diante de
tantos mandamen-tos e exigências, ele descreve claramente a essência do
que o Senhor requer de nós. O profeta inicia com uma séria de perguntas
retóricas que revelam o que não é o que, de fato, agrada a Deus. Fica
claro que, diante do nosso pecado, não são os sacrifícios e ofertas, por
mais numerosos e suntuosos, o que Deus exige de nós (v. 6,7).
O Senhor alista explicitamente o que requer de nós, a fim de que
usufruamos da comunhão com ele (v.8). São três ações (pratiques, ames e
andes) que devem nortear toda nossa conduta:
1) “Pratiques a justiça”. Esta ação está relacionada ao nosso caráter.
Todas as nossas ações e comportamentos devem ser íntegros e corretos.
A palavra hebraica usada aqui é mishpãt, que expressa a ideia de uma vida
pautada pela prática do que é justo e correto. Porém, a palavra também
está relacionada ao modo justo de julgar e governar, dirigindo-se,
portanto, aos líderes da nação.
2) “Ames a misericórdia”. A palavra hebraica hesed refere-se
normalmente à relação entre duas pessoas, na qual uma delas se encontra
em situação inferior ou de necessidade. A palavra pode ser traduzida
como “misericórdia”, “amor”, “graça”, “compaixão”. Como filhos de Deus,
precisamos imitá-lo nas atitudes de misericórdia e compaixão diante
daqueles que sofrem ou padecem necessidades. Como nos exorta Tiago
(2.15-17), esta atitude não pode ficar apenas na teoria, mas precisa se
manifestar em atitudes práticas de auxílio ao próximo.
3) “Andes humildemente com o teu Deus”. Esta ação se relaciona à
nossa atitude diante de Deus. Como nos ensina o apóstolo Pedro: “Deus
resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça” (1Pe
PAG. 02
5.5b). Não podemos ter comunhão com Deus, mantendo atitudes de
orgulho, arrogância e soberba. A humildade sincera deve caracterizar a
nossa atitude diante do Senhor.
Portanto, para termos genuína comunhão com Deus precisamos manter
uma vivência pessoal caracterizada pela prática do que é justo e correto,
uma relação com os nossos semelhantes com base no amor e na
misericórdia e uma atitude de sincera humildade diante do Senhor.
Somente assim ele se agradará do que lhe oferecermos como oferta e
sacrifício.
A CORRUPÇÃO GERAL DA HUMANIDADE (Mq 7.1-6)
Embora o Senhor tenha apontado claramente o que requer do ser
humano, este não consegue viver à altura do que Deus deseja. O profeta
descreve um quadro de completa degradação, não apenas por parte de
Israel, mas de todo ser humano. A descrição é bem tenebrosa, porém,
real. Pela boca do profeta, o Senhor se queixa de que “não há entre os
homens um que seja reto”(v.2); “o melhor deles é como um espinheiro; o
mais reto é pior do que uma sebe de espinhos”(v.4). Todos estão
conluiados para praticarem a injustiça e a maldade (v.3).
Mais uma vez, o profeta descreve ações de violência (v.2), falsidade (v.5),
traição (v.2) e corrupção (v.3) engendradas principalmente pelos ricos e
poderosos. A maldade encontra-se tão generalizada que atingiu os
fundamentos da sociedade, corroendo até as relações familiares mais
íntimas entre pai e filho, mãe e filha, nora e sogra (v. 6).
Este texto se assemelha à descrição da situação pecaminosa do homem
sem Cristo feita pelo apóstolo Paulo em Romanos 3.10-18. Os textos
enfatizam que o homem se encontra completamente corrompido,
escravizado em seus delitos e pecados e, portanto, caminhando para a
completa destruição. Sua única saída é receber a graça de Deus, que se
manifesta atualmente pela obra expiatória do Senhor Jesus.
A ESPERANÇA DE RESTAURAÇÃO EM MEIO À DESOLAÇÃO
(Mq 7.7-20)
Diante do quadro de corrupção e depravação generalizada, o profeta
expressa um lampejo de fé e esperança (v. 7). Porém, ele não olha para a
capacidade e empreendimentos humanos, mas para a ação salvífica do
Senhor (v.8,9). Fundamentado nesta esperança, ele anuncia a humilhação
e destruição dos inimigos (v.10), bem como a restauração do povo de
Deus à sua própria terra (v.11,12). As nações opressoras e arrogantes
PAG. 03
também serão abatidas e humilhadas (v.16,17). O Senhor mesmo
conduzirá e apascentará o seu povo (v. 14,15).
Embora seja necessário o juízo divino (v.13), a esperança do profeta se
fundamenta completamente na misericórdia e na graça do Senhor (v.18-
20). Será na base desta misericórdia que Deus perdoará o seu povo por
suas iniquidades (v.18), tornará a ter compaixão dele (v.19) e o salvará
por causa de suas santas promessas (v.20). Portanto, a salvação não se
baseia nas capacidades e habilidades humanas, mas inteiramente no
caráter e nas ações de Deus.
A VINDA DO REI PROMETIDO (Mq 5.2-15)
A libertação e a salvação do povo de Deus virão por meio do Rei Ungido
(Meshiah) que o Senhor designou para tal. De acordo com a profecia de
Miquéias, ele procederá de Belém, a cidade de Davi (v.2). Sua vinda e
atuação trarão três benefícios para o povo de Deus:
1) A restauração (v.3,4). Todo o povo de Deus será restaurado à sua
própria terra (v.3). Como representante do próprio Deus, ele apascentará
o seu povo em paz e segurança (v.4).
2) A libertação (v.5-9). O povo de Deus será libertado daqueles que os
oprimem (v.5,6) e de todos os seus inimigos (v.7-9).
3) A purificação (v.9-15). O Senhor eliminará a violência (v.10,11), a
feitiçaria (v.12) e a idolatria (v.13,14) da nação.
Essas profecias de libertação, purificação e salvação só se cumpriram
plenamente com a vinda do Senhor Jesus (v.2). Todavia, não se
cumpriram completamente durante sua primeira vinda e aguardam a sua
manifestação em poder e glória no final dos tempos.
CONCLUSÃO
Portanto, embora a corrupção, a violência e a injustiça pareçam
prevalecer em nossa sociedade contemporânea, a Palavra de Deus nos
confronta com a esperança de purificação, libertação e salvação porvir.
Estas virão através do Rei Ungido, que estabelecerá o reino de Deus.
Este será um tempo de justiça, paz e harmonia eternas. Neste tempo, não
haverá mais guerra, injustiça ou opressão, pois o Senhor “lhes enxugará
dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem
pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap. 21.4).
Maranatha.

PAG. 04

Você também pode gostar