“Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus?” (Miquéias 6.8) SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO DOMINGO MIQUÉIAS MIQUÉIAS MIQUÉIAS MIQUÉIAS MIQUÉIAS MIQUÉIAS MIQUÉIAS 5.1-8 5.9-15 6.1-8 6.9-16 7.1-7 7.8-15 7.16-20
ivendo em uma sociedade pervertida e corrupta como a nossa,
podemos facilmente perder a esperança. Se tirarmos os nossos olhos do alto e olharmos somente para baixo, desenvolveremos uma visão pessimista da realidade ao nosso redor. Isso nos levará a achar que “tudo está perdido”; que nenhuma ação de justiça que vise a melhoria da situação das pessoas é válida. Por outro lado, também não podemos ser tão otimistas a ponto de pensar que, mediante seus próprios recursos e esforços, a sociedade encontrará um caminho para a justiça e a paz eterna. É necessário que mantenhamos o equilíbrio entre otimismo e pessimismo, entre ativismo e passividade. É importante que nossa atitude esteja pautada na vontade do Senhor e que nossas ações estejam fundamentadas totalmente na Palavra de Deus. A JUSTIÇA DO SENHOR E A INJUSTIÇA NA NAÇÃO (Mq 6) Neste capítulo, a mensagem é apresentada na forma de um processo jurídico, no qual o Senhor é o demandante e o povo é o réu, tendo os montes e os outeiros como testemunhas (v.1,2). O Senhor apresenta seus atos de salvação e libertação realizados em prol do seu povo (v.3-5). Todavia, a todos "os atos de justiça do SENHOR" (v.5), Israel tem respondido com injustiça e ingratidão. Aos atos de bondade e misericórdia de Deus, a nação tem respondido com corrupção, impiedade e violência. O Senhor acusa especialmente os ricos de serem ímpios e de terem acumulado tesouros por meio da prática da corrupção e da violência (v.9-12). Eles roubam por meio de suas balanças e instrumentos de medição falsos (v.10,11). Suas riquezas foram adquiridas por meio da violência, de mentiras e engano (v.12). Diante das ações corruptas e perversas da nação, o Senhor decreta a sentença contra o seu povo (v. 13-16). Os bens materiais, pelo que tanto PAG. 01 almejaram e lutaram, lhes serão arrancados. Eles trocaram Deus pelas coisas terrenas, mas estas não lhes poderão livrar do juízo que se lhes abaterá em breve (v. 14). Mesmo o trabalho que realizarem não prosperará, pois o Senhor não os abençoará (v. 15). Estas advertências nos mostram que não podemos colocar a nossa confiança nas coisas terrenas, pois elas são muito instáveis para nos dar segurança. Geralmente, no momento que mais precisamos delas, não podem nos ajudar. Trocar o Senhor por coisas materiais é completa loucura, pois elas não podem nos acompanhar para a eternidade. Somente no Senhor devemos depositar a nossa confiança. Ele deve ser a razão última de toda nossa existência. O QUE O SENHOR REQUER DO SEU POVO (Mq 6.6-8) Este é um dos textos mais interessantes das Escrituras, pois, diante de tantos mandamen-tos e exigências, ele descreve claramente a essência do que o Senhor requer de nós. O profeta inicia com uma séria de perguntas retóricas que revelam o que não é o que, de fato, agrada a Deus. Fica claro que, diante do nosso pecado, não são os sacrifícios e ofertas, por mais numerosos e suntuosos, o que Deus exige de nós (v. 6,7). O Senhor alista explicitamente o que requer de nós, a fim de que usufruamos da comunhão com ele (v.8). São três ações (pratiques, ames e andes) que devem nortear toda nossa conduta: 1) “Pratiques a justiça”. Esta ação está relacionada ao nosso caráter. Todas as nossas ações e comportamentos devem ser íntegros e corretos. A palavra hebraica usada aqui é mishpãt, que expressa a ideia de uma vida pautada pela prática do que é justo e correto. Porém, a palavra também está relacionada ao modo justo de julgar e governar, dirigindo-se, portanto, aos líderes da nação. 2) “Ames a misericórdia”. A palavra hebraica hesed refere-se normalmente à relação entre duas pessoas, na qual uma delas se encontra em situação inferior ou de necessidade. A palavra pode ser traduzida como “misericórdia”, “amor”, “graça”, “compaixão”. Como filhos de Deus, precisamos imitá-lo nas atitudes de misericórdia e compaixão diante daqueles que sofrem ou padecem necessidades. Como nos exorta Tiago (2.15-17), esta atitude não pode ficar apenas na teoria, mas precisa se manifestar em atitudes práticas de auxílio ao próximo. 3) “Andes humildemente com o teu Deus”. Esta ação se relaciona à nossa atitude diante de Deus. Como nos ensina o apóstolo Pedro: “Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça” (1Pe PAG. 02 5.5b). Não podemos ter comunhão com Deus, mantendo atitudes de orgulho, arrogância e soberba. A humildade sincera deve caracterizar a nossa atitude diante do Senhor. Portanto, para termos genuína comunhão com Deus precisamos manter uma vivência pessoal caracterizada pela prática do que é justo e correto, uma relação com os nossos semelhantes com base no amor e na misericórdia e uma atitude de sincera humildade diante do Senhor. Somente assim ele se agradará do que lhe oferecermos como oferta e sacrifício. A CORRUPÇÃO GERAL DA HUMANIDADE (Mq 7.1-6) Embora o Senhor tenha apontado claramente o que requer do ser humano, este não consegue viver à altura do que Deus deseja. O profeta descreve um quadro de completa degradação, não apenas por parte de Israel, mas de todo ser humano. A descrição é bem tenebrosa, porém, real. Pela boca do profeta, o Senhor se queixa de que “não há entre os homens um que seja reto”(v.2); “o melhor deles é como um espinheiro; o mais reto é pior do que uma sebe de espinhos”(v.4). Todos estão conluiados para praticarem a injustiça e a maldade (v.3). Mais uma vez, o profeta descreve ações de violência (v.2), falsidade (v.5), traição (v.2) e corrupção (v.3) engendradas principalmente pelos ricos e poderosos. A maldade encontra-se tão generalizada que atingiu os fundamentos da sociedade, corroendo até as relações familiares mais íntimas entre pai e filho, mãe e filha, nora e sogra (v. 6). Este texto se assemelha à descrição da situação pecaminosa do homem sem Cristo feita pelo apóstolo Paulo em Romanos 3.10-18. Os textos enfatizam que o homem se encontra completamente corrompido, escravizado em seus delitos e pecados e, portanto, caminhando para a completa destruição. Sua única saída é receber a graça de Deus, que se manifesta atualmente pela obra expiatória do Senhor Jesus. A ESPERANÇA DE RESTAURAÇÃO EM MEIO À DESOLAÇÃO (Mq 7.7-20) Diante do quadro de corrupção e depravação generalizada, o profeta expressa um lampejo de fé e esperança (v. 7). Porém, ele não olha para a capacidade e empreendimentos humanos, mas para a ação salvífica do Senhor (v.8,9). Fundamentado nesta esperança, ele anuncia a humilhação e destruição dos inimigos (v.10), bem como a restauração do povo de Deus à sua própria terra (v.11,12). As nações opressoras e arrogantes PAG. 03 também serão abatidas e humilhadas (v.16,17). O Senhor mesmo conduzirá e apascentará o seu povo (v. 14,15). Embora seja necessário o juízo divino (v.13), a esperança do profeta se fundamenta completamente na misericórdia e na graça do Senhor (v.18- 20). Será na base desta misericórdia que Deus perdoará o seu povo por suas iniquidades (v.18), tornará a ter compaixão dele (v.19) e o salvará por causa de suas santas promessas (v.20). Portanto, a salvação não se baseia nas capacidades e habilidades humanas, mas inteiramente no caráter e nas ações de Deus. A VINDA DO REI PROMETIDO (Mq 5.2-15) A libertação e a salvação do povo de Deus virão por meio do Rei Ungido (Meshiah) que o Senhor designou para tal. De acordo com a profecia de Miquéias, ele procederá de Belém, a cidade de Davi (v.2). Sua vinda e atuação trarão três benefícios para o povo de Deus: 1) A restauração (v.3,4). Todo o povo de Deus será restaurado à sua própria terra (v.3). Como representante do próprio Deus, ele apascentará o seu povo em paz e segurança (v.4). 2) A libertação (v.5-9). O povo de Deus será libertado daqueles que os oprimem (v.5,6) e de todos os seus inimigos (v.7-9). 3) A purificação (v.9-15). O Senhor eliminará a violência (v.10,11), a feitiçaria (v.12) e a idolatria (v.13,14) da nação. Essas profecias de libertação, purificação e salvação só se cumpriram plenamente com a vinda do Senhor Jesus (v.2). Todavia, não se cumpriram completamente durante sua primeira vinda e aguardam a sua manifestação em poder e glória no final dos tempos. CONCLUSÃO Portanto, embora a corrupção, a violência e a injustiça pareçam prevalecer em nossa sociedade contemporânea, a Palavra de Deus nos confronta com a esperança de purificação, libertação e salvação porvir. Estas virão através do Rei Ungido, que estabelecerá o reino de Deus. Este será um tempo de justiça, paz e harmonia eternas. Neste tempo, não haverá mais guerra, injustiça ou opressão, pois o Senhor “lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap. 21.4). Maranatha.