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GA DOS ADOLESCENTES – 04/04/023

A SANTIDADE DE DEUS E A VIDA EM SANTIDADE DO CRISTÃO

O que é santidade? Será que é ir à igreja todo domingo e ser sempre


muito sério? E como podemos ser santos? É possível alcançar a
santidade? A Bíblia diz:

Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também
em tudo o que fizerem, pois está escrito: "Sejam santos, porque eu sou
santo".

A Santidade de Deus

“Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da   sua
glória” (Isaías 6:3). Com estas palavras, os serafins louvaram a Deus por sua
perfeita santidade. 800 anos depois, João viu, numa visão semelhante, os quatro
seres viventes proclamando: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-
Poderoso” (Apocalipse 4:8). Talvez a única outra característica de Deus que tem
a mesma importância de sua santidade seja seu amor (1 João 4:8). De Gênesis ao
Apocalipse, as Escrituras enfatizam a santidade de Deus. É um aspecto de sua
natureza que nós devemos estudar muito e frequentemente.

O significado da palavra “santo” 

Santo quer dizer “separado”. Deus é separado de nós em dois sentidos.


Primeiro, ele é o Criador e nós somos suas criaturas. Ana louvou o Deus único,
porque “É o que tira a vida e a dá” (1 Samuel 2:2,6). Esta diferença excede nossa
imaginação. Como Criador, ele está acima de todos os povos (Salmo 99:1-3).
Isaías fala da grandeza de Deus em relação à criação. Ele é “o eterno Deus, o
SENHOR, o Criador...” (Isaías 40:28). No mesmo capítulo, Deus desafia suas
criaturas com estas palavras: “A quem, pois, me comparareis para que eu lhe
seja igual? — diz o Santo” (Isaías 40:25). A conclusão importante de Isaías é que
as criaturas não são nada em comparação com o Criador: “Eis que as nações são
consideradas por ele como um pingo que cai de um balde e como um grão de
pó na balança; as ilhas são como pó fino que se levanta. Nem todo o Líbano
basta para queimar, nem os seus animais, para um holocausto. Todas as nações
são perante ele como coisa que não é nada; ele as considera menos do que nada,
como um vácuo. Com que comparareis a Deus? Ou que coisa semelhante
confrontareis com ele?” (Isaías 40:15-18). Deus é separado de nós porque ele nos
criou do nada.

O segundo sentido em que Deus é santo trata de sua relação com o pecado. Ele
é puro e certo, acima de todo pecado e toda maldade. Por esse motivo, ele é
separado dos homens pecadores. “Então, Josué disse ao povo: Não podereis
servir ao SENHOR, porquanto é Deus santo, Deus zeloso, que não perdoará a
vossa transgressão nem os vossos pecados. Se deixardes o SENHOR e servirdes
a deuses estranhos, então, se voltará, e vos fará mal, e vos consumirá, depois de
vos ter feito bem” (Josué 24:19-20). Deus é separado de nós porque ele nos criou
com livre arbítrio, e nós decidimos pecar. Deus nos convida a ser santos, livres
do pecado, pela graça e pelo amor dele (1 Pedro 1:15-16).

Deus é Santo

A santidade é uma qualidade central de Deus. Ele não apenas decide o que
é certo; ele mesmo é certo! Por exemplo, é impossível que Deus minta (Hebreus
6:18). Eliú entendeu esse fato quando disse: “...longe de Deus o praticar ele a
perversidade, e do Todo-Poderoso o cometer injustiça” (Jó 34:10). 

Deus ama a justiça. Salmo 24 mostra que Deus aceita os puros e justos. Pela
santa natureza dele, não há outra possibilidade. “Porque a palavra do SENHOR
é reta, e todo o seu proceder é fiel. Ele ama a justiça e o direito; a terra está cheia
da bondade do SENHOR” (Salmo 33:4-5). Da mesma forma que ele ama os
justos, ele rejeita a iniquidade e os malfeitores. As palavras de Salmo 5:4-5 são
claras e até duras: “Pois tu não és Deus que se agrade com a iniquidade, e
contigo não subsiste o mal. Os arrogantes não permanecerão à tua vista;
aborreces a todos os que praticam a iniquidade.” Quando Habacuque procurou
entender os atos de Deus, ele baseou sua pergunta na justiça de Deus: “Tu és
tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes
contemplar...” (Habacuque 1:13).

Porque Deus é santo, ele usa linguagem revoltante para descrever o pecado. Ele
diz que idolatria é “coisa abominável que aborreço” (Jeremias 44:4). Ele
compara o pecado ao lamaçal no qual a porca se revolve e ao vômito que o
cachorro lambe (2 Pedro 2:22). Nas Escrituras, não se pode separar o pecado da
morte e da corrupção de decomposição que associamos com a morte. Se tais
imagens nos enjoam, é porque o pecado é nojento para Deus.

A santidade de Deus é revelada na palavra dele

O homem aprende discernir entre o bem e o mal através da revelação de Deus


(Isaías 1:16-17; 2:3). Nas Escrituras, o Espírito Santo tem revelado para nós as
coisas de Deus para que possamos desenvolver a mente de Cristo (1 Coríntios
2:10-16). É importantíssimo entender que a desobediência a qualquer
mandamento que Deus nos tem dado é ofensa contra a própria pessoa dele.
Pense nesse fato na próxima ocasião que você enfrenta a tentação de deixar de
lado algum mandamento do Senhor, dizendo que “Deus não se importa com
isso”. Ele se importou em falar. Ele se importou em mandar seu Filho para
ensinar e para morrer. Ele se importou em enviar os apóstolos ao mundo. 

O pecado é desobediência da vontade de Deus (Salmo 51:4; 1 João 3:4).


Qualquer pecado, o menor que seja nas opiniões dos homens, é traição e
ingratidão em relação ao nosso Criador. Jesus disse que o amor a ele exige
obediência aos seus mandamentos (João 14:15). O Pai havia falado a mesma
coisa quase 1500 anos antes (Êxodo 20:6).

A santidade de Deus é revelada na ira dele

Encontramos nas Escrituras diversas ocasiões em que Deus mostrou sua ira
contra pecadores. Considere alguns exemplos. “Pelo que, como a língua de fogo
consome o restolho, e a erva seca se desfaz pela chama, assim será a sua raiz
como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó; porquanto rejeitaram a lei do
SENHOR dos Exércitos e desprezaram a palavra do Santo de Israel. Por isso, se
acende a ira do SENHOR contra o seu povo, povo contra o qual estende a mão e
o fere, de modo que tremem os montes e os seus cadáveres são como monturo
no meio das ruas. Com tudo isto não se aplaca a sua ira, mas ainda está
estendida a sua mão.” (Isaías 5:24-25). Na mesma época, Deus explicou o
castigo do povo desobediente: “O SENHOR advertiu a Israel e a Judá por
intermédio de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Voltai-vos dos
vossos maus caminhos e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos,
segundo toda a Lei que prescrevi a vossos pais e que vos enviei por intermédio
dos meus servos, os profetas.... e venderam-se para fazer o que era mau perante
o SENHOR, para o provocarem à ira. Pelo que o SENHOR muito se indignou
contra Israel e o afastou da sua presença; e nada mais ficou, senão a tribo de
Judá” (2 Reis 17:13,17-18). Estas consequências do pecado foram previstas por
Samuel no início do reino de Israel, 300 anos antes de Isaías. Samuel disse: “Se,
porém, não derdes ouvidos à voz do SENHOR, mas, antes, fordes rebeldes ao
seu mandado, a mão do SENHOR será contra vós outros, como o foi contra
vossos pais” (1 Samuel 12:15).

Às vezes, pessoas descartam tais exemplos da ira de Deus, sugerindo que o


Deus do Velho Testamento é diferente do que o do Novo Testamento. Enquanto
a aliança realmente mudou, o Deus que nos governa é o mesmo. A santidade
dele não diminuiu, e ele continua rejeitando pecado e pecadores. O Novo
Testamento nos assegura que Deus ainda responde ao pecado com ira.
Romanos 11:22 diz: “Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus: para
com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a bondade de Deus, se nela
permaneceres; doutra sorte, também tu serás cortado.” O livro de Hebreus diz
que Deus é até mais severo hoje do que na época da antiga aliança (Hebreus 2:2-
3). Depois, ele reafirma este fato: “Sem misericórdia morre pelo depoimento de
duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés. De quanto mais
severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o
Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e
ultrajou o Espírito da graça? Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim
pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo.
Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hebreus 10:28-31). A ira de Deus
é inseparável de sua santidade. Se Deus aceitasse o pecado, ele não seria santo.

Lições e aplicações práticas

Quando meditamos sobre a santidade de Deus, ficamos mais fortes e mais


determinados a viver livres do pecado. Considere três aplicações que devemos
fazer no nosso dia-a-dia.

(1) Precisamos entender melhor a gravidade do pecado. Não é brincadeira. Não


é pequena coisa. Não existe “pecadinho”. Nós precisamos aprender como
detestar o pecado com o mesmo zelo que Deus demonstra (veja Números 25:6-
8,11; Jeremias 48:10).

(2) Devemos valorizar mais o amor profundo de Deus em nos salvar do pecado,
e viver como povo grato (Tito 2:11-14; 3:4-7).

(3) As pessoas já salvas naturalmente sentirão o desejo de compartilhar as boas


novas com outras pessoas (Romanos 9:1-3; 10:1). Este importante trabalho não
será feito por grandes projetos humanos nem à base de obrigação. A pessoa que
medita todos os dias na santidade de Deus, que agradece pela graça de Deus na
sua própria vida, que aprende odiar o pecado como o Santo Deus o odeia, vai
evangelizar sem ninguém pedir. Se você não sente a vontade de ensinar outros,
é porque você não valoriza a santidade de Deus, e não acredita na
profundidade do pecado do homem.

Nosso desafio

Nós fomos criados à imagem do Santo Deus, e desafiados a imitar o caráter


dele. Tanto no Velho Testamento (veja Levítico 11:45) como nos dias de hoje, a
santidade é o alvo de todos os servos de Deus. Paulo nos encoraja: “Tendo, pois,
ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne
como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (2
Coríntios 7:1).

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