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EBD 08 A VIDA DO CRISTÃO NO ESPÍRITO

TEXTO BÍBLICO: ROMANOS 8 | TEXTO ÁUREO: ROMANOS 8.37-39


SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO DOMINGO
ROMANOS ROMANOS ROMANOS ROMANOS ROMANOS ROMANOS ROMANOS
8.1-5 8.6-11 8.12-17 8.18-23 8.24-27 8.28-30 8.31-39
uem tem o costume de acompanhar as redes de notícias cristãs volta
e meia depara com algum escândalo de grandes proporções. São
pastores, missionários e cantores conhecidos que, por motivos que só
eles podem explicar, acabam caindo em desgraça por serem pegos em
desvios de conduta altamente ofensivos à Palavra, como adultério,
defraudação de recursos da igreja, vícios em drogas e álcool, dentre
outros.

Apesar dos defensores dessas pessoas criticarem seus detratores,


taxando-as de fariseus e hipócritas, o fato é que o comportamento de
tais celebridades choca por serem indivíduos tidos em alta estima pelos
fiéis. É difícil compreender como alguém tão "ungido" possa cair de
forma tão espalhafatosa. E a razão desse choque, tão natural ao cristão,
se deve ao que Paulo expõe no capítulo destacado nesta lição.

VIVENDO NO ESPÍRITO

Após sua completa exposição sobre a falta de efeito da lei na vida das
pessoas, Paulo inicia o capítulo 8 com uma contundente afirmação: não
há mais condenação aos que estão em Jesus Cristo, ou seja, o aceitaram
como seu Salvador e Senhor (v. 1). Isso se deve ao fato do parâmetro
legal ter sido alterado: a antiga lei, que apenas revelava o pecado e, logo,
trazia a morte (v. 2) não tinha mais jurisprudência sobre o crente, que
agora vivia sob a lei do Espírito de vida.

Esta lei, inaugurada quando Jesus se entregou na cruz, dava condições


das pessoas satisfazerem a vontade de Deus, por meio do Espírito Santo
que agora neles habitava, após sua conversão (v. 4; Ef 1.13). Pelo
Espírito, a mente das pessoas é transformada (v. 5; 12.1,2), impedindo
que vivam segundo os padrões do pecado e da morte.

Com base nisso, Paulo explica o conflito que sentimos quando vemos
figuras públicas importantes no meio cristão praticarem ações
pecaminosas. Se a pessoa, de fato, possui o Espírito Santo, ou seja, é
verdadeiramente uma nova criatura em Cristo, ela não sente prazer nas
coisas da carne (v. 6-9). Ou seja, a impressão clara é a de que tudo o que
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a pessoa fez em seu ministério não passava de uma fachada, ocultando
outra realidade em sua vida privada.

A verdade é que a Bíblia deixa claro que a imagem pública da pessoa


não necessariamente indica como é o seu relacionamento com Deus.
Jesus nos disse que pelos frutos julgaríamos se a pessoa era seu
discípulo ou apenas um falso profeta (Mt 7.16). Paulo contrapõe as
características das obras da carne com o fruto que uma pessoa
verdadeiramente cristã demonstra (GI 5.16-23). Se alguém dá margem
às obras da carne em sua vida e apresenta um padrão de conduta
totalmente incompatível com a Palavra, Paulo é taxativo: esta pessoa
ainda não conhece Cristo.

TRANSFORMADOS PELO ESPÍRITO

Uma das maiores certezas que temos na vida cristã é a de que não
estamos sozinhos em nossa luta contra o pecado. Paulo menciona que,
ao aceitarmos Cristo e recebermos o Espírito Santo em nossa vida,
somos transformados por ele (v. 11). Nossos corpos são reanimados,
permitindo, assim, que façamos morrer em nós os atos do corpo (v. 13).

É por isso que, para nós, o fardo de Cristo é leve e seu jugo, suave. Para o
mundo, é incompreensível uma pessoa viver uma vida abstêmia, sem a
influência do cigarro, do álcool, das drogas, do consumismo e da
prostituição. São atitudes consideradas normais e que impedem, muitas
vezes, as pessoas de aceitarem Cristo. Contudo, enquanto a falta de
interesse por tais coisas possa parecer impossível e insuportável aos
olhos do mundo, para nós é algo perfeitamente natural, pois o Espírito
nos ajuda a vencer tais tentações.

Quando vejo alguns ditos cristãos tentando distorcer a Palavra de Deus


para buscar brechas para a prática destes e de outros vícios, eu sempre
peço misericórdia a Deus sobre aquela vida, pois indica que seu
interesse pelo estudo da Bíblia não está em buscar a vontade de Deus,
mas em moldar Cristo ao seu interesse, encaixar o Todo-Poderoso em
uma pequena caixinha compartimentada em um canto de sua alma.
Deus não atua parcialmente na nossa vida. Ele nos transforma por
completo. Nosso discurso, portanto, não pode estar descasado de nossa
prática. Quando aceitamos Cristo e somos transformados por ele, todo
nosso ser é renovado.

OS BENEFÍCIOS DA NOSSA ADOÇÃO


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É interessante perceber o grau de intimidade que é gerado entre o
homem e Deus por meio de Cristo. Paulo nota que, ao aceitarmos Cristo
e passarmos a ser guiados pelo Espírito, nos tornamos filhos de Deus
por adoção (v. 14). Este relacionamento é extremamente carinhoso, a
ponto de Paulo afirmar que temos condições de chamá-lo de "Aba”';
termo hebraico para "Pai" (v. 15).

Esta adoção traz vários benefícios ao cristão. Como filhos, os crentes em


Cristo tornam-se herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo,
participando não apenas de seus sofrimentos, mas também de sua
glória (v. 17). Ou seja, não apenas sofreremos com a oposição deste
mundo, mas também seremos glorificados por nossa perseverança um
dia, na presença de Deus.

A manifestação da glória de Deus por meio de seus filhos possui grande


impacto também na natureza (v. 19-22). Isso é claro, pois a orientação
de Deus foi que o homem guardasse o jardim, cuidando dele. Pelo
pecado, o homem torna-se predador da natureza, utilizando-a
meramente como uma fonte econômica. O homem transformado,
porém, busca usá-Ia de forma sustentável, cuidando ao máximo para
que a criação de Deus seja preservada.

A ESPERANÇA DO CRISTÃO

O maior efeito da nossa adoção, porém, é a esperança que podemos ter


no porvir. Em Cristo, sabemos que, um dia, passaremos desta vida, em
constante conflito entre corpo e espírito, para a vida eterna, onde
receberemos um corpo glorificado e livre do pecado (v. 23). Enquanto
este tempo não chega, depositamos a nossa esperança em Deus, o que
nos traz vários benefícios:

1) A consciência de que somos auxiliados pelo próprio Espírito, que


intercede por nós perante Deus e conforme a sua vontade (v. 26,27). Ou
seja, mesmo quando estamos sem forças para orar, o próprio Espírito o
faz por nós, intensamente;

2) A tranquilidade que temos ao saber que Deus age em nosso favor e


para o nosso bem (v. 28-30). Se Deus nos chamou e nos predestinou
para sermos conformes a imagem de Cristo, ele irá nos ajudar a cumprir
os seus propósitos em nossa vida, assim como o fez com Jesus;

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3) A certeza de que não há acusação que possa ser feita contra nós, pois
Deus é por nós (v. 31-34). Ou seja, não precisamos temer nosso estado
pregresso de vida, pois em Cristo temos o melhor advogado de defesa,
intercedendo por nós junto a Deus. Estando em Cristo, somos feitos
novas criaturas, com o nosso passado completamente apagado para
Deus;

4) A confiança de que nada nem ninguém pode nos separar do amor de


Deus (v. 35-37). Ou seja, a partir do momento em que verdadeiramente
somos alcançados pela graça de Cristo, não há nenhum tipo de oferta
que possa nos afastar deste tão grande amor. Mesmo que caiamos, Deus
nos ama tanto que nos perdoa e nos levanta, renovando nossas forças
para resistir às novas ciladas de Satanás.

CONCLUSÃO

Precisamos tomar muito cuidado com o envolvimento com cristãos que


professam amor pelas coisas deste mundo. Estes irmãos em Cristo
podem ser, na verdade, lobos enganadores buscando tragar pessoas
para o mundo de vícios que as cercam. O crente tem prazer na lei do
Senhor, na sua Palavra, e nos aspectos terrenos de seu reino, como os
cultos, os retiros, os louvores, as atividades missionárias. Cerque-se de
pessoas com estes interesses e evite os enganadores.

Se você tem se afastado de Deus por não querer abandonar algum tipo
de vício (ou conhece alguém que esteja na mesma situação), saiba que
Cristo pode libertá-lo disso.
Quando nos deixamos ser completamente transformados por Cristo e
permitimos que o Espírito invada nosso ser, os grilhões do pecado não
têm mais influência sobre nós. Você pode ainda possuir resquícios de
dependência, porém, o amor a Deus o fará buscar o tratamento
necessário para vencê-Ia.

Ser considerado filho de Deus é uma das maiores e mais profundas


certezas do evangelho.
Ela nos dá segurança e tranquilidade para caminharmos sem a
preocupação de sermos fulminados por um deus iracundo se viermos a
escorregar. Saber que ele se importa conosco, nos auxilia quando
tropeçamos e faz de tudo pelo nosso bem-estar acalenta nossos
corações, nos ajudando a enfrentar as mazelas deste mundo. Ponha sua
fé em Cristo e desfrute dessa paz que ele nos traz e que excede a todo o
entendimento.
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