Você está na página 1de 8

BENIGNIDADE/BONDADE – O FRUTO DO

ESPÍRITO SANTO
Você já ouviu falar de benignidade? E de
bondade?
Que a benignidade e a lealdade jamais te abandonem: ata-as ao
redor do pescoço, assim, encontrarás favor diante de Deus e dos
homens, bem como boa reputação.
(Provérbios 3:3-4)

DIFERENÇAS ENTRE BENIGNIDADE E BONDADE.


• BENIGNIDADE É A DISPOSIÇÃO EM SER BONDOSO COM O
PRÓXIMO. SIGNIFICA EXCELÊNCIA DE CARÁTER.
• A BONDADE FAZ O QUE É CERTO MUITAS VEZES, É A AÇÃO
DE SER BOM, GENTIL E RETO PARA COM O PRÓXIMO (MESMO
NÃO SENDO DE CORAÇÃO).

• A bondade e a benignidade, se diferenciam por uma linha tênue,


que quase não dá para perceber a sua diferença. A benignidade
é a manifestação de um caráter cordial que atrai o ser humano e
a bondade põe em prática gestos e atos de doação para os
outros, portanto a bondade está ligada com ação com o próximo.

BENIGNIDADE...
• A BENIGNIDADE É MAIS DO QUE UM ATO DE
BONDADE, É UM ESTILO DE VIDA QUE VEM DA
OBEDIÊNCIA AO ESPÍRITO SANTO.

1
A BENIGNIDADE É UM ATRIBUTO DE DEUS
• A BÍBLIA DESCREVE DEUS COMO "RICO EM
BENIGNIDADE" (EFÉSIOS 2:7) E "CHEIO DE
COMPAIXÃO" (SALMOS 103:8).

• Deus é benigno. A natureza de Deus é benigna (II Sm 22.6; Sl


18.25; 145.8; Lc 6.35; Ef 4.32; I Pe 2.3). O próprio Deus é
chamado de benignidade (Sl 144.2). O profeta Miqueias disse
que Ele: “tem prazer na sua benignidade” (Mq 7.18). A
benignidade divina é tão exaltada no AT que faz parte da letra dos
hinos de louvor (I Cr 16.34, 41; II Cr 7.6; 20.21; Ed 3.11; Sl 107.1;
118.1-29; 136.1.1-26). No livro dos salmos encontramos vários
detalhes sobre a benignidade de Deus, tais como: (a) ela é
grande (Sl 5.7; 108.4; 117.2; Jn 4.2; Jl 2.13); (b) é atemporal (Sl
25.6; 89.2; 118.1); (c) são preciosas (Sl 36.7); (d) são abundantes
(Sl 86.5; Is 63.7); (e) nos sustentam (Sl 94.18); (f) enche a terra
(Sl 119.64); (g) nos consola (Sl 119.76;); e, (h) vivifica (Sl
119.88,159). Segundo Jesus, a benignidade divina é demonstrada
para todos os homens indistintamente “porque ele é benigno até
para com os ingratos e maus” (Lc 35).

DEMONSTRAÇÕES DA BENIGNIDADE DIVINA


• A Bíblia revela-nos diversas demonstrações da benignidade de
Deus, por exemplo: Ana recorreu a Deus para que atentasse com
benignidade para ela e ele atendeu (ISm 1.11,19); com Davi (Sl
118.1-29); inúmeras vezes para com a nação de Israel (Sl 136.10-
26); com a grande cidade de Nínive, mostrando que sua
benignidade não está restrita aos judeus (Jn 4.2); por fim, a maior
demonstração da benignidade divina se deu quando judeus e
gentios foram encerrados debaixo do pecado, Deus achou por
bem de misericórdia para com todos (Rm 11.32), quando enviou
Jesus Cristo, o seu Filho Unigênito, para com a sua morte nos
proporcionar salvação, revelando as riquezas da sua benignidade
(Rm 2.4; Ef 2.7; Tt 4,5).

2
• A BENIGNIDADE E O AMOR. PAULO DIZ QUE “O AMOR É
BENIGNO” (I CO 13.4). FALANDO SOBRE A SALVAÇÃO, O APÓSTOLO
DIZ QUE EM CRISTO “[…] APARECEU A BENIGNIDADE E AMOR DE
DEUS, NOSSO SALVADOR, PARA COM OS HOMENS” (TT 3.4). ESTAS
DUAS VIRTUDES ESTÃO TÃO INTIMAMENTE LIGADAS QUE MOODY
(SD, PP. 34,35) DIZ QUE “BENIGNIDADE É MELHOR TRADUZIDA PARA
AMABILIDADE”. PORTANTO, O CRISTÃO SE CARACTERIZA POR UMA
BONDADE QUE É AMÁVEL.

A BENIGNIDADE E A BONDADE. A benignidade e a


bondade estão de tal forma relacionadas que não é fácil
distingui uma da outra. Gilberto (2004, p. 89), denominou
estas duas virtudes de “fruto gêmeo”. No entanto, é
necessário entender que nem todo ato de bondade provém
de uma pessoa benigna, mas toda pessoa benigna produz
atos de bondade. Portanto, benignidade fala
da natureza da pessoa, enquanto a bondade fala
das atitudes desta pessoa. Radmacher (2010, p. 511),
confirma isso dizendo: “a nova vida nos leva a ser
benignos, manifesta-se em atos de bondade e capacita-nos
a perdoar as ofensas cometidas pelos outros”.
• A BENIGNIDADE E A MISERICÓRDIA. FREQUENTEMENTE A
VIRTUDE DA BENIGNIDADE MANIFESTA-SE JUNTO DA
MISERICÓRDIA, MOSTRANDO QUE AMBA ESTÃO ENTRELAÇADAS
(CL 3.12). TANTO A EXPRESSÃO “HESED” NO HEBRAICO
QUANTO “CHRESTOTES” NO GREGO SÃO UTILIZADAS PARA
DESCREVER UMA OU OUTRA VIRTUDE. NO AT HESED APARECE NA
OCASIÃO EM QUE DAVI DECIDE BENEFICIAR ALGUÉM QUE
RESTOU DA FAMÍLIA DE SAUL, POR AMOR DE JÔNATAS SEU
AMIGO (2 SM 9.1,7). A ATITUDE DE DAVI CONTRARIA O COSTUME
DA ÉPOCA, POIS ERA NORMAL QUE UM REI AO ASSUMIR O
TRONO DE ALGUÉM QUE NÃO FOSSE SEU PARENTE,
EXECUTASSE SEUS DESCENDENTES (2 RS 10.1-7). APESAR DE
DAVI TER SOFRIDO MUITAS PERSEGUIÇÕES DE SAUL (1 SM
18.10,11; 21-22,29; 19.1; 9-10) E DE TER OPORTUNIDADE DE MATÁ-
LO, DUAS VEZES (I SM 24.3-12; 26.8-11), MOSTROU-SE BENIGNO
NÃO LHE FAZENDO MAL NEM A SUA DESCENDÊNCIA (2 SM 7-13).
INCLUSIVE CHOROU PELA MORTE DE SAUL, MOSTRANDO QUE
NÃO TINHA RESSENTIMENTO (2 SM 1.1-27).
3
DEVEMOS SER BENIGNOS

SER BENIGNO É UM MANDAMENTO


• DESDE O AT QUE DEUS REQUEREU DO SEU POVO QUE AGISSE
BENIGNAMENTE (MQ 6.8-A). PAULO EM EFÉSIOS 4.32 DEIXA CLARO QUE
A PRÁTICA DA BENIGNIDADE É UM MANDAMENTO “ANTES SEDE UNS
PARA COM OS OUTROS BENIGNOS” (EF 4.32-A). SEGUNDO CHAMPLIN,
(2004, P. 52) A PALAVRA MANDAMENTO EM PORTUGUÊS, DERIVA DO
LATIM, “MANDARE”, ORDENAR, MANDAR. O SENTIDO DA PALAVRA É
ORDENAR, DO PONTO DE VISTA DE ALGUMA AUTORIDADE ASSUMIDA.
O MANDAMENTO REQUER OBEDIÊNCIA, E, COM FREQUÊNCIA,
REPOUSA SOBRE ALGUM DEVER. O APÓSTOLO DIZ EM COLOSSENSES
3.12 QUE DEVEMOS NOS REVESTIR DA BENIGNIDADE (CL 3.12).

O BOM EXEMPLO DE ISAQUE.


• EM GERAR, DEUS COMEÇOU A PROSPERAR TUDO O QUE ISAQUE
PUNHA AS SUAS MÃOS (GN 26.12- 14). POR ESTAR SENDO BEM-
SUCEDIDO, ISAQUE DESPERTOU A INVEJA DE SEUS VIZINHOS QUE
PROCURARAM PREJUDICÁ-LO. A BÍBLIA DIZ QUE “[…] OS PASTORES DE
GERAR PORFIARAM COM OS PASTORES DE ISAQUE, DIZENDO: ESTA
ÁGUA É NOSSA” . NO ENTANTO, O PATRIARCA AGIU COM BENIGNIDADE
CEDENDO E MUDANDO-SE PARA OUTRO LUGAR. DEUS VIU A SUA
ATITUDE E PROVIDENCIOU-LHE O NECESSÁRIO (GN 26.22-25). COM
ISAQUE APRENDEMOS QUE: (A) DEVEMOS SER BENIGNOS ATÉ COM
AQUELES QUE SÃO MALIGNOS (GN 26.14-17); (B) ÀS VEZES É
NECESSÁRIO PERDER PARA GANHAR (GN 26.17,22-25); E, (C) É
POSSÍVEL COM A BENIGNIDADE EVITARMOS CONTENDAS E LEVARMOS
OS CONTENCIOSOS A MUDAREM DE POSTURA, ESTABELECENDO A PAZ
(GN 26.28-31).
4
SER BENIGNO É IMITAR A DEUS

• SEGUNDO JESUS A BENIGNIDADE DIVINA CONOSCO DEVE NOS LEVAR


A SERMOS BENIGNOS COM OS NOSSOS SEMELHANTES (LC 6.35).
PAULO TRANSMITIU SEMELHANTE ENSINO “ANTES SEDE UNS PARA
COM OS OUTROS BENIGNOS, MISERICORDIOSOS, PERDOANDO-VOS
UNS AOS OUTROS, COMO TAMBÉM DEUS VOS PERDOOU EM
CRISTO” (EF 4.32). SEGUNDO BARCLAY (SD, P. 111), “A BENIGNIDADE
APRENDEU O SEGREDO DE OLHAR SEMPRE PARA FORA, NÃO PARA
DENTRO. FAZ COM QUE PERDOEMOS A OUTROS COMO DEUS NOS
PERDOOU. DESTA MANEIRA E NUMA SÓ SENTENÇA PAULO
ESTABELECE A LEI DE RELAÇÃO PESSOAL. E ESTA LEI É QUE
DEVEMOS TRATAR A OUTROS COMO CRISTO NOS TRATOU”.

APREDENDO COM JESUS A VERDADEIRA


BONDADE...PARABOLA DO JOVEM RICO

“Mas o fruto do Espírito é: amor, […], bondade…” (Gl 5:22)


Você certamente já foi alvo da bondade de alguém! Também creio
que você se mostra uma pessoa bondosa com pessoas de sua
vida, não é mesmo?
Quando dizemos que alguém é bom, isso diz respeito
especialmente às intenções de alguém: quem é bom possui
intenções boas. Isso é de suma importância para Deus, uma vez
que Ele se preocupa mais com o coração do que a performance
que venhamos a ter (1 Sm. 16:7). O filósofo e teólogo do Norte da
África século IV, um dos pais da Igreja, Santo Agostinho (Agostinho
Bispo de Hipona) disse:
“Não é tanto o que fazemos, mas o motivo pelo qual fazemos que
determina a bondade ou a malícia.”
Sobre o adjetivo agathos, o uso que Jesus fazia desse termo é
chave para interpretarmos: ele o fazia sempre do modo absoluto, ou
seja, indicando algo que é bom em sua essência, o que
necessariamente aponta para o divino. Assim, Ele chama os servos
que foram fiéis ao senhor na parábola dos talentos, sendo
aprovados após julgamento, em Mateus 25:
“Muito bem, servo bom [ἀγαθὲ, agathé] e fiel!” (v. 21a).
Veja que interessante: Mais notável ainda é na parábola do jovem
rico, como relatada em Marcos, capítulo 10. O jovem aborda Jesus
o chamando de “bom mestre [Διδάσκαλε ἀγαθέ, didaskale

5
agathe]”, ao que Ele responde: “Por que você me chama
bom [ἀγαθόν, agathon]? Ninguém é bom, a não ser um, que é
Deus” (v. 18). O que Jesus quis dizer não é que Ele não era divino,
mas que o jovem rico estava sendo leviano com suas palavras.
Jesus é bom porque Ele é Deus, e, se o jovem não estivesse pronto
para reconhecer isso, não o deveria chamá-lo assim. Jesus é mais
que um bom mestre ou guru, como se é costumeiro ouvir. A
bondade de Jesus é verdadeira e plena porque vem do fato de
Ele ser Deus.
Além disso, o jovem rico achava que por suas obras (algo externo)
ele era bom (na versão paralela da história em Mateus 19, ele
pergunta, “que farei de bom [ἀγαθὸν, agathon] para ter a vida
eterna?” [v. 16], ou seja, ele cria que o que era bom estava nas
ações, e não no caráter, e Jesus tratou de apontá-lo que ninguém é
bom a não ser Deus, nem ele. No final na história, vemos que ele
de fato tinha suas riquezas por ídolo e não pôde seguir a Jesus.
Essa bondade, que se traduz em integridade, não vêm das nossas
ações, mas está acessível a nós apenas através do Espírito, como
fruto do Seu agir em nós. A Bíblia registra a criação do mundo e nos
lembra, que quando Deus viu tudo o que criou, disse que
era bom. Por quê? Porque cumpriu o propósito para o qual foi
criado. Bondade é isso: cumprir um propósito – ser o que Deus
queria que fosse.
Deus fez você com um propósito. Quando você vive da maneira que
Deus pretende que viva, você se sente bem. Sua vida torna-se
significativa – mas qual é a coisa boa para a qual Deus fez você?
“Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para
fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que
nós as praticássemos”. (Efésios 2:10).
Todos somos salvos por meio de boas obras; somos salvos para as
boas obras – o estilo de vida do cristão é de BONDADE.
Esse é o estilo de vida que Deus quer para você! Que benefícios
você terá se levar este estilo de vida? Quando você pratica o que é
bom, sente-se bem consigo mesmo, porque está cumprindo o
propósito de Deus – o resultado é uma auto-estima saudável!
A bondade não faz parte da natureza do homem, por quatro
motivos:
– Primeiro: Bíblia Afirma.
A Bíblia diz que a bondade do homem é falha.
“Todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se
voltou para o seu próprio caminho; e o Senhor fez cair sobre ele a
iniquidade de todos nós.” (Isaías 53:6)

6
Está Escrito que cada um quer fazer a própria vontade, andar nos
próprios caminhos e ser o próprio deus (mas ninguém é perfeito;
apenas Deus é). O homem, está separado da glória de Deus (Rm.
8:23.) Então o homem não é bom por natureza, foi isto que Jesus
disse ao jovem.
Segundo: História testifica.
Sabemos que o homem não pode ser naturalmente bom por causa
dos fatos da história. A história é um registro de desumanidade:
Conflitos, contendas, guerras, crimes, violência, preconceito,
opressão.
O terceiro: Pecado revela.
“Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por
um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a
todos os homens, porque todos pecaram;” (Romanos 5:12)
O quarto: O Coração demonstra.
Porque a bondade não faz parte da natureza do homem, é o
reconhecimento do meu próprio coração.
“O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua
doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?” (Jeremias
17:9)

Por estes 4 fatores, o homem não é bom pela sua natureza terrena,
precisamos do Espírito Santo se desejamos fazer o que é bom e
certo.
“Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne.
Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo
realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que
não quero fazer, esse eu continuo fazendo.” (Romanos 7:18-19)
Muitas vezes ainda sou indelicado ao invés de gentil, às vezes sou
egoísta mesmo sem querer. Paulo disse da sua própria experiência
em Romanos 7:15,
“Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que
odeio.”
Você se identifica com isso? Todos ficamos aquém do padrão
divino perfeito de bondade, Jesus Cristo. Não somos bons por
natureza, mas por causa da bondade de Deus, Ele pode nos
declarar bons!
Quando você confia em Jesus, Deus lhe dá uma nova natureza –
Ele lhe dá o desejo de ser bom e também lhe dá o poder de ser
bom.
“Pois Deus está sempre agindo em vocês para que obedeçam à
vontade dele, tanto no pensamento como nas ações”. (Filipenses
2:13).

7
8

Você também pode gostar