Complexo Escolar Nº 09 Missionário Santa Maria Goretti
Formação Geral
CREDO DOS APÓSTOLOS
Estudante: Manuel Simão
Nº 42 Turma- E 12ª Classe Sala nº 15 Disciplina: Religião Moral
Ndalatando, Fevereiro de 2024
Introdução O Credo Apostólico ou simplesmente Credo dos Apóstolos foi um instrumento pedagógico desenvolvido pela igreja antiga entre os séculos II e VII d.C. para resumir o conteúdo central da fé cristã, a fim de ensiná-la aos iniciantes nesta fé e defendê-la das heresias que assolaram a igreja naquele período. Desde então, a Igreja tem feito uso contínuo do Credo Apostólico na instrução dos candidatos ao batismo e também na celebração dominical da morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo. É importante ressaltar que o Credo é um excelente servo, mas um péssimo mestre na educação cristã. Ele não serve como substituto para o estudo das Escrituras Sagradas a regra final de fé e prática da Igreja mas sim como auxílio na compreensão do Deus revelado nos escritos dos profetas e apóstolos. Conta-se que o texto primordial do Credo foi escrito pelos apóstolos dez dias após a ascensão de nosso Senhor Jesus Cristo ao Céu. Embora esta versão da origem do Credo Apostólico já tenha sido extensamente revista e atualizada, o nome permanece até hoje. CREIO EM DEUS TODO-PODEROSO Desde o tempo dos Apóstolos a Igreja teve a preocupação de recolher o essencial da fé cristã e expressá-lo por meio de frases resumidas, breves, a fim de facilitar a compreensão. Aos “resumos da fé” dá-se o nome de “profissões de fé”. A palavra Credo significa “creio” A palavra “creio” com que se inicia o “Credo dos Apóstolos”, expressa uma relação de confiança e de amor entre o homem e o seu Deus. A fé é como o amor: exige a adesão pessoal de acreditar, a capacidade de relacionar-se, a vontade de entregar-se livremente nas mãos do Absoluto. Se Deus é o meu “Tu”, não posso fazer outra coisa que dizer-lhe: Eu creio em Ti, confio em Ti, e me entrego a Ti, pois não tenho nada fora de Ti. Confessar que Deus é o “Criador do céu e da terra” é reconhecê-lo não só como Senhor da História e único autor da vida. Mas também Aquele que a conserva e a defende. Todo o atentado às criaturas (suicídio, homicídio, violência…) é um ato contra Deus. O Senhor nos entregou a criação para que servisse ao bem de todos; de nós espera amor pela vida, o respeito por todos os seres, o empenho pela salvaguarda do criado, a colaboração com a sua providência. A Bíblia não explica como Deus criou o mundo, essa é uma tarefa que cabe à ciência. Tu és o Cristo, Filho de Deus vivo (Mt 16,16). Os escritos no Novo Testamento apresentam Jesus como “o Cristo”. Mas “Cristo” não é um segundo nome de Jesus. “Cristo” é a tradução grega do adjetivo aramaico “messias”, isto é “ungido”. No Antigo Testamento os profetas, os sacerdotes e, sobretudo, os reis eram consagrados com óleo. Esses tornam-se “messias” e sobre eles eram apontadas as esperanças do Povo. Há um elo de ligação profunda entre o Espírito Santo e Maria, entre o Espírito Santo e Jesus. Foi por meio do Espírito Santo que Maria ficou grávida e se tornou mãe; por meio do Espírito Santo o Filho de Deus foi concebido no seio de mulher e nasceu feito homem. Maria é o caminho que conduz a Cristo: de facto, aquela que “ao anúncio do anjo acolheu no coração e no corpo o Verbo de Deus” mostra-nos como acolher na nossa existência o Filho descido do céu, educando-nos a fazer de Jesus o centro e a “lei” da nossa existência… A ressurreição de Jesus é a verdade culminante da nossa fé em Cristo; tudo se apoia sobre essa verdade como sólido fundamento. S. Paulo repete-o diversas vezes: Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé e permaneceis ainda nos vossos pecados (1 Cor 15,17). Até que ponto a fé na ressurreição está presente no nosso coração e na nossa vida? A Ascensão foi a etapa final da vida terrena do Filho de Deus feito homem. Ele subiu para o Pai, donde tinha vindo. Todos devemos comparecer diante do tribunal de Cristo, cada um para receber a recompensa das obras realizadas enquanto estava no corpo, tanto no bem como no mal (2 Cor 5,10). É o juízo definitivo, que para as pessoas singulares acontece ao terminar a vida terrena (Juízo particular) e para o género humano, no seu conjunto, no fim da história (Juízo universal). Conclusão A maior parte das igrejas que adotam o Credo Apostólico usam a versão tradicional que contém a afirmação de que Jesus “desceu ao Hades” ou à “mansão dos mortos”. Enquanto há textos bíblicos que dão margem para essa afirmação (dos quais 1Pe 3:18-22 é o mais convincente), sua inserção no Credo veio tarde (séculos V e VI) e não houve unanimidade no desenvolvimento histórico deste texto. Diferentemente das outras afirmações do Credo, é possível excluir esta referência à descida ao Hades sem alterar em nada a doutrina e proclamação dos apóstolos e sem deturpar a mensagem e comunhão da Igreja de Jesus Cristo. ** Não se adotou aqui a afirmação tradicional “Na santa Igreja católica” por razões polêmicas dentro da tradição protestante, mas não se contesta a natureza católica da Igreja (ou seja, não questiono a abrangência “universal” sentido original da palavra grega “katholica” – do Evangelho, a mensagem viva do corpo de Cristo).