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4 135
MPLA 71,8% 9,8 175 / 220 16
503
1 074
UNITA 18,7% 8,3 32 / 220 16
565
Nov
CASA-CE 345 589 6,0% Novo 8 / 220
o
Nov
Conselho Político da Oposição 6 644 0,1% Novo 0 / 220
o
6 124
Total 100% 220
669
9 757 24,
Eleitorado/Participação 62,8%
671 6
[1]
Fonte
Somente
2008
legislativas
Na quarta-feira, 23 de agosto de 2017, realizaram-se as eleições para a Assembleia
Nacional de Angola. Desde a Reforma Constitucional de 2010, o candidato do partido
com mais votos para a Assembleia Nacional automaticamente se torna o presidente da
República.
A eleição é marcada pelo fim da presidência de José Eduardo dos Santos, que
foi presidente do país por quase quarenta anos.
Os resultados finais das eleições foram anunciados no dia 6 de setembro.
Contexto
Economia do país
Em 2002, com a eleição de José Eduardo dos Santos e a maior estabilidade no país, os
investimentos da China começaram a entrar no país, criando oportunidades de emprego,
principalmente nas áreas de construção e petróleo. Entretanto, nos últimos anos, a
economia do país tem sido afetada pela queda dos preços do petróleo, um dos principais
produtos exportados pelo país, que foi de cem dólares o barril para cerca de cinquenta
dólares o barril de petróleo. Com a queda na arrecadação, os serviços essenciais como o
serviço público de saúde começaram a ter problemas orçamentários.
A corrupção endémica no país também é destaque: Isabel dos Santos, a filha de José
Eduardo dos Santos, enriqueceu durante esse período, tendo uma riqueza avaliada em
3,4 mil milhões de dólares pela revista Forbes.
O país também lida com uma inflação de 30% ao ano.
Sistema eleitoral
As eleições gerais ocorrem a cada cinco anos, elegendo os membros do legislativo do
país. A eleição do presidente é indireta, onde o partido com mais votos ganha o cargo do
executivo.
Os 220 membros da Assembleia Nacional do país são eleitos por dois métodos: 130
membros são eleitos por votos em lista fechada no modo proporcional, com os assentos
do parlamento sendo preenchidos de forma proporcional aos votos. Outros 90 assentos
são reservados para os votos dos distritos de Angola, usando o método D'Hondt. Os
eleitores devem ter pelo menos dezoito anos, não podendo ser declarados insanos, terem
declarado falência, terem convicções criminais passadas, ou terem cidadania dupla.
Cerca de 9 milhões de angolanos estiveram aptos a votar para essas eleições.
Eleições
Observadores internacionais
A União Africana enviou observadores para as eleições, com o objetivo de garantir as
eleições democráticas.
Apesar de Angola ter convidado inúmeras organizações ao país para garantir eleições
justas, a União Europeia decidiu por não mandar uma grande equipa de observadores,
após as rejeições das metodologias da organização pelo governo de Angola, onde
o ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Rebelo Chicoti declarou que: "O
convite é aberto. Mas não queremos quaisquer acordos específicos com cada uma destas
organizações. Quem quiser vir, vem e quem não quiser, pode não vir, mas o certo é que
o convite é aberto”. Ao enviar apenas uma equipa de peritos, não há nenhuma
declaração política final, nem relatório oficial para divulgação após as eleições.
Dia das eleições
As eleições foram iniciadas às sete horas da manhã, com previsão de que as estações de
voto fechassem às 18 horas da tarde. A Comissão Nacional Eleitoral de Angola admitiu
"pequenas falhas" no processo de votação, por ausência de delegados em certas estações
de votos, mas que teria convocado delegados suplentes para dar continuidade do
processamento de votos. Pelo menos quinze estações de voto foram afetadas, e os
eleitores só votariam no sábado.
Resultados eleitorais
De acordo com os resultados provisórios, o partido Movimento Popular de Libertação
de Angola (MPLA) ganhou as eleições gerais, com cerca de 61,1 % dos votos válidos,
elegendo João Lourenço como novo presidente de Angola. Os resultados finais das
eleições foram anunciados no dia 6 de setembro.
Resultado
Cabeça de
de 2017
lista/
Partido/Coligação Espectro
Líder da
Votos
chapa Assentos
(%)
Centro-
Movimento Popular de João 150 /
MPLA esquerda a 61.1%
Libertação de Angola Lourenço 220
esquerda
Convergência Ampla de
CASA– Centro- Manuel
Salvação de Angola - 9.5% 16 / 220
CE direita Fernandes
Coligação Eleitoral
Centro-
Frente Nacional de
FNLA direita a Nimi A Simbi 0.9% 1 / 220
Libertação de Angola
direita
Centro- Quintino
APN Aliança Patriótica Nacional 0.5% 0 / 220
esquerda Moreira
P- Partido Nacionalista para a Dinho
Direita — —
NJANGO Justiça em Angola Chingunji
Campanha
A 5 de Outubro de 2021, os partidos de oposição UNITA, Bloco Democrático e PRA
JÁ Servir Angola anunciaram a formação de uma coligação denominada Frente
Patriótica Unida. Adalberto Costa Júnior da UNITA foi anunciado como candidato da
FPU para desafiar o presidente João Lourenço em coletiva de imprensa do porta-voz do
grupo Amândio Capoco. Capoco a descreveu como "uma aliança de angolanos ansiosos
por mudanças". Adalberto Costa Júnior respondeu anunciando que estaria pronto para
desafiar João Lourenço, declarando que "a nossa pátria clama por mudanças",
descrevendo o país como "assolado pelo desespero e pelo empobrecimento".[21] Em
março de 2022 a FPU não pôde se inscrever como coligação por não cumprimento de
requisitos eleitorais, muito embora tenha continuado a existir como plataforma
oposicionista durante a campanha eleitoral. Os membros dos partidos Bloco
Democrático e PRA JA-Servir Angola optaram por se inscrever na lista da UNITA,
ficando fora da eleição.
A campanha também foi ofuscada pela morte do antigo presidente José Eduardo dos
Santos em 8 de julho de 2022. No entanto, havia uma briga em andamento entre os
membros da família Dos Santos e entre parte da família e o Estado angolano acerca do
sepultamento.
Apesar do clima de crispação, a campanha também ficou marcada pela participação dos
líderes dos três principais partidos (MPLA, UNITA e CASA-CE) num culto ecuménico,
no domingo anterior às eleições, pela primeira vez na história.
O MPLA, por sua vez, indicou pela primeira vez uma mulher, Esperança da Costa,
como vice-cabeça de lista.
Resultados oficiais
Os resultados divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), o órgão máximo das
eleições angolanas, encontram-se na tabela abaixo. Apesar da Comissão Nacional
Eleitoral (CNE) dar a vitória ao MPLA por 51%, o resultado não foi reconhecido pela
UNITA e pela CASA-CE, que contestaram o número de mandatos atribuídos a cada
partido, sendo alegadas várias irregularidades na contagem dos votos, em particular na
soma dos resultados das actas-síntese. Do mesmo modo, os delegados da UNITA que
fazem parte da CNE ensaiaram demarcar-se dos resultados apresentados, tendo a
própria CNE reconhecido que poderia haver alterações aos resultados finais.
A 29 de agosto, a CNE anunciou ter aprovado o resultado final. Após o anúncio, os
partidos teriam 72 horas para reclamar dos mesmos junto do Tribunal Constitucional.[31]
Em 7 e 8 de setembro de 2022 o Tribunal Constitucional, verificando os documentos da
CNE, julgou que eram insuficientes e improcedentes as alegações e recursos
apresentados pelas agremiações políticas UNITA e CASA-CE, ratificando o resultado e
marcando a data de posse do Chefe do Executivo para dia 15 de setembro de 2022 e dos
membros do Legislativo para o dia seguinte