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CURITIBA
2017
TARSO DE LEON WU KUSSABA
CURITIBA
2017
RESUMO
Esta pesquisa tem por objetivo demonstrar as tecnologias disponíveis para a geração de energia
a partir da gaseificação dos resíduos sólidos urbanos, mostrando os tipos de propulsores e
biodigestores disponíveis no mercado. Nesse contexto foi criado uma métrica para selecionar a
tecnologia mais adequada para Curitiba e Região Metropolitana, abordando as características
dos Resíduos Sólidos Urbanos dos 23 municípios que compõem o CONSÓRCIO
INTERMUNICIPAL PARA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
(CONRESOL), verificando a população, e o planejamento da destinação final dos resíduos
sólidos urbanos até 2031, utilizando o valor médio da produção diária de lixo por habitante da
cidade de Curitiba, para ter um referencial da quantidade produzida por município, analisando
a possibilidade de instalar plantas para gerar energia em cada estação de transbordo a serem
implantadas futuramente. Utilizando alguns fatores de conversão para conseguir verificar o
potencial de produção de biogás e energia elétrica para selecionar o tipo de biodigestor mais
adequado. Com o valor aproximado de produção do biogás, escolher o tipo de grupo motor
gerador mais apropriado, buscando uma alternativa viável com custo de aquisição e
manutenção acessíveis, baixa emissão de poluentes e bom rendimento térmico. Também é
abordado o consumo de energia elétrica por categoria de consumidor nos municípos que
compõem a RMC, e a forma de injetar a energia gerada na rede de distribuição da
concessionária. Sendo escolhido o biodigestor do tipo seco contínuo, devido a necessidade
diária de recolhimento do lixo. O motor de ciclo Diesel convertido em ciclo Otto foi o tipo de
motor selecionado, pois reúnem as principais características como: facilidade de e baixo custo
de manutenção, bom rendimento termodinâmico, facilidade de partida, e a possibilidade de ser
utilizado em ciclo combinado, utilizando os gases quentes da exaustão para alimentar uma
caldeira.
This research aims to demonstrate the technologies available for the generation of energy from
the gasification of urban solid waste, showing the types of propellants and waste reactor
available in the market. In this context, a metric was created to select the most appropriate
technology for Curitiba and Metropolitan Region, addressing the characteristics of Urban Solid
Waste in the 23 municipalities that make up the INTERMUNICIPAL CONSORTIUM FOR
THE MANAGEMENT OF SOLID URBAN WASTE (CONRESOL), verifying the population,
and planning of the final destination of solid urban waste 2031, using the average daily
production of garbage per inhabitant of the city of Curitiba, to have a reference of the quantity
produced by municipality, analyzing the possibility of installing plants to generate energy at
each transshipment station a be implemented in the future. Using some conversion factors to
verify the biogas and electric energy production potential to select the most suitable type of
waste reactor. With the approximate value of biogas production, choose the most appropriate
type of generator set, looking for a viable alternative with affordable acquisition and
maintenance costs, low emission of pollutants and good thermal efficiency. It also discusses the
consumption of electric energy by category of consumer in the municipalities that make up the
MRC and how to inject the energy generated in the distribution network of the concessionaire.
The continuous dry type waste reactor is chosen, due to the daily need to collect the waste. The
Diesel cycle engine developed in Otto cycle was the type of engine selected, since they meet
the main characteristics as: ease of and low maintenance cost, good thermodynamic efficiency,
ease of starting, and the possibility of being used in combined cycle, using the hot exhaust gases
to power a boiler
Tabela 13 - Potencial energético das áreas planejadas para geração de energia com
RSU...........................................................................................................................................56
Tabela 14 - Comparativo do consumo energético do setor público com o potencial
energético anual.........................................................................................................................57
Tabela 15 - Conversão do potencial energético anual em quilowatt-hora......................57
Tabela 16 - Custos aproximados da implantação de geração de energia com RSU........59
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS
CSTR Continuous Flow Stirred Tank Reactor (Reator Continuo de Tanque Agitado)
GW Gigawatt
MW Megawatt
ᶯ Rendimento
ᵣ Taxa de compressão
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 10
1.1 Tema ............................................................................................................................................ 11
1.2 Delimitação da Pesquisa .............................................................................................................. 11
1.3 Problemas e Premissas ................................................................................................................. 11
1.4 Objetivo ....................................................................................................................................... 12
1.4.1 Objetivo Geral ........................................................................................................................... 12
1.4.2 Objetivo Específico ................................................................................................................... 12
1.5 Justificativa .................................................................................................................................. 13
1.6 Procedimentos Metodológicos ..................................................................................................... 14
1.7 Embasamento Teórico ................................................................................................................. 14
1.8 Estrutura do Trabalho .................................................................................................................. 15
2 Mapeamento das técnologias disponíveis para produção de energia com RSU ............................. 16
2.1 Motores, turbinas e caldeiras ....................................................................................................... 17
2.1.1 Motor de ciclo Otto ................................................................................................................... 18
2.1.2 Motor ciclo Diesel ..................................................................................................................... 21
2.1.3 Turbina a gás ............................................................................................................................. 24
2.1.4 Ciclo a vapor ............................................................................................................................. 26
2.1.5 Motor Stirling ............................................................................................................................ 28
2.1.6 Comparativo dos tipos de motores ............................................................................................ 29
2.2 Biodigestores................................................................................................................................ 31
2.2.1 Contínuos .................................................................................................................................. 33
2.2.2 Batelada ..................................................................................................................................... 38
3 RSU E BIOGÁS ............................................................................................................................. 41
3.1 Características do rsu de curitiba e região metropolitana ............................................................ 41
3.2 BIOGÁS ....................................................................................................................................... 45
4 Energia elétrica em Curitiba e Região Metropolitana de Curitiba (RMC) ..................................... 48
5 Estudo para avaliar e selecionar a tecnologia mais adequada para Curitiba e Região Metropolitana
de Curitiba (RMC)] ........................................................................................................................ 54
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 61
Referências ............................................................................................................................................. 63
10
1 INTRODUÇÃO
1.1 TEMA
A geração de energia com resíduos sólidos urbanos é uma forma eficiente de destinação
do lixo, pois permite transformar um passivo ambiental em um benefício social e econômico,
produzindo energia elétrica, térmica e reduzindo a área necessária dos aterros sanitários.
O Plano Nacional de Energia (2007, p.177), afirma que:
Segundo PNUD; MMA (2010, p.2), não deve ser ignorado o fato da geração de energia
renovável ter muitas vezes um custo superior as formas tradicionais.
Conforme Mancini (2017), a geração de energia com Resíduos Sólidos Urbanos (RSU),
torna possível o aproveitamento do lixo, gerando energia próximo aos grandes centros de carga,
desafogando as linhas de transmissão.
1.4 OBJETIVO
1.5 JUSTIFICATIVA
Segundo Goldemberg (2015, p.39), a geração hidrelétrica desde o final do século XIX,
sempre foi a principal matriz energética do Brasil, tendo uma redução de novos
empreendimento a partir de 2011. A razão disso, é que os rios da região sudeste, onde há o
maior consumo de energia no país, já estão próximos do limite da capacidade de geração
energética. Outra região com grande potencial hidrelétrico é a região amazônica, porém fica
longe dos grandes centros consumidores, abrindo espaço para geração através de combustíveis
fósseis, ou outras formas de energias renováveis.
Conforme Teske (2012, p.27), a forma atual de produção mundial de energia é baseada
principalmente na queima de combustíveis fósseis, em grandes usinas, ocorrendo perdas na
transmissão e distribuição, quando converte de alta tensão para o fornecimento adequado aos
consumidores.
A busca por fontes renováveis vem da pressão pela preservação do meio ambiente,
garantindo a sustentabilidade mundial para as gerações futuras.
O PNUD; MMA (2010, p.1), diz que o aumento das atividades humanas, tendo como
consequência, uma maior quantidade de resíduos gerados, tem sido uma grande preocupação
para a admnistração pública. Esse grande volume de lixo demanda amplas áreas de depósito
que ficam impróprias para ocupação, mesmo depois que esses locais são desativados.
De acordo com Macedo (2003, p.55-56), as técnicas mais utilizadas para destinação
desses resíduos são a reciclagem, e a transformação (compostagem, gaseificação ou
incineração).
É a transformação dos resíduos que nos permite gerar a energia, através de incineração
que tem um maior potencial energético, mas tem um nível de emissão de poluentes mais alto,
ou através da gaseificação (biogás), que tem um menor poder energético, mas tem uma queima
mais limpa e com melhor aproveitamento de materiais recicláveis, lembrando que a reciclagem
traz economia e conservação de energia.
14
Segundo Brito (2013, p.114), o lixo é tudo que não tem mais utilidade e é jogado fora,
sendo dividido em lixo seco e úmido. O lixo seco é o resíduo com potencial para reciclagem,
geralmente é composto por papel, plásticos vidros e metais. O lixo úmido é basicamente
resíduos orgânicos, composto por restos de comida, casca de vegetais, podas de vegetação.
Conforme Silva et al. (2008, p.11), com base em dados da Secretária Municipal do Meio
Ambiente (SMMA) relata que o aterro da Caximba recebia 1,2 mil toneladas de lixo
diariamente, sendo dividido em 55% de resíduos orgânicos, 30% de recicláveis e 15% de
rejeitos. Com esses dados é possível ter ideia do potencial de geração de biogás a partir da
gaseificação desses resíduos orgânicos.
O Plano Nacional de Energia 2030 (2007, p.178), diz que existem duas formas de gerar
energia com RSU, por incineração ou através da gaseificação do lixo, sendo o primeiro método
a forma que gera maior energia. Porém, o segundo modo tem um melhor aproveitamento
ambiental do lixo, gera melhor receita com reciclagem, e produz o gás metano, com queima
mais limpa, demandando menos filtros para tratamento dos poluentes.
O gerador de energia elétrica pode ser acoplado a um motor , que pode ser de ciclo otto,
de ciclo diesel, ciclo Brayton (turbina a gás), ou ciclo Rankine (caldeira a vapor). Todos os
tipos de motores e turbinas podem ser dispostos em um ciclo combinado, em conjunto com uma
caldeira a vapor, gerando energia térmica e aumentando o rendimento. No caso do motor diesel,
Pereira et al. (2005), o gás deve ser injetado na câmara de combustão, com uma quantidade de
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óleo diesel (que garante a explosão por compressão, característica desse tipo de motor), sendo
esse tipo de motor denominado bifuel.
A seleção da tecnologia deve ter como base o tripé da viabilidade técnica, econômica
e ambiental, tendo que atender de forma satisfatória esse três requisitos. Também deve-se
verificar o custo do transporte desses resíduos, analisando se é mais vantajoso construir uma
grande planta geradora de energia, ou distribuir em pontos estratégicos, perdendo em escala de
produção, mas demandando menor custo de deslocamento do lixo.
É a relação entre a energia térmica convertida em trabalho pelo motor dividida pela
energia térmica total gerada nas câmaras de combustão.
É interessante saber que apenas uma pequena parcela de energia térmica produzida
pelo motor é convertida em trabalho
O eixo X do gráfico acima mostra a taxa de compressão em motores dos tipos Otto e
Diesel, e o eixo Y mostra o seu rendimento percentual para um ciclo termodinãmico ideal.
Nesse ciclo ideal, são descartados as perdas por atrito, transmissão, sistema de ignição
(no caso dos MIF), arrefecimento, e outros componentes periféricos. No caso do ciclo Otto,
essas faixas de taxa de compressão são para motores utilizando gasolina como combustível,
pois outros combustíveis como etanol ou GNV permitem uma taxa de compressão ligeiramente
maior. Segundo Empresa de Pesquisa Energética (EPE) / Ministério das Minas e Energia
(MME), TOLMASQUIM (2016, p.71), os motores de combustão interna podem ser de ignição
por faísca (Ciclo Otto), ou por compressão (Ciclo Diesel).
O rendimento térmico do motor de combustão interna é dado pela fórmula abaixo:
Onde:
ᶯ = Rendimento
ᵣ = Taxa de compressão
ₖ = Gás perfeito (Em temperatura ambiente o valor é 1,4)
De acordo com Van Wylen, Gordon; Sonntag, Richard E. ; Borgnakke (1994, p.275), o
rendimento é função da taxa de compressão, então quanto maior esse valor, o motor apresenta
um melhor rendimento. No entanto, a taxa de compressão é limitada pela octanagem do
combustível. O RDP (2017, p.3), diz que octanagem é a capacidade da mistura ar combustível
ser comprimida, sem entrar em detonação.
Os MIF do tipo dois tempos, tem sua aplicação em pequenos geradores movidos a
gasolina, aproveitando as suas principais vantagens que são: simplicidade construtiva, alta
potência, tamanho compacto. Tendo como desvantagens a baixa durabilidade, a necessidade de
misturar o óleo lubrificante ao combustível, implicando em maior emissão de gases poluentes,
e limitando o tipo de combustível a ser utilizado.
21
De acordo com MIRANDA (2009, p.7), o motor de ciclo Diesel foi patenteado em 1892,
por Rudolf Diesel, sendo que demorou por volta de 5 anos para desenvolvimento de um
protótipo comercial. Segundo Tillmann (2013, p.123), em 1897, Rudolf Diesel aperfeiçoa um
motor de 1 cilindro, com 20Hp, e 172RPM, tendo um rendimento térmico de 26,2%, valor bem
alto quando comparados com o motor de ciclo Otto e a vapor, que produziam na ordem de 20%
e 10% respectivamente. Os motores de ciclo Diesel, assim como os de ciclo Otto, são compostos
pelas seguintes fases: admissão, compressão, explosão e descarga, podendo ser dividido em
dois e quatro tempos.
Conforme Mahle; Leve (2016, p.18), diferente do ciclo Otto, o motor Diesel admite
somente ar na fase de admissão, sendo injetado o combustível no final da subida do pistão,
sendo inflamado através do calor e pressão do ar comprimido, quando atinge o Ponto Máximo
Superior (PMS). Nesse tipo de motor, a alta taxa de compressão necessária para inflamar o óleo
diesel, permite um maior rendimento térmico, além de maior robustez por não utilizar sistema
de ignição.
Segundo Brunetti (2012, p.39-41), o funcionamento do motor do ciclo Diesel 2 tempos
se dá da seguinte forma:
No caso do motor Diesel, em lugar de se utilizar o cárter para a admissão, aplica-se
uma máquina auxiliar, acionada pelo eixo do motor. A bomba de lavagem (elemento
que provoca a exaustão dos gases de es- cape) é um compressor volumétrico (blower),
que introduz pelas janelas de admissão uma grande quantidade de ar. O fluxo de ar
empurra para fora, através de uma ou mais válvulas de escapamento, os gases de
combustão e uma parte deste é retida quando as válvulas fecham. O pistão comprime
fortemente o ar retido e, quando se aproxima do PMS, injeta-se o combustível que, ao
queimar espontaneamente, gera a pressão necessária à produção de trabalho positivo.
Após a expansão o pistão passa pelas janelas de admissão quando, novamente, o
blower faz a lavagem dos gases de escapamento e proporciona a admissão. Nota-se
que os processos descritos utilizam apenas dois cursos e, consequente- mente, uma
volta da manivela (x=1). A mesma solução pode utilizar janelas de escapamento no
cilindro, em lugar do uso de válvulas, simplificando o motor mecanicamente.
Nesse tipo de motor, o sistema de lubrificação é com cárter úmido e bomba de óleo,
semelhante aos motores 4 tempos, pois a utilização do compressor volumétrico (Blower),
elimina a função da descida do pistão, de gerar pressão para alimentar a câmara de combustão.
As suas principais vantagens são: a sua alta potência quando comparado a um motor 4
tempos de deslocamento volumétrico semelhante, o tamanho mais compacto quando
comparado a um motor semelhante de ciclo 4 tempos, e a sua simplicidade construtiva.
O alto nível de emissão de poluentes, e a necessidade da utilização do Blower para a
admissão do ar (gera perda de potência por atrito da polia e correia) são suas desvantagens.
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O motor do tipo Diesel 2 tempos encontra sua aplicação em máquinas de grande porte,
sendo muito utilizado como motor em navios e em grandes GMG (Grupo Motor Gerador).
Figura 7 - Fluxograma de uma turbina a gás ciclo Brayton movida a gás natural
O ciclo a vapor é representado pelo ciclo Rankine, TOLMASQUIM (2016) diz que é a
forma mais antiga de obtenção de energia, composto por uma caldeira e um motor ou turbina
movimentados pelo vapor. Essas máquinas térmicas são de combustão externa, pois são
movimentados pelo vapor gerado através de uma caldeira, a partir da queima do combustível,
podendo ser dos mais variados tipos.
Segundo a NR13 Caldeiras (2006, p.7), a definição de caldeira é:
Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão
superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, projetados conforme
códigos pertinentes, excetuando-se refervedores e equipamentos similares utilizados em
unidades de processo.
De acordo com Altafini (2002, p.6), o início do desenvolvimento das máquinas movidas
a vapor foi com o aparelho conhecido como Eolípila, produzido por Heron de Alexandria, no
século II a.C. Esse equipamento era uma esfera oca com 2 tubos curvados para a saída do vapor,
sendo alimentado através do próprio eixo tubular e interligado a um recipiente fechado, com
água sendo aquecida pelo fogo, conforme a figura abaixo.
Com a revolução industrial, houve uma grande evolução tecnológica das máquinas a
vapor, tendo trabalhos desenvolvidos na França por Denis Papin, Escócia por James Watt e
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Estados Unidos por Wilcox, tendo um uso muito acentuado após a 1ª Guerra Mundial.
Basicamente, as caldeiras podem ser divididas em aquatubulares e flamotubulares.
• Caldeiras Aquatubulares: Segundo Altafini (2002, p.8), são caracterizadas por
tubos preenchidos com água, tendo uma câmara de combustão na volta desses
tubos. Esse modo de construção, permite a utilização de tubos com maior
espessura possibilitando operar com pressões mais elevadas
• Caldeiras Flamotubulares: De acordo com Altafini (2002, p.7), tem como
característica a circulação dos gases da combustão dentro dos tubos, tendo um
vaso de pressão onde a água é aquecida na volta desses tubos. Esse modo de
construção tem uma limitação para operar com pressões elevadas, devido a
maior complexidade para construir um vaso de pressão com paredes mais
espessas.
A geração de energia elétrica através de caldeira é feita conforme a figura abaixo:
De acordo com Mohanty et al. (2017, p.1), Robert Stirling inventou em 1816 um
motor de ciclo fechado, muito parecido com os motores de ciclo vapor, motivado pelos
inúmeros casos de acidentes envolvendo máquinas abastecidas por caldeiras. Funciona através
do princípio da expansão e contração do ar (outro tipo de gás) com a variação da temperatura,
operando em ciclo fechado. Segundo Martini (1983, p.3), eles eram conhecidos como motor a
ar, tendo como características a alta confiabilidade e segurança, mas com baixa potência
específica perdeu em investimento para desenvolvimento, com relação outros tipos de motores
mais potentes, pois a indústria preferiu investir em equipamentos que tivessem melhor custo x
potência. Porém, o motor Stirling oferece bom rendimento, apresenta baixo ruído, e tem a
possibilidade de operar com qualquer combustível. Na década de 1930, alguns pesquisadores
empregados da Philips Company, da Holanda, reconheceram algumas possibilidades de
desenvolvimento neste antigo motor, empregando técnicas modernas de engenharia. Martini
(1983, p.3) diz que, o motor Stirling é desenvolvido no mundo inteiro, apesar de seu custo
certamente mais alto por causa de sua alta eficiência, particularmente em carga parcial, sua
capacidade de usar qualquer fonte de calor, sua operação silenciosa, sua longa vida e seu caráter
não poluente. Eles podem ser dos tipos Alfa, Beta e Gama:
2.2 BIODIGESTORES
2.2.1 Contínuos
O biodigestor do tipo contínuo, como o próprio nome diz, é feito para ser abastecido
continuamente, tendo como característica a caixa de entrada do material orgânico para abastecer
a câmara de fermentação. Esse tipo de biodigestor é utilizado quando a geração de resíduos para
alimentá-lo é diária.
Também conhecidos como biodigestores de lagoa coberta, segundo Oliver; Neto (2008,
p.6), é o modelo mais difundido no Brasil atualmente, feito em lona de PVC, tendo um baixo
custo e grande versatilidade, pois pode ser usado tanto em pequenas propriedades, quanto em
grandes empreendimentos. De acordo com Probiogás (2015, p.30), é muito utilizado no
tratamento de esgoto sanitário, e resíduos da agroindustria, tendo como principais desvantagens
a baixa durabilidade (Devido a degradação da lona de PVC pelo tempo), a grande possibilidade
de vazamento do biogás, e a impossibilidade de fazer um tratamento completo e adequado aos
efluentes.
Esse tipo de biodigestor são compostos por uma caixa para abastecimento de matéria
orgânica, uma lagoa de armazenamento dos dejetos, um gasômetro feito em lona impermeável,
e a caixa da saída de efluentes. Podem ser encontrados em versões com e sem misturador, sendo
o primeiro mais eficiente, e com a possibilidade de utilizar substratos com maior teor de
resíduos sólidos.
Conforme Deganutti et al. (2002, p.3), o biodigestor do tipo chinês é basicamente uma
câmara cilíndrica com o teto em forma de abobada, impermeável, tendo somente a caixa de
entrada e saída que comunica com o ambiente, utiliza o conceito da prensa hidráulica,
expulsando o efluente para a caixa de saída, conforme o aumento de pressão. Nesse tipo de
biodigestor, ocorre o vazamento de certa quantidade do biogás, para manter a pressão interna
em níveis aceitáveis, tornando-o apropriado somente em instalações de pequeno porte. A sua
construção tem um baixo custo, pois pode ser feita totalmente em alvenaria, porém deve-se ter
um cuidado com a sua impermeabilização, para não haver grande vazamento de biogás.
2.2.1.4 CSTR
Eles podem ser de versão básica ou avançada, sendo a primeira mais utilizada para
fermentação de dejetos de animais, sendo mais barato, e com manutenção simplificada.
É o tipo de biodigestor que tem a maior produção de biogás por quantidade de material
digerida, porém é a que necessita de material com umidade, pois é bombeado para dentro da
câmara.
Os reatores de mistura contínua (CSTR - Continuous Flow Stirred Tank Reactor) são
a tecnologia padrão para a digestão anaeróbia de substratos mais densos (ST de 15%),
com características favoráveis para bombeamento e mistura. Essa tecnologia é mais
aplicada nos setores da agropecuária, da indústria e no tratamento de lodos sanitários,
sendo utilizada com menor frequência no tratamento de resíduos orgânicos urbanos,
pois a tecnologia exige substratos praticamente livres de impurezas e suficientemente
úmidos
2.2.2 Batelada
3 RSU E BIOGÁS
Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) são compostos por lixo doméstico, e os gerados pelo
serviço de limpeza urbana. Segundo Lima (2013, p.30), a gestão do lixo de Curitiba é através
do Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (CONRESOL),
formado por 23 dos 29 municípios da RMC, responsável por dar destinação final do RSU
produzido por 3.426.403 habitantes IBGE (2017).
De acordo com Orlando (2016, p.9), esses resíduos são recebidos pela
empresa Estre Ambiental, sediada no município da Fazenda Rio Grande, responsável
hoje pela destinação do lixo, após a desativação do aterro da Caximba no final do ano de 2010.
Antes do aterro da caximba, os lixos eram levados para o aterro controlado da Lamenha
pequena, e posteriormente para a área de disposição de resíduos da CIC.
A coleta da cidade de Curitiba é feita pela empresa Cavo, que faz parte do grupo Estre
Ambiental, sendo a coleta dos outros municípios do CONRESOL, terceirizadas a outras
empresas, ou através da própria prefeitura..
Segundo a Prefeitura Municipal de Curitiba (PMC), foi arrecadado em 2016, R$95,3
milhões com a taxa de lixo feita na cobrança do IPTU, porém foi gasto mais que o dobro desse
valor com a gestão desses resíduos, sendo aproximadamente 70% desse valor utilizado no
transporte. De acordo com Projeto (2015), existe um potencial significativo de economia no
transporte. Das 23 cidades participantes do consórcio atualmente, apenas São José dos Pinhais
tem um pátio de transbordo, recebendo os resíduos dos caminhões da coleta, e carregando em
um caminhão maior e mais adequado, reduzindo os gastos com coleta.
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• Aterro
Resíduos sólidos urbanos 1964 a 1989
Controlado da Lamenha Resíduos de serviço de saúde
Pequena Resíduos industriais
• Área
Resíduos sólidos urbanos 1982 a 1988
de disposição de resíduos da Resíduos de serviço de saúde
CIC Resíduos industriais
Resíduos de construção civil
• Aterro
Resíduos sólidos urbanos Novembro 1989 a outubro
Sanitário de 2010
Curitiba (Caximba)
• Aterro
Resíduos sólidos urbanos Novembro de 2010
Sanitário Fazenda Rio
Grande (Estre)
• Aterro
Resíduos sólidos urbanos Junho de 2012
São José dos Pinhais
(Estação de Transbordo)
O Plano Municipal de Saneamento de Curitiba, Lima (2013, p.34), diz que os resíduos
domiciliares enviados para a Estre Ambiental, tem a seguinte composição gravimétrica abaixo:
Esses dados são baseados em amostras colhidas no período de 2005 a 2012, sendo que
em 2012, foi coletado uma média aproximada de 2100 toneladas de resíduos por dia em
Curitiba, resultando em uma média de 1,199 Kg de lixo por habitante diariamente. Nesse
cálculo foi considerado uma população de 1.751.907 habitantes da cidade de Curitiba IBGE
(2010). Os resíduos sólidos urbanos são coletados conforme a tabela abaixo:
de lixo por habitante, e levando em conta que a composição gravimétrica mais atualizada diz
que do total de lixo produzido por Curitiba, 37,73% é de materia orgânica, podendo ser
calculado que aproximadamente 1500 toneladas de lixo orgânico é produzido diariamente.
3.2 BIOGÁS
O Probiogás (2015) diz que, além da utilização na geração de energia elétrica e térmica,
o biogás pode ser injetado na rede de gás natural após o seu devido tratamento (purificação),
tornando possível a sua utilização como energia veicular e termelétrica movida a gás natural.
Sendo uma alternativa viável, pois a rede de gás natural (Gasoduto Brasil – Bolívia)
atravessa por diversos municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
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Adrianópolis 2940 1900 40612 26 875 165 895 485 770 69 - - 46092 2645
Agudos do Sul 2854 1989 293 23 1310 173 3973 1442 878 66 - - 9308 3693
Almirante Tamandaré 61242 32750 52025 451 18235 1577 3425 959 11736 227 - - 146663 35964
Araucária 84729 43468 194601 736 57755 3031 9712 2544 25071 553 164006 7 535874 50339
Balsa Nova 6311 3707 31775 53 6681 266 4304 1305 2889 117 141448 2 193408 5450
Bocaiúva do Sul 5589 3720 8395 49 1806 222 2851 1151 1552 74 - - 20192 5216
Campina Grande do Sul 27834 14971 22273 177 17362 956 3323 1043 5427 165 - - 76219 17312
Campo Largo 79741 42782 142238 511 57889 3097 7212 1745 24696 291 - - 311775 48426
Campo Magro 14454 7714 3847 145 3626 360 3430 1010 2633 125 - - 27989 9354
Colombo 144153 76959 126153 1213 63817 4560 7472 1895 24318 458 2358 1 368271 82086
Contenda 6953 4345 3367 62 3952 358 5217 1748 2643 95 - - 22131 6608
Curitiba 1500075 684975 595809 12039 1458280 94089 1441 96 389773 7422 787912 52 4733290 798673
Fazenda Rio Grande 66995 38343 96862 388 22046 2047 1816 478 12566 200 - - 200284 41456
Itaperuçu 11274 7511 10803 97 4041 368 1162 639 2685 70 - - 29965 8685
Mandirituba 9396 5786 16676 137 7637 472 10492 3384 4750 132 - - 48650 9914
Piên 3983 2345 9742 34 2097 218 7313 1653 2189 103 179549 1 204874 4354
Piraquara 53236 29545 8933 236 13966 1083 3441 455 14864 176 5853 1 99893 31496
Quatro Barras 14719 7141 56727 103 7080 492 1108 328 5497 118 - - 85131 8182
Quitandinha 5168 3555 1908 31 2901 314 9756 3327 1241 103 - - 20974 7330
São José dos Pinhais 195536 97554 413303 2473 156671 8663 19305 4715 45878 702 210081 6 1040773 114113
Tabela 9 – Consumo anual de energia elétrica dos municípios do CONRESOL
Tijucas do Sul 5781 3890 1145 44 3587 320 7071 2743 2260 102 - - 19844 7099
Tunas do Paraná 2924 2019 7877 36 3372 120 209 109 963 66 - - 15342 2350
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51
Consumo em MWh
Entende-se por consumidor as unidades consumidoras de energia elétrica (relógio)
(1) Inclui as categorias: consumo próprio, iluminação pública, poder público e serviço público.
Tabela 10 - Comparativo do potencial de geração de energia com RSU entre Paraná e Brasil
População Fator de Produção Produção Fator de Potencial de Fator de Potencial
urbana (2012) conversão anual de anual de conversão produção de conversão energético em
de RSU RSU -2012 de RSU em biogás em 2012 de biogás 2012
habitantes [Kg/habit Tonelada biogás em (m³) em energia [GWh]
em RSU ante] 2012 elétrica
[Kg/habitan
te*dia]
Paraná 9.374.337 0,746 272,29 2.552.538 100 255.253.822,17 1,43 365,01
Brasil 168.167.104 0,963 351,495 59.109.898 100 5.910.989.797,8 1,43 8.452,72
Fonte Microdados ABRELPE [2]*365 [1]*[3] FEAM [4]*[5] SGANZER [6]*[7]/
PNAD 2014 2014 /1000 2012 LA 1983 1000000
Com os dados da tabela acima, podemos calcular o potencial de geração de energia com
RSU de Curitiba, e dos membros do Conresol.
Tabela 11 - Comparativo do potencial de geração de energia com RSU entre Curitiba e
CONRESOL
População Fator de Produção Produção Fator de Potencial de Fator de Potencial
urbana conversão de anual de anual de conversã produção de conversão de energétic
2017 habitantes em RSU RSU - o de biogás anual biogás em o anual
RSU [Kg/habitante Tonelada RSU em (m³) energia [GWh]
[Kg/habitante*d ] biogás elétrica
ia] em 2012
Curitiba 1.908.359 1,199 437,63 835.155,149 100 83.515.514,92 1,43 119,43
2
Conreso 3.426.403 1,199 437,63 1.499.496,7 100 149.949.674,4 1,43 214,43
l 4 8
Fonte IBGE Lima (2013) [2]*365 [1]*[3] FEAM [4]*[5] SGANZERL [6]*[7]/
(2017) /1000 2012 A 1983 1000000
Fonte: Autor
Com o potencial energético anual, é possível obter o valor em MWh, dividindo o valor
obtido pelos dias do ano, e dividindo pelas 24 horas do dia, obtendo o valor de 13,63MWh para
Curitiba e 24,47MWh para todos os municípios do CONRESOL. Lembrando que é um
potencial energético, tendo como limitações o tipo de biodigestor utilizado, e de que forma vai
ser transformada a energia térmica da queima do biogás em energia mecânica, e posteriormente
em elétrica. Também deve se considerar que essa geração de energia pode ser feita no próprio
52
patio de transbordo, fazendo uma melhor separação dos materiais reciclaveis, e enviando o
resíduo já digerido, diminuindo o volume de material, economizando com o transporte.
Se for analisado as estações de transbordo da destinação final dos Resíduos Sólidos
Urbanos 2031, é possível fazer o cálculo do potencial de geração de cada uma delas
Figura 25 - Estações de transbordo 2031
2 – Tunas do Paraná Adrianópolis, Tunas do Paraná 14225 1.199 437,63 6225,28 100 622528,67 1,43 0,89
3 – Almirante Tamandaré Rio Branco do Sul, Itaperuçu, 175368 1.199 437,63 76746,29 100 7674629,78 1,43 10,97
Almirante Tamandaré
4 - Colombo Bocaiúva do Sul, Campina 292426 1.199 437,63 127974,39 100 12797439,0 1,43 18,30
Grande do Sul, Colombo 4
5 – Campo Largo Campo Magro, Campo Largo 155553 1.199 437,63 68074,65 100 6807465,93 1,43 9,73
6 - Piraquara Quatro Barras, Pinhais, 259847 1.199 437,63 113716,84 100 11371684,2 1,43 16,26
Piraquara 6
Fonte: Autor
7 – São José dos Pinhais São José dos Pinhais 307530 1.199 437,63 134584,35 100 13458435,3 1,43 19,24
9
8 - Araucária Araucária 137452 1.199 437,63 60153,11 100 6015311,87 1,43 8,60
9 - Contenda Balsa Nova, Lapa, Contenda 78630 1.199 437,63 34410,84 100 3441084,69 1,43 4,92
10 - Quitandinha Rio Negro, Campo do Tenente, 60419 1.199 437,63 26441,16 100 2644116,69 1,43 3,78
Tabela 12- Potencial energético anual das estações de transbordo 2031
Quitandinha
11 – Agudos do Sul Piên, Tijucas do Sul, Agudos do 37964 1.199 437,63 16614,18 100 1661418,53 1,43 2,37
Sul
53
54
Fonte: Autor
55
Comparando com o Biodigestor do tipo descontínuo, este permite utilizar resíduos com
um percentual de sólidos totais e com um grau de impureza ainda maior que o modelo contínuo,
porém com uma menor geração de biogás. De acordo com a (Tabela 2, página 30), é o tipo de
reator adequado para populações acima de 80.000 habitantes e geração de lixo maior que 15000
toneladas anuais, devendo ser planejado outras áreas para instalar as plantas de geração de
energia, podendo ser utilizado as estações de transbordo que estão programadas para operar até
o ano de 2031, diminuindo o gasto com coleta que é aproximadamente 70% do valor gasto com
a gestão dos resíduos, gerando energia de forma distribuída, mais próximo das cargas, evitando
de sobrecarregar as linhas de transmissão. O reator do tipo contínuo é o mais adequado para ser
instalado nas estações de transbordo mais próximas a Curitiba. No caso das estações de
transbordo 1 – Cerro Azul, 2 – Tunas do Paraná, 9 – Contenda, 10 – Quitandinha e 11 – Agudos
do Sul (Figura 25, página 52), elas não atingem a quantidade mínima de habitantes ou a
quantidade de geração de resíduos sólidos anuais conforme a (Tabela 12, página 53), para a
implantação de uma planta de geração de energia com RSU. Nas estações 1 – Cerro Azul e 2
– Tunas do Paraná a opção de maior viabilidade, é transportar os resíduos para a estação 3 –
Almirante Tamandaré no caso do primeiro, e na estação 4 – Colombo no caso do segundo. As
estações 9 – Contenda, 10 – Quitandinha e 11 – Agudos do Sul apresentam como opção mais
viável, o envio dos resíduos diretamente para o aterro da Estre Ambiental, junto com o lixo já
enviado por Mandirituba, Fazenda Rio Grande e Curitiba. Sendo organizados conforme a tabela
seguinte.
Localização Municípios atendidos População Fator de Produção Produção Fator de Potencial de Fator de Potencial
urbana conversão anual de anual de RSU conversão produção de conversão energético
2017 de RSU - Tonelada de RSU em biogás anual de biogás anual
habitantes [Kg/ha biogás (m³) em energia [GWh
em RSU bitante em2012 elétrica
[Kg/habita ]
nte]
3 – Almirante Doutor Ullysses, Cerro Azul, 199034 1.199 437,63 87103,24 100 8710324,94 1,43 12,45
Tamandaré Rio Branco do Sul,
Itaperuçu, Almirante
Tamandaré
4 - Colombo Adrianópolis, Tunas do 306651 1.199 437,63 134199,67 100 13419967,71 1,43 19,19
Paraná, Bocaiúva do Sul,
Campina Grande do Sul,
Colombo
5 – Campo Largo Campo Magro, Campo Largo 155553 1.199 437,63 68074,65 100 6807465,93 1,43 9,73
7 – São José dos São José dos Pinhais 307530 1.199 437,63 134584,35 100 13458435,39 1,43 19,24
Pinhais
8 - Araucária Araucária 137452 1.199 437,63 60153,11 100 6015311,87 1,43 8,60
Aterro Fazenda Balsa Nova, Lapa, Contenda, 2206259 1.199 437,63 965525,12 100 96552512,62 1,43 138,07
Rio Grande Rio Negro, Campo do
Tenente, Quitandinha, Piên,
Tijucas do Sul, Agudos do
Sul, Mandirituba, Fazenda
Tabela 13 - Potencial energético das áreas planejadas para geração de energia com RSU
Considerando que a gestão dos resíduos sólidos urbanos e a iluminação pública são de
responsabilidade dos municípios, a tabela seguinte mostra o consumo de energia do setor
56
57
7 – São José dos São José dos Pinhais 45,87 19,24 41,94
Pinhais
8 - Araucária Araucária 25,07 8,60 34,30
Aterro Fazenda Rio Balsa Nova, Lapa, Contenda, Rio Negro, 436,10 138,07 31,66
Campo do Tenente, Quitandinha, Piên,
Grande
Tijucas do Sul, Agudos do Sul,
Mandirituba, Fazenda Rio Grande, Curitiba
(1) Inclui as categorias: consumo próprio, iluminação pública, poder público e serviço público
Fonte:Autor
Com o potencial energético anual, é possível calcular o valor em watt-hora para poder
dimensionar o gerador a ser utilizado, conforme a tabela abaixo:
A escolha do propulsor que movimenta o gerador elétrico têm que levar em conta o
custo e a facilidade de manutenção, o valor necessário para a aquisição, a eficiência energética,
a sua vida útil, a emissão de poluentes e ruídos, com uma faixa de potência e consumo adequada
a capacidade de produção do biogás. Considerando todas essas características o motor Diesel
transformado em ciclo Otto apresenta o melhor custo benefício, pois tem um bom rendimento
térmico, dentro do ideal para funcionar com biogás devido a sua taxa de compressão. Sua
principal desvantagem é a manutenção mais constante que uma turbina a gás, mas com uma
menor complexidade, podendo ter maiores tolerâncias em relação ao balanceamento do
conjunto girante, devido a rotação de trabalho ser mais baixa. Pode ser utilizado em ciclo
combinado com um propulsor a vapor, aproveitando os gases quentes do sistema de exaustão
para alimentar uma caldeira, aumentando o rendimento térmico. O calor do sistema de
arrefecimento pode ser utilizado para fazer o controle da temperatura do material orgânico
dentro do Biodigestor, pois a produção do biogás depende da temperatura que deve estar na
faixa de 35ºC para a digestão mesofílica e entre 50 a 55ºC para a digestão termofílica.
Fonte: Autor
Localização Potencial de Potencial de R$/m³h CH4 Potencial US$/KWel GMG
produção de biogás produção de R$22500,00 a energético GMG US$1300 e
anual biogás (m³h) R$31500,00 [KWh] Biodigestor
(m³)
Custo
Fonte: Autor
Pinhais a = a
R$48.395.025,00 R$9.395.100,00 R$57.790.125,00
8 - Araucária 6.015.311,87 686,67 R$15.450.075,00 980 US$1.274.000,00 R$19.654.275,00
a = a
R$21.630.105,00 R$4.204.200,00 R$25.834.305,00
onde mostram os valores em US$/KWel, e R$/m³h CH4 respectivamente
a a a
R$562.164.435,00 R$109.395.000,00 R$671.559.435,00
É possível fazer uma estimativa de custos através das (Tabela 1, p.30) e (Tabela 3, p.40),
59
60
Deve-se considerar que não estão inclusos nesses custos a obra necessária para
separação dos resíduos, e que os dados utilizados são estimativas de empreendimentos
realizados no exterior, podendo sofrer alterações de valores, devido a variação cambial e de
impostos. A cotação do dólar utilizada foi de R$3,30 para US$1,00.
61
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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