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Comparativo entre as técnicas de reforço de solo mole Jet Grouting e Deep Soil Mixing

Comparativo entre as técnicas de reforço de solo


mole Jet Grouting e Deep Soil Mixing

Ana Luiza Linhares Esteves Guimarães1


Murillo Anderson Gonçalves Barbosa2

RESUMO

O presente artigo aborda alguns dos principais conceitos acerca da geotecnia com o intuito de
apresentar um comparativo entre duas técnicas de tratamento de solo, o jet grouting e deep
soil mixing. É importante mostrar que é essencial investir no tratamento de solos com baixa
capacidade de carga. O estudo tem como base uma vasta revisão literária para a obtenção dos
dados sobre a aplicabilidade, métodos de execução e resultados obtidos após a implementação.
Pode-se observar uma crescente necessidade da utilização de solos moles para construção de
edificações e com isso vêm sendo desenvolvidas técnicas de tratamento e reforço para a viabilização
dessas construções. É neste contexto que serão apresentadas as técnicas e como ambas possuem
equipamentos e particularidades especificas para criação de colunas do solo cimento, que darão a
estabilidade necessária ao terreno para receber a edificação, retificando que o estudo do terreno é
o elemento mais importante para selecionar o melhor sistema ou método a ser aplicado.

Palavras-chave: Limites de Atterberg. Sondagem. Aterro.

ABSTRACT

This article approaches some of the main concepts about geotechnics in order to present a
comparison between two soil treatment techniques, which are jet grouting and deep soil mixing. It
1
Graduanda em Engenharia Civil na faculdade Área 1 - Wyden
2
Professor Orientador, Doutor em Ciências

1
is important to show that it is essential to invest in soil treatment with low load capacity. The study
is based on a vast literary review to obtain data on applicability, methods of implementation and
2
the results obtained after implementation. A growing need for soft soils for building construction
can be observed and with that, treatment and reinforcement techniques have been developed to
make these constructions viable. It is in this context that the techniques will be presented and
as both have specific equipment and particularities for creating cement soil columns, which will
give the necessary stability to the land to receive the building, rectifying that the study of the
land is the most important element to select the best system or method to be applied.

Key-words: Atteberg Limits. Soil Drilling. Embankment

1 Introdução
As primeiras invenções da Engenharia surgiram na antiguidade, onde se pode destacar diversas
obras marcantes, como as Pirâmides Egípcias, o Coliseu de Roma e o Taj Mahal, todas construídas
com habilidades que há séculos vêm sendo aprimoradas pelo homem. Assim resultando em
construções modernas como a Torre Eiffel, Ponte Golden Gate e contribuindo para o avanço
da Engenharia Civil, que no presente se divide em diversas áreas abrangendo os mais diversos
segmentos.

Atualmente, uma das áreas de grande importância é a geotecnia, o estudo do solo vem crescendo
principalmente por ser essencial nas etapas iniciais de qualquer projeto. A fundação é a responsável
por receber os esforços derivados da edificação e por isso é indispensável a garantia de uma
engenharia apropriada, que traga segurança para se obter um projeto de qualidade. Neste cenário
a construção de estruturas sobre solos moles se torna um grande desafio.

Um solo mole é caracterizado pela baixa capacidade de carga, alta deformabilidade e elevada
compressibilidade, apresentando valor de N𝑆 𝑃 𝑇 menor ou igual a 4, como por exemplo argilas
moles. De acordo com Filho (2017) em obras com esse tipo de solo, surgem dúvidas sobre o
desempenho real que será apresentado devido a variabilidade do perfil geotécnico.

Um dos principais desafios enfrentados na geotecnia ao projetar estruturas sobre solos moles
são os deslocamentos verticais, também conhecidos como recalques diferenciais (ALMEIDA;
MARQUES, 2010). Partindo desse pressuposto cabe à engenharia geotécnica elaborar meios, a
partir de estudos, de desenvolver técnicas que envolvam reforço ou tratamento do solo permitindo
a anulação ou redução deste fenômeno.

Essas técnicas terão como objetivo aumentar a capacidade de carga do solo, diminuindo sua
deformabilidade afim de minimizar os efeitos destes recalques diferenciais. Enquanto o Jet
Grouting trabalha através da desagregação do solo original e injeção de uma calda de cimento
sob elevada pressão (RIBEIRO, 2010),o método do Deep Soil Mixing consiste no tratamento do
solo in situ, sendo feita a associação entre o cimento e agentes químicos estabilizantes, como a
cal (CORREIA, 2011). Ambos formando colunas cilíndricas de solo-cimento.

Neste contexto, objetivou-se com presente artigo apresentar uma comparação diante das formas de
execução, melhor aplicabilidade e as vantagens e desvantagens no uso das técnicas de tratamento
de solo mole Jet Grouting e Deep Soil Mixing.
Comparativo entre as técnicas de reforço de solo mole Jet Grouting e Deep Soil Mixing

2 Material e métodos
O seguinte artigo foi conduzido a partir de uma revisão de literatura sobre as técnicas Jet 3
Grouting e Deep Soil Mixing com o intuito de fazer um comparativo desde a execução até a
melhor aplicabilidade em campo, apresentando os dados necessários para proporcionar uma
construção fundamentada da pesquisa. O material que compõe a pesquisa foi baseado no uso de
dados eletrônicos, artigos científicos, dissertações, teses e livros acerca do tema.

Foram selecionados onze trabalhos publicados entre os anos de 2006 a 2018 para compor o estudo
deste artigo. Os trabalhos estão listados na Tabela 1.

Tabela 1 – Relação de autores e suas respectivas obras que deram composição à pesquisa.

ANO DE
AUTOR TÍTULO DA OBRA PUBLICAÇÃO

Curso Básico de Mecânica dos Solos em 2006


PINTO, Carlos de S.
16 aulas

PEREIRA, Carlos D. Aplicação de Jet-Grouting em 2008


D. Escavações Profundas
ALMEIDA, M. de S.
Aterros sobre Solos Moles: projeto e 2010
S.; MARQUES, M.
desempenho
E. S.
Escavações Multi-Escoradas em solos
MATEUS, Ricardo 2010
moles incorporando laje de fundo de Jet
D. da C.
Grout e pré-esforço nas escoras
CORREIA, António Aplicabilidade da técnica deep mixing 2011
A. S. aos solos moles do Baixo Mondego
Abordagem às soluções de contenção de
CRUZ, Joana M. M. escavações usando a técnica de Deep Soil 2012
Mixing
Colunas de jet-grouting na construção de 2012
ROBERTO, Inês M.
túneis

DAS, Braja M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica 2013

Escavações Profundas em solos moles.


PEREIRA, Pedro D. 2014
Reforço do maciço pela técnica de cutter
P. T.
soil mixing
Obras sobre solos moles e suas
respectivas soluções: um exemplo prático 2017
FILHO, Roberto G.
da obra um complexo de vacinas em
Santa Cruz, RJ
RODRIGUES, Técnicas de Injeção. Jet Grouting, 2018
Andrea R. D. Aplicações e Regras de Dimensionamento

Fonte: elaborado pelo autor, 2020.


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3 Análise e Discussão dos Resultados


4
3.1 Caracterização do solo
A ABNT (1995) define o solo como “material proveniente da decomposição das rochas pela ação
de agentes físicos ou químicos, podendo ou não ter matéria orgânica”, sendo composto por três
fases distribuídas em porções distintas: sólida, contendo matéria orgânica ou inorgânica; líquida,
onde pode se encontrar água derivada da matéria orgânica; e gasosa, o ar.

Filho (2017) afirma que “solos moles são geralmente solos de origem sedimentar, em geral saturados
e predominantemente argilosos”. Solos moles também apresentam baixa permeabilidade, baixa
capacidade de carga e elevada compressibilidade. Sendo a argila classificada como solo fino, com
diâmetro máximo de 0,002mm, e por conta de sua granulometria, seu comportamento é variável
em função da quantidade de água presente em seus grãos (PINTO, 2006).

Pinto (2006) levanta três critérios para a caracterização do solo mole:

O primeiro é a resistência à compressão, onde o corpo de prova de argila é submetido a cargas


de diferentes pressões até que o mesmo seja deformado. A Tabela 2 apresenta os valores da
consistência da argila em função da resistência à compressão.

Tabela 2 – Consistência em função da resistência à compressão.

Consistência Resistência, em kPa


Muito mole < 25
Mole 25 a 50
Média 50 a 100
Rija 100 a 200
Muito Rija 200 a 400
Dura > 400
Fonte: Pinto (2006)

O segundo, o índice de consistência que permite medir a consistência de um solo amostrado em


campo, se dá através da equação abaixo.

𝐿𝐿−𝑤
𝐼𝐶 = 𝐼𝑃

Em que,
LL: Limite de liquidez;
IP: Índice de Plasticidade;
w: Umidade.

Cada intervalo do valor do índice de resistência corresponde a uma consistência, conforme


podemos ver na Tabela 3.
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Tabela 3 – Estimativa da consistência pelo Índice de Consistência.

Consistência Índice de consistência 5

Mole < 0,5


Média 0,5 a 0,75
Rija 0,75 a 1
Dura >1
Fonte: Pinto (2006)

E o terceiro, a resistência à penetração, relacionada ao número de golpes necessários para cravar


de 30cm do amostrador-padrão, após os primeiros 15cm. A consistência da argila é determinada
a partir deste valor, conhecido como 𝑁𝑠𝑝𝑡 como podemos ver na Tabela 4.

Tabela 4 – Consistência das argilas em função do SPT.

Consistência da argila Resistência à penetração (número N do SPT)


Muito mole <2
Mole 3a5
Consistência média 6 a 10
Rija 11 a 19
Dura > 19
Fonte: Pinto (2006)

3.2 Limites de Consistência


O comportamento do solo argiloso pode ser definido a partir da quantidade de água presente
nos seus vazios, determinando assim sua consistência. Das (2014) afirma que a presença de
argilominerais em solo granular fino permite com que este seja remoldado na presença de umidade
sem desagregar.

Ainda segundo Das (2014) o cientista sueco, Atterberg, desenvolveu um método para descrever a
consistência de solos finos a partir de teores de umidades variados. Os parâmetros a seguir são
conhecidos como limites de Atterberg.

3.2.1 Limite de Liquidez

A determinação do limite de liquidez é normatizada pela ABNT NBR 6459:2016. O método


padronizado para estabelecer este limite é o de Arthur Casagrande, utilizando um aparelho
desenvolvido pelo mesmo. Este limite representa o valor de umidade quando o solo passa do
estado líquido para o estado plástico, perdendo sua capacidade de fluir (FIORI, 2016).

Fiori (2016) também aponta que o limite de liquidez é o teor de umidade do solo para 25 golpes
no ensaio de Casagrande e ainda apresenta a seguinte equação de acordo com estudos da Federal
Highway Administration quando apenas um ponto é conhecido:
Comparativo entre as técnicas de reforço de solo mole Jet Grouting e Deep Soil Mixing


𝐿𝐿 = 1,419−0,3

6
Em que,
H: Umidade em percentual;
N: Número de golpes no aparelho de ensaio para fechamento de uma ranhura de 12,5 mm.

3.2.2 Limite de Plasticidade

A determinação do limite de plasticidade é normatizada pela ABNT NBR 7180:2016. Das (2014)
define este limite como o teor de umidade no qual o solo apresenta fissuras, quando moldado
no cilindro de 3,2 mm de diâmetro. Isto ocorre, devido ao limite de plasticidade representar a
passagem do solo do estado plástico para o estado semissólido.

3.2.3 Limite de Contração

É o limite do solo que passa do estado semissólido para o estado sólido. A contração do solo
resulta numa perda gradativa de sua umidade, alcançando um estado de equilíbrio, no qual o
volume do solo se mantém constante (FIORI, 2016).

3.3 Investigações Geotécnicas


Segundo Almeida & Marques (2010), a realização de investigações geotécnicas compõe a primeira
etapa do projeto de uma obra geotécnica, onde é feito todo o mapeamento e reconhecimento
inicial do depósito. A partir do reconhecimento são programadas investigações em duas etapas:

a) Investigações Preliminares: é nesta primeira etapa que, por meio de sondagem a percussão,
pode-se definir o tipo de solo, a espessura de camadas e a determinação dos limites de
Atterberg.

b) Investigações Complementares: após a obtenção de dados, através da primeira etapa, são


feitos ensaios em laboratório para definir parâmetros geotécnicos, estes podem ser usados
para aprimorar o solo da área em questão.

3.3.1 Sondagem à percussão

O método de execução do SPT (Standard Penetration Test ou sondagem à percussão) é normati-


zado pela NBR (2001) e de acordo com esta, o ensaio tem como objetivo a determinação dos
tipos de solo em suas respectivas profundidades de ocorrência; posição do nível d’água e índices
de resistência à penetração.

Seu resultado corresponde ao número de golpes necessários para penetrar os últimos 30 cm de


seu amostrador no solo, sendo possível medir sua resistência à penetração (𝑁𝑠𝑝𝑡 ), seus valores
estão expostos acima, na Tabela 3. Segundo Almeida & Marques (2010) o valor do 𝑁𝑠𝑝𝑡 em solos
muito moles a moles é, em geral, igual a zero.
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3.4 Reforço e tratamento do solo


De acordo com Roberto (2012), devido à alta demanda de construções em terrenos de má 7
qualidade o uso de técnicas de tratamento e reforço de solo vem crescendo afim de tornar o
terreno adequado para execução de projeto.

As técnicas de tratamento estão relacionadas à alguma alteração nas características químicas,


físicas ou mecânicas do solo, seja de forma permanente ou temporária. Enquanto as técnicas
de reforço envolvem a parte estrutural do solo, quando é feita a introdução de um elemento
resistente no terreno e a partir disto torna-se possível que o maciço suporte maiores cargas, as
quais, anteriormente não era capaz de suportar (CORREIA, 2011).

A partir desta necessidade de obter um solo com melhores características mecânicas, diversas
técnicas foram estudadas, neste artigo duas delas serão apresentadas: o Jet Grouting e o Deep
Soil Mixing.

3.5 Jet Grouting


O Jet Grouting é uma técnica de reforço e tratamento de solos, pouco invasiva por não apre-
sentar necessidade de escavação prévia, que consiste na formação de um material com melhores
características mecânicas e que apresentem menor permeabilidade (ROBERTO, 2012).

O método baseia-se na injeção de uma calda de cimento, por meio de jateamento, a uma alta
velocidade, com valores do jato resultante de 200 a 400 m/s. A calda é lançada a uma alta pressão
por bicos de injeção com diâmetros que variam de 2 a 4 mm localizados na lateral de hastes,
as quais são responsáveis pela origem dos corpos de solo-cimento. Esses corpos de solo-cimento,
também conhecidos como colunas de jet grouting, são formados a partir do lento movimento
rotacional dessas hastes enquanto extraídas do terreno (CARLETTO, 2009).

O Jet Grouting é uma técnica relativamente nova e por ser considerada adaptável pode ser
executada em diversas situações, assim Rodrigues (2018) aponta algumas de suas aplicações:
execução ou reforço de fundações existentes ou novas; estabilização e contenção de talude;
tratamento de solos em áreas de construção de túneis; contenção de materiais contaminantes e
diversas outras conforme mostrado na Figura 1.
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Figura 1 – Exemplos da utilização da técnica Jet Grouting. a) estabilização de talude; b) Reforço


de fundação; c) Reforço na escavação de túneis d) Cortina de estanqueidade em
fundações de barragens 8

Fonte: Roberto (2012)

3.5.1 Execução do Jet Grouting

Pereira (2008) sugere três etapas quem envolvem o processo físico deste método: o corte, a
mistura e substituição parcial e a cimentação, mostrados na Figura 2. Na primeira etapa ocorre
a quebra da estrutura original do solo e separação de seus fragmentos devido à alta velocidade
dos jatos horizontais; já na segunda os bicos de injeção farão a mistura dos fragmentos do solo
desagregados com a calda de cimento; na terceira etapa os fragmentos de solo são ligados entre
si através da ação auto endurecedora da calda de cimento, criando um corpo consolidado. Após
completo, o processo se repete até que sejam formadas as quantidades de coluna de solo-cimento
solicitadas em projeto.
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Figura 2 – Fases de execução do Jet Grouting

Fonte: Rodrigues (2018).

De modo geral, a técnica começa com a cravação da haste no terreno por meio de movimento
rotacional, injetando jatos de alta pressão para que o solo desagregue, alcançando a profundidade
de projeto. Em seguida, para iniciar a formação da coluna, a calda de cimento começa a ser
injetada acompanhando a elevação da haste, de forma lenta e com rotação constante, esta injeção
também é executada a alta pressão (ROBERTO, 2012).

Existem fatores que interferem na execução da técnica e no desempenho do seu produto final. É
importante que seja realizada sondagens para obter a tipologia do terreno em que se pretende
trabalhar e assim definir o sistema mais adequado. É necessário também determinar a geometria
do elemento de Jet Grouting, essa geometria vai depender da velocidade e do tipo de movimento
que é realizado durante a extração da haste, podendo variar de coluna circular a painel. Esses
fatores também são essenciais para avaliação do custo da execução, considerando também
pela falta de controlo de execução ainda é indeterminada a previsão final do terreno tratado
(RODRIGUES, 2018).

Os custos desta técnica em relação ao tratamento de solo podem variar em relação ao metro de
coluna exigido, diâmetro estabelecido e até mesmo na localização dos equipamentos, o transporte
desses materiais acrescentam o custo e, por isso, devem ser montados o mais próximo do local de
intervenção (RODRIGUES, 2009).

3.5.2 Sistemas de Jet Grouting

A técnica Jet Grouting foi subdivida em três sistemas baseados no mesmo processo físico, são
estes sistemas: jato simples (JET 1), jato duplo (JET 2) e jato triplo (JET 3). A escolha do
sistema mais adequado depende do tipo do solo, das características mecânicas que as colunas de
jet grouting devem apresentar, custo e prazo para execução (MATEUS et al., 2010).

Roberto (2012) aponta ainda algumas variações destes sistemas, tais como SuperJet e o X-Jet,
todavia estes acabam sendo apenas uma melhoria de dois dos sistemas principais, o princípio de
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execução permanece o mesmo.

Sistema de Jato Simples (JET 1) 10


No sistema de jato simples visto na Figura 3 é introduzido no solo um ou mais jatos horizontais
de calda de cimento, sob alta velocidade e pressão, com o objetivo de desagregar o solo e,
simultaneamente, misturar seus fragmentos com a calda de cimento (MATEUS et al., 2010).

Figura 3 – Sistema de jato simples

Fonte: Roberto (2012)

A utilização desse sistema é limitada a solos coesos, quando apresentam valores de 𝑁𝑠𝑝𝑡 entre 5 e
10, e a solos não coesos, quando apresentam 𝑁𝑠𝑝𝑡 menor que 20. Esta limitação está relacionada
à resistência à ação do jato que solos de maior consistência ou mais densos apresentam, tornando
este primeiro sistema restrito quando se diz respeito ao diâmetro das colunas, que variam de 0,3
m a 1,2 m (RIBEIRO, 2010).

Rodrigues (2018) explica que este sistema é mais adequado na impermeabilização de solos e para
trabalhos que serão executados em maior profundidade, além de apresentar maiores valores de
resistência, menor nível de ruído e rápida execução. O maior consumo de cimento, dificuldade
em controlar a qualidade em solos coesivos e apresenta maior probabilidade à obstrução à saída
do material de refluxo são algumas de suas limitações.

Sistema de Jato Duplo (JET 2)

O sistema de jato duplo visto na Figura 4 é semelhante ao de jato simples, todavia além de
utilizar o jato de calda de cimento utiliza em conjunto o jato de ar comprimido. O ar comprimido
é responsável pelo maior alcance do jato, permitindo maiores diâmetros de coluna, variando de
0,6 m a 2,0 m. Em sua execução são utilizadas duas varas coaxiais, uma permitindo a circulação
da calda de cimento sob alta pressão e outra a passagem do ar comprimido. A mistura do ar e
da calda ocorre na saída, no bico de injeção (MATEUS et al., 2010).
Comparativo entre as técnicas de reforço de solo mole Jet Grouting e Deep Soil Mixing

Figura 4 – Sistema de jato duplo

11

Fonte: Roberto (2012)

Em solos coesivos o sistema é restrito a valores de 𝑁𝑠𝑝𝑡 menores que 10, podendo ser utilizado
em todo tipo de solo, das argilas até o cascalho (𝑁𝑠𝑝𝑡 < 50) Roberto (2012).

Sua execução é mais frequente em estabilização de solos, reforço de fundações e painéis imperme-
abilizantes, apresenta um alcance de boa geometria, sendo geralmente o mais econômico. Este
apresenta menores valores de resistência e a eficiência do jato de ar é reduzida quando o sentido
é passado gradativamente da horizontal para vertical (RODRIGUES, 2018).

Sistema de Jato Triplo (JET 3)

Este sistema é constituído de três jatos conforme mostrado na Figura 5, separando o processo de
erosão e de mistura com o solo desagregado. Um dos jatos é o de água, que consiste em destruir
a estrutura do terreno; outro é o jato de ar, injetado juntamente ao jato de água com função de
evitar a dispersão do primeiro jato e aumentar sua ação no terreno; e o terceiro jato é o da calda
de cimento, que vai se misturando com o solo após a passagem dos dois primeiros jatos, dando
origem a coluna sólida (RIBEIRO, 2010).
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Figura 5 – Sistema de jato triplo

12

Fonte: Roberto (2012)

Mateus et al. (2010) diz que este sistema pode ser utilizado sem limitações em qualquer tipo de
solo gerando diâmetros ainda maiores, entre 0,8 m a 3,0 m, todavia, em solos coesivos, o ideal é
que este seja aplicado somente em solos com valores de 𝑁𝑠𝑝𝑡 menores que 15.

É comumente utilizado em reforço de escavações e fundações, impermeabilização e estabilização


de solos, apresenta altos valores de resistência, maior controle de refluxo e eficaz no tratamento
de solos argilosos. Esse sistema, assim como o jet-2, apresenta redução da eficiência do jato de
ar quando passa do sentido horizontal para vertical, pede maior tempo de execução quando
comparado aos outros, além de utilizar equipamentos mais complexos (RODRIGUES, 2018).

SuperJet e X-jet

Estes dois sistemas são mais atuais e derivados, respectivamente, dos sistemas de Jet-2 e Jet-3.
Como foi dito anteriormente, são apenas modificações que objetivam a melhoria da técnica com
o passar do tempo (ROBERTO, 2012).

O SuperJet apresenta dois bicos injetores que concentram a direção do jato e reduz sua dispersão,
aumentando assim a potência de desagregação do solo, podendo formar colunas com diâmetros de
3 m a 5,5 m. O X-Jet utiliza dois jatos de água, juntamente com ar comprimido, para atingir uma
distância ainda maior de jateamento quando comparado aos outros sistemas, com a possibilidade
de formar colunas com cerca 2,0 m a 2,5 m. Ambos apresentam a capacidade de construir
colunas de maior diâmetro, enquanto o X-Jet ainda permite a redução da quantidade de refluxo
produzida, vale ressaltar que o SuperJet é considerado o mais adequado para estabilização de
grandes massas de solo (ROBERTO, 2012; RODRIGUES, 2018).

3.5.3 Controle de Qualidade

Para que esse procedimento seja executado e apresente um bom funcionamento estrutural é
necessário ter um controle de qualidade, este normatizado pela EN (2018) que levanta uma série
de características para esse monitoramento da qualidade, como a avaliação e acompanhamento
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da técnica adequada, da pressão de injeção e de perfuração, da velocidade de rotação, integridade


e uniformidade da coluna de solo-cimento e da avaliação dos resultados para eficácia da técnica.
13
Esta avaliação de resultados para confirmar que a técnica foi bem executada é feita a partir
da retirada de amostras do local, que são enviadas para laboratórios para serem submetidas à
verificação da resistência (ROBERTO, 2012).

3.5.4 Vantagens e Limitações

Através da execução e estudos da técnica de jet grouting ao longo dos anos, é possível levantar
algumas de suas vantagens e limitações que são exibidos na Tabela 5.

Tabela 5 – Vantagens e Limitações da técnica jet grouting

Vantagens Limitações
Aplicabilidade em qualquer tipo de solo Dificuldade em controlar o refluxo da calda
Não é possível identificar as dimensões reais
Pouco Invasiva
das colunas
Rápida execução Dificuldade da remoção da calda de refluxo
Possibilidade de escolher a camada de
Exige alto controle de qualidade
tratamento
Operação em espaço restrito Especialização da mão de obra para operação
Tratamento a grandes profundidades
Fonte: Rodrigues (2018)

3.6 Deep Soil Mixing


O Deep Soil Mixing é conhecido como uma técnica de reforço, melhoramento ou estabilização
química de solos profundos, sem a necessidade de escavação prévia. Consiste no aumento das
características mecânicas, diminuição da deformabilidade e da compressibilidade do solo quando
comparado ao original (HENRIQUES, 2014).

O método baseia-se na mistura do solo in situ com ligantes estabilizadores, que podem ser inseridos
ao terreno em seu estado seco ou na forma de calda (dry mixing e wet mixing, respectivamente).
O uso dos ligantes são determinados a partir do tipo do solo e da característica que deseja
ser alcançada, sendo os mais comuns a cal viva e o cimento Portland, contudo também são
utilizados juntamente ao cimento Portland aditivos como a escória granulada de alto forno, cinza
volante, sílica de fumo, entre outros (CORREIA, 2011). Na Figura 6 podemos ver um esquema
do processo utilizados no Deep Soil Mixing.
Comparativo entre as técnicas de reforço de solo mole Jet Grouting e Deep Soil Mixing

Figura 6 – Esquema do processo completo do Deep Soil Mixing

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Fonte: Cruz (2012)

Segundo Pereira (2014) o processo para definir o melhor ligante a se aplicar na estabilização
de um solo vai depender das características do solo a ser tratado, do método da mistura e das
características do ligante a ser adicionado, enquanto a questão da quantidade utilizada se manter
em testes laboratoriais. Correia (2011) afirma que a presença de matéria orgânica no solo é um
dos critérios mais importantes para esta escolha.

Os principais ligantes desta técnica são a cal e o cimento. A cal pode ocasionar efeitos de
curto e longo prazo, como a diminuição do índice de plasticidade e aumento da resistência,
respectivamente, sua adição contribui com o aumento de pH no solo argiloso, fazendo com que
haja reações entre a mesma e o alumínio dos minerais de argilas. Enquanto isso, o cimento
Portland é o mais recomendado dos cimentos por suas propriedades mecânicas, que auxiliam na
compactação e por questões econômicas (CRUZ, 2012).

A relação de dosagem de ligantes e resistência de solo tratado é um fator importante para o custo
da execução do Deep Soil Mixing, afinal, quanto maior a dosagem, maior a resistência. Outros
fatores podem ser citados, como o tamanho de coluna de solo-cimento, além do alto custo do
equipamento (HENRIQUES, 2014).

Sobre alguns dos aditivos utilizados, Pereira (2014) aponta que as cinzas volantes e a sílica de
fumo auxiliam no preenchimento de vazios, enquanto a bentonita tem ação impermeabilizante.

Cruz (2012) cita algumas aplicações da técnica: reforço de fundações de estruturas e aterros,
contenção, estabilização de taludes e diminuição do risco de liquefação do solo.

3.6.1 Execução do Deep Soil Mixing

A técnica de Deep Soil Mixing, ilustrada pela Figura 7, é feita a partir da perfuração do terreno
com uso do trado na vertical (1) e, utilizando as pás de mistura, é iniciado o movimento circular
e constante responsável por desagregar as partículas do solo (2). Quando chegada à profundidade
solicitada, executa-se a extração do equipamento, ainda com as pás em rotação, sendo injetada a
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calda de cimento e ligante (3), através dos orifícios presentes no equipamento, formando a coluna
de solo cimento (4) (PEREIRA, 2014; PINTO, 2017).
15
Figura 7 – Execução técnica deep soil mixing

Fonte: EN (2005)

Além de não fazer uso de aglutinantes tóxicos, apresenta uma ampla versatilidade, a técnica do
Deep Soil Mixing tem uma aplicabilidade bastante diversificada no mercado. É executada no
reforço de solos, barreira para solos contaminados, na redução de recalques em solos compressíveis,
contenção de terras e diversos outros (HENRIQUES, 2014).

Cruz (2012) ressalta que o uso desta técnica para o reforço de fundações, em relação à solos moles,
é principalmente para a redução do assentamento e o aumento da capacidade de resistência
desses tipos de solo.

3.6.2 Métodos de Execução

Como dito anteriormente, os ligantes podem ser injetados ao solo no estado seco ou em calda,
conhecidos como dry mixing e wet mixing, agora será apresentando um pouco desses dois métodos:

Método dry mixing

Segundo Brás et al. (2009) no método de mistura dry mixing o ligante mais utilizado era somente
a cal viva, todavia com o desenvolvimento da técnica foi possível a adição de cimento e até
mesmo uma combinação destes com gesso e escória de alto forno. A mistura do ligante no método
dry mixing é feita com a ajuda de ar comprimido (CRUZ, 2012).

Este método é mais aceitável em solos como areais soltas, argilas moles e compressíveis e em
siltes, se úmidos o suficiente para que possa ocorrer a mistura com os aglutinantes secos. As
colunas formadas neste método medem de 60cm a 80cm de diâmetro (PINTO, 2016).

O método seco apresenta sua principal vantagem o decréscimo do teor de água no solo tra-
tado, garantindo o alcance de maiores resistências mecânicas com menor quantidade de ligante
(CORREIA, 2011).

Método wet mixing

De acordo com Pinto (2016) a técnica aplicada pelo método wet mixing tem como o ligante
mais comum a calda de cimento, a qual pode ser misturada com aditivos para apresentar maior
eficiência. Este método é mais eficiente em solos argilosos moles, arenosos de granulometria fina e
Comparativo entre as técnicas de reforço de solo mole Jet Grouting e Deep Soil Mixing

com pouca umidade. A partir da definição do tipo de solo a ser reforçado é criada uma mistura,
parecida com argamassa, que endurece no processo de hidratação Cruz (2012).
16
Segundo Pinto (2016) as colunas formadas neste método podem variar de 40 cm a 2,40 m.

A principal vantagem deste método é a facilidade na uniformização durante a mistura do solo


com o ligante, sendo também importante citar que é possível aplicar esta técnica dos solos moles
até rochas brandas (CORREIA, 2011).

3.6.3 Controle de Qualidade

Para obter um controle do que se foi executado em campo e o que foi projetado é necessário um
acompanhamento durante o tratamento para evitar fenômenos inesperados (SANCHES et al.,
2012).

O controle de qualidade da técnica de Deep Soil Mixing é normatizada pela EN (2005) que indica
todos os parâmetros, alguns como: velocidade de rotação, quantidade de ligante por metro de
profundidade, tolerância da construção (diâmetro, verticalidade), pressão do ligante armazenado
em tanque, sequência e tempo.

3.6.4 Vantagens e Limitações

A partir dos dados obtidos através de estudos e execução da técnica de Deep Soil Mixing, é
possível levantar algumas vantagens e limitações desta técnica como mostrado na Tabela 6.

Tabela 6 – Vantagens e Limitações da técnica Deep Soil Mixing

Vantagens Limitações
Aplicabilidade em vários tipos de solo Equipamento robusto e pesado
Necessidade de grande área para
Utilização de baixo teor de cimento
execução
Uso de aglutinantes não tóxicos Não adequado para solos muito densos
Baixo volume de resíduos Custo elevado
Redução de impactos ambientais Qualidade de mistura muito variável
Fonte: Cruz (2012)

3.7 Comparação
A partir de dados obtidos através de estudos e execução das técnicas de Deep Soil Mixing e
Jet Grouting é possível apresentar um comparativo diante suas técnicas de execução, aplicações
voltadas ao solo mole e apresentar suas vantagens e limitações.

Inicialmente, levando em consideração a execução, foi possível notar que o produto final de
ambas as técnicas (independentemente do método ou do sistema utilizado) são as colunas de solo
cimento, todavia, enquanto o Jet Grouting se prende ao uso particular do cimento, o Deep Soil
Mixing abre o leque para uso de aditivos e outros ligantes que agregam na diminuição do uso de
cimento na mistura (SANCHES et al., 2012).
Comparativo entre as técnicas de reforço de solo mole Jet Grouting e Deep Soil Mixing

Rodrigues (2009) explica que o consumo de cimento durante o processo do Jet Grouting pode
chegar a 1400kg/m enquanto Sanches et al. (2012) aponta o consumo mínimo dos recursos
17
(ligante, aditivos e cimento) no Deep Soil Mixing, ou seja, para atingir a resistência desejada o
primeiro método vai utilizar maior quantidade de cimento comparado ao segundo.

Durante o processo de penetração do sistema do Jet Grouting uma parte do material acaba
voltando pelo furo, o chamado refluxo, implicando em uma possível contaminação do solo por conta
das toxinas presentes na calda, enquanto o Deep Soil Mixing apresenta poucas caraterísticas de
impactos ambientais, devido seu controle de qualidade quanto ao uso dos ligantes (RODRIGUES,
2009; HENRIQUES, 2014).

Levando em consideração a aplicabilidade das técnicas, foi apresentado que segundo Correia
(2011) as técnicas são aplicáveis em diversos tipos de solo, todavia o uso em solos moles é efetivo
por aumentar suas características mecânicas, diminuição da deformabilidade e permeabilidade.
Ambas as técnicas podem trabalhar no reforço e melhoramento de fundações, impermeabilização,
percolação de água e até estabilização de taludes, sendo o Jet Grouting mais apropriado quando
a escavação for de maior profundidade (até 40 metros, enquanto no Deep Soil Mixing é alcançado
até 33 metros) (RODRIGUES, 2018; PEREIRA, 2008).

Apesar da aplicação em uma vasta gama de solos, vale ressaltar que a técnica de Deep Soil Mixing
já não se comporta muito nos em solos nem muito grossos, por acarretar em um desgaste extremo
do equipamento, nem em solos muito finos, pela possibilidade do solo aderir completamente ao
equipamento de mistura, impossibilitando a difusão do ligante ao solo e criando uma mistura
fraca, conhecido como efeito saca-rolhas exibido na Figura 8 (SANCHES et al., 2012).

Figura 8 – Aderência da mistura ao equipamento (efeito saca-rolhas)

Fonte: Cruz (2012)

Ambas as técnicas apresentam suas vantagens e limitações, como apresentadas anteriormente.


Comparativo entre as técnicas de reforço de solo mole Jet Grouting e Deep Soil Mixing

Acaba sendo importante ressaltar que o equipamento utilizado no Jet Grouting é de pequeno porte,
possibilitando sua execução em espaços de difícil acesso ou com espaço limitado (RODRIGUES,
18
2018). Enquanto para o método do Deep Soil Mixing, Cruz (2012) explica que a robustez e peso
do equipamento podem dificultar esse acesso.

Em suma, a utilização do Deep Soil Mixing é mais favorável quando se trata do consumo
de cimento, sendo este consumo diretamente relacionado às toxinas que o terreno está sendo
submetido. Por utilizar um baixo teor de cimento a técnica acaba por gerar um volume menor
de resíduos. Enquanto a utilização do Jet Grouting se torna mais apropriado para tratamentos
em terrenos mais profundos e por não possuir a necessidade de grandes áreas para sua execução,
o equipamento é considerado de pequeno porte e, portanto, de simples mobilidade. Em geral as
técnicas são muito parecidas, o resultado de reforço e tratamento oferecem ao solo as mesmas
propriedades, pendendo somente ao controle de qualidade eficiente.

4 Considerações Finais
Como base no exposto ao longo deste artigo, através da revisão de literatura, foi possível
compreender que o Jet Grouting e Deep Soil Mixing são técnicas que apresentam grande espaço
no mercado de trabalho e versatilidade, por permitir o uso de terrenos com solo mole que antes
eram inadequados à construção, além de sua aplicabilidade em diversos tipos de solo.

Quando se trata do resultado final do reforço e do tratamento de solo, a formação das colunas
de solo-cimento, as técnicas são semelhantes. Apresentam um controle de execução, sendo o do
Deep Soil Mixing mais rigoroso que o do Jet Grouting, que é de extrema importância para que
os resultados esperados sejam alcançados com uso do método ou sistema escolhido.

A determinação para escolha de qual método executar diante ambas as técnicas envolve diver-
sos fatores e é importante salientar a necessidade do estudo das camadas do solo do terreno
em questão. As técnicas se mostram eficientes quanto a melhoria permeabilidade, resistência
e compressibilidade do solo mole, sendo que no Deep Soil Mixing quanto maior a dosagem
cimento/ligante, maior será a resistência, maior o custo e menor assentamento. Enquanto no Jet
Grouting ainda é necessário um estudo maior por apresentar grandes dificuldades em antecipar
as características finais do terreno tratado.

Conclui-se que com a aplicação das técnicas apresentadas em solos fracos, é possível obter a
estabilidade necessária para uma boa construção e que a partir de estudos futuros as limitações
das técnicas possam ser vencidas afim de trazer uma contribuição ainda maior na área da
Engenharia Civil e da geotécnia.

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