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INEQ / FAEP
VOLUME 1 - NÚMERO 12 – (MARÇO DE 2020)
Trimestral
ISSN 2525-4294
20
LUTA POR SER CIDADÃO – Carina Amancio
23
A IMPORTÂNCIA DOS EDUCADORES NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM DA CRIANÇA ATRAVÉS DE BRINCADEIRAS
LÚDICAS NA ERA DA TECNOLOGIA – PONTE, Elisa Maria Brito da
Silva
28
A CONTRIBUIÇÃO DA ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL –
Daniela Costa da Silva
103
AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: IMPORTÂNCIA,
MODALIDADES, INSTRUMENTOS E ÂMBITOS – Natalia
Rodrigues Martyniak
1 - Graduação em Pedagogia pela Faculdade Associada Brasil (2016) Graduação em Geografia pela FCT UNESP em
Geografia (2008); Professor Ensino Fundamental II e Assistente de Diretor de Escola de Educação Infantil na Rede
Municipal de Educação de São Paulo.
Durante muitos anos, o ensino de Arte A arte de cada cultura revela o modo de perce-
se resumiu a tarefas pouco criativas e ber, sentir e articular significados e valores que
marcadamente repetitivas. Desvaloriza- governam os diferentes tipos de relações entre
das na grande curricular, as aulas dificil- os indivíduos na sociedade. A arte solicita a vi-
mente tinham continuidade ao longo do são, a escuta e os demais sentidos como por-
ano letivo. “As atividades iam desde ligar tas de entrada para uma compreensão mais
pontos até copiar formas geométricas. A significativa das questões sociais. Essa forma
criança não era considerada uma produ- de comunicação é rápida e eficaz, pois atinge
tora e, por isso, cabia ao professor dirigir o interlocutor por meio de uma síntese ausente
seu trabalho e demonstrar o que deveria na explicação dos fatos. A arte também está
ser feito”, afirma Rosa Lavelberg, direto- presente na sociedade em profissões que são
ra do Centro Universitário Maria Antônia, exercidas nos mais diferentes ramos de ativi-
em São Paul, e coautora dos Parâmetros dades; o conhecimento em artes é necessário
Curriculares Nacionais (PCN’s) sobre a no mundo do trabalho e faz parte do desenvol-
disciplina. (SANTOMAURO, 2019) vimento profissional dos cidadãos.
Esta área também favorece ao aluno relacio- O conhecimento da arte abre perspectivas para
nar-se criativamente com as outras discipli- que o aluno tenha uma compreensão do mun-
nas do currículo. Por exemplo, o aluno que do na qual a dimensão poética esteja presente:
conhece arte pode estabelecer relações mais a arte ensina que é possível transformar con-
amplas quando estuda um determinado perí- tinuamente a existência, que é preciso mudar
odo histórico. Um aluno que exercita continua- referências a cada momento, ser flexível. Isso
mente sua imaginação estará mais habilitado quer dizer que criar e conhecer são indissoci-
a construir um texto, a desenvolver estratégias áveis e a flexibilidade é condição fundamental
pessoais para resolver um problema matemá- para aprender. O ser humano que não conhece
tico. Conhecendo a arte de outras culturas, o arte tem uma experiência de aprendizagem li-
aluno poderá compreender a relatividade dos mitada, escapa-lhe a dimensão do sonho, da
valores que estão enraizados nos seus modos força comunicativa dos objetos à sua volta, da
de pensar e agir, que pode criar um campo de sonoridade instigante da poesia, das criações
No espaço escolar, o aluno deverá ser incenti- É necessário que o educador conheça o pro-
vado a realizar variadas atividades artísticas, cesso de desenvolvimento de cada criança e
e para isso, o educador de Artes Visuais deve ofereça atividades que despertem a criativida-
usar procedimentos que o façam construir ha- de natural e inovadora que cada uma tem. Para
bilidades para criar o próprio trabalho e tam- que elas adquiram gosto pelo que fazem, o
bém analisar e apreciar a produção dos cole- educador deve sempre estimulá-las, valorizan-
gas, da arte local e a do patrimônio artístico. do a produção de cada uma sem fazer com-
Ao apresentar um objeto de estudos para seus parações, pois cada uma tem características e
alunos ou uma obra de arte, o educador deve habilidades diferentes.
usar ações como apreciação, produção e tam-
bém a contextualização, pois todas são im- Existem ainda pessoas que têm como ideia
portantes ao trabalhar com a Arte e não existe que somente o pedagogo tem a competência
sequência correta dessas três ações, quanto para trabalhar Artes na Educação Infantil, mas
mais variações da ordem, os alunos experien- um educador com formação adequada contri-
ciarem, mais serão fortalecidos no processo buirá de uma forma diferenciada para o pro-
criativo. cesso de formação do aluno. O ideal seria se
o trabalho do pedagogo fosse juntamente com
Ao proporcionar a apreciação de obras de Arte o educador de Artes Visuais, esta parceria po-
de diferentes artistas para os alunos, é impor- deria proporcionar um aprendizado muito mais
tante que o educador argumente sob a relevân- potencializado, e também poderia haver uma
cia e valor histórico de cada uma, estimulando troca de experiências entre os profissionais.
a autonomia da criança na apropriação artísti-
ca cultural, criar oportunidade para falar o que O educador deve sempre renovar suas práticas
vê e o que sente, despertando-lhe a curiosida- educativas, usando métodos de ensino diversi-
de e sensibilidade. Assim, amplia-se o conheci- ficados, ser flexível às mudanças, pois sempre
mento cultural e artístico da criança. vai encontrar crianças que não vão se adaptar
O educador deve estar atento e avaliar as ca- com certa atividade e há momentos em que a
pacidades artísticas dos alunos. Em um cur- mudança é essencial, principalmente ao traba-
to espaço de tempo, a criança usa diferentes lhar com as Artes Visuais, para não tornar can-
formas para desenhar um assunto de seu sativas e desinteressantes certas atividades.
interesse e o professor deve atentar a essas
mudanças e aos avanços no processo criativo. Fazer Arte deverá ser um momento de alegria
Dessa forma, é muito importante que o edu- 4. A Criança de 2 e 3 anos e sua relação com a
cador trabalhe com motivação e entusiasmo Arte no contexto da Educação Infantil
e esteja comprometido ao trabalhar com as
Artes Visuais na Educação Infantil. Assim as A Educação Infantil é a primeira etapa da Edu-
crianças criam gosto pelo que fazem, contri- cação Básica e tem por objetivo desenvolver
buindo de modo significativo para seu aprendi- a criança em todos os seus aspectos, sendo
zado. De acordo com o Referencial Curricular eles, físico, psicológico, intelectual e social.
Nacional para Educação Infantil: Este direito está assegurado pela Lei que rege
a educação, a Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
As instituições de educação infantil de- cação Nacional, (LDBEN - Lei n° 9394/96).
vem favorecer um ambiente físico e so-
cial onde as crianças se sintam prote- Nesta etapa, as classes são organizadas se-
gidas e acolhidas, e ao mesmo tempo guindo o critério de idade. Para crianças de até
seguras para se arriscar e vencer desa- três anos de idade há a denominação creche e
fios. Quanto mais rico e desafiador for para crianças de quatro a cinco anos de idade
esse ambiente mais ele possibilitará a chama-se pré-escola. Na prática, as creches
ampliação de conhecimentos acerca de podem ser organizadas da seguinte forma:
si mesmas, dos outros e do meio em que Berçários (para crianças de até 1 ano e meio) e
vivem. (BRASIL, 1998, p.15) Maternal (crianças de 1 ano e meio até 3 anos
e 11 meses). Já a pré-escola é denominada
É muito importante a experiência do educador por períodos: 1° período (crianças de 4 anos)
e também o conhecimento do mundo que ele e 2° período (crianças de 5 anos a 5 anos e 11
possui, para ensinar de forma significativa e meses).
compartilhar suas experiências nas aulas.
Para este estudo, a abordagem de relação com
As Artes Visuais trabalham com o mundo do a Arte será feita com foco no segmento do Ma-
possível, tanto no seu processo de apreciação, ternal, mais especificamente crianças na faixa
quanto também no seu processo de criação. etária de dois e três anos. A criança com idade
Para que a aprendizagem aconteça de forma entre dois e três anos encontra-se em um pe-
significativa é importante que os ambientes ríodo propício ao desenvolvimento, muitas são
educacionais abram espaços para os alunos as descobertas realizadas por ela neste perí-
se expressarem e comunicarem. odo, além do seu interesse em explorar tudo
que a cerca.
Dessa forma, é relevante desde cedo, trabalhar
com a Arte dentro da sala de aula, propor o A criança com idade entre dois e três anos vi-
contato dos alunos com as Artes Visuais, au- vência novas possibilidades de aprendizagem
Carina Amancio
Uma nação nascida da miséria e escravidão de vidas Com um protagonista que procura causar descon-
mudou seu rumo em 1.888, quando novas leis surgi- forto emocional e provocar reflexões, o filme 12
ram e o trabalho escravizado tornou-se ilegal. Fazen- anos de escravidão começa em uma plantação de
do com que a população que vivia com o comercio cana, onde é representada a vida do escravizado,
Outra imposição aos escravizados era a proibi- Não só realidade do negro é mostrada no filme,
ção de qualquer manifestação escrita, não po- como a realidade do branco também, um diálogo
dem ler, ou ter uma profissão, pois eles eram entre o protagonista e um branco que trabalha-
considerados "peças" as quais podiam ser com- va para os fazendeiros revela as complicações
pradas por um fazendeiro, e para exercer as suas mentais de se torturar escravizados: para man-
funções não precisavam de nada além de Deus ter a sanidade mental, era preciso inventar uma
e do esforço braçal. Assim, como lhes são ti- mentira a fim de se convencer de que o que ele
rados todos os direitos, aqueles que sabem ler está fazendo é certo, ou se retaliar dia a dia, en-
ou escrever, por exemplo, não podiam falar aos ganando o sentimento de culpa que está sen-
escravagistas que tinham esses conhecimentos tindo, virando muitas vezes alcoólatra, ou tendo
para não sofrer torturas, esse ódio vem do medo comportamentos extremamente agressivos.
dos "brancos" de se igualarem a um escraviza-
do, pois este é uma peça para tais pessoas, não No final, o protagonista volta para a sua famí-
um ser humano. Ou seja, ocorre a objetificação lia, com a ajuda de um homem branco inglês,
dessas pessoas, eles, portanto, não têm direito tornando-se uma das poucas vítimas do tráfico
ao nome, corpo e nem mesmo os próprios filhos, de negros a retornar para a sua vida normal. O
uma frase do filme, dita por um fazendeiro, que protagonista ainda abriu um processo contra o
resume esse conceito é: “ um homem faz o que proprietário, perdendo a causa por não poder tes-
quiser com o que é dele” .Aquelas pessoas que temunhar contra brancos, revelando o forte pre-
foram escravizadas desde que nasceram já têm conceito da sociedade estadunidense da época.
noção do que devem ou não fazer, e após tan-
ta repressão durante suas vidas já se contenta- Agora, o filme “Eu não sou seu negro” traz a histó-
ram em não rebelar-se, o que é um choque para ria da luta contra o racismo nos Estados Unidos
o protagonista do filme, pois este teve uma vida da América (EUA) ao abordar a história de 3 esta-
sem escravidão e não se conforma com os limi- dunidenses negros que tiveram papel importante
tes impostos por tal atrocidade humana que é a nessa luta (e que morreram na década de 60),
escravidão. são eles: Medgar Evers, Malcolm X e Martin Lu-
ther King Jr. O livro de James Baldwin, que nunca
A fim de doutrinar os escravizados, evitando re- foi terminado, é o roteiro do filme.
beliões, os fazendeiros usavam a religião como
ferramenta, isso é mostrado na cena em que um O filme dialoga com o passado e presente do ra-
dos fazendeiros reúne os escravizados, e com a cismo estadunidense, mostrando como tudo o
Bíblia na mão, começa a fazer falsas citações do que foi dito e previsto no século 20 sobre a luta
conteúdo do livro, alegando que Deus deseja que negra contra o racismo continua ou está aconte-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Conforme Lowenfeld (1997, p. 34), “no primei- A ilustração, o desenho animado, a história em
ro ano de vida a criança já é capaz de manter quadrinhos, a propaganda, a embalagem são
ritmos e produzir seus primeiros traços gráfi- representações que se tornam quase realida-
cos conhecidos como garatujas”. Assim como des.
as crianças, as garatujas infantis são tão di-
ferentes entre si, umas são firmes e ousadas Em diferentes contextos socioculturais e nas
com movimentos largos, outras delicadas e salas de aula, a sensibilidade e as formas ex-
tímidas. pressivas estão desaparecendo, saindo da
realidade das crianças, sem que se possam
A partir dos dois anos, as crianças começam a exercitar os processos sensíveis e criativos.
traçar linhas no papel e sentem-se felizes com Conforme Martins, Picosque e Guerra (1998, p.
esses movimentos, e apesar de desordenados, 145):
são exercícios essenciais, pois ao repetirem
esses traços as crianças sentem-se mais con- Mais do que espaço físico, a sala de aula
fiantes. Obter o domínio dos movimentos, para é o lugar onde o professor e seu grupo
uma criança, significa alegria e felicidade. de aprendizes habita, pois imprimem
nela as marcas do convívio da vida pe-
Entre três e quatro anos as crianças passam dagógica. (...) é retrato de uma história
a nomear suas garatujas, nomeando-as com pedagógica construída numa concepção
suas imagens mentais. Os desenhos de uma de educação. A cada dia de aula, no en-
criança refletem suas experiências significati- contro do professor e alunos, o retrato da
vas sobre suas produções. sala vai se esboçando.
Com seu crescimento no âmbito artístico, a
criança desenvolve um raciocínio crítico em O processo de construção na infância se dá
relação ao seu próprio trabalho e isso propor- de forma mais agradável, divertida e integrada
ciona intermináveis possibilidades de novas através da valorização do brincar, contribuindo
experimentações, revisões, aprimoramentos com o desenvolvimento de sua sensibilidade.
e aperfeiçoamentos. Segundo Derdyk (2003 As atividades lúdicas auxiliam diretamente no
p.64) afirma: desenvolvimento de sua expressão, nas rela-
ções afetivas com o mundo, com as pessoas
A criança em um determinado momento e com os objetos. Segundo Cunha (1999, p.10),
percebe que tudo que está depositado
no papel partiu dela. Não lhe foi dado, foi [...] para que as crianças tenham possi-
inventado por ela mesma. Inaugura-se o bilidades de desenvolverem-se na área
terreno da criação. expressiva, é imprescindível que o adulto
rompa com seus próprios estereótipos
3. A Arte, a Criança e o Educador [...].
A arte e seus elementos estão presentes em O educador sendo mediador deverá auxiliar o
RESUMO INTRODUÇÃO
Este artigo tem como objetivo fazer uma analise Este artigo pretende esclarecer e falar sobre Neu-
e refletir a importância da afetividade na aborda- rociências, que se ocupa em explicar e entender a
gem da questão do desenvolvimento cognitivo aprendizagem no que abrange ao desenvolvimen-
no contexto escolar, e para entendermos como to da criança, decorrendo entre integração entre
podemos contribuir para que esses educandos o corpo e o meio social onde a afetividade tem
construam um espaço de conhecimento e criti- papel fundamental neste processo.
cidade para a convivência, revertendo um quadro
negativo, que não favoreça o processo de ensino Aprendizagem é uma troca onde a cooperação
aprendizagem destas crianças, focando a intera- possibilita trocas de ideias e o desenvolvimento
ção entre professor e alunos. Por meio de análise das relações sociais acontecem através do res-
bibliográfica. peito e autonomia se colocando no lugar do outro:
Palavras-chave: Afetividade; Integração; Aprendi- educador e educando, e a escola é um lugar pri-
zagem. vilegiado para se promover estas trocas. Quanto
maior emoção (afetividade) e significado tenha
ABSTRACT as informações mais será gravado. Fernández
(1991, p. 47) entende que toda aprendizagem está
This article aims to analyze and reflect the impor- impregnada de afetividade, já que ocorre a partir
tance of affectivity in addressing the issue of cog- das interações sociais, num processo vinculador.
nitive development in the school context, and to
understand how we can contribute so that these 1. Motivação
students build a space of knowledge and critica-
lity for living together, reversing a negative situa- Aprende-se na escola dimensões lógica, afetiva,
tion, which does not favor the teaching-learning social, política e expressões. Destas a competên-
process of these children, focusing on the inte- cia do professor se dá através de formações, ou
raction between teacher and students. Through seja, só ensina quem está disposto a aprender em
bibliographic analysis. um processo constante.
Keywords: Affectivity; Integration; Learning. Há uma situação de equilíbrio quando as intera-
ções entre professor e alunos estão ocorrendo.
A atenção e motivação é muito importante para
1 - Pós-Graduada em Formação e Profissão Docente pela Faculdade de Ciência e Tecnologia-FACITEP em 2018/ Graduada em Pedago-
gia pelo Instituto Superior de Educação Campo Limpo Paulista-ISECAMP em 2016/ Graduada em Letras pela Universidade Paulista-U-
NIP em 2012/ Professora de Língua Inglesa e Educação Infantil e Ensino Fundamental I PMSP.
1 - Pós-Graduada em Formação e Profissão Docente pela Faculdade de Ciência e Tecnologia-FACITEP em 2018/ Graduada em Pedago-
gia pelo Instituto Superior de Educação Campo Limpo Paulista-ISECAMP em 2016/ Graduada em Letras pela Universidade Paulista-U-
NIP em 2012/ Professora de Língua Inglesa e Educação Infantil e Ensino Fundamental I PMSP.
1 - Pós-Graduada em Formação e Profissão Docente pela Faculdade de Ciência e Tecnologia-FACITEP em 2018/ Graduada em Pedago-
gia pelo Instituto Superior de Educação Campo Limpo Paulista-ISECAMP em 2016/ Graduada em Letras pela Universidade Paulista-U-
NIP em 2012/ Professora de Língua Inglesa e Educação Infantil e Ensino Fundamental I PMSP.
A partir dessas questões, define-se os seguin- Partindo desse pressuposto, ressaltamos aqui
tes objetivos: Identificar a História da Psico- a importância de um trabalho integrado de pro-
pedagogia no Brasil; analisar a importância fissionais não só dos professores, mas de uma
do psicopedagogo no processo de ensino e equipe multidisciplinar que possa vir a contri-
aprendizagem do aluno relacionado ao TDAH. buir com o progresso de ensino-aprendizagem
Quanto à metodologia, esse trabalho será uma desses alunos, os quais segundo esses índi-
pesquisa teórica baseada fundamentalmente ces e sensos são rotulados como defasados.
nos autores: CYPEL (2010), MATTOS (2015),
MALUF e BOMBONATTO (2007). Nesse momento, em pleno século XXI, com
vários estudos e pesquisas sobre ferramen-
Espera-se que essa pesquisa contribuía para tas que possam ser utilizadas para auxiliar a
que os leitores obtenham informações impor- mudança desse cenário educacional, um pro-
tantes sobre os benefícios do atendimento psi- fissional vem sendo importante, o psicopeda-
copedagógico e sua relevância como estraté- gogo. Esse profissional possui conhecimentos
gia pedagógica. diversos que não apenas se restringe a fatores
de sala de aula, mas formação e instrumentos
A estrutura do trabalho constitui-se em: 1. In- para colaborar com o trabalho do quadro do-
trodução; 2. A História da Psicopedagogia no cente.
Brasil. Nesse capítulo abordaremos a História
da Psicopedagogia e a sua importância do psi- A Psicopedagogia vem sendo construída para
copedagogo para auxiliar situações educacio- colocar o aluno como sujeito completo, bioló-
nais; 3. Dificuldades de aprendizagem e os es- gico, psíquico e social, que além de aprender
Para concluir, salienta-se que: em meio a diver- CYPEL, Saul. Déficit de Atenção e Hiperativida-
sos estudos sobre o transtorno de déficit de de e as Funções Executivas. 4ed. São Paulo:
atenção e hiperatividade, vemos que é possí- Leitura Médica, 2010.
vel realizar um diagnóstico precoce, quando a MATTOS, P. No Mundo da Lua. Perguntas e
escola juntamente com a família se une para Respostas sobre o Transtorno do Déficit de
acolher e ajudar esses alunos, mas há de se Atenção com Hiperatividade em Crianças, Ado-
considerar o diagnóstico parcial como cita lescentes e Adultos. São Paulo: Lemos Edito-
CYPEL (2010, p. 117), “deverá ser feita uma rial, 2014.
avaliação ampla e criteriosa das condições de SILVA, A.B.B. Mentes Inquietas: TDAH: desa-
vida e do funcionamento da família, da dinâmi- tenção, hiperatividade e impulsividade. 4 ed.
ca que se estabelece em todas as relações da São Paulo: Globo S.A.
criança nos ambientes de que participa. Tudo
Isso nos proporcionará informações funda-
Mônica Schweiger
RESUMO ABSTRACT
Situar a ludopedagogia de modo coerente com a To situate ludopedagogia in a coherent way with
ocorrência do brincar/jogar, a partir de paradig- the occurrence of playing, from paradigms of his-
mas da história, antropologia e de estudos recen- tory, anthropology and recent studies of pedago-
tes da pedagogia, com as Diretrizes Curriculares gy, with the National Curriculum Guidelines for
Nacionais para a Educação Infantil - DCNEI (2009) Early Childhood Education - DCNEI (2009) and the
e a Base Nacional Comum Curricular - BNCC National Common Curricular Base - BNCC (2018)
(2018) que referenda o contido nos artigos 4º e 9º which endorses what is contained in articles 4
da Resolução CNE/CEB nº 5, de 17 de dezembro and 9 of Resolution CNE / CEB nº 5, of Decem-
de 2009, respectivamente o conceito de criança ber 17, 2009, respectively the concept of child and
e as interações e a brincadeira como eixos estru- interactions and play as structuring axes for pe-
turantes para as práticas pedagógicas na Edu- dagogical practices in Early Childhood Education
cação Infantil (0 a 5 anos de idade), viabilizou o ( 0 to 5 years of age), made possible the unders-
entendimento que brinquedos, brincadeiras, jogos tanding that toys, games, games occur in cultu-
ocorrem nas culturas, por quem, onde e quando res, by whom, where and when they are effectively
são efetivamente elaborados, experienciados e elaborated, experienced and experienced, which
vivenciados, o que no Brasil significa serem os in Brazil means those of indigenous, Portuguese
de influência indígena, portuguesa e africana os and African influence. of greater expression. By
de maior expressão. Ao relacioná-los e descre- relating them and describing them, it was possible
vê-los, foi possível concluir que pesquisas em lu- to conclude that research in ludopedagogy, even if
dopedagogia, mesmo que apenas bibliográficas, only bibliographic, cannot be separated from the
não poderão estar apartadas das culturas que os cultures that originated or influenced them and,
originaram ou influenciaram e, sobretudo, quão above all, how important it is to play for human
importante é o brincar para os seres humanos, beings, especially for and in childhood, which, in
principalmente para e nas infâncias, que, ao fazê- doing so, co-produce culture, and for this reason
-lo, coproduzem cultura, e por esta razão prova- probably toys, games, games are (re) signified in
velmente brinquedos, brincadeiras, jogos são (re) intra and intercultural interactions.
significados nas interações intra e interculturas. Keywords: Ludopedagogia; indigenous influence;
Palavras-chave: Ludopedagogia; influência indí- Portuguese influence; African influence; Brazil.
gena; influência portuguesa; influência africana;
Brasil.
A palavra ludus vem do latim ludere que signi- Para Huizinga (2000), o lúdico é atividade hu-
fica brincar/jogar. Pedagogia, por sua vez, sig- mana, "elemento cultural". Lúdico e jogo têm
nifica a ciência que estuda a educação, tendo mesmo significado. Compreende jogo como
como um dos objetos de estudo os processos fenômeno antropológico, que potencializa a
de ensinoaprendizagem, o que requer intencio- identidade do grupo social. Ortiz ( 2005), de-
nalidade por parte de quem ensina: para quê signa o jogo como "prática cultural".
ensina, o que ensina e como ensina em rela- Brougère descreve a origem da "cultura lúdica"
ção ao sujeito que aprende: para quê aprende, e o que é:
o que aprende e como aprende.
Origina-se das interações sociais, do
A definição de ludicidade de Luckesi (2000), re- contato direto ou indireto (manipulação
fere-se a um fazer humano que não se relacio- do brinquedo: quem o concebeu não está
na apenas à presença de brincadeiras, jogos, presente, mas trata-se realmente de uma
mas a sentimentos, atitudes dos sujeitos en- interação social). A cultura lúdica como
volvidos na ação, um prazer em função do en- toda cultura é o produto da interação so-
volvimento genuíno com a atividade, uma sen- cial [...]. A criança co-produz sua cultura
sação de plenitude que acompanha processos lúdica, diversificada conforme os indi-
formativos significativos e verdadeiros. víduos, o sexo, a idade, o meio social. (
Ortiz é mais enfático: 2002, p. 27-28)
[...] Deve-se estimular as atividades lúdi- Desse de modo que a ludopedagogia não pode
cas como meio pedagógico que, junto a ser concebida apartada das culturas. Ortiz uni-
outras atividades, como as artísticas e versaliza o jogo enquanto prática cultural e o
musicais, ajudam a enriquecer a persona- dinamiza em relação às idades quando escre-
lidade criadora, necessária para enfrentar ve:
os desafios na vida. Para qualquer apren-
dizagem, tão importante como adquirir, é “O jogo é criança, adolescente, homem,
sentir os conhecimentos [...]. Divertir-se velho, percorre as etapas evolutivas,
enquanto aprende e envolver-se com a nasce, viaja, acompanha o ser humano
aprendizagem, fazem com que a criança e morre com ele. [...] O jogo faz cultura,
cresça, mude e participe ativamente do a cultura faz vida: o jogo é vida e a vida,
1 - Importante é que toda figura formada representa elementos das culturas e por esta razão os indígenas dão nomes
às figuras.
Segundo Levi (1995), o olhar já não é mais cen- V. É essencial para que possamos nos
trado num corpo em movimento, mas num su- situar no meio em que vivemos, que fa-
jeito com seu corpo real em movimento. Olivei- zemos relações, comparações e combi-
ra ( 2007), faz a seguir algumas considerações nações.
a respeito das áreas, que contribuem para o
desenvolvimento da estrutura psicomotora da Em primeiro lugar, portanto, a crian-
criança: ça percebe a posição de seu próprio
corpo no espaço. Depois, a posição
I. É importante relatar, que os movimen- dos objetos em relação a si mesma,
tos (voluntários, reflexos e automáticos), por fim, aprende a perceber as rela-
não aparecem por acaso, esses movi- ções das posições dos objetos entre
mentos são controlados pelo sistema si [...].(OLIVEIRA, 2007, p.75)
nervoso, através da contração muscular.
“O tônus muscular está presente em to- VI. A estruturação espacial não nasce
das as funções motrizes do organismo, com o individuo, ela é construída com
como equilíbrio, a coordenação, o movi- sua maturação mental, que opera atra-
mento, etc [...]”(OLIVEIRA, 2007, p.27) vés de seus movimentos em relação aos
objetos que estão em seu meio. Quando
II. A coordenação global, diz respeito às a criança consegue se orientar em seu
atividades dos grandes músculos. Ela meio, estará mais capacitada a assimi-
depende da capacidade de equilíbrio lar a orientação no papel. As noções de
postural do indivíduo, que está ligado às espaço e tempo, têm que estar intima-
sensações cinestésicas e labirínticas. A mente ligadas. Da mesma forma que a
coordenação fina diz respeito às habili- palavra escrita exige que se tenha uma
dades e destrezas manuais, e constitui orientação no papel, através das linhas e
um aspecto particular da coordenação do espaço próprio para ela, apalavra fa-
global. Já a coordenação óculo-manual, lada, exige uma forma ordenada, suces-
se refere a um domínio visual, ligado aos siva e rítmica, dentro de um espaço de
gestos executados. tempo determinado.
III. A criança percebe-se e percebe tudo VII. Um aparelho visual e auditivo ínte-
o que a cerca em função de seu próprio gro é um pré-requisito muito importante
corpo, sendo assim, conhecendo-o, terá para a aprendizagem da leitura e da es-
maior habilidade para diferenciar e sentir crita, como relata Oliveira (2007), porém
diferenças. a maior preocupação é com as crianças
que ouvem e enxergam bem mas não
Conforme Oliveira (2007), o Sistema nervoso Os traumas causados por uma má alfabetiza-
coordena e controla todas as atividades do or- ção, aparecem nas aulas de teatro. Na esco-
ganismo, e uma das funções do sistema nervo- la, o ensino de textos ainda é compreendido
so é canalizar as informações e enviá-las para como leitura e escrita. Os textos são recitados
regiões motoras correspondentes. de forma mecânica pelos educandos se não
houver uma orientação metodológica que nas-
A autora ainda relata que, todo comportamen- ce no teatro.
to comunicativo está relacionado ao Tônus,
ele está presente em funções motrizes como Conforme Spolin, jogos teatrais, podem trazer
o equilíbrio, coordenação e movimento, e um vida para a sala de aula, as oficinas teatrais,
dos aspectos fundamentais é sua ligação com não são designadas como passatempo no
as emoções. Oliveira continua dizendo que currículo, mas sim como complemento para a
podemos transmitir, sem palavras, através de aprendizagem escolar. Os jogos teatrais são
uma linguagem corporal, todo nosso estado úteis para auxiliar os educandos a desenvol-
emocional. verem habilidades como comunicar-se pela
Linguagem Oral e Escrita, além de formas não
[...] Uma criança, por exemplo, que não verbais. Ajudam a aprimorar a concentração e
acredita muito em si tem a tendência de convívio em grupo.
se ‘envolver’, isto é, de manter seu corpo
em estado de tensão quando se sente 3.1. O corpo
ameaçada. (OLIVEIRA, 2007)
O esquema corporal se faz pela experiência da
Sabe-se que a experiência escolar tem gran- criança, conforme ela utiliza seu corpo, o es-
de influência na imagem que a criança faz de quema corporal é construído. Na perspectiva
si mesma, um caso de fracasso escolar pode de Oliveira (2007), a criança nasce com uma
abalar toda sua autoconfiança e consequente- bagagem de sensações e percepções, mas
mente, sua autoestima, além de contribuir para pela falta de mielinização, não consegue orga-
outras dificuldades de aprendizagem. nizá-las. Conforme seu amadurecimento ner-
voso é desenvolvido, a criança pode distinguir
Spolin (1986), diz que o jogo instiga e faz e organizar as várias sensações de seu corpo.
emergir uma energia do coletivo, quase esque- A autora diz que neste conhecimento do corpo,
cida. Ela lembra que teóricos como Rosseau a criança passa por algumas experiências fun-
e Dewey a Piaget e Vygotsky, enfatizam a im- damentais para o desenvolvimento do esque-
REFERÊNCIAS
Criar e deixar criar talvez sejam caminhos ainda Inspirados nos ideais de Paulo Freire, aos pou-
não percorridos por muitos, mas necessários e cos, alguns arte/educadores passam a rever
urgentes quando falamos de educação infan- suas práticas, apostando no papel da escola e
til e arte. A criança é um campo fértil para a da educação como agentes de transformação
criatividade e a imaginação e nós, muitas vezes sociocultural. Nesta perspectiva, o professor
sem intenção, subestimamos sua capacidade começa a rever seu papel de mero transmissor
e impedimos seu desenvolvimento estético ou facilitador para o de mediador.
cada vez que interferimos demasiadamente e
direcionamos sua expressão artística criativa, O ensino da arte passa ser concebido como
sufocando as possibilidades de novos saberes. área de conhecimento, que segundo Ana Mae
Barbosa (1991, p.17) começa a se entender “o
Porém, sem esquecer o papel fundamental do conceito de arte-educação como epistemologia
professor, que deve ser o interlocutor, promotor da arte e/ou arte-educação como intermediário
e organizador do processo de criação. Para ga- entre arte e público”, de onde nasce também
rantir oportunidades para a expressão viva da a Proposta Triangular no ensino da arte, hoje
criança, precisamos considerar que “expressar revista e compreendida como uma maneira de
não é responder a uma solicitação de alguém, valorizar o fazer artístico consciente e informa-
mas mobilizar os sentidos em torno de algo do, o estudo da arte erudita e popular, assim
significativo, dando outra forma ao percebido e como a ampla contextualização dela.
vivido” (CUNHA, 2009), o que também é diferen-
te de simplesmente “deixar fazer”, acreditando Conscientes de seu papel na sociedade, arte/
na chamada “livre expressão”. educadores pós-modernos são participantes
da Pedagogia Crítica, e engajados na produção
Para mobilizar os sentidos, é essencial o enri- artística contemporânea, o que implica reco-
quecimento de experiências, promovendo en- nhecer, explorar e conciliar-se com o Pós-Mo-
contros com diferentes linguagens, alimentan- dernismo como um paradigma cultural e como
do a imaginação para que meninos e meninas um movimento estilístico (BARBIERI, 2012).
possam aventurar-se a ir além do habitual. As pedagogias críticas adotam a arte de acor-
1. A ARTE COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA do com a perspectiva multicultural. Este en-
foque consiste em algo além do que apenas
Na fase da educação infantil as atividades ar- incluir unidades e lições sobre outras culturas
tísticas contribuem com ricas oportunidades no currículo escolar, implica em centrar nosso
para seu desenvolvimento, uma vez que põem interesse nos grandes temas e funções da arte,
ao seu alcance diversos tipos de materiais para que são interculturais e transculturais. Implica
manipulação, além da arte espontânea que sur- também em não deixar passar a oportunidade
ge em brincadeiras ou a partir de uma proposta de incluir exemplos de culturas locais e de arte,
mais direcionada. relacionados com temas mais concretos e pró-
ximos da vida dos estudantes (LINO, 2012, p.
O lúdico, o teatro, a dança, a pintura, o desenho, 140).
a criatividade, o conto de fadas, fazem parte de
um momento em que as crianças se expres- O professor precisa dar oportunidades para
sam, comunicam e transformam a vida na rela- que o aluno se expresse de forma espontânea,
ção com a arte, ou seja, “somos potencialmen- pessoal, porém é importante que o mesmo con-
As tendências pedagógicas atuais apontam O professor deve ser “mediador” entre a arte e
para o estudo crítico do universo da Cultura o aluno, para assim transformar a sua prática
Visual em geral. Ao se valer, por exemplo, de docente. Segundo Chiovatto, em seu artigo “O
outras imagens e objetos da Cultura Visual, tais Professor Mediador”:
como quadrinhos, jogos eletrônicos, propagan-
das de TV, filmes, etc. os professores adentram O mediador não só apresenta um de-
o mundo simbólico e visual dos estudantes, se terminado conteúdo, mas estimula seu
aproximando cada vez mais dos objetivos do valor significativo, ajustando-o a cada
ensino de Artes Visuais na contemporaneida- turma, ‘tramando’, com eles, respostas
de. produtivas e significantes. Assim, o gru-
po estará efetivamente participando de
Por último, parece não haver dúvidas de que seu processo educativo, ampliando subs-
qualquer agenda para pensar as Artes Visuais tancialmente sua posição de ‘depositá-
para o século XXI há de ser baseada também rios’ de conhecimentos e informações.
em pedagogias que visem uma transformação (CHIOVATTO, 2000)
pessoal e social. A função social da arte é a
A partir da sílaba canônica CV, podem ser deri- 1.3 - Consoantes vocálicas
vadas as estruturas V, CVC e CCV e delas, ou-
tras mais: VC, VCC, CVCC, CCVC e CCVCC. No Nota-se em posição vocálica podemos ter uma
português, a sílaba mínima pode ser composta ou duas consoantes em português. Temos en-
apenas por uma vogal (V) e a sílaba máxima, tão os seguintes tipos de sílabas: CV ~ CVV’,
isto é, aquela com maior número de elemen- quando apenas uma consoante precede o nú-
tos, por cinco segmentos (CCVCC). Como cleo da sílaba, ou CCV ~ CCVV, quando temos
exemplos de estruturas silábicas no português duas consoantes precedendo o núcleo.
do Brasil, teríamos:
I. Início da palavra. Ex:
V: á-gua; CV: /p/á, /b/ala, /t/apa;
CV: sa-po; CVV’: /p/ai, /b/oi, /t/eu.
VC: es-pe-lho; II Meio da palavra. Ex:
CVC: fes-ta; CV: ca/p/a, sa/b/e, pa/t/a;
CCV: pra-to; CVV’: cha/p/eu, aça/b/ou, min/g/au.
CCVC: flor;
VCC: ins-tru-men-to; No caso das sílabas que apresentam duas
CVCC: mons-tro; consoantes prevocálicas “CCV ~ CCVV”, tem-
CCVCC: trans-por-te -se um conjunto chamado de encontro con-
sonantal tautossilábico. Nestes encontros, as
1.2 - Sílabas constituídas de uma vogal duas consoantes são partes da mesma sílaba.
Assessment is an instrument of great importance Além disso, a avaliação está envolvida com todo
in early childhood education schools, it is asso- o projeto educativo da escola, e em diversos ou-
ciated with practice and changes in the teaching tros âmbitos como: o familiar, o comunitário, o
- learning process. This bibliographic study has ambiente e o escolar e organizacional. Sendo
the main objective of contributing to the improve- assim, tudo que se refere à criança ou possa in-
ment of the evaluation process and the quality of fluenciar seu desenvolvimento deve ser objeto de
the work offered in schools at this level of educa- avaliação e reflexões constantes.
1 - Professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental. Graduada em Pedagogia e Pós Graduada em Educação
Infantil. martyniak73@gmail.com
Esse estudo pretende ainda mostrar a impor- A distância entre aquilo que ela é capaz
tância da avaliação na Educação Infantil, assim de fazer de forma autônoma (nível de
como a observação como principal ferramenta desenvolvimento real) e aquilo que ela
avaliativa nesse nível de ensino. Indicar o re- realiza em colaboração com outros ele-
levante papel e responsabilidade do professor mentos de seu grupo social (nível de de-
nesse processo, assim como fazer referência senvolvimento potencial). (REGO, 2007,
as suas modalidades, instrumentos e âmbitos, p.73)
colaborando assim com as discussões atuais
sobre avaliação e incentivando novas perspec- Nesse sentido, Jussara Hoffmann (2010) indi-
tivas nos estudos em avaliação na Educação ca que a avaliação deve estar atrelada a ação,
Infantil. de maneira em que o objetivo não está na
verificação e no registro de dados do desem-
1. A Importância da avaliação na Educação In- penho escolar, mas na observação constante
fantil das aprendizagens que resulte em uma prática
educativa que produza benefícios de acordo
A avaliação de maneira geral, em todos os ní- com o percurso individual do educando.
veis de Ensino proporciona ao professor uma
ferramenta educativa, por meio da qual possa Na faixa etária de 0 a 6 anos, avaliar deve ser a
intervir em sua atuação pedagógica de modo resposta a conhecer o nível de desenvolvimen-
a ampliar os conhecimentos do aluno em re- to evolutivo de cada aluno. Assim as observa-
lação aos conteúdos trabalhados, que foram ções serão sistemáticas, multidimensionais e
eleitos por ele, juntamente a seu grupo de do- contínuas, de atitudes, e evoluções no proces-
centes e gestores da instituição que faz parte. so de ensino-aprendizagem. (ARRIBAS, 2004)
Estudiosos que tratam da avaliação para os A esse respeito, Bassedas, Huguet e Solé
pequenos, como Jussara Hoffmann (2010) (2011) fazem um alerta importante sobre
(2011); Bassedas, Huguet e Solé (2011) e Ar- dois aspectos. No primeiro, ressaltam que o
ribas (2004), defendem como seu principal docente deve atentar-se para não concentrar-
instrumento, a observação. Sendo a mesma, -se em minuciosas e exaustivas observações,
importante maneira de o docente relacionar-se perdendo assim o foco nas informações que
com seu grupo, atuando assim como um ex- realmente sejam úteis para tomar decisões, a
pectador do comportamento de seus alunos. caminho de um ensino ajustado às necessida-
des dos alunos. No segundo, apontam que ob-
Partindo do que é observado é possível que o servações a respeito das crianças devem ser
educador recolha informações, para que possa cuidadosas, na medida em que não as rotulem
intervir na Zona de Desenvolvimento Proximal, ou condicionem suas possibilidades. Convém,
como por exemplo, ao ajudar a criança a “...or- portanto pensar como se mostram em deter-
ganizar um desenho que não sabem por onde minado momento.
começar, quando lhe pegamos a mão para que
O educador preparando-se para receber o alu- Não se esperou finalizar aqui a discussão so-
no nesse contexto avaliativo precisa comparti- bre o tema, visto sua amplitude e grande rele-
lhar a avaliação com as crianças, fazendo com vância no contexto educacional, tanto dentro
que conheçam seus progressos e dificulda- de cada escola, como em nosso país e no
des. De acordo com Bassedas, Huguet e Solé mundo.
(2011), por meio dessas informações o pro-
Para Piaget, a importância dos jogos e demais Em nossas conversas com “mestres” de RPG
atividades lúdicas no desenvolvimento cogni- notamos que não se limitam a seu repertório
tivo do ser humano. Em sua classificação de cultural e sim passam a estudar e procurar no-
jogos o RPG enquadra-se no meio termo entre vas referências como livros e filmes que tratam
o jogo simbólico (“do faz de conta”), que ocor- da ambientação que iram retratar em seus jo-
re quando a brincadeira passa a ter sentido, ou gos. Repertório que será transmitindo para os
seja simbólica, e o de regras. jogadores por meio dos espaços imaginários
narrados pelo mestre do jogo. Apresentando
Para Vigotsky, que interpreta o jogo como ele- os conhecimentos gerados por suas pesqui-
mento impulsionador do desenvolvimento e sas históricas, geográficas e literárias presen-
detém a capacidade de formar zonas de de- tes na criação da aventura.
senvolvimento proximal (distância entre o que
eu sei e o que eu preciso saber). Seria um jogo Em um jogo de RPG, portanto, o individuo se
de situação imaginaria e de regras. assume como sujeito dialógico, exercendo sua
criatividade, imaginação compartilhando seus
Estes estudiosos apontam os benefícios dos saberes. Transformando o jogo em uma fer-
jogos simbólicos/imaginários para crianças ramenta de aprendizado, como destaca Brou-
em idade pré-escolar. Entretanto, partidas de gère (1998), ao afirmar que o jogo contribui
RPG resgatam todos estes elementos, porém para educação, permitindo que se de forma
reencenados por adolescentes e adultos. Fa- divertida e relaxante, elevando a concentração
tor que merece um estudo mais aprofundado. a atividade.
No jogo de regras que surge da transição da
atividade individual para a socialização. O RPG Jogos de RPG atuam por meio da narração
mistura seus dois tipos: Ao combinar as re- de cenas, onde ocorrem diferentes tipos de
gras criadas pelos próprios jogadores com as problemas a serem resolvidos pelas persona-
externas: impostas pelo mestre do jogo e do gens/jogadores. Por exemplo, a investigação
sistema que é praticado. Nestes jogos seus de uma cena onde ocorreu um crime, atra-
praticantes internalizam as regras e desenvol- vessar um rio com uma ponte quebrada, um
vem soluções para os conflitos que lhe são im- interrogatório para descobrir o que aconteceu
postos. encontrar alguém desaparecido, dentre uma
Com o passar dos anos, os governos enten- O Brasil quando comparado a outros países,
deram que para assegurar uma educação es- demorou a ter um olhar diferenciado aos por-
pecial de qualidade era necessário formular e tadores de deficiência. Inicialmente, a inclu-
reformular Leis, a fim de trazer um novo olhar são ocorria em centros especializados que
sobre o assunto, discutindo-as no âmbito edu- atendiam esses indivíduos a fim de que eles
cacional, uma vez que não só os docentes, desenvolvessem algo.
mas também as famílias desses estudantes
passaram a ter mais consciência dos direitos O Imperial Instituto dos Meninos Cegos,
atendendo assim as suas necessidades. atualmente chamado de Instituto Benjamin
Constant, foi criado pelo Decreto nº. 1.428
Inicialmente, a Inclusão funcionava apenas de 12/09/1854 oferecendo instrução primá-
para integrar o educando. Com as mudanças, ria, educação moral e religiosa. Nos três pri-
surgiram novas necessidades incluindo estes meiros anos, o número de educandos não
educandos em classes regulares comuns e excedia a 30, sendo apenas dez admitidos de
uma pedagogia voltada para o educando, fo- forma gratuita, sendo constatada a pobreza
mentando assim, importantes mudanças no (CABRAL, 2016).
cenário educacional especial brasileiro (BRA-
SIL, 2007). Dois anos depois, foi criado o Instituto dos
Surdos Mudos, atualmente conhecido como
Apesar de o mundo todo hoje discutir a res- Instituto Nacional da Educação dos Surdos,
peito do processo de inclusão e da Educação oferecendo educação intelectual, moral e
Especial, é possível observar que nas escolas religiosa aos surdos de ambos os sexos. O
os desafios são constantes para que a inclu- Instituto foi inaugurado em 1º de janeiro de
são realmente aconteça. Neto et al. (2018) 1856, como caráter privado, mas sua funda-
discute esses desafios a partir do seguinte ção foi datada apenas em 26 de setembro, dia
ponto de vista: “Como garantir o acesso e a de promulgação da Lei nº. 939/1956, por ter
permanência de todos na escola, incluindo concedido subvenção anual e pensões aos
os alunos com deficiências, e como transfor- estudantes pobres. Inicialmente o atendimen-
mar nossa escola excludente, discriminadora, to acontecia no Colégio de M. Vassimon. O
numa escola inclusiva?” curso agora ofertava o ensino de Língua Por-
tuguesa, Aritmética, Geografia e História do
Assim, a presente pesquisa teve por objetivo Brasil, além de escrituração mercantil e dou-
discutir a legislação pertinente a educação trina cristã (CABRAL, 2016).
especial na Rede Municipal de Ensino de São
Paulo em especial, bem como os desafios en- Já na virada do século, mais precisamente em
RESUMO
INTRODUÇÃO
Este artigo se foca nas dificuldades encontradas
na promoção da inclusão escolar de alunos com A inclusão escolar é um fato e a presença des-
Síndrome de Down no que tange aos seus rela- tes alunos com necessidades educacionais es-
cionamentos sociais dentro do ambiente escolar peciais, que neste artigo chamaremos de NE,
e da inadequação do processo ensino aprendiza- atualmente se faz sentir não somente no ensino
gem no que refere ao preparo e ao conhecimen- Fundamental, mas também nos bancos escolares
to da escola para a Educação Especial como um das escolas de Ensino Médio. Esses alunos alcan-
todo. Para esse estudo, recorreu-se à metodolo- çaram a qualificação necessária para frequenta-
gia qualitativa e à revisão bibliográfica e a análise rem as aulas regulares, mas ninguém preparou a
de dados colhidos na E.E. João Solimeo a fim de escola, os professores, os alunos e os funcioná-
se responder o problema proposto. rios eficazmente para recebê-los. A escola des-
Palavras-chave: Inclusão; Educação especial; Co- conhece o amplo espectro de especialidades que
nhecimento; Dificuldades. podem adentrar em suas salas e muito menos as
diferenças existentes entre indivíduos dentro da
mesma condição especial. Por assim dizer, hoje
ABSTRACT já não podemos falar em Autismo, mas em Au-
tismos, dada a grande diferença existente entre
This article focuses on the difficulties encounte- as formas que esta condição se apresenta em
red in promoting the school inclusion of students cada indivíduo. Embora não seja aplicado o plural
with Down Syndrome regarding their social re- para a condição da Síndrome de Down, ela apre-
lationships within the school environment and senta-se com múltiplas especificidades nos indi-
the inadequacy of the teaching-learning process víduos em que ela ocorre. À luz da constatação
regarding the preparation and knowledge of the das dificuldades que a chegada dos alunos com
school for Special Education. as a whole. For this Síndrome de Down causou especificamente na
study, we used the qualitative methodology and Escola Estadual João Solimeo fez-se necessário
the literature review and analysis of data collected um estudo com foco na efetiva inclusão destes.
in the E.E. João Solimeo in order to answer the Este trabalho tem foco no problema:
proposed problem.
Keywords: Inclusion; Special education; Knowled- Quais as ações que podem levar à diminuição do
ge; Difficulties. impacto do preconceito e do desconhecimento
sobre o acolhimento e a excelência no trabalho
Partindo das análises das respostas dos entre- BISSOTO, Maria Luisa. Desenvolvimento cogni-
vistados, percebe-se que a amostra nos alerta tivo e o processo de aprendizagem do portador
para a persistência do preconceito com relação de síndrome de Down: revendo concepções e
aos alunos com necessidades educacionais perspectivas educacionais. Revista Ciência e
especiais com Síndrome de Down, justamente Cognição, vol 4, Rio de Janeiro, mar, 2005.
no ambiente recém-conquistado para seu de- ROSA, Flávia Mendonça; DE BORTOLI, Paula
senvolvimento como cidadão. Lidar com esse Saud; SANTOS, Milena Floria; NASCIMENTO,
preconceito dentro do ambiente escolar, incen- Lucila Castanheira. A inclusão da criança com
tivando a socialização e esclarecendo dúvidas, síndrome de down na rede regular de ensino:
também estende a inclusão social desses indi- desafios e possibilidades. Revista brasileira
víduos para fora dos portões da escola, portan- de Educação especial. Vol. 14. Nº 03. Marília,
to, configurando tal atitude em um processo 2008
amplo e pleno, o que deve constituir a prática PRIETO, Rosângela Gaviole & MANTOAN, Ma-
diária dentro dos “muros da escola”. ria Teresa Egler. Inclusão escolar. São Paulo:
Editora Moderna, 2004.
Portanto as escolas devem preparar-se para SÃO PAULO, Decreto nº 60.075/14; “Programa
um atendimento formativo completo dos indi- Estadual de Atendimento à Pessoa com Defici-
víduos com [SD], quer social, quer formal, in- ência Intelectual: São Paulo pela igualdade de
formando funcionários, professores e alunos direitos”
sobre a síndrome e sobre as possibilidades
que os portadores dela tem em se desenvol-
ver intelectualmente e fisicamente e que esse
desenvolvimento está intimamente ligado às
relações interpessoais saudáveis e favoráveis
ao processo ensino aprendizagem que eles
mantiverem dentro da unidade escolar. Traba-
lho este que vem de encontro ao que tem sido
feito durante já á alguns anos e que com mui-
tas dificuldades, pelo tempo e pela disposição
do atendimento por conta do excessivo e da
sobrecarga de alunos a serem atendidos na UE
e por serem apenas duas Professoras de Apoio
a sala de recurso, tem sido feito de tudo para
que seja modificado este quadro preconceito
e muitas vezes de diferença em relação ao ou-
tro, valorizando a inclusão de fato, auxiliando
em todo o processo de formação e construção
dos saberes múltiplos e suas habilidades e
competências.
Apesar dos documentos oficiais já terem atua- Num momento de aceleradas e intensas trans-
lizado o discurso sobre o atual papel do profes- formações, de fragmentação e incerteza, no-
sor e por mais eficaz que tenha sido a forma- vas e complexas habilidades e competências
ção inicial, competências complexas como as são requeridas. Na sociedade da informação,
sugeridas pelas Diretrizes, ou mesmo outras habilidades como selecionar e processar in-
apresentadas em listas diversas, não são de- formação, capacidade para tomar decisões,
senvolvidas em nível excelente apenas através trabalhar em equipe, polivalência, flexibilidade,
das noções básicas adquiridas na graduação etc., são valorizadas, ficando excluídas da pro-
ou na especialização do mestrado ou doutora- dução e consumo de bens e serviços, materiais
do, mas através da experiência refletida por um e simbólicos, as pessoas que não as possuem.
programa rigoroso de formação continuada. (FLECHA e TORTAJADA, 2000).
[...] o de selecionar a informação, orga- É mister repensar valores, bem como, a reva-
nizá-la segundo os instrumentos que lhe lorização da carreira docente, porque, do con-
dão acesso, articular a escola com os de- trário, estaremos caminhando rumo a um país
mais sistemas de informação, abrir espa- que priva seus cidadãos do direito subjetivo a
ços para reflexão, a crítica e a criativida- uma educação digna.
de dos educandos que, evidentemente,
deixariam a atitude passiva de simples 3. O percurso histórico da construção do saber
‘ouvintes’ de preleções. (ARANHA, 2006, sob a perspectiva construtivista
p. 296)
Os saberes são construídos na gênese da hu-
A transformação social em curso, por sua vez, manidade, então quais são as maneiras intro-
REFERÊNCIAS
Um professor qualificado e capacitado, com Dos dois posicionamentos, têm-se como evi-
método de ensino adequado facilita a apren- dente que a brincadeira, tomada em seus vá-
dizagem e a aquisição de conhecimento. “Cria rios aspectos, pode representar uma fonte im-
novas faces do Aprender, consolida o papel do pulsionadora do processo de desenvolvimento
educador, como um mediador e o aluno como e aprendizagem. Isso ocorre porque o meio
participante ativo do pensar e aprender” (DE- ambiente em que o aluno em desenvolvimento
LORS, 2005, p. 95). (cognitivo, social, afetivo, etc.) se encontra em
constante expansão e a quantidade de objetos
Nessa perspectiva, é importante que os jo- que não domina a desafia como um problema.
gos pedagógicos não sejam utilizados apenas Dessa forma, pode-se depreender que há tam-
como um único método para transmissão de bém na brincadeira uma importância do desen-
uma determinada temática, mas sim como ins- volvimento para aquisições mais elaboradas
trumentos de apoio, constituindo elementos como as intelectuais. Conforme Oliveira ao afir-
úteis no reforço de conteúdos já apreendidos mar que:
anteriormente.
Muitas das dificuldades apresentadas pe-
Ao utilizar o lúdico como recurso pedagógico, los alunos podem ser facilmente sanadas
deve-se ter presente que na construção do co- no âmbito da sala de aula, bastando para
nhecimento o aluno apropria-se da realidade isto, que o professor esteja mais cons-
atribuindo-lhe significado. Assim, educandos ciente de sua responsabilidade como edu-
com dificuldades de aprendizagem podem atra- cador e despenda mais esforço e energia
vés de jogos como recurso facilitar a compre- para ajudar a aumentar o potencial motor,
ensão espontânea dos conteúdos em relação à cognitivo e afetivo do aluno. Assim sendo,
disciplina. Em síntese, as brincadeiras expres- devemos estimular os jogos como fonte
sam possibilidades de uma pedagogia diferen- de aprendizagem. (OLIVEIRA, 2007, p.96.)
ciada das normalmente aplicadas, permitindo
ao professor criar e gerir situações de aprendi- Em âmbito educativo a aplicação de um progra-
zagem mais condizentes com as atuais condi- ma que estimule a aprendizagem, especialmen-
ções educacionais. te por meio do jogo, permite aos educandos
prosseguirem nas etapas da própria evolução
Tendo este postulado como base, (KISHIMOTO, de maneira mais harmoniosa facultando aos
2006, p. 120) esclarece que a brincadeira é ati- educadores guiá-la na maturação emocional.
vidade objetiva que constitui a base da percep- O aluno saberá aproveitar o jogo e aventurar-se
ção que a criança tem do mundo e dos objetos nele de maneira autônoma, saberá desenvolver
humanos, motivo pelo qual ela própria é quem espontaneamente os jogos e, por meio deles,
determina o conteúdo lúdico. satisfazer as próprias necessidades (MACEDO,
2010, p. 91).
Para Piaget, (2008, p.102) “o lúdico é uma ferra-
menta pedagógica que exerce uma função fun- É nesse contexto que (BETTELHEIM, 1988, p.
damental para o desenvolvimento da criativida- 141) afirma que o homem só é homem de fato
Em se tratando diretamente da educação for- Entende-se que é por meio do lúdico que os
mal, os jogos podem ajudar na abordagem de alunos passam a compreender e a utilizar con-
temas transversais e desenvolver o raciocínio venções e regras que serão empregadas no
verbal, numérico, visual e abstrato, incentivar o processo de ensino/ aprendizagem de Química
respeito às pessoas e culturas, estimular a me- e tal compreensão favorece a integração deles
lhor aceitação de regras e, por fim, possibilitar num mundo social proporcionando ainda as pri-
ao aluno o aprendizado acerca da resolução meiras aproximações com futuras teorizações.
de problemas ou dificuldades, estimulando-o a
procurar alternativas. O uso do lúdico na educação prevê principal-
mente a utilização de metodologias agradáveis
Dessa maneira, “na brincadeira, mediante a ar- e adequadas aos alunos que façam com que o
ticulação entre o conhecido e o imaginado, de- aprendizado aconteça de forma dinâmica, agra-
senvolve-se o autoconhecimento descobre-se dável e natural de fazer, que respeitam as ca-
até onde se pode chegar e o conhecimento dos racterísticas próprias dos discentes: interesse
outros, o que se pode esperar e em quais cir- e esquemas de raciocínio próprio. E haveria ou-
cunstâncias” (VALADARES e MOREIRA, 2009, p. tras coisas que as interessassem mais do que
48). a brincadeira?
No ensino de química, por exemplo, os jogos de Muitos educadores concordam que o jogo é
modo geral podem e devem ser empregados importante para a educação, pois todos reco-
como recursos para aprendizagem de concei- nhecem mesmo aqueles que habitualmente
tos. O uso de jogos na prática pedagógica tem não lidam com crianças, que o “brincar” é parte
como objetivo, em alguns casos, possibilitar ao integrante do dia a dia delas. A diferença entre
aluno uma nova forma de se familiarizar com os educadores é que para alguns o jogo, a brin-
Mas para outros educadores o jogo mescla-se Os jogos constituem admiráveis instituições
dentro do processo de ensino e aprendizagem, sociais. Quando o professor diz “agora iremos
isso quer dizer que o jogo é parte integrante da fazer um jogo” ou “agora irei contar uma histó-
ação educadora. Quando falamos no assunto ria para vocês” ele já estabelece que seja de-
é natural e procurado. Já nas primeiras séries dicado um tempo determinado para isso e au-
do ensino fundamental começa a polêmica: tomaticamente todos percebem que farão uma
brincar ajuda ou distrai? E quando falamos nas evasão da realidade. Se professor levar o lúdico
demais séries, no segundo e terceiro grau o lú- para dentro da sala de aula, resta perguntar que
dico fica absolutamente esquecido, pois agora vantagens isto trará? E o aprender como é que
todos têm que trabalhar seriamente! fica? Trarão muitas porque além da transmis-
são de conteúdos os jogos podem colaborar na
O curioso é que, nos dias de hoje e nos países formação do indivíduo de forma ampla, propor-
mais adiantados do mundo, os melhores cur- cionando o desenvolvimento intelectual, social,
sos para executivos exploram as atividades lú- afetivo, ético, artístico.
dicas para a apreensão de conceitos e de atitu-
des como: formação de liderança, cooperação Este desenvolvimento pode ser obtido através
e, até, reflexão sobre valores. Certamente o uso de situações comuns decorrentes da aplicação
do lúdico explica-se em programas de treina- de jogos como o exercício da vivência em equi-
mento avançados porque é a melhor forma de pe, da criatividade, imaginação, oportunidades
transmissão de conhecimentos, auxilia no in- de autoconhecimento, de descobertas de po-
teresse, motivação, engajamento, avaliação e tencialidade, formação da autoestima e exercí-
fixação. cios de relacionamento social.
No Brasil começam a surgir bons livros que
Assim, quando falamos em lúdico e no brincar orientam para esta nova ferramenta educacio-
não estamos falando em algo fútil e superficial, nal, mas “montar” uma atividade assim, não é
mas de uma ação que os alunos fazem de for- tão difícil como pode parecer em um primeiro
ma autônoma e espontânea, sem o domínio di- momento. O que precisa é que o educador es-
recionador do adulto. teja realmente convencido de que esta é uma
ferramenta útil e que ele terá vantagens em apli-
Entendemos que utilizar metodologia lúdica, car, precisa ser aquele educador que também
como jogos, e manifestações artísticas, atraia se diverte com isso, que conhece as preferên-
e motive o aluno a participar. Esta participação cias da faixa etária que trabalha.
espontânea faz com que ele se torne conscien-
te do objeto de ensino, objeto que nós educa- CONSIDERAÇÕES FINAIS
dores colocamos ao seu alcance. Desta forma
gerenciamos o aprendizado na medida em que Ao término da pesquisa conclui-se o educador
escolhemos os recursos e o conteúdo que jul- não pode subjugar sua metodologia de ensino
gamos ser importante estar no momento ade- a algum tipo de material porque ele é atraente
quado para o aluno aprender. Esta forma de in- ou lúdico. É necessário um cuidado importante
A criança hiperativa pode ter muitos problemas. A pessoa apresenta pelo menos, seis das se-
Apesar da "dificuldade de aprendizagem", essa guintes características: Não vê detalhes ou faz
criança é geralmente muito inteligente. Sabe erros por falta de cuidado; Dificuldade em man-
que determinados comportamentos não são ter a atenção; Parece não ouvir; Dificuldade em
aceitáveis. Mas, apesar do desejo de agradar e seguir instruções; Dificuldade na organização;
de ser educada e contida, a criança hiperativa Evita ou não gosta de tarefas que exigem um
não consegue controlar-se. Pode ser frustrada, esforço mental prolongado; Frequentemente
desanimada e envergonhada. Ela sabe que é perde os objetos necessários para uma ativi-
inteligente, mas não consegue desacelerar o dade; Distrai-se com facilidade; Esquecimento
sistema nervoso, a ponto de utilizar o potencial nas atividades diárias.
mental necessário para concluir uma tarefa.
A criança hiperativa muitas vezes se sente iso- 1.4 TDAH - Tipo hiperativo/ impulsivo
lada e separada dos colegas, mas não entende
por que é tão diferente. Fica perturbada com É definido se a pessoa apresenta seis das se-
suas próprias capacidades. Sem conseguir guintes características: Inquietação, mexendo
concluir as tarefas normais de uma criança na as mãos e os pés ou se remexendo na cadei-
escola ou em casa, a criança hiperativa pode ra; Dificuldade em permanecer sentada; Corre
sofrer de stress, tristeza e baixa autoestima . sem destino ou sobe nas coisas excessiva-
mente (em adulto, há um sentimento subjetivo
1.2 Tipos de Hiperatividade de inquietação); Dificuldade em concentrar se
numa atividade silenciosamente; Fala exces-
Durante bastante tempo, a hiperatividade era sivamente; Responde a perguntas antes delas
considerada por muitos estudiosos como sen- serem formuladas; Age como se fosse movida
do a características mais marcante da pertur- a motor; Dificuldade em esperar sua vez; Inter-
bação da hiperatividade e deficit de atenção. rompe e se interrompe.
No entanto, há na atualidade diferentes tipos
No que tange a aprendizagem, especificamen- É notório que o educador com um aluno nes-
te os alunos com TDAH têm como fator com- ta condição, automaticamente, despenderá de
plicador deste processo a falta de atenção, o mais atenção do que com os demais estudan-
que levará ao aluno perder a explicação sobre tes da turma, pois o mesmo necessita parale-
atividades, não conseguindo realizar a mesma lamente de uma atenção individualiza, atenção
sozinha, cometendo erros por distração, arma- essa que não pode afetar o restante do grupo
zenamento superficial de informações. Essa e que, ao mesmo tempo, o mesmo não se sin-
problemática automaticamente reduz mais ta discriminado. É necessário que o educador
ainda sua autoestima, pois não vê na escola venha a refletir sobre a sua prática em sala de
motivação suficiente para se aperfeiçoar. aula e as crenças teóricas que o acompanham
ao longo de sua trajetória, pois neste momento
Muitas crianças com TDAH e com trans- põe se a prova se o que está sendo feito real-
torno de aprendizado simplesmente não mente é apropriado para cada público em cada
gosta de escola , não gosta de estudar sala de aula, assim é fundamental que o edu-
porque sabem que tem muita dificuldade cador tenha oportunidade de rever seus con-
e precisam se esforçar muito para ter um ceitos, crenças e atitudes.
1 - A lei 5692/71, Lei de diretrizes e bases, Lei orgânica na educação que foi promulgada pelo então presidente da Re-
pública Emílio Garrastazu Médice em 11 de Agosto de 1971, durante o período militar que começou em 1964 e durou
até 1985, retirando da grade escolar os ensinos de História e Geografia do Ensino Fundamental I (Antigo 1º Grau) e
implantando de 1ª a 4ª Série do Ensino Primário: Estudos Sociais, 5ª a 8ª Série do Primeiro Grau (Ginásio) Educação
Moral e Cívica e Ensino Médio (Antigo Colegial) O.S.P.B..
3 - Déa R. Fnelon, A questão dos estudos sociais, in cadernos Cedes/A pratica do ensino de história, São Paulo, Cor-
tez/ Cedes, nº10,1984,p.14. Déa foi umas das grandes figuras contra a licenciatura curta em Estudos Sociais no Brasil.
4 - A Associação Nacional de História (Anpuh) é um órgão fundado em 1961 na cidade de Marília, hoje situado no
prédio da Faculdade das Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, com o objetivo de entender a História como
de fato uma ciência humana, primeiramente em âmbito universitário, a entidade surge com manifestos de defesa de
causa pelas fontes históricas e pela legalidade e aceitação das diferentes culturas.
Dentro de toda essa efervescência no campo Na academia, a Nova História Cultural fazia a
das mentalidades é importante ressaltar que integração do Brasil com o mundo trazendo a
a sociedade passava por um novo conceito noção de que o passado tem que ser interroga-
de educação universitária, pois agora o vesti- do, se não seu estudo não faz sentido. Neste
bular cobrava outras aptidões de seus vesti- sentido, o interpretar não pode ser confundido
bulandos, não mais as do passado, baseadas com o inventar, colocando o ensino de História
em um conteúdo fechado, sem flexibilidade. em novos rumos, onde os educandos devem
Nesse contexto, as exigências seriam voltadas se entender como seres responsáveis pela sua
para como o vestibulando articularia as dife- formação social.
rentes áreas do conhecimento, em como con-
5 - Esse momento na História do Brasil deveu-se principalmente à conjuntura internacional, pois a partir da Segunda
Guerra Mundial que terminou em 1945, o sentimento bélico voltado para construir armas, dominar territórios era enten-
dido como primordial para uma nação segura e solida, sendo assim podemos verificar que houve uma super valoriza-
ção das ciências exatas, pois representariam a força em um momento de conflito. Podemos atribuir a esse momento
outra união que foi a invasão das empresas Multinacionais no Brasil, dando força nas décadas de 1960 e 1970 ai
ensino tecnicista no Brasil.
1. Resumo em Língua Portuguesa, contendo rial da Revista Educação Integral do Grupo Edu-
de 100 palavras, referências do autor (institui- cacional Ineq serão apreciados por três mem-
ção, cargo, titulação e endereço eletrônico); bros desta comissão, que poderão aceita-los
2. Resumo em inglês ou espanhol; integralmente, propor reajuste ou recusá-los,
3. Palavras-chave: até cinco; com base em critérios técnicos como: coerên-
4. Redação em língua portuguesa, digitação cia textual, encadeamento lógico, normas da
em folha formato A4, word for Windows, fon- ABNT vigentes, problemática enunciada e de-
te Time New Roman, tamanho 12, espaço 1,5, senvolvida, introdução, referencial teórico, con-
margens esquerda e superior com 3 cm, direita siderações finais e referência bibliográficas;
e inferior com 2 cm; 9. Os textos que não observarem os padrões
5. As entrevistas deverão ter, no máximo 04 aqui estabelecidos não serão publicados;
(quatro) laudas; as traduções de documentos 10. Os Autores que tiverem trabalhos publica-
e textos clássicos e os artigos científicos, de dos terão acesso ao arquivo digital da Revista
08 (oito) a 16 (dezesseis) laudas, as resenhas Educação Integral, não sendo pagos direitos
até 03 ( três) laudas e os relatórios de trabalho autorais;
de campo até 15 (quinze) laudas, incluindo-se 11. O conteúdo dos textos deve passar por cri-
nessas delimitações as tabelas, quadro, gráfi- teriosa revisão textual, que é de responsabili-
cos, figuras, fotografias e referências bibliográ- dade de seus autores;
ficas que fizerem parte dos textos; 12. Os casos omissos serão discutidos e deli-
6. Apresentar notas de rodapé ( se necessário) berados pela Comissão Editorial;
numeradas em algarismos arábicos; 13. Informações sobre o periódico podem ser
7. As citações e referências bibliográficas solicitados aos editores, no Núcleo de Desen-
devem obedecer ao padrão estabelecido pela volvimento de Atividades Pedagógicas do Gru-
Associação Brasileira de Normas Técnicas (a po Ineq ou via e-mail;
mais atualizada), para referenciamento de li- 14. Os trabalhos deverão ser enviados somen-
vros, revistas, suportes eletrônicos e outros te por e-mail para o endereço: educacaointe-
multimeios, disponíveis no site www.abnt.org. gral@ineq.com.br com o devido comprovante
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