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COMUNIDADE DE PRÁTICAS: UMA NOVA PERSPETIVA SOBRE AS

EXPERIÊNCIAS EM BIBLIOTECAS PÚBLICAS

Daniele Achilles – UNIRIO


Email: daniele.achilles@unirio.br

Francisco Ramos de Farias – UNIRIO


Email: frfarias@uol.com.br

Alex Medeiros Kornalewski – UNIRIO


Email: alexmedeiros87@hotmail.com

Resumo: A diversidade de transformações sociais, políticas, econômicas, culturais e


informacionais nas últimas décadas, no Brasil e no mundo, propiciou o aumento dos
problemas e entraves de ordem teórico-prática das bibliotecas públicas. Definidas como
instituições sociais, de cultura e de memória, as bibliotecas públicas para manter sua
maior função – democratizar o acesso à informação e ao conhecimento – necessitam se
reinventar quase que cotidianamente. A falta de recursos financeiros e materiais, bem
como a carência de políticas públicas, dentre outros fatores, vem acelerando o
sucateamento dessas instituições que direcionam suas ações para a educação, cultura,
lazer, memória. Dessa maneira, essa comunicação tem por objetivo expor uma das ações
extensionistas em prol do reconhecimento e da afirmação dessas instituições perante a
sociedade. Dito isto, cabe enfatizar que o trabalho trata dos resultados parciais do projeto
de extensão “Comunidade de Práticas em Bibliotecas Públicas: informação e intercâmbio
de experiências”, registrado desde 2018 no Departamento de Biblioteconomia da
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). O projeto está inserido no
eixo temático “Cultura” e objetiva traçar ações e promover práticas no âmbito da
Biblioteconomia Pública e Memória visando a construção de conhecimento por
intermédio das experiências e vivências dos profissionais envolvidos com as atividades e
dinâmicas de construção e desenvolvimento das bibliotecas públicas.

Palavras-chave: Biblioteconomia. Bibliotecas Públicas. Comunidade de Práticas em


Bibliotecas Públicas. Bibliotecas Públicas – Memória – Experiência.

1. INTRODUÇÃO

O Brasil e outros países do mundo têm vivenciado um conjunto de transformações


sociais, econômicas, políticas, culturais e informacionais marcada pela rapidez dos
processos que impactam os modos de vida. Em virtude das inovações tecnológicas, bem
como das mudanças no âmbito da comunicação e informação, tudo isso passou a moldar
as formas de acesso e uso da informação e do conhecimento, afetando diretamente os
sujeitos e as instituições (organizações), no que tange a sua constituição, missão e
atuação. Em face disso, busca-se, nesta apresentação, alertar para o papel desempenhado
pelas bibliotecas públicas na atualidade. Muitas delas, principalmente as que estão
localizadas no Rio de Janeiro, sempre estiveram condicionadas aos entraves e
dificuldades de ordem estrutural, orçamentária, assim como à falta outros de recursos.
Essas instituições se deparam com inúmeros percalços que geram limitações teórico-
práticas. Com vistas nisso, esse artigo se dedica em esclarecer o conceito “comunidade
de práticas” e apresentar como essa metodologia pode ser utilizada para auxiliar na
afirmação das bibliotecas públicas, partindo do seguinte pressuposto: para avançar, as
bibliotecas públicas carecem de fortalecer-se buscando uma rede de apoio, por meio do
intercâmbio de informações e experiências.
A pesquisa tem cunho teórico, com natureza exploratória porque visa exibir o
conceito-chave “comunidade de práticas” e correlacioná-lo ao ambiente da biblioteca
pública. No entanto, há uma correlação com o campo empírico, uma vez que se
desenvolve a partir de um convênio uma rede de bibliotecas. Ademais, está ligada ao
desenvolvimento do Projeto de Extensão “Comunidades de Práticas em Bibliotecas
Públicas: informação e intercâmbio de experiências” alinhado ao eixo ‘Cultura’,
cadastrado na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) em 2018. O
projeto mencionado tem como objetivo traçar ações e promover práticas no âmbito da
Biblioteconomia Pública e Memória visando a construção de conhecimento por
intermédio das experiências de profissionais envolvidos com as atividades e dinâmicas
de construção desse tipo de biblioteca (UNIRIO, 2018, p. 1).
Este ano, o projeto vem sendo realizado em parceria com a Rede de Bibliotecas
do Município de Niterói e, tem a equipe dessas bibliotecas como público-alvo. Além
disso, o projeto conta com a participação de profissionais (colaboradores externos) e
estudantes (colaboradores internos e bolsistas). Quanto ao escopo, o projeto de extensão
em andamento tem como finalidade propiciar a interação dialógica, a
interdisciplinaridade, a articulação entre o ensino, pesquisa e extensão, bem como prover,
em certo sentido, o impacto social com vistas às ações desenvolvidas no domínio
proposto.
A ideia que emerge da criação e do desenvolvimento deste projeto possibilita,
antes de tudo, o conhecimento e reconhecimento da realidade vivida pelas bibliotecas
públicas e, por meio da atividade extensionista, expressa a interação técnico-científica
objetivando a diminuição entre a dimensão acadêmica e profissional, em uma primeira
instância. Ao decorrer do tempo, intenciona-se ampliar o modo de atuação profissional e
acadêmico apontando o desenvolvimento de novas ferramentas, ideias, instrumentos,
conceitos e usos.
Ao associar a dimensão teórica à dimensão prática por via das comunidades de
práticas é possível que os docentes e profissionais externos a essas bibliotecas possam
atuar como mediadores da dúplice ‘teoria e prática’, em consonância com os estudantes
envolvidos e, ainda, propiciar a atualização e novas formas aos profissionais envolvidos
no projeto. Com isso, acredita-se na consolidação do diálogo e das ações entre as
instituições (bibliotecas públicas e universidade) com a finalidade reforçar o caráter
dialógico e afirmativo no que tange a positivação das bibliotecas públicas na sociedade.
De posse dessas informações, o trabalho se estrutura de modo a enfatizar as bibliotecas
públicas: existência e invisibilidade; e, as comunidades de práticas: metodologia em prol
do fortalecimento das bibliotecas públicas.

1. BIBLIOTECAS PÚBLICAS: EXISTÊNCIA E INVISIBILIDADE

O cenário atual das bibliotecas públicas brasileiras é marcado por um desafio: elas
existem e, segundo o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), o país conta com
6.0571 bibliotecas públicas federais, estaduais e municipais. No entanto, se tornaram
invisíveis aos ‘olhos’ da sociedade brasileira. A diversidade de transformações políticas,
sociais, econômicas, culturais e informacionais ocorridas nas últimas décadas acelerou
esse processo de invisibilidade, possibilitando novas demandas no que tange o acesso e
uso da informação e do conhecimento.
Os problemas inerentes às bibliotecas públicas brasileiras não se colocam apenas
na atualidade. Desde o surgimento da primeira biblioteca pública, em Salvador, na Bahia,
em 1811, essa instituição já foi concebida de forma atípica. Elas foram fundamentadas a
partir de uma referência que parece estar atrelada ao formato de bibliotecas comunitárias,
ao qual conhecemos nos dias de hoje. Há um questionamento que pode ser ressaltado que
se encontra no próprio conceito de biblioteca pública e foi sendo construído a partir de
seus usos efetivos ao longo do tempo.

1
Dado divulgado pelo Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas – Disponível em:<
http://snbp.cultura.gov.br/bibliotecaspublicas/>. Acesso em: 14. Set. 2019.
Observamos que o conceito é sempre uma produção, uma representação dos usos
e aplicações. Com vistas nisso, no Brasil, por exemplo, existe uma desconexão entre a
dimensão teórica e a dimensão prática desde muito tempo. E, nos arriscamos a dizer que
essas instituições estão em crise, principalmente no que se refere a sua própria identidade
(definição, missão, funções e usos). Tal fato afeta tanto a dimensão conceitual teórica
quanto a prática, revelando uma série de problemas para a práxis biblioteconômica e,
ainda, diversos prejuízos sociais, isto porque as bibliotecas públicas, assim como outras
instituições participam do processo de organização social.
A complexidade de um conceito está ligada às funções sociais que lhes são
atribuídas e, dependendo das configurações que se estabelecem e se mantem por um
determinado tempo. A lógica de funcionamento das bibliotecas depende diretamente da
lógica de funcionalidade que as sociedades conferem a elas, fazendo emergir algum
elemento característico de sua identidade institucional ligada diretamente a algum uso.
Como aponta Escolar (1990, p. 404), as bibliotecas públicas deveriam reunir materiais e
dar suporte a formação profissional e moral, além de exercer a função recreativa. Mueller
(1984, p. 9) pondera que sob a influência de ideias liberais e pelo pensamento utilitário
de autoajuda, as bibliotecas públicas eram vistas como um bom investimento social e
deveriam fornecer prazeres inocentes aos homens exaustos e sem dinheiro, isto é, servia
como uma instituição que poderia conter as massas. Ademais, serviriam para incentivar
o gosto pela leitura e contribuir com o processo civilizatório. Alfaro López (2010, p. 18)
alertava para importância da biblioteca como uma instituição voltada para a
transformação social.
As funções destacadas acima apresentam diferentes finalidades, no entanto todas
caminham na mesma direção: isto é, bibliotecas públicas como instituições que
promovem um bem maior. Isso foi conduzindo essas instituições e a incorporação de
valores determinado muitas vezes pelas estruturas de poder e, não por via dos seus reais
usos. Uma das máximas da Biblioteconomia alerta que a razão de ser de uma biblioteca
é o seu usuário. E, então, surge o seguinte questionamento: de que modo as bibliotecas
públicas foram construindo o seu conceito ou agregando elementos conceituais tendo
como referência a comunidade de usuários?
Esse questionamento ilustra bem as colocações de Alfaro López (2008; 2010)
sobre as bibliotecas públicas. O teórico afirma que a biblioteca havia vivido uma grande
magnitude que empreendeu a biblioteca pública a partir da segunda metade do século
XIX, principalmente nos Estados Unidos. As necessidades da comunidade eram
satisfeitas e geravam instrumentos biblioteconômicos para produzir a expansão e o
crescimento dessas instituições. Todavia, o autor denuncia uma espécie de lacuna, de
desconexão entre duas dimensões: a teórica e a prática que se converteu em um problema,
até mesmo, para formalizar uma parte da própria ciência Biblioteconomia.
Alfaro López (2008, p. 1) enfatiza “La biblioteca no nos ha dejado pensar la
Biblioteca”, isto é, através da diferenciação semântica entre biblioteca (com “b”
minúsculo) e Biblioteca (com “B” maiúsculo) se localiza uma barreira que nos impede a
elaboração conceitual da Biblioteca. De modo mais técnico, traduzimos da seguinte
maneira: a biblioteca tem se estruturado em um obstáculo epistemológico para a
construção teórica da Biblioteca. Isso reflete um hiato, ou uma lacuna, a qual nos
referimos que se insere na construção do campo biblioteconômico entre a dimensão do
prático e do teórico que se apresenta no processo de conhecimento, como alerta Alfaro
López (2010, p. 5).
A desconexão alertada contribui para um distanciamento entre os conceitos
construídos e a realidade vivenciada pelas bibliotecas. Tal fato gera uma invisibilidade
quando refletimos sobre o conceito e percebemos que há um esvaziamento de sentido do
conceito porque este não se liga diretamente com a realidade, mas com o desejo utópico
do que a biblioteca pública deve ser. Ademais, a invisibilidade pode estar presente
também na falta de aderência e ressonância social, isso ocorre porque essas instituições
se centram nos preceitos ‘universais’ de uma literatura para tentar ser e, com isso, não
levam em consideração o perfil e as demandas da comunidade e dos usuários reais ou
potenciais. Outro fator relevante de ser citado é o fato de que essas instituições vêm sendo
vistas no Brasil como espaços acessórios que não tem efetiva importância no processo de
organização social. Com vistas nisso, nos arriscamos a questionar se tal desinteresse por
parte dos governos não é proposital, isto é, não interesse em formar e prover a organização
de sujeitos sociais autônomos e críticos.

2. COMUNIDADES DE PRÁTICAS: METODOLOGIA EM PROL DO


FORTALECIMENTO DAS BIBLIOTECAS PÚBLICAS

O conceito Comunidade de Práticas (COP’s) está relacionado a aprendizagem


humana e parte da ideia social para aprendizagem, isso porque se fundamenta em teorias
da Antropologia e da Teoria Social. O termo cunhado por Jean Lave e Etienne Wenger
ao se dedicarem as pesquisas em teoria da aprendizagem. O autor relaciona o termo a
aprendizagem humana porque segundo sua visão, depende das relações sociais. O
conceito se estrutura a partir do processo de aprendizagem e suas dimensões. Wenger
(2010) enfatiza o conceito como um sistema de aprendizagem social.
Se o conceito se baseia em dois pilares: relações sociais e aprendizagem, isso
significa que pessoas reunidas e que formam determinados grupos sociais fazem isso
porque compartilham interesses em comuns. Os interesses possibilitam a troca de
informações, bem como a construção do conhecimento individual e coletivo. Esse
processo fomenta a estruturação da comunidade e sua manutenção, além do
compartilhamento dos diferentes tipos de aprendizado. Podemos inferir que o método
‘comunidade de práticas’ se baseia no próprio processo de ensino-aprendizagem. E tem
como referência os processos de troca, de intercâmbio de experiências e vivências teórico-
práticas.
Para Wenger (2010) o aprendizado inerente às comunidades de práticas apresenta
as seguintes dimensões: empreendimento conjunto; envolvimento mútuo; repertório
compartilhado. As dimensões são indispensáveis porque os sujeitos de um grupo com
interesses em comum se mantem em interação constante e geram novas informações e
conhecimentos.
O conceito de COP’s se situa como um instrumento metodológico voltado para as
organizações que tem como finalidade gerar conhecimentos que desponte como um
diferencial competitivo e estratégico, otimizando e melhorando os ganhos de uma
organização. Por esse motivo, o conceito vem sendo estudado por especialistas em Gestão
do Conhecimento2. Mas em que consiste especificamente as COP’s?
Para responder esse questionamento nos valemos da aplicação das COP’s em
bibliotecas públicas. Elas consistem em registro das práticas que possibilitam a criação e
compartilhamento do conhecimento. Esse processo facilita a captação da realidade, das
práticas informais, das experiências e vivências propiciando o aprendizado informa, no
entanto, aquele que gera benefícios a partir do engajamento dos indivíduos que participam
de um determinado grupo ou comunidade (WENGER, 2010).

2
Gestão do Conhecimento (Knowledge management) – disciplina que estuda as leis, os princípios e os
procedimentos pelos quais se estrutura o conhecimento especializado em qualquer disciplina. O
gerenciamento do conhecimento se nutre de aportes recebidos da informática, da linguística, da
terminologia e das ciências da informação (BARM, p. 106). O maior desafio enfrentado no início do século
XXI é o de transformar a informação em conhecimento estruturado (CUNHA; CAVALCANTE, 2008, p.
180).
Segundo Wenger (1998; 2002; 2010) o conceito de COP’s se estrutura a partir de
sujeitos com intenresses comuns, neste caso em bibliotecas públicas, que se unem em prol
de partilhar novas formas de experienciar o processo de aprendizado, focalizando
benefícios ao coletivo. A atividade humana, por natureza, assim como os conhecimentos
(teóricos e práticos) gerados são compartilhados no grupo, pressupondo que problemas,
questões similares, resoluções, desafios, experiências e conhecimentos passem por um
processo de troca e, ainda, por um processo de compreensão e assimilação individual e
coletiva formalizando as COP’s.
As COP’s servem às bibliotecas públicas porque elas se convertem em espaços de
discussão e troca que permite a aprendizagem em diferentes dimensões. O
compartilhamento e intercâmbio de informações e experiências de forma voluntária acaba
fortalecendo os sujeitos que participam, e, ainda, provem benefícios para as comunidades
as quais as bibliotecas públicas estão inseridas. Esse método visa a troca de informação
e conhecimento, como o mencionado, busca fortalecer e sustentar a própria comunidade,
como também as instituições e agentes, em prol da positivação e afirmação de uma cultura
dinâmica, que se desenvolve por intermédio de processos dialógicos como aponta Buber
(2014).
Snyder, Wenger e Sousa Briggs (2003) ao reafirmarem as dimensões ou pilares
que estruturam as COP’s ressaltam que o domínio se refere ao grupo que compartilha de
uma paixão ou interesse comum; a comunidade se constrói a partir de interações e
relações visando o aprendizado e o compartilhamento de informações; e, a prática nada
mais é do que o repertório construído pelos participantes da comunidade que se liga à
prática compartilhada. Dito isto, podemos inferir que essas comunidades objetivam a
distribuição de informação, resolução de problemas, aprendizado e troca de
conhecimentos teóricos e práticos.
Wenger (2002) alerta que esse tipo de método deve ter cunho informal e
intencional; deve permitir aos praticantes gerenciar o conhecimento que precisam; deve
propiciar a criação, conexão entre aprendizagem e desempenho das funções exercidas; e,
ainda, não se limitam pelas conexões organizacionais e restrições de quaisquer tipos,
como a geográfica. A comunidade em bibliotecas públicas que deriva do projeto de
extensão supracitado, alocou profissionais e agentes envolvidos com o sistema municipal
de bibliotecas públicas de Niterói, no Rio de Janeiro e está em vias de desenvolvimento.
Diante do exposto, Wenger (2002) apresenta um guia para cultivar uma comunidade de
práticas que se baseia: em educar; escolher um suporte; definir um contexto; encorajar os
praticantes; integrar. E, ainda, enfatiza as funções das organizações (instituições) e
membros (participantes). Conclui-se que a tessitura teórica apresentada pode se
estabelecer como fundamentação e estrutura para o desenvolvimento da comunidade de
práticas em bibliotecas públicas do sistema municipal de Niterói apontando os caminhos
a serem percorridos de modo a fortalecer, positivar e auxiliar essas instituições em
manterem-se como transformadoras da realidade social por via da educação, cultura,
lazer, memória e cidadania.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para cumprir com as últimas intenções descritas, o projeto neste ano vem
organizando reuniões mensais para a troca de informações e conhecimentos. Foi
imperativo o registro os problemas, questões, resoluções, ideias novas, dentre outros
componentes que surgem nessas reuniões. Para o ano de 2020, pretende-se iniciar os
cursos de formação, respeitando os principais preceitos indicados por Wenger (2002):
educar e integrar. Esperamos que o projeto mediado por essa metodologia contribua
efetivamente para a afirmação dessas bibliotecas e, ainda, almejamos desenvolver novas
e criativas formas de fomentar a aderência e ressonância social dessas instituições. Um
dos resultados parciais que o projeto e a pesquisa demonstram é a identificação da não
afirmação dessas bibliotecas no espaço, no território da cidade de Niterói. Constatado
isso, iniciamos conversações com a prefeitura para que as instituições sejam localizadas
nos documentos, guias, placas e outros informativos veiculados pela prefeitura.

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