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FACULDADES INTEGRADAS HÉLIO ALONSO – FACHA

Comunicação Social – Publicidade e Propaganda

GEOVÂNIA COSTA E SILVA

VAMPIROS NO CINEMA
O Medo e o fascínio na estética vampiresca
2

Rio de Janeiro
2010
GEOVÂNIA COSTA E SILVA

VAMPIROS NO CINEMA

O medo e o fascínio na estética vampiresca

Monografia apresentada junto ao curso


de Comunicação Social, com habilitação
em Publicidade e Propaganda, das
Faculdades Integradas Hélio Alonso –
FACHA, como requisito à obtenção do
diploma de graduação.

Orientador: Professor Aluísio Pereira


de Meneses.
3

Rio de Janeiro
2010
GEOVÂNIA COSTA E SILVA

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________
Professor (nome completo)

______________________________________
4

Professor (nome completo)

______________________________________________________
Professor (nome completo)

______________________________________________________
Professor (nome completo)

______________________________________________________
Professor (nome completo)

______________________________________________________
Professor (nome completo)

Rio de Janeiro, 01 de novembro de 2010


5

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família, em


especial, a minha irmã, Shirley Maria
Costa e Silva, que contribui
enormemente com o meu crescimento
intelectual, não apenas na realização
deste trabalho, mas ao longo da minha
vida acadêmica.
6

AGRADECIMENTOS

A minha família.
7

Só me interessam os passos que tive de


dar na vida para chegar a mim mesmo.

Hermann Hesse

RESUMO
8

O presente estudo tem como objetivo, analisar a simbologia do mito do vampiro


ao longo da história, nas lendas populares da Europa Medieval, nas civilizações
antigas, na literatura do século XX, e principalmente, no cinema.
Está análise busca também compreender, por um viés psicológico e histórico,
os motivos pelo qual o mito do vampiro permanece presente, até os dias de hoje, no
imaginário coletivo. Procura também analisar o seu desenvolvimento e a sua
adaptação em diversas sociedades, separadas espacialmente e temporalmente.
A partir desses objetivos, o presente estudo faz um levantamento de passagens
sangrentas da história da civilização ocidental, tendo sempre como foco, a temática
do vampiro. É o caso da história verídica do conde Vlad Tepes, que deu origem ao
personagem Drácula, criado por Bram Stoker e da condessa Eizabeth Bathory.

Palavras–chave: Vampiro. Drácula. Mito. Civilização Ocidental. Cinema. Medo.


Fascínio. História. Europa Medieval.

LISTA
9

Figura 1: Vlad Tepes – Drácula, príncipe da Valáquia .............................. página. 12

Figura 2: Gravura medieval, representando Drácula à mesa, vítimas empaladas e

um criado desmembrando cadáveres ......................................................... página.

13

Figura 3: Conde Ferenc Nadasdy, marido de Elizabeth Bathory ............... página.

13

Figura 4: Elizabeth Bathory ........................................................................ página. 14

Figura 5: Cartaz do filme Nosferatu – Uma Sinfonia do Horror.................. página. 15

Figura 6: Cena do filme Nosferatu – Uma Sinfonia do Horror ................... página. 16

Figura 7: Cenas do filme Um Cão Andaluz .............................................. página. 16

Figura 8: Cartaz do filme Le Manoir du Diable .......................................... página. 18

Figura 9: Edgar Allan Poe .......................................................................... página. 24

Figura 10: Guy de Maupassant .................................................................. página. 25


10

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................. página 10

CAPÍTULO 1 ..................................................................... página 12


A origem do Mito

CAPÍTULO 2 ..................................................................... página 15


Nosferatu: A iniciação do mito no cinema

CAPÍTULO 3 ..................................................................... página 18


O medo no cinema

CAPÍTULO 4 ..................................................................... página 21


A morte e o sexo nos filmes de vampiro

CAPÍTULO 5 ..................................................................... página 24


Vampiros e cinema na cultura de massa

CONCLUSÃO ................................................................... página 27


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INTRODUÇÃO

A estrutura técnica cinematográfica possibilita à temática vampiresca uma


maior realização no que se refere à provocação do medo, do desejo e do fascínio,
elementos fundamentais nas narrativas de terror.
No cinema, é possível suscitar no espectador emoções e sensações que não
são possíveis em outros meio, como por exemplo, na literatura, no teatro, na música,
nas artes plásticas etc., ou melhor, o cinema não se limita ao um único recurso de
envolvimento do espectador à narrativa, mas utiliza-se de elementos próprios
dessas outras manifestações artísticas. O recurso próprio da literatura, de
subentender trechos da narrativa, com o intuito de provocar a imaginação; a
utilização de efeitos sonoros, que pode despertar medo, entusiasmo, revolta etc.; a
fotografia cinematográfica, que utiliza recursos visuais, semelhante aos das artes
plásticas. A estrutura do cinema possibilita a combinação desses recursos,
amplificando os sentimentos, desejos e sensações, pois cria um agrupamento de
elementos sensoriais.
Outra característica própria do cinema é a capacidade de manifestação de
sentimentos, ideias, emoções e sensações sem a necessidade da expressão verbal.
Podemos perceber a raiva, o sofrimento ou o desespero de um personagem sem a
necessidade da palavra. Uma expressão facial ou um gesto do ator são suficientes
para passar ao espectador os sentimentos da personagem representada. Num filme
de terror esse aspecto é fundamental, pois o mistério é uma das principais causas
do medo, e a fala, quando mal expressa, pode provocar uma ruptura no suspense.
Podemos observar este fato no cinema mudo. Os filmes de Charles Chaplin,
cheios de expressões e emoções, sem palavras e sem cores. No âmbito do cinema
de horror, há exemplos de filmes expressionistas que manifestam sentimentos sem
palavras, utilizando – se de efeitos de iluminação, cenário e maquiagem que
resultavam em uma dramaticidade da cena.
12

A expressão da imaginação de um louco em O Gabinete do Dr. Caligari,


representada pela distorção da imagem, através de cenários fantásticos e das
expressões teatrais dos personagens e a provocação do terror em Nosferatu, com a
representação de um vampiro pouco convencional, diferentemente da concepção
que se tem nos dias de hoje, isto é, de um ser enigmático, que fascina pelo aspecto
misterioso e sensual, pois o vampiro de Murnau apresenta características mais
animalescas e assustadoras, como uma representação do mal, do que as
representações atuais.
A imagem do vampiro é repleta de ambiguidades, o mal e o bem, volúpia e
amor, vida e morte. Estas oposições despertam no espectador uma identificação e
realização, porque a figura do vampiro, como boa parte das representações de
“monstros”, é o espelho do humano. É tudo aquilo que está presente no homem,
mas que há uma negação, e consequentemente, uma realização através das
narrativas. Principalmente em se tratando do cinema, pelas razões citadas
anteriormente.
Transformar desejo latente em lucro é um ato próprio da indústria do
entretenimento e, se tratando de cinema de terror, esse processo mostra-se
bastante rentável, principalmente no EUA, país que concentra grande parte do
mercado cinematográfico.
13

CAPÍTULO 1:
A ORIGEM DO MITO

Não se sabe ao certo quando e onde se iniciou o mito dos vampiros, porém há
registros de relatos sobre estes seres em diversas culturas, entre elas, egípcia,
grega e africana.
A imagem do vampiro moderno, porém, é comumente associada à Europa
Oriental, em especial, a Romênia, devido às crendices e superstições comuns na
área rural deste país. Nesta região, de acordo com a religião dominante, a Igreja
Ortodoxa Oriental, os vampiros são pessoas que morreram amaldiçoadas ou foram
excomungadas pela igreja. Há ainda a crença de que crianças ilegítimas, não-
batizadas e o sétimo filho de um sétimo filho também podem se transformar em
vampiros. De acordo com as lendas mais comuns, os vampiros possuem o poder de
se metamorfosear em animais, principalmente em lobos e morcegos.
O surgimento da lenda na Romênia teve à influência dos povos eslavos, que
por um longo período, dominaram essa região. De origem pagã, o mito sobreviveu e
adaptou-se ao cristianismo.

Outro fator responsável pela associação do arquétipo do vampiro à Romênia


deve-se à criação do personagem Drácula, por Bram Stoker, inspirado em um
príncipe que viveu na região da Valáquia, próxima à Transilvânia. Tinha por batismo
o nome de Vlad, mas também era conhecido pelo o apelido de Drácula, originado do
símbolo de sua família, e posteriormente, de Vlad Tepes, ou Vlad, O empalador,
devido as suas técnicas cruéis de execução.
14

Segundo historiadores, a origem das práticas de tortura de Vlad deve-se aos


anos em que passou preso como refém dos turcos, devido a um acordo entre o seu
pai, Vlad Dracul e o sultão turco, Murad II. No cativeiro, Drácula aprendeu a técnica
do empalamento, forma de execução de consiste
em atravessar o corpo da vítima por uma estaca,
sem atingir órgãos vitais, para que ocorra uma
morte lenta e dolorosa.
Além do príncipe Vlad, existiram ao longo da
história outros personagens sanguinários que
contribuíram para a construção do mito. Entre eles
estão, a condessa Elizabeth Bathory, conhecida
pelos supostos banhos realizados com sangue de
camponesas virgens.
Elizabeth Bathory nasceu na Hungria por volta de 1560. De família aristocrática,
presenciou durante a sua infância, assim como Vlad, práticas de torturas cometidas
pelos turcos, que dominaram boa parte do território do seu país, entre 1526 a 1686.
Segundo historiadores, este fato é uma possível influência nas ações cometidas por
Elizabeth, pois presenciou, inclusive, o assassinato de suas irmãs, em uma invasão
ao castelo de sua família.
Além disso, há relatos de que muitas das suas
práticas de torturas foram ensinadas pelo seu
marido, o Conde Ferenc Nadasdy.
Outro relato sobre a Condessa refere-se a uma
suposta bissexualidade. Acreditasse que Bathory,
após a morte do marido em 1604, mudou-se para
Viena, onde manteve um relacionamento com
uma mulher chamada Anna Darvulia, que além de
sua amante, foi também sua cúmplice, até
adoecer por volta de 1609.
Sozinha, a condessa Elizabeth começou a deixar
vestígios de seus atos, e chegou até mesmo a
matar uma moça da nobreza, levando a
investigações sobre os seus crimes, pois, até então, as autoridades e a Igreja não
interferiam em suas ações, já que era concedido aos nobres tratarem os seus servos
15

da forma que desejassem. Além deste fato, outro fator determinante para a
realização das investigações, era o interesse em sua prisão, pois a Coroa pretendia
confiscar as suas terras, devido às dívidas do seu marido.
Em 1610, Elizabeth Bathory foi condenada à
prisão perpétua. Entre as provas, foram apresentadas
anotações da condessa, onde havia,
aproximadamente, 650 nomes de vítimas.
Outra hipótese para explicar o surgimento das
lendas sobre os vampiros refere-se à descoberta de
uma variedade rara de porfíria, doença que pode ser
hereditária ou adquirida. Entre os sintomas, o doente
apresenta sensibilidade à luz e anemia. Esta doença
foi bastante comum na Europa, principalmente no
período da Idade Média, devido aos casamentos entre consanguíneos. Diz-se
também que nesse período, era receitado como tratamento, a ingestão de sangue,
com o propósito de combater a anemia, e a sangria, pois acreditavam que retirando
o sangue “contaminado” curariam a doença. Já a sensibilidade à luz, era
caracterizada pelo surgimento de bolhas e pelo sangramento de feridas quando
expostas à luz solar, por este motivo, era recomendado ao paciente que
permanecesse, durante todo o dia, em um quarto escuro e mantivesse hábitos
noturnos. Esta recomendação acabava provocando no doente uma maior
sensibilidade e, até mesmo, fobia a claridade solar.
Há também, relatos de casos de ataques de portadores da doença devido a
crises e alucinações, já que a moléstia também pode atingir o sistema nervoso e
provocar distúrbios mentais.
16

CAPÍTULO 2:
NOSFERATU: A INICIAÇÃO DO MITO NO CINEMA
17

O filme Nosferatu: uma sinfonia do horror, de F.W. Murnau, realizado no ano de


1922, é um clássico do expressionismo alemão, movimento artístico que se baseia
na expressão de sentimentos e emoções através de cores e formas marcantes, de
efeitos de iluminação e projeções de cenários e que teve forte representação, na
literatura, nas artes plásticas, no teatro, mas principalmente, no cinema.
O filme foi livremente baseado no livro Drácula, de Bram Stoker, porém a
família de Stoker não liberou os direitos autorais. Por este motivo, Murnau optou por
substituir os nomes dos personagens, inclusive o do personagem principal, de conde
Drácula, para conde Orlock.
Nosferatu é um filme de terror que não contava
com o auxílio tecnológico, para a criação de
efeitos especiais, que pudesse ajudar na
provocação do medo e da apreensão. Porém,
neste ponto, é importante ressaltar a
importância dos elementos inerentes do
movimento artístico ao qual o filme pertence. A
começar pela excelente caracterização, com
dedos que parecem garras, orelhas
pontiagudas e olhos sobressaltados, auxiliada pela atuação do ator Max Schreck, o
conde Orlock.

A atuação de Max Schreck é primordial em Nosferatu, é a realização máxima


do cinema de terror, no que ele se propõe. O ator representa um vampiro cheio de
expressões, com o seu olhar profundo, o conde Orlock desperta o imaginário do
espectador, provocando medo e tensão.
No cinema mudo, essa capacidade de manifestação visual é ainda mais
evidente, pois não se utiliza de recursos verbais. É como diz Hugo Munstermberg:

Sem dúvida, uma emoção impedida de manifesta-se verbalmente perde


parte de sua força; apesar disso, os gestos, os atos e as expressões faciais
se entrelaçam de tal forma no processo psíquico de uma emoção intensa
que para cada nuança pode-se chegar à expressão característica.
18

(MUNSTERMBERG, Hugo. A experiência do cinema: Antologia, 1983,


p. 46)

Para Hugo Munstermberg, as expressões faciais e os gestos podem expressar


emoções por si só, sem uso da comunicação verbal.
Outro recurso utilizado em Nosferatu é a
oposição entre luz e sombra. A sombra utilizada
com o propósito de dar ao filme um aspecto
sombrio, quando necessário, principalmente nos
momentos de clímax da trama, quando o vampiro
se prepara para atacar as suas vítimas. E a luz,
apresentada durante o dia, aliviando a tensão da cena anterior.
Outro filme, assim como Nosferatu, que tem como aliada a força expressiva dos
atores, é O Gabinete do Dr. Caligari. Esse aspecto é explorado com a utilização de
closes. Em uma das cenas na qual o Doutor induz Césare, o sonâmbulo, a
responder perguntas feitas pela platéia em uma feira, é usado com frequência esse
recurso nos dois personagens.
Esse momento é crucial para o desenvolvimento da trama, pois é durante esta
exibição que Césare revela a Allan, melhor amigo de Francis, o narrador da história
e personagem principal, que este morrerá ao amanhecer.
O filme O Cão Andaluz é outro representante do cinema fantástico do início do
século XX. Assim como em Nosferatu, o filme de Luis Buñuel apresenta a temática
da morte e do erotismo, como propõe o ideal surrealista, em uma representação do
inconsciente que se mistura e se confunde ao longo do filme, já que não possui uma
narrativa linear e lógica.
19

Porém, mesmo sendo um filme surrealista, com uma sequência de imagens


desconexas, as formigas que surgem na mão do protagonista (Buñuel) e a mão
decepada, exposta na rua, são algumas das cenas em que está presente a temática
da morte.
20

CAPÍTULO 3:
O MEDO NO CINEMA

Com efeitos especiais impressionantes para a época, foi exibido na Paris de


1896, o primeiro filme de terror de que se tem registro, Le Manoir du Diable, de
Georges Méliès.
Méliès fez surgir na projeção um enorme morcego
que se transforma no Diabo. Para os
espectadores modernos, acostumados com os
efeitos especiais hollywoodianos, sentir medo
deste filme é bastante improvável. Porém, para o
espectador da época, que tinha vivenciado há
pouco tempo o surgimento do cinema, a cena
descrita à cima é bastante assustadora.
Outra cena que provocou pânico na platéia, nos
primórdios do cinema, data do ano de 1895,
também em Paris, quando foi exibido o documentário A chegada de um trem na
estação.
Segundo historiadores, quando a platéia parisiense avistou a enorme
locomotiva que seguia em sua direção, houve uma grande confusão provocada pelo
medo e pela impressão de que o objeto que se locomovia, snairia da tela e os
atropelaria.
Após essa rápida introdução ao tema, é necessário falar agora sobre o medo,
em sua essência, para que possa ser possível compreender o seu funcionamento no
cinema.
21

O medo é um sentimento essencial para a sobrevivência do homem, pois se


refere a auto-preservação da espécie. Sentir medo está diretamente ligado ao
cuidado com o perigo. Claro que correr riscos também é essencial para a espécie,
pois se o homem não possuísse ousadia para arriscar, a humanidade não teria
evoluído nas mesmas proporções. Porém, o medo é a capacidade instintiva do
homem de reconhecer o perigo e buscar a melhor maneira de evitá-lo ou de
enfrentá-lo. Mas nem sempre reconhecer o perigo é o suficiente para nos
afastarmos dele. O homem busca a ameaça numa tentativa de superá-la e provar
para si próprio, e para os outros, a sua invulnerabilidade. É a procura inconstante do
homem em ser invencível.
Por um prisma científico, a aparente ambiguidade entre medo e prazer, é
explicada por reações químicas, como fala Leila Borges de Araújo:

O sentimento do medo libera uma substância conhecida como adrenalina,


e isto sempre acontece quando passamos por situações de medo ou
estresse. Quando há o alívio desta situação no nosso organismo, há a
liberação de outra substância conhecida como endorfina, esta traz uma
sensação de alívio e bem estar. O ato de fazer amor passa pelo processo
de liberação da adrenalina durante o ato e, depois do orgasmo, a
endorfina. Talvez por isso muitas pessoas tenham um fascínio por algo que
as faça sentir medo, é uma maneira de liberar tensões reprimidas, e ler
contos ou romances que nos fazem sentir medo nos faz bem.

(ARAÚJO, Leila Borges de – Literatura Fantástica, Leituras


Compartilhadas, 2002 p.8)

Distante das interpretações científicas, o medo pode ser analisado também


buscando compreender os seus mecanismos dentro da cultura e das estruturas
sociais.
Na infância, nos habituamos a ouvir histórias sobre criaturas sobrenaturais e
nesse período da vida humana o imaginário é um terreno fértil para o medo. Talvez
este seja o primeiro contato que o homem tem com o desconhecido e com os seus
“monstros” interiores. Durante infância, “monstros” em um sentido literal, na fase
adulta, “monstros” que se compõem sobre as mais diversas formas.
O medo do desconhecido é universal, está presente nas mais diferentes
culturas, e é universal também, a busca humana em tentar entender o que não
conhece através de explicações míticas do mundo.
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Daí surge os mitos, e a primeira e principal mitologia, em qualquer cultura é


sempre o mito da criação, porque é o princípio de tudo, e também porque a procura
por uma resposta ao questionamento, “Quem somos, de onde viemos, para onde
vamos?” está presente em todas as civilizações, atuais e antigas. A construção
dessa mitologia, que possibilite um “entendimento” do universo é o ponto de partida
para a construção do imaginário coletivo de uma sociedade. A partir daí, cada
civilização constrói os seus personagens míticos.
Shiva, Krishna, Brahma, na crença hindu, Zeus, Hades, Afrodite, na mitologia
da Grécia antiga, Exu, Oxum, Iemanjá, nas crenças afro-brasileiras, Deus e todos os
santos da crença cristã. Todos esses seres dão ao homem uma explicação do
mundo. E da mesma forma que o homem cria os mitos que dão sentido a existência
humana, também cria a quem temer.
Novamente, o temor aqui tem como função salvaguardar o homem de si
mesmo e de seus instintos. A ideia de que todos nós somos regidos por entidades
que nos punirá se cometermos graves erros é um forte inibidor dos impulsos
humanos mais primitivos.
O homem, no seu constante dualismo, cria o bem e o mal, como entidades
distintas. Tendo como referência a crença cristã, o bem (Deus) é aquele que é justo,
acima de tudo, portanto, nos punirá, se necessário. Já o mal (Diabo) representa
todas as perversões humanas, a violência, o sexo, o ódio, a morte. O que fascina e
ao mesmo tempo, provoca medo e repulsa. Nesse sentido, Deus é o pai repressor,
que inibe as pulsões humanas, mas que faz isso para o bem, pois se entregue a
todos os seus instintos, ou por um prisma religioso, às “tentações” do Diabo, o
homem tende a autodestruição.
A partir daí, surge à criação das “válvulas de escape” dos instintos humanos.
Os monstros que assustam e que seduzem, são na verdade, alter-egos dos homens,
servem como uma realização num plano imaginário dos seus impulsos reprimidos. É
o desejo humano pelo o que é proibido.
Por este motivo, o terror, seja na literatura, nas artes plásticas, no teatro, mas
principalmente, no cinema, é tão atraente.
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A arte, sempre cronista de seu tempo, nos sinaliza caminhos e escapes.


Os filmes de terror lotam as salas dos cinemas, os livros sobre bruxaria
alcançam as listas dos mais vendidos, os jornais e revistas se esgotam ao
falarem do crime organizado.

(ALBUQUERQUE, Maria Cavalcante – Quem tem medo do lobo mal?


Leituras Compartilhadas, 2002 p.25)

Não apenas a ficção atrai a atenção e satisfaz o desejo de realização no


homem. Podemos observar, por exemplo, a alta vendagem de jornais que tem a
morte e a violência como destaque, ou fatos do cotidiano nos grandes centros
urbanos.

CAPÍTULO 4:
A MORTE E O SEXO NOS FILMES DE VAMPIRO

O tema vampirismo apresenta dois importantes tabus da história da civilização


ocidental: sexo e morte. Esses dois temas estão relacionados entre si, partindo do
princípio de que o sexo é a origem da vida, e em uma relação de causa e efeito, o
nascimento é o efeito do sexo. Sendo assim, o sexo é o princípio da vida, e no lado
oposto, a morte como fim.
Todas as culturas possuem uma perspectiva própria da morte. Em alguns,
países do Oriente, por exemplo, os enlutados se vestem de branco, como
simbologia de paz e tranquilidade, pois não vêem a morte como um fim ou com
tristeza, diferentemente da sociedade ocidental, que de um modo geral, ver a morte
como algo negativo.
A relação do homem ocidental com a morte é bastante ambígua, ao mesmo
tempo em que a repele, pois a teme, se senti seduzido por ela. Pois a morte é um
grande enigma, e por ser misteriosa e obscura, é também fascinante.
A visão da morte como uma passagem, adotada por diversas religiões, é uma
amenização da mesma. Voltamos ai à busca do homem em dar explicação ao
inexplicável. Para o homem, entender que haverá um paraíso, a ressurreição, um
além vida é não ver a morte como o fim da existência. Nesse sentido, a figura do
vampiro se insere nessa temática como uma representação da imortalidade. O
vampiro é o fim da mortalidade do homem, pois é o homem que se torna imortal.
24

O vampiro, além de ser uma representação da imortalidade e da superioridade


do homem sobre a morte, apresenta também uma metáfora ao sexo. O vampiro é
quase sempre retratado como uma criatura misteriosa e sedutora. Além disso, nas
histórias mais comuns do mito, seja no cinema ou na literatura, a vítima é sempre
envolvida por uma mistura de medo e desejo.
A mulher que espera com ansiedade e temor, a mordida do ser misterioso. A
cena descrita é facilmente identificada em todos os filmes de vampiro. A conotação
sexual que envolve a figura do vampiro pode ser explicada por diversas abordagens.
Uma delas é a simbologia do sangue.
Considerado nas sociedades ocidentais como uma representação da alma,
como por exemplo, na simbologia cristã, quando Cristo, na santa ceia, oferece aos
seus discípulos o vinho como representação do seu espírito, o sangue também
possui uma forte relação com o sexo.
Em primeiro lugar, o sangue é o símbolo da vitalidade, é a força vital do
homem, pois é essencial para a sua sobrevivência.
A partir daí, podemos observar a sua simbologia ao longo da história. Em
diversas sociedades antigas, o sacrifício, e consequentemente, o derramamento de
sangue, era considerado um ritual necessário para trazer fartura e fertilidade a terra.
Há também a relação entre o sangue e a mulher. A menstruação foi um tema
tabu por um longo período na civilização cristã e contribuía para a imagem feminina
carregada de conotações negativas.
Na mitologia brasileira há também referência ao sangue relacionado à
sexualidade. No mito amazônico do boto cor-de-rosa, por exemplo, há a presença
do sangue como simbologia ao sexo. Nessa lenda, o boto se transforma em um
homem bonito e sedutor, sempre vestido de branco, que sai da água a noite para
seduzir e engravidar as mulheres da região. Ele também possui um olfato apurado,
que identifica mulheres menstruadas a bordo de embarcações que navegam pelos
rios amazonenses, virando-os e capturando as mulheres menstruadas.
O sangue menstrual também é um índice do amadurecimento sexual feminino,
pois indica que a mulher já está preparada, fisicamente, para a reprodução.
Outro aspecto que relaciona o sangue ao sexo é a cor. O vermelho é o símbolo
ocidental da paixão e do desejo e é também a cor do sangue.
Sendo assim, além de representar a absorção da força vital, o sangue sorvido
pelo vampiro também está repleto de conotação erótica.
25

Além da presença do sangue, as narrativas vampirescas possuem diversos


elementos sexuais e sensuais. A própria representação moderna do vampiro é
carregada de simbologia erótica.
No filme Drácula 2000, por exemplo, existe toda uma narrativa de envolvimento
emocional e sexual entre Drácula e a sua vítima. Voltando à questão religiosa, há
também neste filme uma alusão à história bíblica, pois Drácula, neste enredo, é na
verdade, Judas.
Na verdade, Drácula 2000, ao fazer a associação entre o vampirismo e a Igreja,
está apenas recriando a antiga negação de Deus cometida por Drácula no filme
Drácula de Bram Stoker, de Francis Ford Coppola. Assim como Judas trai Jesus, e
consequentemente, nega a Deus, Drácula, no filme de Coppola, realiza a mesma
negação em nome de sua amada.
Francis Ford Coppola apresenta um Drácula muito mais humano, romântico e
emocional do que o conde do texto original, de Bram Stoker. Na narrativa
cinematográfica, Drácula, no ano de 1462, participa de uma batalha contra os turcos
e sai vitorioso. Porém, a sua noiva, a princesa Elisabeta, é informada de que o
príncipe havia morrido em batalha. Diante disso, ela se suicida. Quando retorna ao
seu castelo e sabe sobre a morte de sua amada, Drácula inconformado com a
perdição da alma de Elisabeta, devido ao suicídio, renúncia a Deus e à Igreja. E por
esta renúncia, é amaldiçoado e condenado a viver eternamente em busca de
sangue, até que reencontra o seu amor no século XIX, quando Jonathan Haker, um
agente imobiliário, é enviado à Transilvânia para fazer uma negociação com um
conde desconhecido, que está interessado em adquirir um imóvel em Londres.
Durante a hospedagem de Haker em seus castelo, Drácula descobre que a
noiva de Jonathan é, na verdade, Elizabeta reencarnada e que agora se chama
Mina.
Há também nessa narrativa uma forte erotização da figura do vampiro. Não
apenas na relação entre Drácula e Mina, mas também em passagens do filme, como
por exemplo, as cenas nas quais Jonathan Haker fica sob o domínio de três
vampiras, servas de Drácula, ou quando o conde vampiro seduz e mata lentamente
a melhor amiga de Mina, Lucy.
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CAPÍTULO 5:
VAMPIROS E CINEMA NA CULTURA DE MASSA

O romance escrito por Abraham “Bram” Stoker em 1897, intitulado Drácula,


popularizou o vampiro como um dos principais “monstros” ficcionais da história
moderna. Mesmo não sendo a primeira inserção do mito na literatura, Drácula
certamente é o mais importante personagem vampiro da história ocidental, levando
em consideração a sua repercussão ao longo do século XX e a sua força na
consolidação da figura do vampiro.
27

Porém, muito antes da criação de Drácula no final


do século XIX, vários outros autores já haviam
publicado contos sobre vampirismo ou sobre a
absorção da vida. Entre eles, Edgar Allan Poe, com o
conto O retrato oval, de 1842, que não apresenta
nenhum vampiro na narrativa, mas fala sobre o
absorvimento da força vital através de uma pintura, O
Vampiro, de John Polidori, publicado em 1819,
Carmilla, a versão feminina do mito, publicado em
1872 por Joseph Thomas Sheridan Le Fanu e O Horla
escrito por Guy de Maupassant, em 1886, entre outros. Este último também não
apresenta a figura do vampiro, claramente, porém é apresentado na narrativa um
personagem misterioso, sobre-humano, invisível, que se autodenomina, segundo o
narrador da história, de o Horla e que aos poucos, consome a força vital do herói até
levá-lo à loucura e ao assassínio de seus próprios criados, na tentativa de matar a
criatura.
Neste último conto citado podemos novamente perceber a presença
assustadora e aflitiva do desconhecido. É o homem que se defronta com o que não
conhece e que teme a criatura invisível, apenas pela sua suposta presença. Sim,
porque em nenhum momento podemos chegar à conclusão clara de que o ser
misterioso existe de fato ou na verdade, não passa de um delírio do narrador.
É importante observar também neste conto a influência da sua estrutura
posteriormente presente no romance de Bram Stoker. Toda a narrativa, assim como
em Drácula, é contada através de um diário, a diferença aqui é que a história é
contada pela ótica de um único narrador. Outro ponto semelhante entre as narrativas
é a ideia da criatura que se locomove pelo mar e que dissemina a loucura e a peste
ao desembarcar.
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Com Drácula, livro de Bram Stoker, a imagem do vampiro começou a se


popularizar na cultura ocidental. Porém, foi com o advento do cinema que o mito
começou a ganhar os contornos de objeto midiático.
Apesar da primeira representação vampiresca no cinema não ter tido grande
repercussão, pois, devido à discordância entre o diretor, Murnau, e a família de
Bram Stoker, Nosferatu ficou muito tempo esquecido, só se tornando um clássico
muito anos depois, o vampiro no cinema foi se inserindo aos poucos na cultura de
massa.
Com o interesse da indústria cinematográfica americana no tema “vampiros”, foi
realizado em 1931, o filme Drácula, dirigido por Tod Browning e tendo como
intérprete do personagem-título, o ator húngaro, Bela Lugosi. A caracterização e
interpretação de Bela Lugosi iriam consolidar a imagem do vampiro da cultura de
massa.
Com sua capa preta, a pele pálida, os dentes pontiagudos e o característico
“bico de viúva”, o Drácula, de Bela Lugosi, consolidou imagem do vampiro ao longo
do século XX.
Não apenas o cinema se utilizou amplamente desse arquétipo. A indústria de
brinquedos, a indústria alimentícia, a indústria publicitária e tantas outras, utilizaram
a construção de Bela Lugosi para vender os seus produtos.
Porém, apesar de ainda possuir forte apelo no imaginário coletivo no que se
refere à temática vampiresca, aos poucos surgem novas personificações do mito.
Ainda no século XX, a criação literária de Anne Rice, nos anos 80, de um
vampiro astro do rock, Lestat, é uma delas. Posteriormente, Lestat foi inserido no
cinema, no filme Entrevista com o Vampiro, de 1994.
29

Não apenas Lestat foi uma mudança na tradicional imagem do vampiro,


construída por Bela Lugosi, várias outras pequenas produções do cinema foram aos
poucos, modificando a caracterização do vampiro tradicionalmente conhecida. Entre
elas, estão filmes como Os Garotos Perdidos e Blade: O caçador de vampiros.
Além das produções cinematográficas, a indústria cultural também absorveu os
vampiros em séries televisivas. O próprio Blade teve, mais recentemente, a sua
versão para a televisão, além de outros grandes sucessos de público, como Diário
de um Vampiro, Moonlight e uma produção mais antiga, de 1997, Buff: A caça
vampiros.
Aos poucos, os vampiros foram se inserido no cenário pop e juvenil. Inserção
que se consolidou com o estrondoso sucesso da saga Crepúsculo. Apesar de se
tratar de outra época e de outra temática, Edgar Morin fala dessa identificação
juvenil através do cinema:

Desde seus primórdios, a rigor, a maior parte das platéias de cinema é


constituída de adolescentes, mas só recentemente a adolescência tomou
consciência de si mesma como classe de idade particular, independente
das outras classes e definindo o seu próprio universo imaginário e seus
modelos culturais.

MORIN, Edgar. As Estrelas. Mito e Sedução no Cinema. Pág. 113. José


Olympio, 1989.

As narrativas de ação e aventura foram tomando maior destaque nas histórias


de vampiros, além, é claro, do romantismo, deixando em segundo plano a essência
primeira do mito: a dualidade entre vida e morte.

CONCLUSÃO
30

A figura do vampiro vem ao longo dos séculos marcando presença no


imaginário coletivo. Seja nos folclores populares de diversas sociedades ao longo da
história, na literatura do século XIX ou no cinema do século XX, a criatura mítica, de
dentes pontiagudos, fascina e provoca temor em quem escuta as suas narrativas.
Esta análise buscou compreender a sua significação não apenas em si mesmo,
como mito, mas principalmente, no âmbito do cinema, meio onde o vampiro ganhou
a sua maior consagração.
Porém, para entender a sua significação no cinema, é necessário entender a
sua simbologia enquanto mitologia popular. A partir daí, podemos concluir que a
criação de um mito sempre busca atender os anseios do homem, através da
realização de desejos e da solução de questionamentos existenciais por meio de
uma criatura exterior.
O vampiro representa em si a ambigüidade humana entre o amor e a
lascividade, entre a vida e a morte, e principalmente, entre o bem e o mal. É um
aglomerado de todas essas tendências e dualidades humanas que se apresentam
sobre a forma de uma criatura, que é ao mesmo tempo, homem é animal, ser social
e ser primitivo.
No cinema, os elementos constituintes do arquétipo do vampiro puderam ser
explorados sob as mais diversas formas, além disso, o mito no cinema ganhou força
expressiva, pois, devido à própria estrutura cinematográfica, o vampiro pôde
demonstrar com mais força as suas características, provocando o medo e o fascínio
e se mantendo como mito moderno até os dias atuais.
Por este motivo, foi o cinema quem consolidou a imagem do vampiro tal qual
como conhecemos até hoje. Pálido, cadavérico, sensual, olhar penetrante, de capa
preta e cabelos metodicamente penteados.
Porém, é através do cinema também, que o vampiro está aos poucos,
ganhando novos contornos e se moldando às mudanças sociais. Antes
representado, como um ser maligno, apaixonado, mais principalmente, lascivo, o
vampiro agora ganha características juvenis, atendendo aos padrões de uma
juventude que não procura mais o terror místico.
31

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94 p.
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