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Os Princípios Básicos do Liberalismo

• Propriedade Privada, Liberdade e Paz

São princípios corretos, porque atendem o interesse de todos

• Defesa jusnaturalista (deontológica) diferente defesa consequencialista.

Misses utiliza a perspectiva consequencialista para defender o liberalismo. O


consequencialismo é um tipo de argumento filosófico no campo da ética e moral. Ele afirma
que para nós sabermos se uma ação/intenção é justa ou injusta (moral ou imoral), se deve
observar o resultado que tal escolha produz, se as consequências forem boas a ação é justa
.Portanto, o critério de avaliação de uma conduta está na consequência que a conduta conduz.

O oposto ao consequencialismo é a deontologia, o método deontológico defende que uma


conduta é justa independentemente das suas consequências. O argumento deontológico é
abordado por Locke, ao defender que o direito à vida, liberdade e a propriedade são direitos
naturais (esses princípios devem ser respeitados porque são direitos naturais, portanto devem
ser respeitados. São justos em si mesmos) independentemente das consequências da
aplicação de tais direitos são considerados justos. Portanto, não interessa se para atingir
benefícios de muitas pessoas precisa, por exemplo, escravizar um grupo de pessoas.

Propõe o direito à vida, liberdade numa perspectiva com base no argumento consequencialista

Crítica dos deontologistas aos consenquencialistas: Se as consequências são medidas pelo grau
de justiça de determinado ato, então pode dizer que é justo escravizar um determinado grupo
de pessoas em prol dos benefícios de outras. Os deontológicos vão dizer que “a escravidão é
em si mesma”, e é a violação do direito a vida e liberdade, portanto não se infringi.

Mises defende os direitos com base numa perspectiva consequencialista, argumenta que esses
direitos não advêm de Deus ou da natureza.

• Desde Smith, o liberalismo defende suas ideias com base na resposta a seguinte pergunta:
quais são os melhores meios para promover maior bem-estar?

Para pensar politicamente (princípios para a organização da sociedade, o papel do governo,


direitos) se deve analisar a capacidade de tais princípios gerarem ou não maior bem estar
dentro da sociedade.

“Primeiro as coisas primeiras”

• O princípio fundamental do liberalismo é a propriedade privada. Por quê?

Para Mises o direito a liberdade e a vida existem devido a propriedade privada, ela é o
fundamento que promove o bem estar social-promove a prosperidade material na sociedade

• As sociedades humanas são o produto da cooperação na divisão do trabalho.

• Há dois modelos de cooperação nesse sentido: 1) com base na propriedade privada dos
meios de produção; 2) com base na propriedade comunal dos meios de produção.

Para entender que a propriedade privada é um princípio correto é preciso primeiro determinar
qual é o oposto do princípio da propriedade privada, sendo a propriedade coletiva/comunal
Segundo, é necessário compará-los por meio das consequências das aplicações de tais
princípios na sociedade, se eles irão produzir bem estar social/prosperidade material na
sociedade. Portanto, é preciso avaliar quais princípios ao serem aplicados deixam a sociedade
mais rica (suas consequências).

• A propriedade privada é defendida pelos liberais porque ela é o melhor meio e mais
eficiente que a propriedade comunal de aumentar a riqueza produzida na divisão do
trabalho.

O que promove o enriquecimento da sociedade? O aumento da divisão do trabalho-cooperar


e competir, negociar com várias pessoas dentro da divisão de trabalho. Sem ela, teríamos que
produzir tudo e não somos bons em tudo, portanto o resultado final é mais um produto mais
caro e ruim.

Ao julgar um princípio de uma organização social, se deve avaliar as consequências de tal


princípio, se gera maior bem estar ou não, o bem estar depende do grau de riqueza/
disponibilidade de bens e serviços de uma sociedade, e isso depende da divisão do trabalho

Portanto, para Mises os princípios devem ser avaliados apenas pelo critério de promoverem a
divisão do trabalho ou se a limitam, porque a partir disso se sabe qual é melhor, pois se um
promover divisão do gera bem estar.

E é necessário comparar a propriedade privada e a propriedade coletiva. Existem apenas dois


modelos de organização da divisão do trabalho, organizado com base na propriedade privada
dos meios de produção ou considera os meios de produção de propriedade comum.

A propriedade privada incentiva cada um a aumentar a divisão do trabalho, ela promove a


divisão do trabalho, por esse motivo segundo Mises ela é superior. Ela estimula a
especialização necessária para aumentar a produtividade, porque numa divisão do trabalho
organizada pela propriedade privada se paga de acordo com a produção do indivíduo. Quanto
mais ele se especializa, mais se produz e mais dependente ele fica da divisão do trabalho.
Portanto a divisão do trabalho aumenta, as trocas comerciais também e a oferta aumenta,
reduzindo, assim os preços, e por fim todos ganham. É defendida pelos liberais porque é o
melhor meio e o mais eficiente em relação a propriedade comunal

A comunal reduz/limita a divisão do trabalho, porque os meios de produção são de todos


portanto o resultado da produção desses meios deve ser dividido por todos. Dessa forma,
todos recebem uma fatia igual da produção geral, então não se tem incentivos para aumentar
a produtividade. Incentivo para não aumentar a divisão do trabalho.

• Esta foi a razão principal dos liberais defenderem a abolição do trabalho escravo, i.e., o
trabalho livre garante maior produtividade.

O oposto da liberdade é a escravidão. O escravo não tem incentivos para produzir mais.

• Trabalho livre é, então, do interesse de TODOS.

Benéfica para quem tem e não tem propriedade, pois estimula a divisão do trabalho

Defesa da Paz

• O liberal não se opõe à guerra por razões exclusivamente ou principalmente


A guerra destrói a condição fundamental para a produção de riqueza, que é a cooperação
humana na divisão do trabalho. Restringe a divisão do trabalho apenas num determinado país,
pois o país não vai ter relações comerciais com o país que quer guerrear. E todos os recursos
são direcionados para ganhar a guerra.

A Igualdade Defendida pelos Liberais

• A Igualdade possível e moralmente aceitável é somente a igualdade perante à lei, pois


seres humanos são desiguais.

• Propor igualdade “real” é negar a natureza humana.

A igualdade possível e moralmente aceitável é apenas igualdade perante a lei e não de


resultados ou condições. A lei deve estabelecer os mesmos direitos e regras para todos.

Entendem que os indivíduos são desiguais nas condições que nasceram, nas capacidades
físicas etc.

• O oposto da igualdade perante à lei são os privilégios. O que é um privilégio?

Por exemplo, para igualar uma pessoa com deficiência e uma pessoa saudável se facilitar a
vida do deficiente ou dificultar a vida do saudável, privilegiar o que nasceu em desvantagem à
custa do outro, é injusto produzir privilégios em nome de uma certa igualdade e o incentivo
para desenvolver talentos são diminuídos.

• Um arranjo institucional que favorece alguns à custa dos demais.

• Considerar a propriedade um privilégio de classe é não compreender o que é um privilégio


e a propriedade privada:

• Privilégio é algo que beneficia alguns. O contrário do privilégio é algo que beneficia a
todos.

• Apesar de ser benéfica ao proprietário, a propriedade privada é benéfica ao público


geral em razão do ganho de produtividade que a sua instituição gera para sociedade.

• Diferença entre pró-business e pró-mercado <> Liberdade de entrada nos mercados.

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