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PrevidênciaPrivada

tudo o que você precisa saber para


começar hoje a sua previdência.

por Mariana Paulon


ÍNDICE:

1. Por que pensar em um plano 02


de previdência privada?

2. Quais são os passos para começar 06


uma previdência privada?

3. Características dos planos 07


de previdência privada

4. Imposto de renda com tributação 09


progressiva x tributação regressiva

5. Vantagens e desvantagens 11
da previdência privada

6. Tipos de fundos em previdência 15

7. Fundo de previdência x fundo de investimento: 18


semelhanças e diferenças

8. Previdência privada x seguro de vida 20


resgatável

PREVIDÊNCIA PRIVADA: tudo o que você precisa saber para começar hoje a sua previdência
1. POR QUE PENSAR EM
UM PLANO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA?

A o longo da vida, todos nós fazemos planos e queremos que eles se tornem
realidade, não é? Ao mesmo tempo, nossa sociedade vive uma era muito
imediatista. Todo mundo quer tudo “para ontem”, mas no mundo capitalista
que vivemos, você precisa, na maioria das vezes, de tempo e planejamento
para realizar esses sonhos.

Um dos enganos mais comuns do investidor iniciante é acreditar ser indis-


pensável o status de “expert” no assunto para
começar a investir. Porém, especialmente no
caso do investimento em previdência privada,
o importante é saber o básico para fazer per-
guntas inteligentes a quem oferece o produto
e então escolher em qual a modalidade irá
começar a reserva financeira.

Muitas vezes, quando falamos de previdên-


cia privada, muita gente retruca, dizendo:
“Não preciso disso, vou trabalhar a vida
toda”, ou ainda, apoiam-se na exis-
tência do INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social), a previdência pública
nacional. Mas esse tipo de argumen-
tação cai facilmente por terra com a
máxima: “Quanto mais conseguirmos
nos preparar com antecedência, me-
lhor”. Ninguém pode garantir o que
acontecerá futuro e, o ditado popular
é sempre verdadeiro “se prevenir é
melhor do que remediar”.

Você pode até acreditar que vai tra-

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balhar por toda a sua vida e confiar unicamente no INSS, mas, se houver algum
imprevisto em sua vida, como um acidente grave que lhe impeça de trabalhar,
uma doença grave que lhe torne limitado para atividades diárias, uma perda
de emprego, falência da sua empresa ou qualquer outro evento inesperado e
indesejado, qual é o seu plano “B”? Vale lembrar que estamos acompanhando
uma reforma da previdência que mudou as regras e dificultou a aposentadoria
de muitos, quem garante que nada mudará novamente, e até mesmo que a pre-
vidência pública se manterá sustentável, até o seu momento de se aposentar,
não é?

É muito mais interesse olhar para a previdência privada com o viés da indepen-
dência financeira, mas sabendo o que ela significa. Independência financeira
é unir a possibilidade e o dinheiro para tomar decisões sobre seu presente e
futuro. É ter constituído um patrimônio financeiro que lhe dê a liberdade de fa-
zer escolhas e realizar projetos com autonomia, independente daquela renda
recebida por horas trabalhadas.

RENDA ATIVA X RENDA PASSIVA

A previdência privada serve para isso: para que você possa se planejar e ter
uma reserva para se dar o direito de fazer escolhas baseadas em outros fatores
que não sejam os financeiros.

Essa é a ideia que tentamos passar quando falamos de ter uma reserva que
lhe dê a oportunidade de fazer escolhas, como ter a possibilidade de decidir
diminuir a sua carga horária de trabalho diária, arriscar um período sabático
no trabalho, fazer uma transição de carreira ou, simplesmente, se aposentar,
complementando o INSS com uma renda adicional que você construiu com o
passar dos anos.

Além de contribuir para a sua independência financeira, você ainda pode usar a
previdência privada para:

• Construir uma herança: você pode criar um fundo de estudos para seus filhos

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ou mesmo deixar um dinheiro guardado para o futuro deles, seja ele qual for.
Uma vantagem adicional que você oferece aos seus filhos, por meio desses
planos, é que eles não passam por inventário e o crédito é direto aos beneficiá-
rios, ou seja, você está protegendo o futuro dos seus filhos com uma previdên-
cia privada.

• Não depender totalmente da previdência pública: essa é a melhor maneira de


se proteger das eventualidades futuras e imprevisibilidades do sistema.

Benefício fiscal: o plano de modalidade PGBL permite que você faça abatimento
de até 12% da sua renda anual sobre o imposto a pagar na declaração anual do
imposto de renda de pessoa física.

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2. QUAIS SÃO OS PASSOS PARA
COMEÇAR UMA PREVIDÊNCIA PRIVADA?

O primeiro grande passo para iniciar uma previdência privada é trazer à


consciência a sua necessidade, entendendo que esse é um plano de longo
prazo, ou seja, você só vai colher os frutos do seu esforço no futuro.

E ter essa consciência o quanto antes para ganhar tempo, é outro fator funda-
mental. O tempo que você “perde” não investindo em previdência é o dinheiro
que você vai deixar de acumular para o futuro. O ideal é que você comece a
poupar em uma previdência privada assim que começa a gerar renda, logo no
início da carreira quando recebe o primeiro salário, pois quanto maior o tempo
de poupança, menor é a parcela mensal necessária para atingir o mesmo ob-
jetivo final. Mas, como não podemos mudar o passado, caso você ainda não
tenha começado, faça isso o mais rápido possível.

É importante que você pense nisso, porque, quando você começa efetivamente
a poupar dinheiro, ele começa a “trabalhar” para você. Quando dizemos que
o dinheiro trabalha para você, queremos dizer que o capital investido lhe gera
renda, por meio de juros, sem que você precise fazer nada, o próprio capital
investido sozinho está trabalhando diariamente lhe gerando renda e, quanto
maior for a reserva investida, maiores serão os rendimentos em juros.

Além disso, é importante que, dentro de uma realidade possí-


vel, você adquira o hábito de planejar suas despesas de for-
ma organizada e coerente, poupando sempre, mas tentando
não perder qualidade de vida.

Para você ter uma idéia aproximada: se você conseguir pou-


par R$300,00 por mês, durante os próximos 30 anos da sua
vida, você será milionário(a) no fim do período!

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3. CARACTERÍSTICAS DOS PLANOS
DE PREVIDÊNCIA PRIVADA
Os planos de previdência privada têm diversas características e particularida-
des que, muitas vezes, confundem o investidor que não fez um estudo prévio
à escolha do plano. Exatamente por isso, mostraremos como você pode fazer
essa escolha de forma mais consciente.

Antes de tudo, é importante entender que, quando falamos de previdência pri-


vada, existem dois tipos principais de planos: PGBL (plano gerador de benefício
livre) e VGBL (vida gerador de benefício livre). Vamos detalhar cada um deles:

O PGBL é um plano de previdência privada no qual você tem o imposto de ren-


da cobrado no momento do resgate, sendo descontado sobre o montante total
(contribuições + rendimentos). Isso acontece porque esse tipo de plano oferece
a opção de abater os valores que você investiu durante o ano do seu imposto
de renda, até o limite equivalente a 12% da sua renda bruta anual.

Por exemplo: vamos dizer que você ganha R$100.000,00 por ano e quis usar o
benefício do PGBL para ter desconto no imposto de renda. O recomendado para
usufruir do benefício fiscal é que você faça investimentos de até R$12.000,00
no plano de previdência (12% de R$ 100.000,00), pois esse é o valor máximo de
desconto que você obterá no seu IR.

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Essa escolha vale a pena se você pensar a longo prazo, pois os valores que
você pagaria ao governo anualmente com o imposto continuará rendendo no
período de existência do plano de previdência, o que vai te levar a uma rentabi-
lidade final maior sobre esse valor, sendo uma vantagem sobre a condição de
pagar esse valor na declaração do imposto de renda todos os anos.

Porém, é importante compreender que, no momento do resgate, existirá um


desconto relacionado à tabela de imposto de renda vigente.

Por isso, vale lembrar que esse benefício só é interessante para quem faz a
declaração de imposto de renda completa, a simplificada não oferece esse be-
nefício. A declaração completa é interessante para quem tem deduções fiscais
totais acima de R$16.534,34 no ano. Em caso de dúvida, procure um contador
para entender quais são as melhores opções para você.

Já o VGBL é um plano que não faz essa dedução do imposto em relação sobre
o valor total investido. Ou seja, os valores investidos em previdência privada
VGBL têm dedução de imposto de renda na fonte apenas sobre os rendimentos,
semelhante aos demais produtos de investimento.

Esse tipo de plano se encaixa muito bem para quem quer investir mais de 12%
da sua renda bruta anual, afinal, investir mais de 12% da sua renda anual em
um PGBL significaria pagar mais imposto de renda no resgate sem necessida-
de. Lembrando também que, se você faz a declaração simplificada, o VGBL é a
melhor opção para você.

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4. IMPOSTO DE RENDA COM TRIBUTAÇÃO
PROGRESSIVA X TRIBUTAÇÃO REGRESSIVA
Outra decisão importante que você tem de tomar sobre o seu plano de previdên-
cia privada é se o imposto de renda é progressivo ou regressivo. Isso permite
que você consiga programar a menor alíquota de imposto a partir da previsão
de quando os valores da sua previdência privada serão resgatados.

Acompanhando a tabela abaixo, você vai perceber que a tabela regressiva de


imposto de renda se aplica, de forma bastante adequada, aos investimentos de
longo prazo, pois a alíquota de imposto vai reduzindo de forma regressiva com
o passar dos anos:

TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO ALÍQUOTA

Até 2 anos 35%

De 2 à 4 anos 30%

De 4 à 6 anos 25%

De 6 à 8 anos 20%

De 8 à 10 anos 15%

Acima de 10 anos 10%

Lembre-se: se os valores são PGBL ou VGBL, eles são descontados na fonte no


momento do saque da sua previdência privada.

Como você pode ver, essa tabela de juros é interessante, de verdade, a partir
de 8 anos de existência do plano, quando a alíquota cai para 15% e se iguala a
maioria dos investimentos. Mas o melhor cenário mesmo é conseguir manter o
capital aplicado por mais de 10 anos, quando a alíquota de 10% será aplicada,
sendo a menor alíquota de imposto de renda cobrada do mundo dos investi-
mentos.

Agora, quando pensamos em tributação progressiva, seu cálculo não tem re-
laçao com o tempo, mas sim com os valores que você conseguiu acumular

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de renda e com os valores de parcelas que você irá resgatar no plano. Se você
acumular valores muito grandes, declarar uma renda muito alta ou precisar res-
gatar parcelas expressivas, essa forma de tributação não é a mais adequada.

BASE DE CÁLCULO BASE DE CÁLCULO ALÍQUOTA %


ANUAL EM R$ MENSAL EM R$

Até R$22.847,76 Até R$1903,98 Isento

De R$22.847,88 De R$1903,99 7,5%


até R$33.919,80 até R$2826,25

De R$33.919,92 De R$2.826,66 15%


até R$45.012,60 até R$3.751,05

De R$45.012,72 De R$3751,06 22,5%


até R$55,976,16 até R$4664,68‘

Acima de R$55.976,16 Acima de R$4664,68 27,5%

Como você consegue ver pela tabela, essa se torna uma boa opção para quem
quer receber até R$ 2.826,25 ao mês. O procedimento de cobrança do imposto
do plano progressivo funciona descontado 15% na fonte no momento em que
você pede o resgate, independente da alíquota calculada para a transação. Se
existe uma diferença disso, seja para mais ou para menos, esse valor é ajusta-
do na sua declaração anual do IR. Ou seja, se no seu resgate a alíquota correta
a ser cobrada seria de 27,5%, no momento do resgate será descontado 15% na
fonte, e a diferença, equivalente a 12,5% deverá ser paga e ajustada na sua de-
claração anual do imposto de renda.

Uma dica para você elaborar a sua declaração de imposto de renda de forma
mais inteligente e não fazer confusões é procurar um especialista ou ainda se
atentar às próprias dicas que o programa da Receita oferece para você.

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5. VANTAGENS E DESVANTAGENS
DA PREVIDÊNCIA PRIVADA

Como existem diversas formas de se capitalizar a médio ou longo prazos, com


suas vantagens e desvantagens inerentes, é importantíssimo que você tenha
em mente quais são os prós e os contras dos produtos e, nesse caso, entender
qual é a melhor opção.

Para que você não tome sua decisão de forma equivocada, vamos apresentar
agora algumas vantagens e desvantagens da previdência privada em relação a
outras formas de composição de reserva financeira. Mas, note que, apesar de
parecer, a previdência não é um investimento e, sim, um produto de seguridade,
ou seja, ela é mais parecida com um seguro do que com um investimento.

Vamos começar listando algumas das principais vantagens dos planos de pre-
vidência privada:

Abatimento do imposto de renda: como já explicado, você pode ter esse abati-
mento usando o PGBL e o formulário completo da sua declaração de imposto
de renda.

Melhor alíquota de IR: no caso do VGBL com tabela regressiva, você pode ter
a alíquota de apenas 10% do seu valor após 10 anos de aplicação no fundo de
previdência, e o desconto será apenas sobre os rendimentos, independente-
mente do montante acumulado.

LIBERDADE: por meio da portabilidade do seu plano de previdência privada,


você pode trocar de operador da sua previdência sem precisar resgatá-la, pagar
IR ou reinvestir os valores. Isso é especialmente interessante para quem tem
relacionamento com mais de um banco ou quando você recebe uma proposta
mais interessante para a troca de gestor do produto.

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RESGATE FLEXÍVEL: existem diversas formas de resgatar a sua previdência
privada, podendo ser em parcela única, valor mensal vitalício ou programado
por tempo determinado, por exemplo. Esse é o tipo de situação que você pre-
cisa verificar com o operador no momento da contratação, pois cada plano
possui suas particularidades.

FACILIDADE NA SUCESSÃO PATRIMONIAL: esse é um assunto chato e de-


licado para muitas pessoas, mas é necessário falar a respeito. Afinal, a única
certeza que temos nesse mundo, é que um dia vamos morrer, e isso deveria ser
encarado de uma maneira natural, é o fluxo da vida. Então, trazendo o tema “à
mesa”, no caso de falecimento do titular do plano, os descendentes têm acesso
à previdência privada de forma muito mais simples do que quaisquer outros
bens e investimentos. Isso acontece devido a natureza de seguridade que a
previdência privada possui, o que impede que esses valores passem por inven-
tário e herança. Em alguns estados brasileiros, é permitido receber esse valor
sem nenhum tipo de desconto ou dedução adicional ao imposto de renda.

Na prática, você escolhe seus beneficiários na hora da contratação e são essas


pessoas que irão receber os valores imediatamente após o seu falecimento. É
uma forma integral e eficaz de permitir que sua família e as pessoas que você
ama consigam resolver todas as questões burocráticas relacionadas ao seu
falecimento e ainda permaneçam protegidas financeiramente, sem precisar
enfrentar qualquer dificuldade financeira no processo. Afinal, ter de lidar com
a perda de uma pessoa querida, nesses casos, já é um desafio e tanto para a
família.

ISENÇÃO DE “COME-COTAS”: como a previdência não se trata de um fundo


de investimento padrão, os fundos dos planos não sofrem a incidência do come
cotas, que é uma antecipação do imposto de renda, cobrado semestralmente
em fundos de investimento. Por esse motivo, os fundos de uma previdência pri-
vada são interessantes quando geridos com eficiência, pois seus rendimentos
podem escalar de forma mais consistente.

Como nem tudo são vantagens e flores, vamos falar agora de algumas das des-

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vantagens dos planos de previdência privada:

TAXAS: muitas taxas podem ser cobradas no seu plano e onerar a rentabili-
dade final da sua reserva. Cada instituição emissora possui suas próprias re-
gras de cobrança. Algumas possíveis taxas são: taxa de entrada, taxa de saída,
taxa de carregamento, taxa de administração, taxa de performance etc. Muitos
emissores isentam parte dessas taxas, outras são padrão de mercado, como
a taxa de administração por exemplo. É importante ler todas as condições do
plano, o contrato, seu prospecto e regulamento para ter noção de todas as ta-
xas cobradas antes de fechar contrato, pois, caso você se arrependa e queira
efetuar um resgate ou portabilidade após alguns anos, o processo pode ser
bastante burocrático e custoso.

TRIBUTAÇÃO: se você fizer a escolha errada de plano ou se precisar resgatar


antes do tempo, a tributação pode ser muito maior do que em outras possibi-
lidades de investimento. É importante entender que os valores de uma previ-
dência privada não têm liquidez rápida, pois se trata de um seguro financeiro de
longo prazo, como comentamos, e não de um investimento para realização de
projetos de vida de curto e médio prazos.

COMPOSIÇÃO: outro problema desse tipo de investimento é que você não tem
controle de como o seu dinheiro será investido, ou seja, é importante entender
a composição do fundo do plano de previdência privada oferecido pelo gestor
do produto, pois isso pode interferir consideravelmente no seu investimento.
O capital será aplicado em um fundo comum aos investidores e administrado
e gerido por instituições especializadas. Lembre-se sempre de verificar se os
gestores são confiáveis e com boa reputação de mercado, e se os ativos que
compõe o fundo de investimento do seu plano de previdência estão compatí-
veis com o seu perfil de investidor.

RISCOS: o fundo pode render menos ou mais do que você imagina, dependen-
do das decisões do gestor do fundo de investimentos atrelado ao seu plano de
previdência. Como dito há pouco, você não poderá decidir em qual ativo aplicar
o capital, essa decisão será delegada ao gestor. Portanto, esse é um risco que

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você corre ao escolher esse tipo de produto. O máximo que você pode, e deve,
fazer é optar por uma gestão mais conservadora, moderada ou arrojada (que
significa, mais arriscada na linguagem de mercado). Além disso, é importante
saber também que o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) não cobre os previdên-
cia privada.

PERÍODO DE CARÊNCIA: como já comentamos, a previdência privada não é


um bom lugar para investir seu dinheiro caso você precise utilizá-lo rápido. O
plano não tem necessariamente um período de carência para resgate, ou seja,
você não será impedido(a) de reaver o capital no curto prazo se for preciso,
porém, você poderá ter grandes desvantagens financeiras se o fizer. Por esse
motivo, é fundamental ter um fundo de emergência antes de começar uma pre-
vidência privada, para que você evite mexer nesse dinheiro antes da hora.

Possibilidade e maior rentabilidade para quem pode gerenciar carteira de in-


vestimentos independente: se você tem tempo e conhecimento para gerenciar
uma carteira de investimentos própria, a previdência privada pode render me-
nos para você do que a sua carteira pessoal de investimentos. Isso se acontece
devido às elevadas taxas dos planos e também do imposto de renda elevado
para períodos de tempo menores. Porém, antes de decidir investir por conta
própria ao invés de fazer um plano, é imprescindível aprender a organizar seus
investimentos de acordo com o risco para evitar perder muito dinheiro em uma
manobra financeira desastrosa.

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6. TIPOS DE FUNDOS EM PREVIDÊNCIA
Os rendimentos da sua previdência privada provêm de fundos de investimentos
vinculados ao seu plano de previdência, que são organizados por gestores de
empresas que oferecem esse tipo de serviço.

Entendendo esse processo, é importantíssimo conhecer os diversos fundos de


previdência para escolher o tipo de gestão da sua previdência, é importante que
seja uma escolha que te agrade e seja compatível com o seu perfil de tomada
de risco como investidor, para que o seu plano lhe ofereça a tranquilidade de
saber que seu dinheiro está rendendo dentro de um determinado patamar os-
cilação de rentabilidade, que é o que chamamos de volatilidade (ou risco) que
você considera razoável.

Os três tipos de gestão de fundos de previdência são:

CONSERVADORA: não aceita correr riscos ou assumir perdas, mesmo que


para isso seja preciso aceitar que o patrimônio investido possa apresentar baixa
rentabilidade. Para o investi-
dor de perfil conservador, se-
gurança é a palavra de ordem.
É melhor render pouco e garantir o
patrimônio investido, do que correr o risco
de perder o capital princial.

MODERADA: perfil para quem aceita algum risco,


mas ainda assim não se sente confortável com a
possibilidade de perder dinheiro. O investidor de per-
fil moderado está ciente dos riscos, entende que seu
patrimônio pode oscilar no curto prazo, pode even-
tualmente sofrer perdas, mas até um certo limite, e
acredita que no longo prazo o retorno será positivo.
Seu rendimento tende a ser maior do que o de gestão
conservadora, mas a chance de o patrimônio apre-

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sentar rentabilidade negativa pode começar a ocorrer, dependendo do cenário
econômico mundial.

AGRESSIVA: nesse perfil de gestão, os riscos são maiores, mas as recom-


pensas também. Esse tipo de gestão é mais recomendada para pessoas que
estejam dispostas a arriscar mais por uma rentabilidade superior e que estejam
cientes que, quanto maior a rentabilidade esperada, maior o risco de perda. In-
vestidores com perfil agressivo precisam estar cientes que a qualquer momento
eles podem sofrer prejuízos expressivos diante de eventualidades de mercados
e mudanças abruptas de estratégia, afinal, o mercado financeiro é imprevisível.

Independentemente do tipo de gestão escolhida, é importante pesquisar infor-


mações sobre o fundo como por exemplo, quem é o gestor o histórico do gestor
e da habilidade de gestão da empresa contratada; qual a estratégia adotada;
qual o risco que o fundo está assumindo e outras questões. Uma das principais
recomendações é sempre verificar como o fundo em questão e, especialmen-
te, o gestor em questão, reagiu em momentos de crise anteriores, se ele teve
habilidade e foi capaz de manter a estabilidade e rentabilidade do fundo em
momentos de adversidade.

A título de informação, para que você se aprofunde um pouco mais no tema,


seguem os principais tipos de fundos de investimentos que podem compor a
sua previdência privada:

Fundo de previdência de renda fixa pós fixada: este fundo investe, prioritaria-
mente, em títulos do tesouro direto e outros investimentos mais conservadores,
sempre relacionados a algum indicador econômico como por exemplo o CDI
(Certificado de Depósito Interbancário), que dá origem à Taxa DI, a qual segue
a taxa SELIC, taxa base da nossa economia. Esse é um fundo conservador, que
oferece menos riscos e um crescimento mais lento mas sempre positivo por ter
seu patrimônio majoritariamente vinculado à títulos públicos.

Renda Fixa pré/inflação: esse já é um fundo mais moderado do que conserva-


dor, seus produtos têm uma variação híbrida, que pode ser prefixada e/ou atre-
lada à inflação ou ao CDI, são fundos que buscam fazer o seu dinheiro a render

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mais do que a inflação.

Multimercado macro: esses são fundos moderados que possuem estratégias


que levam em conta o contexto macroeconômico de médio e longo prazo para
tomadas de decisão em relação aos investimentos. Sua carteira de ativos pode
possuir renda fixa, câmbio, ações, derivativos e no exterior. São fundos para
quem quer algo a mais do que o simples conservadorismo do investimento,
mas não está disposto a arriscar demais.

Ações: Trata-se de um fundo bem mais agressivo, para quem tem real apetite
para o risco.Possui carteira de ativos da renda variável e aplica majoritariamen-
te em ações, conta com um gestor profissional para alocar os recursos.

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7. FUNDO DE PREVIDÊNCIA X FUNDO DE
INVESTIMENTO: SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS
Agora que você descobriu que o fundo de previdência privada aplica seus va-
lores em fundos de investimentos diversos, muitas pessoas costumam se per-
guntar: por que não aplicar diretamente no fundo de investimentos?

Existem diferenças e outras questões envolvidas. Reconhecê-las é bem impor-


tante para esclarecer as dúvidas e lhe ajudar a escolher entre as opções.

SEMELHANÇAS: ambos possuem carteiras de ativos, gestores e taxas de ad-


ministração. Apesar de a previdência privada não ser um investimento e, sim,
um produto de seguridade, ele apresenta essas semelhanças com investimen-
tos, que acabam fazendo com que as pessoas se confundam em suas funções.
O operacional dos fundos é o mesmo, as regras de gestão e administração,
também. O que muda é a modalidade e regras do produto, como imposto de
renda, regras de resgate, taxas adicionais etc.

Além disso, ambos não possuem a garantia Fundo Garantidor de Crédito. Con-
tudo, os fundos de previdência privada contam com a fiscalização da SUSEP,
órgão que tem por missão assegurar os direitos do consumidor caso ocorra
algum problema com empresa emissora do plano. A previdência pri-
vada é um produto de seguridade que é gerido como um fundo de
investimento. A SUSEP é quem controla as reservas.

DIFERENÇAS: as diferenças entre es-


ses dois tipos de produtos são bem
marcantes e, por isso mesmo, é
importante reforçamos esse
aspecto. A tabela a seguir re-
sume as diferenças principais :

Enquanto as vantagens tributárias


do fundo de previdência começam quando o ca-

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pital não é resgatado antes de 8 anos e, com mais de 10 anos, você paga so-
mente 10% de IR, os melhores fundos de investimento conseguem atingir a
alíquota mínima de 15%, porém, com menos tempo de aplicação. Em alguns
fundos de investimentos, como o de ações, 15% é a alíquota padrão, nos de-
mais, a partir de 2 anos é possível atingir esse patamar.

Outra diferença é que fundos de investimento possuem come-cotas, que é a


antecipação semestral do imposto. Já os fundos de previdência privada, com
dito anteriormente, não sofrem essa cobrança.

Os fundos de investimento independentes também dão maior autonomia aos


investidores, especialmente para pessoas mais agressivas e com interesse em
alta rentabilidade com risco maior; pois permitem maior flexibilidade da diver-
sificação e composição da carteira.

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8. PREVIDÊNCIA PRIVADA
X SEGURO DE VIDA RESGATÁVEL
Outra confusão muito comum que as pessoas fazem
quando pensam nesse tipo de produto financeiro é a
comparação equivocada entre seguro de vida resgatável
e previdência privada.

Esse tipo de seguro é, como o nome su-


gere, um seguro de vida, acima de tudo!
Isso significa que você está adquirindo um
produto para se proteger e está oferecen-
do também um auxílio financeiro adicional
para a sua família caso algo venha a acon-
tecer com você.

A maioria das pessoas acredita que esse tipo de seguro é a


mesma coisa que uma previdência privada, mas, na reali-
dade não é. A premissa desse tipo de seguro é que o valor
aportado poderá ser resgatado no futuro, caso o benefí-
cio não seja utilizado. No entanto, quando você solicita
o resgate de um seguro de vida resgatável você não recebe
haverá nenhum acréscimo de juros, na forma de rendimen-
tos, no valor aportado. Na verdade, o que pode ocorrer, no
máximo, é a correção monetária do capital e, em alguns contratos, nem isso
é oferecido. Há inclusive o risco de você resgatar menos do que aportou no
seguro dependendo do prazo da solicitação, pois se o período for curto, há in-
cidência de multas.

Apesar de a previdência privada e o seguro de vida resgatável terem suas se-


melhanças, como por exemplo serem bons produtos para o caso de uma fata-
lidade ocorrida com o titular; ambos serem controlados pela SUSEP e ambos
permitirem o resgate dos valores no final do contrato, as diferenças já aponta-
das fazem com que eles tenham propósitos diferentes e devam ser considera-

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dos e contratados para objetivos diferentes.

O seguro tem a possibilidade de proteger sua vida e sua saúde, diferentemente


da previdência privada, que tem relação com o objetivo de promover a sua li-
berdade financeira, tema sobre a qual falamos no início desse material. Ou seja,
a previdência é um dos caminhos que você deve seguir se deseja conquistar o
direito de fazer escolhas com autonomia no futuro, não depender da previdên-
cia pública, construir uma herança e realizar projetos de vida.

E o tempo para começar? Hoje! Afinal, o tempo que você procrastina, é dinheiro
que você perde. Que você tenha muito sucesso nessa jornada!

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