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02/06/2012 (Orientações) Consórcio de empresas - Aspectos societário,

contábil e tributário - Roteiro de Procedimentos

Sumário

1 - Introdução
2 - Aspecto societário
2.1 - Características
2.2 - Contrato de consórcio
2.3 - Normas editadas pelo Departamento Nacional do Registro do
Comércio - DNRC
2.4 - Inscrição no CNPJ
3 - Aspecto contábil
3.1 - Empresa-líder
3.2 - Normas editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade - CFC
3.3 - Registro contábil
3.4 - Demonstrações contábeis
4 - Aspecto tributário
4.1 - Autonomia jurídico-tributária
4.2 - Emissão de documento fiscal
4.3 - Créditos do PIS/PASEP e da COFINS
4.4 - Aluguel de bens ao consórcio
4.5 - Retenção do imposto de renda e das contribuições sociais
4.6 - Contribuições previdenciárias patronais e contribuições destinadas a
outras entidades e fundos
4.7 - Aplicação financeira
4.8 - Industrialização de produtos
4.9 - Entrega de declarações
5 - Anexo - Soluções de consulta

1 - Introdução

A análise em tela apresenta-se para elucidar a natureza jurídica e os respectivos


reflexos das operações realizadas mediante consórcio de empresas, com especial
atenção aos aspectos societário, contábil e tributário. O Roteiro contempla às
disposições da Lei nº 12.402 de 2011, que dispôs sobre o cumprimento de
obrigações tributárias por consórcios que realizarem contratações de pessoas
jurídicas e físicas em nome próprio, e foi atualizado à Instrução Normativa RFB nº
1.234 de 2012, que dispõe sobre a retenção efetuada pelos órgãos da
administração pública federal direta, autarquias e fundações federais, empresas
públicas, sociedades de economia.

Obs.: O consórcio de empresas aqui referido não se confunde com o Sistema de


Consórcio tratado pela Lei nº 11.795 de 08.10.2008, que se destina a propiciar o
acesso ao consumo de bens e serviços.
2 - Aspecto societário

2.1 - Características

As companhias e quaisquer outras sociedades, sob o mesmo controle ou não,


podem constituir consórcio para executar determinado empreendimento, observado
o disposto nos arts. 278 e 279 da Lei nº 6.404 de 1976. Observa-se que esta figura
tem uma existência efêmera, definida no tempo, não comportando uma atividade
empresarial de duração indefinida.

Até 28.10.2010, o consórcio não tinha obrigações tributárias e as empresas


consorciadas somente se obrigavam nas condições previstas no respectivo contrato,
respondendo cada uma por suas obrigações, sem presunção de solidariedade.

A partir de 29.10.2010, com a publicação da Medida Provisória nº 510 de 2010,


agora convertida na Lei nº 12.402 de 2011, os consórcios passaram a se
responsabilizar pelas obrigações tributárias federais, quando realizarem negócio
jurídico em nome próprio, em relação à retenção na fonte de tributos federais e
entrega de obrigações acessórias.

Além disso, as empresas consorciadas passaram a ser solidariamente responsáveis


por tais obrigações.

Os principais tipos de consórcios são constituídos para:

a) execução de grandes obras de engenharia;

b) atuação no mercado de capitais;

c) acordos exploratórios de serviços de transporte;

d) exploração de atividades minerais e correlatas;

e) atividades de pesquisa ou uso comum de tecnologia;

f) licitações públicas.

Fundamentação: art. 2º da Instrução Normativa RFB nº 1.199 de 2011.

2.2 - Contrato de consórcio

O consórcio será constituído mediante contrato aprovado pelo órgão da sociedade


competente para autorizar a alienação de bens do ativo não-circulante, do qual
constarão:

a) a designação do consórcio, se houver;

b) o empreendimento que constitua o objeto do consórcio;

c) a duração, endereço e foro;

d) a definição das obrigações e responsabilidade de cada sociedade consorciada, e


das prestações específicas;
e) normas sobre recebimento de receitas e partilha de resultados;

f) normas sobre administração do consórcio, contabilização, representação das


sociedades consorciadas e taxa de administração, se houver;

g) forma de deliberação sobre assuntos de interesse comum, com o número de


votos que cabe a cada consorciado;

h) contribuição de cada consorciado para as despesas comuns, se houver.

Obs.: Conforme determina o art. 142 da Lei das S/A, compete ao conselho de
administração autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a alienação de
bens do ativo não-circulante.

O contrato de consórcio e suas alterações serão arquivados no registro do comércio


do lugar da sua sede, devendo a certidão do arquivamento ser publicada.

Obs.: A falência de uma consorciada não se estende às demais, subsistindo o


consórcio com as outras contratantes; os créditos que porventura tiver a falida
serão apurados e pagos na forma prevista no contrato de consórcio

O art. 11 da Instrução Normativa DNRC nº 109 de 28.10.2008, que trata sobre os


procedimentos de registro e arquivamento digital dos atos que competem, nos
termos da legislação pertinente, ao Registro Público de Empresas Mercantis,
determina que a Junta Comercial organizará um prontuário eletrônico para cada
consórcio, o qual será identificado pelo Número de Identificação do Registro de
Empresas - NIRE.

Obs.: Quando houver prontuário físico do consórcio que tiver arquivado processo
eletrônico, daquele prontuário eletrônico deve constar a informação sobre sua
existência no prontuário físico e vice-versa, com o mesmo número.

Fundamentação: art. 278 e 279 da Lei nº 6.404 de 1976; art. 37 da Lei 11.941 de
2009; art. 11 da Instrução Normativa DNRC nº 109 de 2008.

2.3 - Normas editadas pelo Departamento Nacional do Registro do


Comércio - DNRC

A Instrução Normativa do Departamento Nacional do Registro do Comércio (DNRC)


nº 74, de 28.12.1998, dispõe sobre os atos de constituição e extinção de consórcio,
vejamos:

O contrato de consórcio, suas alterações e extinção serão arquivados no comércio


do lugar da sua sede, devendo ser apresentada a seguinte documentação:

a) capa de processo - requerimento;

b) contrato, alteração ou distrato do consórcio, no mínimo, em três vias, sendo pelo


menos uma original;

c) decreto de autorização do Presidente da República, no caso de consórcio de


mineração;
d) comprovante de pagamento do preço do serviço.

Obs.: Por falta de previsão legal, não é exigido, para o arquivamento de


documentos de alteração ou extinção (distrato) de consórcios, certidões negativas
de débito de qualquer natureza (Enunciado JUCESP).

O contrato do consórcio, suas alterações e extinção serão arquivados em prontuário


próprio.

São competentes para aprovação do contrato de consórcio:

a) nas sociedades anônimas: o Conselho de Administração, quando houver, salvo


disposição estatutária em contrário; ou, a assembléia geral, quando inexistir o
Conselho de Administração;

b) nas sociedades contratuais: os sócios, por deliberação majoritária;

c) nas sociedades em comandita por ações: a assembléia geral.

Fundamentação: Instrução Normativa DNRC nº 74 de 1998.

2.4 - Inscrição no CNPJ

De acordo com o art. 5º, III da Instrução Normativa RFB nº 1.183 de 2011 , os
consórcios constituídos na forma dos artigos 278 e 279 da Lei nº 6.404, de
15.12.76, são obrigados a se inscrever no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ).

A inscrição no CNPJ, no entanto, não tem o condão de conferir personalidade


jurídica ao consórcio. O consórcio não é uma pessoa jurídica distinta de seus
consorciados. A finalidade da inscrição é de apenas permitir o cumprimento de
obrigações de interesse do fisco federal.

Fundamentação: art. 5º, III da Instrução Normativa RFB nº 1.183 de 2011.

3 - Aspecto contábil

3.1 - Empresa-líder

A consorciada nomeada líder (empresa-líder) no contrato de consórcio é


responsável pela administração do consórcio, bem assim pela escrituração contábil
e guarda dos livros e documentos comprobatórios das operações do consórcio,
conforme os prazos legais.

A empresa líder deverá manter registro contábil das operações do consórcio por
meio de escrituração segregada na sua contabilidade, em contas ou subcontas
distintas, ou mediante a escrituração de livros contábeis próprios, devidamente
registrados para este fim.
Os registros contábeis das operações no consórcio, efetuados pela empresa líder,
deverão corresponder ao somatório dos valores das receitas, custos e despesas das
pessoas jurídicas consorciadas, podendo tais valores serem individualizados
proporcionalmente à participação de cada consorciada no empreendimento.

Obs.: Na ausência de empresa líder, ou se não houver disposições legais exigindo a


indicação de uma líder, deverá ser eleita uma das consorciadas para este fim.

Sem prejuízo dessas disposições, cada pessoa jurídica consorciada deverá efetuar a
escrituração segregada das operações relativas à sua participação no consórcio em
seus próprios livros contábeis, fiscais e auxiliares.

Fundamentação: §§ 2º a 5º do art. 3º da Instrução Normativa RFB nº 1.199 de


2011.

3.2 - Normas editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade - CFC

Tendo em vista que o consórcio de empresas é uma entidade econômica que


funciona como qualquer tipo de entidade que tem patrimônio, infere-se que esta
entidade também é objeto da Contabilidade.

A Resolução do CFC nº 1.053 de 2005, que tratava sobre a Regulamentação dos


Consórcios, foi revogada pelo artigo 3º da Resolução nº 1.242 de 2009, que trouxe
novas disposições sobre investimentos em empreendimentos controlados em
conjunto.

Fundamentação: Resolução CFC nº 1.242 de 2009.

3.3 - Registro contábil

O consórcio de empresas deve registrar os atos e os fatos administrativos


mantendo contabilidade distinta das empresas consorciadas.

Obs.: Os registros contábeis das operações no consórcio, efetuados pela empresa


líder, deverão corresponder ao somatório dos valores das receitas, custos e
despesas das pessoas jurídicas consorciadas, podendo tais valores serem
individualizados proporcionalmente à participação de cada consorciada no
empreendimento.

O saldo apurado na demonstração de resultado do consórcio de empresas deve ser


transferido às empresas consorciadas na proporção prevista no contrato, podendo
as empresas consorciadas efetuarem os registros por operação ou saldo das contas

Caso as empresas consorciadas forneçam ou adquiram materiais ou serviços em


transações operacionais com o consórcio, estas devem ser tratadas, contabilmente,
como fornecedores ou clientes.

Quando da liquidação do consórcio, os ativos e os passivos remanescentes devem


ser transferidos, baixados ou liquidados, de acordo com o contrato entre as
consorciadas.
Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal utilizados para registro das
operações do consórcio e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados
deverão ser conservados pela empresa líder ou pela consorciada eleita, e pelas
empresas consorciadas até que ocorra a prescrição dos créditos tributários
decorrentes de tais operações.

Fundamentação: Resolução CFC nº 1.242 de 2009; § 6º do art. 3º da Instrução


Normativa RFB nº 1.199 de 2011.

3.4 - Demonstrações contábeis

As Demonstrações Contábeis elaboradas pelo consórcio de empresas são as


determinadas pela NBC T 19.27 (Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das
Demonstrações Contábeis), aprovada pela Resolução CFC nº 1.185 de 2009.

Ademais, cada demonstração contábil e respectivas notas explicativas devem ser


identificadas claramente. Além disso, as seguintes informações devem ser
divulgadas de forma destacada e repetida quando necessário para a devida
compreensão da informação apresentada:

a) o nome da entidade às quais as demonstrações contábeis dizem respeito ou


outro meio que permita sua identificação, bem como qualquer alteração que possa
ter ocorrido nessa identificação desde o término do período anterior;

b) se as demonstrações contábeis se referem a uma entidade individual ou a um


grupo de entidades;

c) a data-base das demonstrações contábeis e notas explicativas e o respectivo


período abrangido;

d) a moeda de apresentação, tal como definido na NBC T 7 - Efeitos das Mudanças


nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis;

e) o nível de arredondamento usado na apresentação dos valores nas


demonstrações contábeis.

Fundamentação: Resolução CFC nº 1.185 de 2009.

4 - Aspecto tributário

Para regular os procedimentos fiscais dispensados aos consórcios, a Secretaria da


Receita Federal do Brasil - RFB editou a Instrução Normativa RFB nº 834, de
26.03.2008, a ser analisada nos subtópicos a seguir.

Obs.: A referida Instrução Normativa foi alterada pela de nº 917 de 09.02.2009.

4.1 - Autonomia jurídico-tributária


Por não ter personalidade jurídica, conforme dispõe o § 1º do art. 278 da Lei nº
6.404/1976, anteriormente à publicação da Medida Provisória nº 510/2010 o
consórcio não pagava tributos ou entregava qualquer declaração em nome próprio.

De fato, determina a lei que as consorciadas somente se obrigam nas condições


previstas no respectivo contrato, respondendo cada uma por suas obrigações, sem
presunção de solidariedade. Assim, mesmo tendo inscrição no CNPJ, as obrigações
tributárias do consórcio eram cumpridas na proporção da participação, pelas
empresas consorciadas.

A Medida Provisória nº 510/2010, art. 1º, no entanto, determinava que os


consórcios cumpririam as respectivas obrigações tributárias federais, sempre que
realizarem negócios jurídicos em nome próprio, inclusive na contratação de pessoas
jurídicas e físicas, com ou sem vínculo empregatício.

Contudo, na conversão da referida Medida Provisória na Lei nº 12.402 de 2011


houve alteração nessa disposição, de forma que o consórcio que realizar a
contratação, em nome próprio, de pessoas jurídicas e físicas, com ou sem vínculo
empregatício, poderá efetuar a retenção de tributos e o cumprimento das
respectivas obrigações acessórias, ficando as empresas consorciadas solidariamente
responsáveis.

Caso a retenção de tributos ou o cumprimento das obrigações acessórias relativos


ao consórcio forem realizados por sua empresa líder, aplica-se, também, a
solidariedade.

Importante destacar ainda que, a nova regra prevista na Lei nº 12.402 de 2011
abrange o recolhimento das contribuições previdenciárias patronais, inclusive a
incidente sobre a remuneração dos trabalhadores avulsos, e das contribuições
destinadas a outras entidades e fundos, além da multa por atraso no cumprimento
das obrigações acessórias, nas contratações em nome próprio.

Em relação aos demais recolhimentos tributários cabe a cada uma das empresas
participantes do consórcio apropriar individualmente suas receitas e despesas,
proporcionalmente à sua participação percentual no rateio do empreendimento, e
computá-las na determinação do lucro real, presumido ou arbitrado.

Observado o regime tributário a que estão sujeitas no ano-calendário


correspondente, a consorciada deverá calcular e recolher os tributos devidos na
respectiva proporção de sua participação no empreendimento, conforme documento
arquivado no órgão de registro. Essa disposição aplica-se tanto ao IRPJ, quanto à
CSLL, ao PIS/PASEP e à COFINS.

Dessa forma, se o contribuinte apurar o Imposto de Renda com base no Lucro


Presumido, as receitas advindas do consórcio também deverão ser tributadas neste
regime. Da mesma forma, se estiver sujeito à não-cumulatividade do PIS/PASEP e
da COFINS, as receitas auferidas por meio do consórcio deverão ser tributadas por
este regime.

4.2 - Emissão de documento fiscal


O faturamento correspondente às operações do consórcio será efetuado pelas
pessoas jurídicas consorciadas, mediante a emissão de Nota Fiscal ou Fatura
próprios, proporcionalmente à participação de cada uma no empreendimento.

Caso uma ou mais das consorciadas execute partes distintas do objeto do contrato
de consórcio, bem como realize faturamento direto e isoladamente para a
contratante, a consorciada remeterá à empresa líder ou à consorciada eleita,
mensalmente, cópia dos documentos comprobatórios de suas receitas, custos e
despesas incorridos, para os fins previstos no tópico 3.1.

Nas hipóteses autorizadas pela legislação do ICMS e do ISSQN, a Nota Fiscal ou


Fatura poderá ser emitida pelo consórcio no valor total. Neste caso, o consórcio
remeterá cópia da Nota Fiscal ou Fatura às pessoas jurídicas consorciadas,
indicando na mesma as parcelas de receitas correspondentes a cada uma para
efeito de operacionalização da proporcionalização das receitas.

Destaca-se que no histórico dos documentos ora mencionados deverá ser incluída
informação esclarecendo tratar-se de operações vinculadas ao consórcio.

Fundamentação: art. 4º da Instrução Normativa RFB nº 1.199 de 2011.

4.3 - Créditos do PIS/PASEP e da COFINS

Os créditos referentes à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não


cumulativas, relativos aos custos, despesas e encargos vinculados às receitas das
operações do consórcio, serão computados nas pessoas jurídicas consorciadas,
proporcionalmente à participação de cada uma no empreendimento, ou em nome
do Consórcio, quando o negócio jurídico for realizado em nome próprio, observada
a legislação específica.

Não será admitida a comunicação de créditos e débitos da Contribuição para o


PIS/PASEP e da COFINS entre pessoas jurídicas consorciadas.

Fundamentação: arts. 5º e 9º, I da Instrução Normativa RFB nº 1.199 de 2011.

4.4 - Aluguel de bens ao consórcio

A receita de aluguel auferida pela consorciada, decorrente da locação de bens ao


consórcio, deverá compor a base de cálculo dos tributos e contribuições da
consorciada beneficiária (ver Processo de Consulta nº 70, de 23.03.2005,
Superintendência Regional da Receita Federal - SRRF - 8ª Região Fiscal, no Anexo
deste Roteiro).

4.5 - Retenção do imposto de renda e das contribuições sociais

Até 28.10.2010, nos pagamentos decorrentes das operações do consórcio sujeitos à


retenção na fonte do imposto de renda, da CSLL, da Contribuição para o PIS/PASEP
e da COFINS, na forma da legislação em vigor, a retenção e o recolhimento
deveriam ser efetuados em nome de cada pessoa jurídica consorciada,
proporcionalmente à sua participação no empreendimento.

Da mesma forma, nos recebimentos de receitas decorrentes das operações do


consórcio sujeitas à retenção do imposto de renda, da CSLL, da Contribuição para o
PIS/PASEP e da COFINS, na forma da legislação em vigor, o aproveitamento da
retenção deve ser efetuada em nome de cada pessoa jurídica consorciada,
proporcionalmente à sua participação no empreendimento.

Porém, com a conversão da Medida Provisória nº 510 de 2010 na Lei nº 12.402 de


2011, a partir de 29.10.2010, ficou facultado ao consórcio, ou a empresa líder que
realizar a contratação em nome próprio, de pessoas jurídicas e físicas, com ou sem
vínculo empregatício, efetuar a retenção de tributos e o cumprimento das
respectivas obrigações acessórias.

Obs.: Se a retenção de tributos ou o cumprimento das obrigações acessórias


ficarem a cargo do consórcio ou da empresa líder, todas as empresas consorciadas
ficam solidariamente responsáveis.

Sendo assim, nos termos do art. 6º da Instrução Normativa RFB nº 1.199 de 2011,
que regulamentou o assunto, nos pagamentos decorrentes das operações do
consórcio sujeitos à retenção na fonte dos tributos administrados pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil na forma da legislação em vigor, a retenção, o
recolhimento e o cumprimento das respectivas obrigações acessórias, devem ser
efetuados em nome de cada pessoa jurídica consorciada, proporcionalmente à sua
participação no empreendimento .

Na hipótese de o consórcio realizar a contratação, em nome próprio, de pessoas


jurídicas ou físicas, com ou sem vínculo empregatício, a responsabilidade pela
retenção dos tributos correspondentes e o cumprimento das respectivas obrigações
acessórias, caberá:

a) às consorciadas, mediante a utilização do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica


(CNPJ) próprio de cada pessoa jurídica, se o consórcio apenas efetuar as
contratações, ficando a responsabilidade pelos pagamentos à conta das
consorciadas beneficiárias das contratações; ou

b) ao consórcio, mediante a utilização do CNPJ próprio do consórcio, se este


também efetuar os pagamentos relativos às contratações, aplicando-se as normas
de retenção a que está sujeita a empresa líder.

Se a empresa líder assumir, no contrato de que trata o art. 279 da Lei nº 6.404, de
1976, a responsabilidade pela contratação e pagamento, em nome do consórcio, de
pessoas jurídicas ou físicas, com ou sem vínculo empregatício, a retenção de
tributos e o cumprimento das respectivas obrigações acessórias deverão ser
efetuados pela empresa líder, mediante seu CNPJ próprio, aplicando-se as normas
de retenção a que esta está sujeita.

Neste caso, as obrigações acessórias relativas à retenção dos tributos deverão ser
prestadas em conjunto com as obrigações acessórias da empresa líder.

As situações previstas nas letras "a" e "b", não poderão ser aplicadas
concomitantemente entre si, nem com a situação em que a empresa líder assume a
responsabilidade, devendo a opção escolhida prevalecer para todo o ano calendário.
Esta opção será manifestada de forma irretratável mediante o primeiro
recolhimento referente a tributos retidos realizado no ano calendário.

Na hipótese de uma ou mais consorciadas executar partes distintas do objeto do


contrato de consórcoio, a responsabilidade pela retenção de tributos e o
cumprimento das respectivas obrigações acessórias pela contratação e pagamento
de pessoas jurídicas ou físicas, com ou sem vinculo empregatício, caberá à
consorciada que executar a parte distinta do objeto do contrato de consórcio.

Já nos recebimentos de receitas decorrentes do faturamento das operações do


consórcio sujeitas à retenção do imposto sobre a renda, da CSLL, da Contribuição
para o PIS/Pasep e da Cofins, na forma da legislação em vigor, a retenção deve ser
efetuada em nome de cada pessoa jurídica consorciada, proporcionalmente à sua
participação no empreendimento.

No caso de pagamentos efetuados a consórcios pelos órgãos e entidades de que


trata o art. 1º da Instrução Normativa RFB nº 1.234/2012, a retenção será
efetuada observando-se o disposto no art. 17 daquela Instrução Normativa, que
assim dispõe:

Art. 17. No caso de pagamento a consórcio constituído para o fornecimento de bens


e serviços, inclusive a execução de obras e serviços de engenharia, a retenção
deverá ser efetuada em nome de cada empresa participante do consórcio, tendo
por base o valor constante da correspondente nota fiscal de emissão de cada uma
das pessoas jurídicas consorciadas.

§ 1º Na hipótese de que trata o caput, a empresa líder deverá apresentar à unidade


pagadora os documentos de cobrança, acompanhados das respectivas notas fiscais,
correspondentes aos valores dos fornecimentos de bens ou serviços de cada
empresa participante do consórcio.

§ 2º No caso de pagamentos a consórcio formado entre empresas nacionais e


estrangeiras, aplica-se a retenção do art. 3º às empresas nacionais e a do art. 35
às consorciadas estrangeiras, observadas as alíquotas aplicáveis à natureza dos
bens ou serviços, conforme legislação própria.

Fundamentação: art. 1º, §§ 1º e 2º, da Lei nº 12.402 de 2011; arts. 6º e 7º da


Instrução Normativa RFB nº 1.199 de 2011.

4.6 - Contribuições previdenciárias patronais e contribuições destinadas a


outras entidades e fundos

A Medida Provisória nº 510 de 2010 não era totalmente clara com relação à
possibilidade de sua extensão às contribuições previdenciárias e as destinadas aos
fundos e entidades, uma lacuna que foi preenchida ao ser convertida na Lei nº
12.402 de 2011.

Com a nova redação, ficou explícito sua abrangência em relação às contribuições


previdenciárias patronais, inclusive a incidente sobre a remuneração dos
trabalhadores avulsos, e das contribuições destinadas a outras entidades e fundos,
além da multa por atraso no cumprimento das obrigações acessórias.
Obs.: Os dispositivos presentes no artigo 1º da Lei 12.402 de 2011, relativas ao o
cumprimento de obrigações tributárias por consórcios que realizarem contratações
de pessoas jurídicas e físicas, é aplicável somente aos tributos administrados pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Fundamentação: art. 1º, §§ 3º e 4º, da Lei nº 12.402 de 2011.

4.7 - Aplicação financeira

Os rendimentos de aplicação financeira efetuada pelo consórcio, bem como o


correspondente imposto de renda retido na fonte, quando compensável, pertencem
à consorciada na proporção participativa (ver Processo de Consulta nº 231, de
27.12.2002, Superintendência Regional da Receita Federal - SRRF - 9ª Região
Fiscal, no Anexo deste Roteiro).

4.8 - Industrialização de produtos

Se das operações do consórcio decorrer industrialização de produtos:

a) os créditos referentes às aquisições de matérias-primas, de produtos


intermediários e de material de embalagem e os débitos referentes ao IPI serão
computados e escriturados, por estabelecimento da pessoa jurídica consorciada,
proporcionalmente à sua participação no empreendimento industrial, conforme
documento arquivado no órgão de registro;

b) o consórcio deverá figurar no documento fiscal de aquisição.

Esta disposição aplica-se inclusive no caso de as pessoas jurídicas operarem sob a


forma de condomínio em um mesmo estabelecimento industrial.

Não será admitida a comunicação de créditos e débitos do IPI entre pessoas


jurídica consorciadas ou entre estabelecimentos destas.

Fundamentação: arts. 8º e 9º, II da Instrução Normativa RFB nº 1.199 de 2011.

4.9 - Entrega de declarações

O fato de aplicar-se aos consórcios (constituídos na forma dos artigos 278 e 279 da
Lei nº 6.404/76) o mesmo regime tributário a que estão sujeitas as pessoas
jurídicas, não os obrigava ou autorizava a apresentar a Declaração de Informações
Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), como também a Declaração de
Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), a Declaração do Imposto de Renda
Retido na Fonte (DIRF) e o Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais
(DACON) - ver Ato Declaratório Normativo do CST nº 21 de 1984.

Cabia a cada empresa consorciada, por ocasião da apresentação de suas


respectivas DIPJ, DCTF e DACON, nelas incluir as informações relativas aos tributos
e contribuições pertinentes aos resultados auferidos, na proporção da participação
de cada uma no empreendimento objeto do consórcio, bem como incluir nas suas
respectivas DIRF as retenções efetuadas e recolhidas, vinculadas ao
empreendimento, sem prejuízo da entrega, aos respectivos beneficiários, dos
Comprovantes de Rendimentos Pagos e de Retenção do Imposto de Renda.

Porém, a partir de 29.10.2010, com a publicação da Medida Provisória nº 510 de


2010, convertida na Lei nº 12.402 de 2011, o consórcio que realizar a contratação,
em nome próprio, de pessoas jurídicas e físicas, com ou sem vínculo empregatício,
poderá efetuar a retenção de tributos e o cumprimento das respectivas obrigações
acessórias (DIRF, DCTF etc), ficando as empresas consorciadas solidariamente
responsáveis.

Nesse sentido, a Instrução Normativa nº 1.110/2010, com as alterações da


Instrução Normativa nº 1.130/2011, determinou que os consórcios que realizem
negócios jurídicos em nome próprio, inclusive na contratação de pessoas jurídicas e
físicas, com ou sem vínculo empregatício, ficam obrigados à apresentação da DCTF.

Além disso, a Instrução Normativa dispõe que o consórcio deverá apresentar a


DCTF Mensal em relação ao mês de dezembro de cada ano calendário, ainda que
não tenham débitos a declarar, na qual deverão indicar os meses em que não
tiveram débitos a declarar.

Fundamentação: art. 2º da Instrução Normativa nº 1.110/2010.

5 - Anexo - Soluções de consulta

Processo de Consulta nº 12/11


Órgão: Superintendência Regional da Receita Federal - SRRF / 3a. Região Fiscal
Assunto: Obrigações Acessórias
Ementa: CONSÓRCIOS. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. DCTF.
DACON. DIRF. ENTREGA. O consórcio que realize negócios jurídicos em nome
próprio, inclusive na contratação de pessoas jurídicas e físicas, com ou sem vínculo
empregatício, está obrigado a entregar a DCTF quanto aos fatos geradores que
ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 2011, sendo dispensado das obrigações
acessórias relativas ao Dacon e à Dirf, bem como da DCTF de 2010.
Dispositivos Legais: Código Tributário Nacional - CTN, artigos 96, 100, inciso I, e
113, parágrafos 1º a 3º; Medida Provisória nº 510, de 2010, artigo 1º, parágrafo
1º (convertida na Lei nº 12.402, de 2 de maio de 2011); IN RFB nº 1.015, de 2010
(atualizada pela IN RFB nº 1.036, de 2010), artigo 3º, parágrafo 1º, inciso II; IN
RFB nº 1.033, de 2010 (com redação dada pela IN RFB nº 1.076, de 2010), artigo
1º; e IN RFB nº 1.110, de 2010 (na versão atual dada pela IN RFB nº 1.130, de
2011), artigos 1º e 2º, inciso III.
RAIMUNDO VALNÊ BRITO SIEBRA - Chefe
(Data da Decisão: 22.06.2011 27.06.2011)

Processo de Consulta nº 47/11


Órgão: Superintendência Regional da Receita Federal - SRRF / 6a. Região Fiscal
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário.
Ementa: CONSÓRCIO DE EMPRESAS. As obrigações tributárias, principais e
acessórias, decorrentes das operações praticadas pelo consórcio, são de
responsabilidade das próprias consorciadas, que devem responder
proporcionalmente à sua participação no empreendimento. Opcionalmente, a partir
de 29/10/2010, o consórcio que realize a contratação, em nome próprio, de
pessoas jurídicas e físicas, pode efetuar a retenção de tributos administrados pela
RFB e o cumprimento das respectivas obrigações acessórias, utilizando seu próprio
CNPJ, ficando nessa situação as consorciadas como solidariamente responsáveis.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei Nº 5.172/1966 - Código Tributário Nacional, arts. 121 e
122; Lei Nº 6.404/1976, com alterações posteriores, arts. 278 e 279; Lei Nº
12.402/2011 (conversão da MP Nº 510/2010), arts. 1º e 9º; IN RFB Nº 834/2008,
arts. 1º a 6º;
IN RFB Nº 1.005/2010, art. 11, inc. III.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal.
Ementa: CONSULTA. INEFICÁCIA. É ineficaz a consulta na parte que não atende
aos requisitos legais para sua apresentação, tratando-se de questionamentos
genéricos, que não envolvem interpretação da legislação tributária.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Decreto Nº 70.235/1972, art. 48; IN RFB Nº 740/2007,
arts. 1º, 3º, § 1º, incs. III e IV, 12, 14 e 15, inc.II.
MARIO HERMES SOARES CAMPOS - Chefe
(Data da Decisão: 13.06.2011 14.06.2011)

Processo de Consulta nº 114/10


Órgão: Superintendência Regional da Receita Federal - SRRF / 10a. Região Fiscal
Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF.
Ementa: CONSÓRCIO PÚBLICO INTERMUNICIPAL.
ASSOCIAÇÃO PÚBLICA. REPARTIÇÃO DE RECEITAS.
O produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de
qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título,
pelos consórcios intermunicipais constituídos sob a forma de associação pública
pertence aos municípios, aplicando-se as disposições acerca de repartição de
receitas constantes do art. 158, inciso I, da Constituição Federal.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Constituição Federal, art. 158, inciso I; Código Civil (Lei nº
10.406, de 2002), art. 41, inciso IV; Lei nº 11.107, de 2005, art. 1º; Decreto nº
6.017, de 2007, art. 2º, inciso I.
RICARDO DIEFENTHAELER - Auditor-Fiscal p/Delegação de Competência
(Data da Decisão: 15.09.2010 28.10.2010)

Processo de Consulta nº 385/10


Órgão: Superintendência Regional da Receita Federal - SRRF / 8a. Região Fiscal
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário.
Ementa: REGIME ESPECIAL DE TRIBUTAÇÃO - RET Não há previsão legal para que
o consórcio, constituído nos termos dos arts. 278 e 279 da Lei nº 6.404, de 1976,
possa optar pelo Regime Especial de Tributação (RET). Entretanto, consórcio pode
ser contratado para construir unidades habitacionais de valor comercial de até R$
75.000,00 (setenta e cinco mil reais) no âmbito do Programa Minha Casa, Minha
Vida - PMCMV, de que trata a Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009, ficando
autorizadas as pessoas jurídicas participantes do consórcio, em caráter opcional, a
efetuar o pagamento unificado de tributos equivalente a um por cento da receita
mensal auferida pelo contrato de construção, proporcionalmente à participação de
cada uma no empreendimento.
Dispositivos Legais: Arts. 278 e 279 da Lei nº 6.404, de 1976; Lei nº 10.188, de
2001; arts. 4º, 5º e 8º da Lei nº 10.931 de 2004; Lei nº 11.977, de 2009; arts. 1º
e 2º da Lei nº 12.024, de 2009;
MP nº 497, de 2009; IN RFB nº 834, de 2008 e IN RFB nº 934, de 27 de abril de
2009.
SONIA DE QUEIROZ ACCIOLY BURLO - Chefe
(Data da Decisão: 28.10.2010 08.12.2010)

Processo de Consulta nº 70/05


Órgão: Superintendência Regional da Receita Federal - SRRF / 8a. Região Fiscal
Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ementa: CONSÓRCIO ENTRE EMPRESAS NACIONAIS. O consórcio, constituído nos
termos dos arts. 278 e 279 da Lei nº 6.404, de 1976, não possui personalidade
jurídica própria, mantendo-se a autonomia jurídico-tributária de cada uma das
consorciadas.
CONTRIBUINTE. Contribuinte do IRPJ e das contribuições sociais decorrentes da
atividade consorcial não é o consórcio, mas sim a consorciada, que, no regime do
lucro real, deverá manter contabilidade que reflita proporcionalmente a do
consórcio, segundo sua participação. Cabe a cada uma das empresas participantes
do consórcio apropriar individualmente suas receitas e despesas,
proporcionalmente à sua participação percentual no rateio do empreendimento, e
computá-las na determinação do lucro real, presumido ou arbitrado, nas
respectivas DIPJ, observado o regime tributário a que estão sujeitas no ano-
calendário correspondente, bem como calcular e recolher a contribuição para o
PIS/Pasep e a COFINS.
RECEITA AUFERIDA POR CONSORCIADA COM ALUGUEL DE BENS AO CONSÓRCIO.
A receita de aluguel auferida pela consorciada, decorrente da locação de bens ao
consórcio, deverá compor a base de cálculo dos tributos e contribuições da
consorciada beneficiária.
BENS ADQUIRIDOS PELO CONSÓRCIO. Os bens adquiridos pelo consórcio compõem
o ativo permanente das consorciadas, na proporção de sua participação.
EMISSÃO DE DOCUMENTO FISCAL. Cabe a cada empresa consorciada, inclusive à
administradora, a emissão de Nota-Fiscal ou documento equivalente, levando-se
em conta a participação que detém no empreendimento. É irrelevante, para este
fim, o fato de o consórcio estar obrigado a ter inscrição própria no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ.
RETENÇÃO DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES. A retenção de que trata o art. 1º da
Instrução Normativa SRF nº 480, de 2004, deverá ser efetuada em nome de cada
empresa participante do consórcio, tendo por base o valor constante da
correspondente nota fiscal de emissão de cada uma das pessoas jurídicas
consorciadas. Os valores retidos poderão ser deduzidos, pelo contribuinte
(consorciada), do valor do imposto e contribuições da mesma espécie devidos,
relativamente a fatos geradores ocorridos a partir do mês da retenção.
Dispositivos Legais: Arts. 278 e 279 da Lei nº 6.404, de 1976; art. 146, I, do
Decreto nº 3.000, de 1999; art. 1º da Lei nº 7.689, de 1988; art. 57 da Lei nº
8.981, de 1995; arts. 2º e 3º, § 1º, da Lei nº 9.718, de 1998; art. 1º da Lei nº
10.637, de 2002; art. 1º da Lei nº 10.833, de 2003; art. 16 da Instrução
Normativa SRF nº 480, de 2004; e Ato Declaratório Normativo CST nº 21, de 1984.
Obrigações Acessórias
DISPENSA DE ENTREGA DE DECLARAÇÕES. Os consórcios não estão sujeitos à
apresentação da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica
(DIPJ), como também da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais
(DCTF), da Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF) e do
Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon). Cabe a cada
empresa consorciada, por ocasião da apresentação de suas respectivas DIPJ, DCTF
e Dacon, nelas incluir as informações relativas aos tributos e contribuições
pertinentes aos resultados auferidos, na proporção da participação de cada uma no
empreendimento objeto do consórcio, bem como incluir nas suas respectivas DIRF
as retenções efetuadas e recolhidas, vinculadas ao empreendimento, sem prejuízo
da entrega, aos respectivos beneficiários, dos Comprovantes de Rendimentos Pagos
e de Retenção do Imposto de Renda na Fonte.
Dispositivos Legais: Arts. 278 e 279 da Lei nº 6.404, de 1976; art. 16 da Instrução
Normativa SRF nº 480, de 2004; e Ato Declaratório (Normativo) CST nº 21, de
1984.
HAMILTON FERNANDO CASTARDO - CHEFE
(Data da Decisão: 23.03.2005 15.04.2005)

Processo de Consulta nº 231/02


Órgão: Superintendência Regional da Receita Federal - SRRF / 9a. Região Fiscal
Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ementa: LUCRO REAL. CONSÓRCIO DE EMPRESAS.
CONTRIBUINTE
Contribuinte do IRPJ decorrente da atividade consorcial não é o consórcio, mas sim
a consorciada, que, no regime do lucro real, deverá manter contabilidade que reflita
proporcionalmente a do consórcio, segundo sua participação.
RECEITA DA CONSORCIADA PELA VENDA DE BENS AO CONSÓRCIO.
A receita auferida pela consorciada, decorrente da venda de bens ao consórcio,
deverá compor a base de cálculo do IRPJ.
BENS ADQUIRIDOS PELO CONSÓRCIO.
Os bens adquiridos pelo consórcio compõem o ativo da consorciada,
proporcionalmente à participação.
APLICAÇÕES FINANCEIRAS EFETUADAS PELO CONSÓRCIO.
Os rendimentos de aplicação financeira efetuada pelo consórcio, bem como o
correspondente imposto de renda retido na fonte, quando compensável, pertencem
à consorciada na proporção participativa.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei No- 6.404/1976, arts. 278 e 279; CTN, art. 124;
RIR/1999, art. 146, I.
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS
CONTRIBUINTE. EMPRESAS CONSORCIADAS.
As empresas consorciadas na forma da Lei das Sociedades por Ações são
contribuintes da COFINS devida em decorrência da atividade consorcial,
proporcionalmente à participação de cada uma no empreendimento, devendo
recolher a contribuição em nome e CNPJ própria.
DISPOSITIVOS LEGAIS: CTN, art. 124; Lei No-9.718/1998, arts. 2º e 3º; Lei No-
6.404/1976, arts. 278 e 279.
Contribuição para o PIS/Pasep
CONTRIBUINTE. EMPRESAS CONSORCIADAS.
As empresas consorciadas na forma da Lei das Sociedades por Ações são
contribuintes da contribuição para o PIs /Pasep devida em decorrência da atividade
consorcial, proporcionalmente à participação de cada uma no empreendimento,
devendo recolher a contribuição em nome e CNPJ própria.
DISPOSITIVOS LEGAIS: CTN, art. 124; Lei No-9.718/1998, arts. 2º e 3º; Lei No-
6.404/1976, arts. 278 e 279.
Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
CONTRIBUINTE. EMPRESAS CONSORCIADAS.
A venda de produtos industrializados ao consórcio não exime a consorciada da
condição de contribuinte do IPI, mantendo-se inalteradas as obrigações tributárias
correlatas.
DISPOSITIVOS LEGAIS: CTN, art. 124; Lei No-6.404/1976, arts. 278 e 279;
RIPI/1998, art. 23.
MARCO ANTÔNIO FERREIRA POSSETTI
Chefe
(Data da Decisão: 27.12.2002 09.01.2003)

NOTA:Os processos administrativos de consulta sobre interpretação da legislação


tributária e aduaneira relativos aos tributos administrados pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil (RFB) e sobre classificação de mercadorias, estão
disciplinados na Instrução Normativa nº 740/2007. Para mais informações sobre
como apresentar uma consulta perante a RFB consulte o roteiro: Processo
Administrativo de Consulta - Roteiro de Procedimentos.
Fonte: FiscoNet

Data: 29/06/12

Fonte: http://www.fisconet.com.br/site/conteudo/view/52551/3

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