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Instituto Médio de Desenvolvimeno e Empreendedorismo de Moçambique

(IDEM)

Ficha de apoio II de IDEACPIR

Contratos e Obrigações Mercantis

Artigo 458

(Definição de contrato mercantil)

É considerado como contrato mercantil aquele celebrado pelos empresários comerciais, entre si
ou com terceiro, desde que no exercício da actividade empresarial.

Artigo 459

(Adopção do idioma oficial)

1. Os títulos comerciais são válidos, qualquer que seja a língua em que forem exarados.

2. O instrumento contratual, quando redigido em língua estrangeira, deve ser traduzido para a
língua oficial, por tradutor público ajuramentado, sob pena de não ser admitido como prova no
juízo pátrio.

Contrato é o negócio jurídico bilateral, ou plurilateral (acordo das partes e sua manifestação
externa), pois depende de mais de uma declaração de vontade, que sujeita as partes à observância
de conduta idônea à satisfação dos interesses de que regularam, visando criar, modificar,
resguardar, transmitir ou extinguir relações jurídicas

Constituiu-se, o contrato, o instrumento eficaz da economia capitalista na sua primeira fase,


permitindo, em seguida, a estrutura das sociedades anônimas as grandes concentrações de
capitais necessárias para o desenvolvimento da nossa economia em virtude do progresso técnico,
que exigia a criação de grandes unidades financeiras, industriais e comerciais.sguardar, transmitir
ou extinguir relações jurídicas.

Há contratos comuns ao Direito Civil e ao Direito Comercial, outros são específicos ao Direito
Comercial (v. g., contratos de direito marítimo). O contrato civil é aquele praticado por qualquer
pessoa que seja capaz, conforme dispõe o Estatuto Civil. Já o contrato comercial é aquele
praticado por comerciante no exercício de sua profissão, cujo objeto é um ato do comércio.

Os contratos possuem elementos peculiares como: a sua formação, as obrigações que originam,
as vantagens que podem trazer às partes, a realidade da contraprestação, o obedecimento de seus
requisitos formais, sua execução, sua regulamentação legal, etc. Diante destes elementos há uma
arraigada classificação como se são consensuais e reais, unilaterais ou bilaterais, gratuitos ou
onerosos, comutativos ou aleatórios, solenes ou não-solenes, principais e acessórios, típicos ou
atípicos, etc.

Espécies de contratos e Compra e Venda Mercantil.

Há diversas espécies de contratos mercantis, que regulam as mais diversas relações jurídicas
comerciais praticadas no direito pátrio. Exemplo destas espécies são os contratos: de alienação
fiduciária em garantia, o de promessa de compra e venda, os de transporte, o de mandato
mercantil, o de representação comercial, o de gestão de negócio, o de comissão, o de mútuo
mercantil, o de seguro, o de fiança mercantil, o de penhor mercantil, o de know-how, o
de franchising, os relacionados ao depósito e contratos bancários, além do contrato de compra e
venda mercantil.

Este último tem sua importância relevante dentre as diversas relações jurídicas comerciais.
Recebe a conceituação clássica de ser o contrato em que “uma das partes (vendedor) se obriga a
transferir o domínio de uma coisa a outra (comprador), mediante o pagamento, por esta, de certo
preço em dinheiro”.

As características essenciais desta espécie de contrato mercantil é de que o bem seja móvel ou
semovente e seja passível de revenda, bem como de que o comprador ou o vendedor seja
comerciante. Destarte, é possível classificar este contrato em consensual, bilateral, oneroso e
comutativo ou aleatório, conforme a possibilidade de individualização do bem. Por ser
consensual não exige formalismo especial.

São elementos deste contrato a coisa, que é o bem móvel ou semovente a ser transferido; o preço,
que é o valor ou obrigação que será dada em contraprestação da transferência de propriedade; e o
consentimento que é inerente a todo contrato.

Contratos mais utilizados nas operações de exportação são:

a) EXW - Ex works (a partir do local da produção) - o exportador encerra sua participação no


negócio quando acondiciona a mercadoria na embalagem (caixa, saco, etc.) e a disponibiliza, no
prazo estabelecido, no seu próprio estabelecimento. O importador assume todos os custos e
riscos desde a origem até o destino da mercadoria;

b) FCA - Free Carrier (transportador livre) - o exportador completa sua obrigação quando
entrega a mercadoria, pronta para a exportação, no local designado e aos cuidados do
transportador internacional indicado pelo comprador. Cabe ao importador contratar frete e seguro
internacionais;

c) FAS - Free Alongside Ship (livre no costado do navio) - o exportador encerra suas obrigações
quando a mercadoria é colocada ao longo da costa do do navio transportador, no ponto de carga.
A contratação do frete e seguro fica a cargo do comprador;

d) FOB - Free on Board (livre a bordo) - o exportador responde pelas despesas até a colocação de
mercadoria a bordo do navio, no porto de embarque indicado pelo importador;

e) CFR - Cost and Freight (custo e frete) - o exportador é responsável pelo frete da mercadoria
até o porto de destino. Os riscos, após o embarque, são de responsabilidade do importador;

f) CIF - Cost, Insurance and Freight (custo, seguro e frete) - o exportador tem a responsabilidade
de contratar o frete e o seguro da mercadoria até o porto de destino indicado pelo comprador.
Função Social dos Contratos

A Função Social dos contratos constitui, com base no princípio moderno a ser observado
pelo interprete na aplicação dos contratos. Agrupado aos princípios tradicionais, como por
exemplo o da autonomia da vontade e da obrigatoriedade.

Desse modo, a função social é como uma espécie que limita a autonomia da vontade, fazendo
com o que impeça que tal autonomia esteja em confronto com o interesse social. Essa é uma
forma de intervenção estatal na confecção e interpretação dos instrumentos contratuais, para que
esses tenham além da função de estipular os interesses dos contratantes.

Formação do Contratos

 Manifestação da vontade

Para a existência do negócio jurídico, é necessário o requisito da declaração da vontade que pode
ser expressa na lei ou tácita.

 Negociações preliminares

O contrato resulta em duas manifestações: a primeira é a proposta que dá início à formação do


contrato e a segunda a aceitação do contrato estabelecido.

 Proposta

A proposta é toda inciativa de um contrato que deve conter todos critérios para a realização do
negócio proposto

 Aceitação

É a concordância das partes envolvidas com os termos propostos.

 Momento da conclusão do contrato

É o momento em que é considerado formado o contrato entre duas ou mais pessoas que está
ligado pela ocasião da aceitação.
Obrigações

Artigo 386

(Noção)

Obrigações são títulos representativos de um mútuo, emitidos em massa pela sociedade,


negociáveis que, numa mesma emissão, conferem direitos de crédito iguais para o mesmo valor
nominal.

Artigo 387

(Modalidades de obrigações)

1. As obrigações podem ser nominativas ou ao portador.

2. Em qualquer daquelas modalidades podem ser emitidas obrigações que:

a) confiram aos titulares o direito a um juro fixo e os habilitem a umjuro suplementar ou a um


prémio de reembolso, quer fixo, quer dependente dos lucros obtidos pela sociedade;

b) declarem juro e plano de reembolso, dependentes de lucros e variáveis em função do montante


destes;

c) permitam a sua conversão em acções, com ou sem prémio de emissão;

d) confiram o direito a subscrever uma ou várias acções.

Obrigações decorrentes do Contrato de Venda Mercantil.


O vendedor possui a obrigação de entregar o bem, a coisa vendida. O comprador o direito de
receber a coisa, obrigando-se a pagar pecuniariamente ou por meio de obrigação ao vendedor.

O vendedor possui a obriga-se pelos vícios da coisa e de garantir ao comprador a posse e


propriedade da coisa, respondendo pela evicção. O comprador possuem assim, o direito de obter,
mediante o pagamento de um preço pela coisa, a tradição da mesma, ou seja, de tê-la em sua
esfera patrimonial livre e desimpedida de qualquer ônus que não tenha ciência.
O vendedor também possui a obrigação de emitir fatura, podendo extrair duplicatas, nas vendas à
prazo. O comprador deve devolver a duplicata da fatura assinada. O comprador também tem a
obrigação de devolver a coisa caso não cumpra com sua obrigação, bem como a obrigação de
receber a coisa.

Compra e venda mercantil

Artigo 477

(Depósito de coisa vendida)

1. Nas vendas de coisas móveis realizadas por uma empresário comercial, no exercício de uma
empresa, se o comprador se recusar ou não comparecer para receber a coisa comprada, o
vendedor pode depositá-la, por conta e à custa do comprador, nos termos previstos no Código de
Processo Civil.

2. O vendedor deve comunicar imediatamente ao comprador o depósito efectuado.

Artigo 478

(Execução coactiva por incumprimento do comprador)

1. Nas vendas a que se refere o artigo anterior, se o comprador não pagar o preço, o vendedor
pode revender a coisa por conta à custa do comprador.

2. A revenda efectua-se em estabelecimento apropriado, ficando o vendedor obrigado a avisar


atempadamente o comprador do dia, hora e local da realização da revenda.

3. Tratando-se de bens sujeitos a rápida deterioração, o vendedor pode proceder à sua venda por
negociação particular, avisando imediatamente o comprador.

4. Se o preço obtido na revenda não chegar para cobrir o preço estipulado e o valor dos prejuízos
resultantes do incumprimento, o vendedor tem direito a exigir do comprador a diferença; se o
preço obtido sobrepassar o preço estipulado mais o valor dos prejuízos sofridos, a diferença cabe
ao comprador.
Artigo 479

(Execução coactiva por incumprimento do vendedor)

1. Se a venda, celebrada entre empresários comerciais no exercício das respectivas empresas,


tiver por objecto coisas fungíveis e o vendedor não cumprir a sua obrigação, o comprador pode
fazer comprar sem demora as coisas à custa do vendedor, ficando obrigado a comunicar a
compra imediatamente ao vendedor.

2. O comprador tem direito a exigir do vendedor a diferença entre o preço estipulado e o valor
das despesas em que incorreu na compra e o dos prejuízos sofridos.

Artigo 388

(Limites de emissão)

Não podem ser emitidas obrigações se houver accionistas em mora ou se excederem a


importância do capital realizado e existente, nos termos do último balanço aprovado.

Artigo 389

(Condições de emissão)

1. Só podem emitir obrigações as sociedades anónimas em que os dois últimos balanços estejam
aprovados ou as que tenham resultado da fusão ou cisão de sociedades das quais uma, pelo
menos, se encontre nesta condição.

2. Só pode haver lugar a nova emissão de obrigações quando estiverem subscritas e realizadas na
totalidade as obrigações deuma emissão anterior.

Além desses artigos, temos os Artigos 390 que fala da (Deliberação de emissão), Artigo 391

(Conteúdo mínimo das deliberações de emissão),Artigo 392 (Escritura de emissão)

Artigo 393 (Subscrição incompleta), Artigo 394 (Registo comercial), Artigo 395 (Conteúdo dos
títulos representativos de obrigações), Artigo 396 (Obrigações próprias), Artigo 397 (Assembleia
dos obrigacionistas), Artigo 398 (Agente fiduciário dos obrigacionistas), Artigo 399 (Garantias
prestadas pelas obrigações), Artigo 400 (Obrigações convertíveis em acções), Artigo 401

(Juro suplementar), Artigo 402 (Pagamento do juro suplementar e do prémio de reembolso)


Artigo 403 , (Direito de preferência), Artigo 404 (Proibição de alterações), Artigo 405 (Juros e
dividendos das obrigações convertíveis) Artigo 406 , (Registo do aumento de capital), Artigo
407 (Emissão de novas acções por conversão de obrigações)

Execução do contrato

Artigo 510

(Obrigações do prestador de serviços)

O prestador de serviços, pessoa singular ou colectiva, assume, entre outras, as seguintes


obrigações:

a) conduzir-se com inteira boa fé, de modo a atender aos interesses do destinatário, como se
fossem próprios;

b) executar o contrato em conformidade com as condições nele estabelecidas;

c) garantir a eficiência dos serviços executados;

d) vincular-se à proposta apresentada, inclusive quanto às condições presentes em publicidade e


divulgação pública, mesmo que anteriores à própria negociação;

e) prestar serviços que sejam compatíveis com os objetivos do contrato, não sendo o prestador de
serviço profissional especializado e não indicando no contrato tarefas específicas para serem
executadas; e

f) não divulgar informações confidenciais ou reservadas, nas condições previstas no contrato ou


nos termos da lei, que tenham sido obtidas em virtude do cumprimento do contrato, mesmo após
a sua extinção, sob pena de responder pelos danos causados.
Artigo 511

(Obrigações do destinatário de serviços)

O destinatário de serviços assume, entre outras, as seguintes obrigações:

a) disponibilizar os locais, as instalações e os equipamentos necessários, que sejam de sua


responsabilidade, conforme a natureza dos serviços a serem prestados, para viabilizar a execução
das atividades do prestador;

b) dirigir a execução das actividades do prestador, observadas suas possibilidades normais, os


limites contratuais, os usos da praça e a legislação aplicável;

c) conferir ao prestador dos serviços, desde que por este solicitado, atestado de conclusão dos
serviços ou outro documento equivalente; e

d) verificar se os serviços foram prestados nos termos previstos no contrato que lhes deu causa,
sob pena de não poder responsabilizar o prestador de serviços.

Títulos de Crédito

1. Letras

Emissão e forma da letra

Artigo 704

(Requisitos da letra)

A letra contém:

a) a palavra “letra” inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a
redacção deste título;

b) o mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;


c) o nome daquele que deve pagar (sacado);

d) a época do pagamento;

e) a indicação do lugar em que se deve efectuar o pagamento;

f) o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga;

g) a indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada;

h) a assinatura de quem passa a letra (sacador).

Artigo 705

(Consequências da falta de requisitos)

O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito
como letra, salvo nos casos determinados nas alíneas seguintes:

a) a letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à vista;

b) na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se


como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do sacado;

c) a letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar
designado, ao lado do nome do sacador.

Artigo 706

(Formas do saque)

A letra pode ser à ordem do próprio sacador:

a) pode ser sacada sobre o próprio sacador;

b) pode ser sacada por ordem e conta de terceiro.


Artigo707

(Lugar do pagamento)

A letra pode ser pagável no domicílio de terceiro, quer na localidade onde o sacado tem o seu
domicílio, quer noutra localidade.

Artigo 708

(Estipulação de juros)

1. Numa letra pagável à vista ou a um certo termo de vista, pode o sacador estipular que a sua
importância vença juros. Em qualquer outra espécie de letra a estipulação de juros é considerada
como não escrita.

2. A taxa de juros deve ser indicada na letra;na falta de indicação, a cláusula de juros é
considerada como não escrita.

3. Os juros contam-se da data da letra, se outra data não for indicada.

(Divergência na indicação da quantia a pagar)

1. Se na letra a indicação da quantia a satisfazer se achar feito por extenso e em algarismos, e


houver divergência entre uma e outra, prevalece a que estiver feita por extenso.

2. Se na letra a indicação da quantia a satisfazer se achar feita por mais de uma vez, quer por
extenso, quer por algarismos, e houver divergênciasentre as diversas indicações, prevalece a que
se achar feita pela quantia inferior.

2. Aceite

Artigo 724

(Quando, onde e por quem pode a letra ser apresentada ao aceite)

A letra pode ser apresentada, até ao vencimento, ao aceite do sacado, no seu domicílio, pelo
portador ou até por um simples detentor.
Artigo 725

(Estipulação do sacador quanto ao aceite)

1. O sacador pode, em qualquer letra, estipular que ela seja apresentada ao aceite, com ou sem
fixação de prazo.

2. Pode proibir na própria letra a sua apresentação ao aceite, salvo se se tratar de uma letra
pagável em domicílio de terceiro, ou de uma letra pagável em localidade diferente da do
domicílio do sacado, ou de uma letra sacada a certo termo de vista.

3. O sacador pode também estipular a apresentação ao aceite e não poderá efectuar-se antes de
determinada data.

4. Todo o endossante pode estipular que a letra deveser apresentada ao aceite, com ou sem
fixação de prazo, salvo se ela tiver sido declarada não aceitável pelo sacador.

Artigo 726

(Prazo para apresentação ao aceite, nas letras a certo termo de vista)

1. As letras a certo termo de vista devem ser apresentadas ao aceite dentro do prazo de um ano
das suas datas.

2. O sacador pode reduzir este prazoou estipular um prazo maior.

3. Esses prazos podem ser reduzidos pelos endossantes.

Artigo 727

(Segunda apresentação, a pedido do sacado)

1. O sacado pode pedir que a letra lhe seja apresentada uma segunda vez no dia seguinte ao da
primeira apresentação. Os interessados somente podem ser admitidos a pretender que não foi
dada satisfação a este pedido no caso de ele figurar no protesto.

2. O portador não é obrigado a deixar nas mãosdo aceitante a letra apresentada ao aceite.
Artigo 728

(Forma e lugar do aceite)

1. O aceite é escrito na própria letra. Exprime-sepela palavra “aceite” ou qualquer outra palavra
equivalente; o aceite é assinado pelo sacado. Valecomo aceite a simples assinatura do sacado
aposta na parte anterior da letra.

2. Quando se trate de uma letra pagável a certo termo de vista, ou que deva ser apresentada ao
aceite dentro de um prazo determinado por estipulação especial, o aceite deve ser datado do dia
em que foi dado, salvo se o portador exigir que a data seja a da apresentação. À falta de data, o
portador, para conservar os seus direitos de recurso contra os endossantes e contra o sacador,
deve fazer constatar essa omissão por um protesto, feito em tempo útil.

Artigo 729

(Espécies de aceite)

1. O aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitá-lo a uma parte da importância sacada.

2. Qualquer outra modificação introzudida pelo aceite no enunciado da letra equivale a uma
recusa de aceite. O aceitante fica, todavia, obrigado nos termos do seu aceite.

Artigo 730

(Lugar do pagamento)

1. Quando o sacador tiver indicado na letra um lugar de pagamento diverso do domicílio do


sacado, sem designar um terceiro em cujo domicílio o pagamento se deva efectuar, o sacado
pode designar no acto do aceite a pessoa que devepagar a letra. Na falta desta indicação,
considera-se que o aceitante seobriga, ele próprio, a efectuar o pagamento no lugar indicado na
letra.

2. Se a letra é pagável no domicílio do sacado, este pode, no acto do aceite, indicar, para ser

efectuado o pagamento, um outro domicílio no mesmo lugar.


Artigo 731

(Obrigações do sacado)

1. O sacado obriga-se pelo aceite a pagar a letra à data do vencimento.

2. Na falta de pagamento, o portador, mesmo no casode ser ele o sacador, tem contra o aceitante
um direito de acção resultante da letra, em relação a tudo que pode ser exigido nos termos dos
artigos 752 e 753.

(Anulação do aceite)

1. Se o sacado, antes da restituição da letra, riscar o aceite que tiver dado, tal aceite é considerado
como recusado. Salvo prova em contrário, a anulação do aceite considera-se feita antes da
restituição da letra.

2. Se, porém, o sacado tiver informado por escrito o portador ou qualquer outrosignatário da letra
de que a aceita, fica obrigado para com estes, nos termos do seu aceite.

3. Aval

Artigo 733

(Extensão do aval. Quem pode prestá-lo)

1. O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval.

2. Esta garantia é dada por um terceiroou mesmo por um signatário da letra.

Artigo 734

(Requisito do aval)

1. O aval é escrito na própria letra ou numa folha anexa.

2. Exprime-se pelas palavras “bom para aval” ou por qualquer fórmula equivalente; é assinado
pelo dador do aval.
3. O aval considera-se como resultando da simples assinatura do dador aposta na face anterior da
letra, salvo se se trata, das assinaturas do sacado ou do sacador.

4. O aval deve indicar por quem se dá. Na falta de indicação, entender-se-á pelo sacador.

Artigo 735

(Responsabilidade do avalista)

1. O dador de aval é responsável da mesma maneira que a pessoa por ele afiançada.

2. A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu ser nula por
qualquer razão que não seja um vício de forma.

3. Se o dador de aval paga a letra, fica sub-rogado nos direitos emergentes da letra contra a
pessoa a favor de quem foi dado o aval e contra os obrigados para com esta em virtude da letra.

4. Livrança

Artigo 778

(Requisitos da livrança)

A livrança contém:

a) a palavra “livrança” inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a

redacção desse título;

b) a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada;

c) a época do pagamento;

d) a indicação do lugar em que se deve efectuar o pagamento;

e) o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga;

f) a indicação da data em que e do lugar onde a livrança é passada;


g) a assinatura de quem passa a livrança (subscritor).

Artigo 779

(Efeitos da falta de requisitos)

1. O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produz efeito
como livrança, salvo nos casos determinados nos números seguintes.

2. A livrança em que se não indique a época do pagamento é considerada pagável à vista.

3. Na falta de indicação especial, o lugar onde o escrito foi passado considera-se como sendo o
lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do subscritor da livrança.

4. A livrança que não contenha indicação do lugar onde foi passada consdiera-se como tendo-o
sido no lugar designado ao lado do nome do subscritor.

5. Emissão e forma do cheque

Artigo 782

(Requisitos formais do cheque)

O cheque contém:

a) a palavra “cheque” inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a

redacção desse título;

b) o mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;

c) o nome de quem deve pagar (sacado);

d) a indicação do lugar em que o pagamento se deve efectuar;

e) a indicação da data em que e do lugar onde o cheque é passado;

f) a assinatura de quem passa o cheque (sacador).


Artigo 783

(Falta de algum requisito)

1. O título a que faltar qualquer dos requisitos enumerados no artigo precedente não produz
efeito como cheque, salvo nos casos determinados nos números seguintes.

2. Na falta de indicação especial o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se


como sendo o lugar de pagamento. Se forem indicados vários lugares ao lado do nome do sacado
o cheque é pagável no lugar primeiro indicado.

3. Na ausência destas indicações ou de qualquer outra indicação o cheque é pagável no lugar em


que o sacado tem o seu estabelecimento principal.

4. O cheque sem indicação do lugar da sua emissão considera-se passado no lugar designado ao
lado do nome do sacador.

Comerciante em nome individual

A identificação de comerciante em nome individual

O que permite identificar o comerciante é a firma (deve obedecer ao principio da verdade e da


novidade) constituída pelo nome civil do comerciante completo ou abreviado, ao qual poderá se
juntar a espécie de comércio exercida.

O registo do comerciante em nome individual: Poderá ser levado a registo os seguintes factos:
alteração e cessação da actividade, as modificações do seu estado civil e regime de bens, as
mudanças de estabelecimento principal.

Responsabilidade do comerciante em nome individual

Todo o património do comerciante reponde por todas as dívidas comerciais ou civis, o


comerciante tem assim responsabilidade ilimitada. As dívidas emergentes de actos de comércio
presumem-se contraídas no exercício do seu comércio, por isso são da responsabilidade do casal.
Dai que para o seu pagamento podem ser usados os bens comuns ou os bens próprios de
qualquer um dos dois.

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