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e Biológicos
Riscos Físicos – Radiações Ionizantes e Não Ionizantes
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Riscos Físicos – Radiações
Ionizantes e Não Ionizantes
Objetivos
• Fornecer ao aluno o conteúdo teórico básico para entendimento dos agentes físicos ra-
diação ionizante e radiação não-ionizante. Relacionar às exigências normativas;
• Capacitar o aluno para realizar o monitoramento dos agentes físicos radiação ionizante
e radiação não-ionizante;
• Demonstrar medidas de controle para os respectivos agentes físicos.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Riscos Físicos – Radiações Ionizantes e Não Ionizantes
Contextualização
A radiação é um fenômeno físico caracterizado pela movimentação de energia, seja
uma partícula ou uma onda eletromagnética, sendo suas fontes naturais ou artificiais.
Ao se propagar, a energia interage com a matéria e deposita uma determinada quantida-
de ou dose de energia. Essas doses são responsáveis pela ocorrência de efeitos na saúde
humana, sendo que foi no final do século XIX, com o uso das radiações ionizantes em
benefício do homem, que estes efeitos se tornaram evidentes.
Um exemplo de aplicação das radiações não ionizantes são os lasers, muito utili-
zados nas áreas da saúde, estética e odontologia. Dentre suas aplicações podem ser
citados usos cirúrgicos, clareamentos de pele e dentes, remoção de tatuagens, efeito
anti-inflamatório na fisioterapia e como agente regenerador e analgésico, etc. Na indús-
tria pode ser usado para cortar metais com alta precisão, medir distâncias e até mesmo
medir temperaturas.
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O Espectro Eletromagnético
O espectro eletromagnético é composto por formas de energia que se propagam
no espaço com comprimentos de onda, frequências e energias específicas. No espec-
tro eletromagnético encontram-se radiações de grande energia (ionizantes – raios X e
Gama), com frequências elevadas e comprimentos de onda menores, e radiações de bai-
xa energia (não ionizantes – ultravioleta, luz visível, infravermelho, micro-ondas e ondas
de rádio), com baixas frequências e comprimentos de onda maiores (SALIBA, 2018).
A Figura 1 apresenta as regiões do espectro eletromagnético.
Ultravioleta
Infra- Luz
Ondas de rádio Micro-ondas vermelho visível Raio X Raios Gama
Radiações Ionizantes
De acordo a Norma CNEN NN 3.01, Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica,
da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), radiação ionizante ou radiação é
qualquer partícula ou radiação eletromagnética que, ao interagir com a matéria,
ioniza seus átomos ou moléculas (CNEN, 2014).
As radiações ionizantes são aquelas que possuem energia acima da energia de ligação
dos elétrons do átomo com o núcleo, sendo esta energia capaz de arrancar elétrons de
seus orbitais, formando íons positivos. Devido à energia que o elétron adquire, o mesmo
se desloca pelo interior da matéria, podendo interagir com outros elétrons ou núcleos,
vindo a formar novos íons, até que sua energia seja completamente dissipada e este elé-
tron seja capturado por moléculas que constituem a matéria irradiada (OKUNO, 1998).
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Riscos Físicos – Radiações Ionizantes e Não Ionizantes
A unidade no sistema internacional para a dose absorvida é o joule por quilograma (J/kg),
denominada gray (Gy). Por exemplo, a dose média de radiação natural absorvida pela po-
pulação mundial é de 2,6 Gy x 10-3 por ano, isto é, 2,6 mGy por ano (CNEN, 2013).
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Saiba mais sobre as radiações ionizantes e a vida em: http://bit.ly/2QgnDnP
Anexo 5 da NR-15
O Anexo 5 da Norma Regulamentadora 15 (NR-15) estabelece os critérios de expo-
sição ocupacional a radiações ionizantes. O mesmo diz:
Nas atividades ou operações onde trabalhadores possam ser expos-
tos a radiações ionizantes, os limites de tolerância, os princípios, as
obrigações e controles básicos para a proteção do homem e do seu
meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos causados pela radia-
ção ionizante, são os constantes da Norma CNEN-NN-3.01: Diretrizes
Básicas de Proteção Radiológica, de março de 2014, aprovada pela
Resolução CNEN nº 164/2014, ou daquela que venha a substituí-la.
(BRASIL, 2014)
Anexo* da NR-16
O Anexo (*) da Norma Regulamentadora 16 – NR-16, Atividades e Operações Pe-
rigosas com Radiações Ionizantes ou Substâncias Radioativas estabelece as atividades
e áreas de risco normatizadas para caracterização da periculosidade nestas atividades.
A Portaria 518/2003, que adota como atividades de risco em potencial concernentes
a radiações ionizantes ou substâncias radioativas, o “Quadro de Atividades e Opera-
ções Perigosas”, aprovado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), con-
sidera que qualquer exposição do trabalhador a radiações ionizantes ou substâncias
radioativas é potencialmente prejudicial à saúde e que o presente estado da tecnologia
nuclear não permite evitar ou eliminar o risco em potencial oriundo de tais atividades
(BRASIL, 2014).
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Ainda, a Norma CNEN NN 3.01 diz que a exposição normal dos indivíduos deve
ser restringida de tal modo que nem a dose efetiva nem a dose equivalente nos órgãos
ou tecidos de interesse excedam o limite de dose especificado, salvo em circunstâncias
especiais, autorizadas pela CNEN. Esses limites de dose não se aplicam às exposições
médicas (CNEN, 2014). A Tabela 1 apresenta os limites de dose anuais:
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Tabela 1 – Limites de dose anuais[a]
Grandeza Órgão Indivíduo ocupacionalmente exposto Indivíduo do público
Dose efetiva Corpo inteiro 20 mSv[b] 1 mSv[c]
20 mSv[b]
Cristalino 15 mSv
(Alterado pela Resolução CNEN 114/2011)
Dose equivalente
Pele[d] 500 mSv 50 mSv
Mãos e pés 500 mSv –
[a] Para fins de controle administrativo efetuado pela CNEN, o termo dose anual deve ser considerado como dose no ano
calendário, isto é, no período decorrente de janeiro a dezembro de cada ano.
[b] Média aritmética em 5 anos consecutivos, desde que não exceda 50 mSv em qualquer ano.
[c] Em circunstâncias especiais, a CNEN poderá autorizar um valor de dose efetiva de até 5 mSv em um ano, desde que a dose
efetiva média em um período de 5 anos consecutivos não exceda a 1 mSv por ano.
[d] Valor médio em 1 cm2 de área, na região mais irradiada.
Fonte: CNEN, 2014
A unidade no sistema internacional para a dose equivalente – dose absorvida média no órgão
ou tecido em função da efetividade biológica do mesmo, é o joule por quilograma (J/kg),
denominada sievert (Sv).
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Deverão ser mantidos registros de exposição para cada IOE, incluindo informa-
ções sobre:
a) a natureza geral do trabalho;
b) as doses e as incorporações, quando iguais ou superiores aos níveis de regis-
tro pertinentes;
c) os dados e modelos que serviram de base para as avaliações de dose.
Esses registros devem ser preservados até os IOE atingirem a idade de 75
anos e, pelo menos, por 30 anos após o término de sua ocupação, mesmo
que já falecido (CNEN, 2014).
Saiba mais sobre a avaliação da exposição ocupacional aos raios x nos serviços de radiologia
(NHO 05) em: http://bit.ly/2wfQHTi
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Saiba mais sobre o acidente envolvendo Césio 137 em Goiânia em: http://bit.ly/2wkmDpj
Radiações Não-Ionizantes
Quando a radiação é não ionizante, a mesma não possui energia suficiente para io-
nizar um átomo, ocorre apenas o fenômeno de excitação, que é a absorção da energia
nas camadas eletrônicas, que levam os elétrons do átomo a um nível energético maior.
Quando estes elétrons excitados retornam ao seu estado fundamental, a energia absor-
vida é dissipada (OKUNO, 1998).
Anexo 7 da NR-15
O Anexo 7 da Norma Regulamentadora 15 (NR-15) estabelece os critérios de expo-
sição ocupacional a radiações não ionizantes. O mesmo diz:
1. Para os efeitos desta norma, são radiações não ionizantes as micro-
-ondas, ultravioletas e laser.
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Ultravioleta (UV)
Conforme o comprimento de onda, a radiação ultravioleta pode ser UV-A (320 a
400 nm – luz negra), UV-B (290 a 320 nm) ou UV-C (100 a 290 nm - germicida). A ex-
posição ocupacional geralmente ocorre em trabalhos a céu aberto (exposição solar) ou
operações de soldagem (SALIBA, 2018).
A NR-15 não estabelece limite de tolerância para exposição à radiação UV. Conside-
ra apenas que as radiações UV-A não são insalubres (BRASIL, 2014). Em termos quan-
titativos, a ACGIH (Association Advancing Occupational and Environmental Health)
recomenda limites de exposição ocupacional às radiações ultravioletas. Para a avaliação,
devem ser utilizados medidores ultravioleta com faixas de medição UV-A, UV-B e UV-C,
e resposta em mW/cm² (SALIBA, 2018).
Infravermelho
A exposição à radiação infravermelha produz unicamente efeitos térmicos. Os danos
à saúde ocorrem na pele e olhos, através de lesões e queimaduras. A exposição ocu-
pacional geralmente ocorre em trabalhos que envolvem exposição solar, corpos incan-
descentes, superfícies muito quentes, entre outras. Igualmente à radiação UV, a NR-15
não estabelece limite de tolerância, porém, a ACGIH recomenda limites de exposição
ocupacional nos comprimentos de onda de 400 a 3000 nm (SALIBA, 2018).
Micro-ondas e radiofrequência
As radiações de radiofrequência estão situadas na faixa de frequência de 100 kHz a
300 GHz. Dentro dessa faixa, está situada a radiação de micro-ondas, cuja faixa é de
300 MHz a 300 GHz (GARIOS, 2013). A exposição a micro-ondas e radiofrequência
pode provocar efeitos térmicos no organismo. O maior risco ocorre quando a absorção
das radiações ocorre nos olhos e no cérebro do trabalhador. Geralmente, atividades que
envolvem radares, transmissão de rádio, sistemas de comunicação, etc., são fontes des-
tes tipos de radiação (SALIBA, 2018).
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Laser
O laser é um dispositivo que produz e amplifica a luz. Uma classe dos riscos que
envolvem o uso de laser diz à saúde do trabalhador que, dependendo da intensidade e
do tempo de exposição, pode sofrer danos à pele e aos olhos, pois as operações que
envolvem laser geram calor e radiação nas faixas UV, infravermelho e visível. Já outra
classe de riscos é inerente à luz produzida, e inclui: riscos de explosão, riscos elétricos,
riscos de radiações colaterais, riscos de incêndio, entre outros. Geralmente, a exposição
ocupacional ocorre em diagnósticos e tratamentos médicos que utilizam do laser como
ferramenta e equipamentos industriais (GARIOS, 2013. SALIBA, 2018).
A exposição direta dos olhos aos raios laser deve ser sempre evitada, independente de sua
classe ou potência.
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Campos eletromagnéticos de extrema baixa frequência
Campos elétricos e magnéticos são linhas de força invisíveis que circundam qual-
quer dispositivo elétrico. As principais fontes de exposição ocupacional estão relacio-
nadas aos campos elétricos associados com as linhas de transmissão de alta tensão,
subestações de energia elétrica e certos equipamentos industriais. Campos magnéticos
intensos ocorrem próximos a fornos elétricos ou outros dispositivos com elevadas cor-
rentes (GARIOS, 2013).
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Radiações Ionizantes
https://youtu.be/bz0KZcJfylY
Radiações Não Ionizantes
https://youtu.be/mFSk1TUPFbY
Leitura
Apostila Educativa Radiações Ionizantes e a Vida
http://bit.ly/2QgnDnP
Norma CNEN NN 3.01
http://bit.ly/2wdFT7U
Norma de Higiene Ocupacional 05
http://bit.ly/2wfQHTi
Campos magnéticos de frequência extremamente baixa e efeitos na saúde: revisão da literatura
http://bit.ly/2wddBuj
Prevalência de fadiga referida por fisioterapeutas que operam equipamentos de diatermia
por micro-ondas
http://bit.ly/2wkn5E1
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Referências
BRASIL. Leis e Decretos. Segurança e medicina do trabalho. 73. ed. São Paulo:
Atlas, 2014.
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OKUNO, E., Radiação: Efeitos, Riscos e Benefícios, São Paulo, Harbra, 1998. 96 p.
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