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A. SUBTEMA B
1. Acessibilidade: Possibilidade de chegar mais ou menos fácil ou rapidamente a
um lugar, devido à existência de vias de acesso e meios de transporte cómodos.
Nas regiões dotadas de boas infraestruturas de comunicação, a acessibilidade
mede-se relativamente ao tempo e ao custo do percurso.
2. Aglomeração urbana: Unidade urbana fundamental é definida pelos seus
limites morfológicos, determinados pela contiguidade do edificado e pela
distância máxima que separa as construções.
3. Área Funcional: Área urbana onde se localiza de uma forma dominante
determinada função urbana. Por exemplo, a área universitária de uma cidade.
4. Área metropolitana: Unidade espacial oficialmente delimitada que define um
aglomerado constituído por uma cidade principal e pelos seus subúrbios.
5. Área Periurbana: Área exterior à cintura suburbana, onde os usos e as
estruturas urbanas se misturam com as rurais, não se distinguindo, por vezes,
campo de cidade.
6. Área Suburbana: Também denominado subúrbio, trata-se da área urbana fora
dos limites da cidade que se expandiu em resultado do processo de
suburbanização.
7. Área Urbana: Conjunto de unidades formando uma superfície urbanizada com
a dimensão superior a um determinado valor (3 a 4 mil km2, mas variável entre
os países). No recenseamento de 1981, foi considerada área urbana a que
reunia pelo menos 10 mil habitantes num espaço de 5km de raio (freguesia
urbana).
8. Baixa/CBD: Área localizada no centro da cidade, por vezes coincidente com o
núcleo histórico, de grande acessibilidade e onde se assiste a uma grande
concentração de edifícios ocupados por funções do setor terciário: função
comercial, função financeira e função administrativa. É uma área caracterizada
pela grande concentração de população flutuante, o que determina um trânsito
intenso e engarrafamentos frequentes durante o dia. Nela o solo atinge os
preços mais altos, como reflexo de grande concorrência para a obtenção dos
melhores lugares.
9. Centro Urbana: Expressão mais neutra que “cidade”, atendendo a que as
povoações urbanas podem apresentar várias dimensões, desde as grandes
cidades a pequenos centros a que dificilmente se chamaria cidade.
10. Cidade: é um aglomerado populacional que pode ter menos de 10 000 hab e a
categoria de cidade por ter sido atribuída por critério político administrativo ou
por forma honorifica.
11. Descentralização: Processo de diminuição da importância económica e política
da capital em proveito de outros territórios de um país. Ao nível de uma cidade,
corresponde à sua perda de importância económica e funcional em detrimento
das áreas vizinhas ou subúrbios.
12. Diferenciação Funcional: Distribuição das funções urbanas no tecido de uma
cidade em resultado do desigual valor do solo,
13. Espaço Urbano: Espaço de grande concentração populacional e de construções,
que funciona como polo de atração e onde a terciarização é uma caracterização
fundamental.
14. Especulação Fundiária: Subida desenfreada do preço do solo em consequência
de uma grande procura e de reduzida oferta.
15. Função Urbana: Atividade económica, político-administrativa ou social que se
desenvolve num centro urbano.
16. Metrópole: Cidade que se destaca pela sua dimensão ou importância num país
ou numa região (neste caso, fala-se em metrópole regional), dominando uma
vasta área de influência.
17. Migração pendular: Deslocação quotidiana entre o local de residência e o local
de trabalho e vice-versa.
18. Ordenamento do território: Ação voluntária e refletida de uma coletividade, e
sobretudo dos seus dirigentes, com vista ao desenvolvimento equilibrado das
regiões, respondendo, assim, às necessidades da população. O ordenamento
do território envolve aspetos que têm em conta uma melhor distribuição no
seu território de novas atividades económicas e culturais, a utilização racional
dos recursos naturais e a proteção do ambiente.
19. Periurbanização: Processo de amplo crescimento do espaço urbano que inclui
as periferias da cidade-centro e os espaços mais afastados, com menor
densidade.
20. Planeamento urbano: Processo desencadeado por uma entidade publica para
atingir determinados objetivos num dado período de tempo, visando gerir
mudanças que permitam a melhoria das condições existentes nas vilas e nas
cidades. Pode também orientar-se para o futuro no sentido de projetar
tendências correntes, perspetivar problemas e delinear estratégias de
planeamento apropriadas, que podem minimizar os problemas e maximizar os
lucros.
21. População Urbana: População residente nas áreas predominantes urbanas.
Integram estas áreas as seguintes situações: freguesias urbanas, freguesias
semiurbanas contiguas às freguesias urbanas e freguesias sedes de concelho
com população residente superior a 5000 habitantes.
22. Reabilitação Urbana: Forma de intervenção urbana que envolve a execução de
obras de conservação, recuperação e readaptação de edifícios e de espaços
urbanos com o objetivo de melhorar as suas condições de habitabilidade e de
uso, conservando o seu carácter fundamental.
23. Renda locativa: Corresponde ao preço do solo, o qual diminui à medida que
aumenta a distância a um centro. O preço dos terrenos é mais caro no centro
da cidade, porque deverá corresponder à área de maior centralidade e de
maior acessibilidade.
24. Renovação Urbana: Forma de intervenção urbana que envolve a execução de
operações urbanísticas que visam a reconstrução de áreas urbanas
subocupadas ou com condições deficientes de habitabilidade, salubridade,
estética ou segurança, implicando, frequentemente, a substituição de edifícios
existentes.
25. Requalificação Urbana: Forma de intervenção urbana que consiste na
adaptação sem alterações significativas da estrutura física dos imóveis, e/ou de
um espaço urbano, a um uso diferente daquele para que foram concebidos
tendo em contas as necessidades do momento.
26. Segregação funcional: Diferenciação do espaço urbano ao nível das suas
funções, em que as funções de nível superior se localizam nas ruas mais
atrativas e de maior acessibilidade, enquanto as de menor importância são
relegadas para as ruas de menor circulação.
27. Segregação Social: Consiste em pôr à margem, em separar, em isolar do
conjunto da sociedade indivíduos ou determinadas categorias da população.
Pode ser realizada conscientemente ou produzir-se inconscientemente.
28. Solo expectante: Terrenos urbanizados ou por urbanizar que ficam sem
qualquer aproveitamento, pois os proprietários aguardam a sua valorização.
29. Suburbanização: Processo de crescimento do espaço urbano que consiste na
ocupação das áreas rurais envolventes por construções habitacionais,
atividades económicas e infraestruturas que lhe conferem um carácter de
grande urbanização.
30. Taxa de urbanização: Percentagem de população urbana em relação à
população total do território.
31. Terciarização: Processo pelo qual a atividade terciária (comércio e serviços) vai
assumindo maior importância na economia de um país e na atividade da sua
população.
32. Urbanização: Processo de desenvolvimento das cidades em número de
habitantes, em superfície construída e em modos de vida.
SUBTEMA C
1. Área de influência: Área servida por um lugar central, correspondendo à área
circundante sobre a qual esse lugar central exerce a sua força atrativa e
polarizadora. É tanto maior quanto mais importante for o lugar central, ou seja,
quanto maior for a quantidade de bens e serviços oferecidos por esse lugar
central.
2. Centralidade: Propriedade do que está no centro de um espaço ou de um
território e, sobretudo, do que é considerado centro. A análise da localização
de pequenos centros urbanos mostra normalmente uma disposição segundo
certas regularidades. Estas regularidades no espaçamento das cidades de
tamanhos semelhantes podem explicar-se pelo facto de os seus comércios e
equipamentos atraírem uma clientela dentro de um certo raio. Fora deste raio,
o tempo de transporte torna-se demasiado longo e é preferível ir a uma cidade
mais próxima. Uma cidade situa-se, pois, no centro de círculos de tamanho
idêntico. Uma cidade maior tem mais equipamentos e a sua influência exerce-
se num círculo mais largo do que o de uma cidade mais pequena.
3. Cluster de cidades: Concentração de cidades relacionadas entre si numa dada
região, que se apresenta como um polo de produção especializado com
vantagens competitivas.
4. Coesão Territorial: Ao nível da EU, a coesão territorial passou a figurar no
designado Tratado de Lisboa (2007), constituindo a terceira dimensão da
coesão, a par da coesão económica e da coesão social. Enquanto objetivo a
atingir, a coesão territorial está intimamente ligada a temáticas como a
coordenação politica de grandes áreas, a melhoria de condições na fronteira
exterior a leste, a promoção de cidades sustentáveis e globalmente
competitivas, a resolução dos problemas de exclusão social existentes em
algumas regiões e em bairros urbanos desfavorecidos, a melhoria do acesso,
entre outros problemas urbanos.
5. Complementaridade: Princípio que se baseia numa relação inicial de oferta e
procura entre dois lugares, em que o lugar A fornece um determinado bem ou
serviço de que o lugar B necessita e, por sua vez, o lugar B fornece outro bem
ou serviço do qual o lugar A carece.
6. Cooperação Interurbana: Medida prevista na Política de cidades de Polis XXI,
que procura ultrapassar a debilidade das cidades através do apoio a estratégias
de cooperação e de constituição de redes de cidades com massa critica
suficiente para atrair e desenvolver novas funções urbanas e atividades
inovadoras e, assim, ganhar projeção internacional. A cooperação em rede
entre cidades é condição de acesso a financiamentos específicos.
7. Deseconomia de aglomeração: Desvantagens que surgem em consequência da
sobrecarga em infraestruturas e equipamentos, nas grandes aglomerações
urbanas, o que tem reflexo na elevação dos custos das atividades económicas.
A isto se acrescenta a superlotação de habitação e equipamentos sociais, a
poluição e a má qualidade de vida, a qual passa por um aumento de problemas
sociais, pelo crescimento do número de casas degradadas e pelo aumento dos
engarrafamentos.
8. Deseconomia de escala: Desvantagens de produção que surgem numa empresa
e que se caracterizam pelo aumento do custo unitário, ou seja, por uma
rendibilidade decrescente. Isto acontece quando se pretende aumentar a
produção para a capacidade máxima da atividade económica, o que levará a
transformações mais ou menos profundas no sistema produtivo: novas
máquinas, novos edifícios, mais mão de obra, mais meios de transporte, etc.
9. Economia de aglomeração: Vantagens de custos de produção conseguidas por
uma empresa em consequência da sua localização numa aglomeração urbana,
como por exemplo: mão de obra abundante diversificada.
10. Economia de escala: Diminuição dos custos médios unitários de produção à
medida que esta aumenta, até um limite máximo determinado pela obtenção
do custo unitário médio mínimo, a partir do qual ocorre a deseconomia de
escala.
11. Globalização: Processo de integração mundial ao nível económico, social,
cultural e político. Tem sido facilitado pelo desenvolvimento dos meios de
transporte e de comunicação. Economicamente, surge pela necessidade de
criar novos mercados mundiais para compensar a saturação dos mercados
internos.
12. Interação Espacial: Interdependência de áreas, ou seja, movimento de
populações, capitais, bens, informações, etc., entre diferentes lugares. O grau
de interação espacial é condicionado por 3 fatores: complementaridade,
oportunidade de intervenção e transferibilidade.
13. Lugar Central: Concentração populacional, situada num determinado espaço
geográfico, que oferece bens e serviços com maior ou menor grau de
especialização à população que vive não só na área ocupada pelo núcleo
populacional como também na área envolvente.
14. Macrocefalia /bicefalia: Fenómeno urbano que se caracteriza pelo destaque de
uma cidade (ou de duas cidades- bicefalia) na rede urbana de um país. Na
maior parte dos casos, essa cidade distancia-se das restantes não só pelos
aspetos demográficos, mas também no que diz respeito ao aspeto urbanístico,
ao desenvolvimento económico e de acesso ao ensino, à cultura e à saúde.
15. Parceria urbano-rural: Parceria que se estabelece entre as áreas urbanas e as
áreas rurais visando obter complementaridades entre as mesmas.
16. Raio de eficiência de um bem: Distância para além da qual existem poucas
possibilidades de o consumidor se deslocar para obter esse bem.
17. Rede monocêntrica: Rede urbana em que uma cidade-metrópole,
normalmente a capital, domina económica e politicamente sobre as restantes
cidades do país.
18. Rede Policêntrica: Rede urbana em que o domínio económico e político é
repartido por um número variável de cidades do país.
19. Rede Urbana: Conjunto de centros urbanos que se situam numa determinada
área e se diferenciam pela sua dimensão e função, ligados entre si por eixos de
comunicação e fluxos.
20. Sistema Urbano: Conjunto de lugares e respetivos territórios adjacentes,
ligados por relações de ordem hierárquica a um centro urbano principal.
A cidade nem sempre corresponde aos objetivos de toda a população que para aí
migra de outras regiões do País ou de outros países, procurando um emprego e
melhores condições de vida. Muitos não se conseguem adaptar à vida na cidade, não
têm trabalho e acabam por viver à margem da sociedade.
-O desemprego
A perda de emprego industrial e o incremento das atividades terciárias levaram à
desqualificação da mão de obra e ao aumento do desemprego pela falta de adaptação.
-A expansão urbana
A expansão urbana trouxe pobreza, que está relacionada com o desemprego, o
emprego precário e mal remunerado e as baixas reformas e pensões de velhice.
-As pessoas sem-abrigo
Pessoas sem bens pessoais, alojamento ou emprego percorrem várias áreas da cidade
durante o dia, recorrendo à caridade e a esmolas; à noite recolhem-se em locais
cobertos.
-As pessoas idosas
Sem capacidade de se deslocarem e de acederem a serviços básicos, muitos ficam
entregues a si próprios, o que tem conduzido ao aumento da mortalidade deste grupo
de pessoas.
As regiões autónomas
Nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, as cidades que polarizam os espaços
urbanos são de pequena dimensão, com a exceção do Funchal (112 mil habitantes) e
de Ponta Delgada (46 mil habitantes).
A sua localização no litoral deve-se:
-Ao turismo;
-À atividade piscatória;
-Ao transporte marítimo;
-A razões físicas — relevo mais acidentado no interior;
-A razões históricas — povoamento começou no litoral.
Portugal deve apostar no desenvolvimento urbano mais policêntrico, com mais cidades
de média dimensão e repensar as estratégias de ordenamento do território com vista a
um desenvolvimento mais equilibrado.
Vantagens das cidades médias
Melhor qualidade de vida
Maior segurança
Maior mobilidade
Melhor qualidade do ambiente
Menor preço das habitações e da vida cultural e social
Ordenamento do território
Os desequilíbrios do sistema urbano levaram à necessidade de reorganização da rede
urbana, através de uma política de ordenamento do território que inclui as medidas:
-Estruturação de redes de cidades a partir da existência de clusters de cidades médias.
-Fixação em centros urbanos mais pequenos e com potencial de crescimento.
-Desconcentração das áreas urbanas do litoral.
-Acessibilidades entre as várias cidades da rede urbana portuguesa e os grandes eixos
de circulação que ligam às principais cidades europeias.