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Sebenta Áreas Urbanas

A. SUBTEMA B
1. Acessibilidade: Possibilidade de chegar mais ou menos fácil ou rapidamente a
um lugar, devido à existência de vias de acesso e meios de transporte cómodos.
Nas regiões dotadas de boas infraestruturas de comunicação, a acessibilidade
mede-se relativamente ao tempo e ao custo do percurso.
2. Aglomeração urbana: Unidade urbana fundamental é definida pelos seus
limites morfológicos, determinados pela contiguidade do edificado e pela
distância máxima que separa as construções.
3. Área Funcional: Área urbana onde se localiza de uma forma dominante
determinada função urbana. Por exemplo, a área universitária de uma cidade.
4. Área metropolitana: Unidade espacial oficialmente delimitada que define um
aglomerado constituído por uma cidade principal e pelos seus subúrbios.
5. Área Periurbana: Área exterior à cintura suburbana, onde os usos e as
estruturas urbanas se misturam com as rurais, não se distinguindo, por vezes,
campo de cidade.
6. Área Suburbana: Também denominado subúrbio, trata-se da área urbana fora
dos limites da cidade que se expandiu em resultado do processo de
suburbanização.
7. Área Urbana: Conjunto de unidades formando uma superfície urbanizada com
a dimensão superior a um determinado valor (3 a 4 mil km2, mas variável entre
os países). No recenseamento de 1981, foi considerada área urbana a que
reunia pelo menos 10 mil habitantes num espaço de 5km de raio (freguesia
urbana).
8. Baixa/CBD: Área localizada no centro da cidade, por vezes coincidente com o
núcleo histórico, de grande acessibilidade e onde se assiste a uma grande
concentração de edifícios ocupados por funções do setor terciário: função
comercial, função financeira e função administrativa. É uma área caracterizada
pela grande concentração de população flutuante, o que determina um trânsito
intenso e engarrafamentos frequentes durante o dia. Nela o solo atinge os
preços mais altos, como reflexo de grande concorrência para a obtenção dos
melhores lugares.
9. Centro Urbana: Expressão mais neutra que “cidade”, atendendo a que as
povoações urbanas podem apresentar várias dimensões, desde as grandes
cidades a pequenos centros a que dificilmente se chamaria cidade.
10. Cidade: é um aglomerado populacional que pode ter menos de 10 000 hab e a
categoria de cidade por ter sido atribuída por critério político administrativo ou
por forma honorifica.
11. Descentralização: Processo de diminuição da importância económica e política
da capital em proveito de outros territórios de um país. Ao nível de uma cidade,
corresponde à sua perda de importância económica e funcional em detrimento
das áreas vizinhas ou subúrbios.
12. Diferenciação Funcional: Distribuição das funções urbanas no tecido de uma
cidade em resultado do desigual valor do solo,
13. Espaço Urbano: Espaço de grande concentração populacional e de construções,
que funciona como polo de atração e onde a terciarização é uma caracterização
fundamental.
14. Especulação Fundiária: Subida desenfreada do preço do solo em consequência
de uma grande procura e de reduzida oferta.
15. Função Urbana: Atividade económica, político-administrativa ou social que se
desenvolve num centro urbano.
16. Metrópole: Cidade que se destaca pela sua dimensão ou importância num país
ou numa região (neste caso, fala-se em metrópole regional), dominando uma
vasta área de influência.
17. Migração pendular: Deslocação quotidiana entre o local de residência e o local
de trabalho e vice-versa.
18. Ordenamento do território: Ação voluntária e refletida de uma coletividade, e
sobretudo dos seus dirigentes, com vista ao desenvolvimento equilibrado das
regiões, respondendo, assim, às necessidades da população. O ordenamento
do território envolve aspetos que têm em conta uma melhor distribuição no
seu território de novas atividades económicas e culturais, a utilização racional
dos recursos naturais e a proteção do ambiente.
19. Periurbanização: Processo de amplo crescimento do espaço urbano que inclui
as periferias da cidade-centro e os espaços mais afastados, com menor
densidade.
20. Planeamento urbano: Processo desencadeado por uma entidade publica para
atingir determinados objetivos num dado período de tempo, visando gerir
mudanças que permitam a melhoria das condições existentes nas vilas e nas
cidades. Pode também orientar-se para o futuro no sentido de projetar
tendências correntes, perspetivar problemas e delinear estratégias de
planeamento apropriadas, que podem minimizar os problemas e maximizar os
lucros.
21. População Urbana: População residente nas áreas predominantes urbanas.
Integram estas áreas as seguintes situações: freguesias urbanas, freguesias
semiurbanas contiguas às freguesias urbanas e freguesias sedes de concelho
com população residente superior a 5000 habitantes.
22. Reabilitação Urbana: Forma de intervenção urbana que envolve a execução de
obras de conservação, recuperação e readaptação de edifícios e de espaços
urbanos com o objetivo de melhorar as suas condições de habitabilidade e de
uso, conservando o seu carácter fundamental.
23. Renda locativa: Corresponde ao preço do solo, o qual diminui à medida que
aumenta a distância a um centro. O preço dos terrenos é mais caro no centro
da cidade, porque deverá corresponder à área de maior centralidade e de
maior acessibilidade.
24. Renovação Urbana: Forma de intervenção urbana que envolve a execução de
operações urbanísticas que visam a reconstrução de áreas urbanas
subocupadas ou com condições deficientes de habitabilidade, salubridade,
estética ou segurança, implicando, frequentemente, a substituição de edifícios
existentes.
25. Requalificação Urbana: Forma de intervenção urbana que consiste na
adaptação sem alterações significativas da estrutura física dos imóveis, e/ou de
um espaço urbano, a um uso diferente daquele para que foram concebidos
tendo em contas as necessidades do momento.
26. Segregação funcional: Diferenciação do espaço urbano ao nível das suas
funções, em que as funções de nível superior se localizam nas ruas mais
atrativas e de maior acessibilidade, enquanto as de menor importância são
relegadas para as ruas de menor circulação.
27. Segregação Social: Consiste em pôr à margem, em separar, em isolar do
conjunto da sociedade indivíduos ou determinadas categorias da população.
Pode ser realizada conscientemente ou produzir-se inconscientemente.
28. Solo expectante: Terrenos urbanizados ou por urbanizar que ficam sem
qualquer aproveitamento, pois os proprietários aguardam a sua valorização.
29. Suburbanização: Processo de crescimento do espaço urbano que consiste na
ocupação das áreas rurais envolventes por construções habitacionais,
atividades económicas e infraestruturas que lhe conferem um carácter de
grande urbanização.
30. Taxa de urbanização: Percentagem de população urbana em relação à
população total do território.
31. Terciarização: Processo pelo qual a atividade terciária (comércio e serviços) vai
assumindo maior importância na economia de um país e na atividade da sua
população.
32. Urbanização: Processo de desenvolvimento das cidades em número de
habitantes, em superfície construída e em modos de vida.

SUBTEMA C
1. Área de influência: Área servida por um lugar central, correspondendo à área
circundante sobre a qual esse lugar central exerce a sua força atrativa e
polarizadora. É tanto maior quanto mais importante for o lugar central, ou seja,
quanto maior for a quantidade de bens e serviços oferecidos por esse lugar
central.
2. Centralidade: Propriedade do que está no centro de um espaço ou de um
território e, sobretudo, do que é considerado centro. A análise da localização
de pequenos centros urbanos mostra normalmente uma disposição segundo
certas regularidades. Estas regularidades no espaçamento das cidades de
tamanhos semelhantes podem explicar-se pelo facto de os seus comércios e
equipamentos atraírem uma clientela dentro de um certo raio. Fora deste raio,
o tempo de transporte torna-se demasiado longo e é preferível ir a uma cidade
mais próxima. Uma cidade situa-se, pois, no centro de círculos de tamanho
idêntico. Uma cidade maior tem mais equipamentos e a sua influência exerce-
se num círculo mais largo do que o de uma cidade mais pequena.
3. Cluster de cidades: Concentração de cidades relacionadas entre si numa dada
região, que se apresenta como um polo de produção especializado com
vantagens competitivas.
4. Coesão Territorial: Ao nível da EU, a coesão territorial passou a figurar no
designado Tratado de Lisboa (2007), constituindo a terceira dimensão da
coesão, a par da coesão económica e da coesão social. Enquanto objetivo a
atingir, a coesão territorial está intimamente ligada a temáticas como a
coordenação politica de grandes áreas, a melhoria de condições na fronteira
exterior a leste, a promoção de cidades sustentáveis e globalmente
competitivas, a resolução dos problemas de exclusão social existentes em
algumas regiões e em bairros urbanos desfavorecidos, a melhoria do acesso,
entre outros problemas urbanos.
5. Complementaridade: Princípio que se baseia numa relação inicial de oferta e
procura entre dois lugares, em que o lugar A fornece um determinado bem ou
serviço de que o lugar B necessita e, por sua vez, o lugar B fornece outro bem
ou serviço do qual o lugar A carece.
6. Cooperação Interurbana: Medida prevista na Política de cidades de Polis XXI,
que procura ultrapassar a debilidade das cidades através do apoio a estratégias
de cooperação e de constituição de redes de cidades com massa critica
suficiente para atrair e desenvolver novas funções urbanas e atividades
inovadoras e, assim, ganhar projeção internacional. A cooperação em rede
entre cidades é condição de acesso a financiamentos específicos.
7. Deseconomia de aglomeração: Desvantagens que surgem em consequência da
sobrecarga em infraestruturas e equipamentos, nas grandes aglomerações
urbanas, o que tem reflexo na elevação dos custos das atividades económicas.
A isto se acrescenta a superlotação de habitação e equipamentos sociais, a
poluição e a má qualidade de vida, a qual passa por um aumento de problemas
sociais, pelo crescimento do número de casas degradadas e pelo aumento dos
engarrafamentos.
8. Deseconomia de escala: Desvantagens de produção que surgem numa empresa
e que se caracterizam pelo aumento do custo unitário, ou seja, por uma
rendibilidade decrescente. Isto acontece quando se pretende aumentar a
produção para a capacidade máxima da atividade económica, o que levará a
transformações mais ou menos profundas no sistema produtivo: novas
máquinas, novos edifícios, mais mão de obra, mais meios de transporte, etc.
9. Economia de aglomeração: Vantagens de custos de produção conseguidas por
uma empresa em consequência da sua localização numa aglomeração urbana,
como por exemplo: mão de obra abundante diversificada.
10. Economia de escala: Diminuição dos custos médios unitários de produção à
medida que esta aumenta, até um limite máximo determinado pela obtenção
do custo unitário médio mínimo, a partir do qual ocorre a deseconomia de
escala.
11. Globalização: Processo de integração mundial ao nível económico, social,
cultural e político. Tem sido facilitado pelo desenvolvimento dos meios de
transporte e de comunicação. Economicamente, surge pela necessidade de
criar novos mercados mundiais para compensar a saturação dos mercados
internos.
12. Interação Espacial: Interdependência de áreas, ou seja, movimento de
populações, capitais, bens, informações, etc., entre diferentes lugares. O grau
de interação espacial é condicionado por 3 fatores: complementaridade,
oportunidade de intervenção e transferibilidade.
13. Lugar Central: Concentração populacional, situada num determinado espaço
geográfico, que oferece bens e serviços com maior ou menor grau de
especialização à população que vive não só na área ocupada pelo núcleo
populacional como também na área envolvente.
14. Macrocefalia /bicefalia: Fenómeno urbano que se caracteriza pelo destaque de
uma cidade (ou de duas cidades- bicefalia) na rede urbana de um país. Na
maior parte dos casos, essa cidade distancia-se das restantes não só pelos
aspetos demográficos, mas também no que diz respeito ao aspeto urbanístico,
ao desenvolvimento económico e de acesso ao ensino, à cultura e à saúde.
15. Parceria urbano-rural: Parceria que se estabelece entre as áreas urbanas e as
áreas rurais visando obter complementaridades entre as mesmas.
16. Raio de eficiência de um bem: Distância para além da qual existem poucas
possibilidades de o consumidor se deslocar para obter esse bem.
17. Rede monocêntrica: Rede urbana em que uma cidade-metrópole,
normalmente a capital, domina económica e politicamente sobre as restantes
cidades do país.
18. Rede Policêntrica: Rede urbana em que o domínio económico e político é
repartido por um número variável de cidades do país.
19. Rede Urbana: Conjunto de centros urbanos que se situam numa determinada
área e se diferenciam pela sua dimensão e função, ligados entre si por eixos de
comunicação e fluxos.
20. Sistema Urbano: Conjunto de lugares e respetivos territórios adjacentes,
ligados por relações de ordem hierárquica a um centro urbano principal.

B. As áreas urbanas: dinâmicas internas


1. A organização das áreas urbanas
As áreas urbanas resultam da reunião de pessoas, bens, empresas, atividades,
profissões, edifícios e capitais num espaço relativamente reduzido. As cidades
desempenham um conjunto de funções com a população (Funções urbanas). As
funções urbanas dividem-se por:
- Função residencial (Uma das mais importantes da cidade, dada a grande
quantidade de população que nela vive, localiza-se um pouco por toda a cidade,
embora se situe cada vez mais nos seus subúrbios)
-Função industrial (Algumas indústrias ligeiras, que não necessitam de muito
espaço e dependem fortemente da proximidade do mercado local, continuam a
manter-se no interior da cidade).
-Função terciária (Subdivide-se em: comercial (do comércio tradicional ou banal ao
comércio raro ou de luxo), político-administrativa (que compreende as funções
política, administrativa, militar e de segurança), de serviços económicos (de apoio
às empresas), de serviços sociais (saúde, educação e apoio à população), turística e
de transportes e comunicações).
Em resultado da variedade de funções, o espaço intraurbano encerra em si uma
diferenciação funcional, visível na delimitação de diferentes áreas funcionais.
Diferenciação funcional: Distribuição das funções urbanas no tecido de uma cidade
em resultado do desigual valor do solo.
Área funcional: Área urbana onde se localiza de uma forma dominante
determinada função urbana. Exemplos: a área universitária de uma cidade, o CBD,
etc.
No espaço intraurbano podem ser identificados três tipos de áreas funcionais:
Áreas residenciais, destinadas principalmente à habitação.
Áreas industriais, ocupadas sobretudo por estabelecimentos industriais.
Áreas terciárias, em que predominam os estabelecimentos comerciais e as
empresas de serviços.
A diferenciação funcional:
O preço do solo urbano é o fator que mais influencia a localização de uma função
num lugar da cidade é o preço do solo urbano ou renda locativa, que não é igual em
todo o espaço intraurbano. Renda locativa corresponde ao preço do solo, o qual
diminui à medida que aumenta a distância a um centro. O preço dos terrenos é mais
caro no centro da cidade, porque deverá corresponder à área de maior centralidade e
de maior acessibilidade.
O centro de uma cidade é um local privilegiado com atividades terciárias que procuram
os lugares de maior circulação de pessoas e de maior acessibilidade. O centro (baixa,
ou CBD, do inglês Central Business District) é a área de maior acessibilidade, centro de
negócios e de decisão. Aqui se localizam atividades económicas, bancos, seguradoras e
finanças, além de serviços que não se encontram em cidades mais pequenas (serviços
raros).

2. A expansão urbana e das áreas urbanas


O crescimento da população urbana ficou a dever-se sobretudo ao êxodo rural e à
imigração. Esta etapa no crescimento das áreas urbanas, que corresponde ao
movimento do exterior para o interior do espaço urbano, designa-se como fase
centrípeta. A procura de trabalho e melhores condições de vida foram os principais
impulsionadores do aumento da população a viver nas cidades em Portugal, que
encontravam trabalho principalmente no setor terciário.
A expansão urbana é influenciada por fatores de ordem demográfica, económica e
social. À volta das cidades, surgem áreas com características urbanas, não só na
morfologia, mas também no modo de vida dos habitantes. São áreas tipicamente
residenciais onde a população realiza migrações pendulares (casa-trabalho-casa), ou
seja, trabalha no centro das cidades e reside nos subúrbios. Trata-se da fase
centrífuga, em que ocorre a saída de população da metrópole segundo um padrão de
localização tentacular, relacionado com os eixos de circulação a partir da cidade.
Desenvolve-se a periurbanização.

3. Condições de vida urbana e problemas urbanos


Existem nas cidades vários problemas de ordem social e ambiental, que tendem a
afastar as populações das cidades, levando ao esvaziamento progressivo dos seus
centros e ao envelhecimento da população residente.
Problemas Sociais:
• saturação das infraestruturas
• áreas de urbanização ilegal com falta de passeios e ruas asfaltadas
• carências nos equipamentos sociais de educação e saúde
• insuficiência dos sistemas de transportes públicos
• intenso tráfego automóvel desencadeia frequentes congestionamentos
• estacionamento caótico
Problemas Ambientais:
• elevada produção de lixos domésticos
• formas de recolha, tratamento e eliminação de resíduos insuficiente
• deficiente limpeza das ruas
• grande emissão de efluentes domésticos ou gerados pelas atividades económicas
• contaminação de aquíferos e cursos de água
• poluição atmosférica e sonora provocados pela intensa circulação automóvel
• aumento da fadiga, stress e das doenças do sistema nervoso e do foro psicológico

A cidade nem sempre corresponde aos objetivos de toda a população que para aí
migra de outras regiões do País ou de outros países, procurando um emprego e
melhores condições de vida. Muitos não se conseguem adaptar à vida na cidade, não
têm trabalho e acabam por viver à margem da sociedade.
-O desemprego
A perda de emprego industrial e o incremento das atividades terciárias levaram à
desqualificação da mão de obra e ao aumento do desemprego pela falta de adaptação.

-A expansão urbana
A expansão urbana trouxe pobreza, que está relacionada com o desemprego, o
emprego precário e mal remunerado e as baixas reformas e pensões de velhice.
-As pessoas sem-abrigo
Pessoas sem bens pessoais, alojamento ou emprego percorrem várias áreas da cidade
durante o dia, recorrendo à caridade e a esmolas; à noite recolhem-se em locais
cobertos.
-As pessoas idosas
Sem capacidade de se deslocarem e de acederem a serviços básicos, muitos ficam
entregues a si próprios, o que tem conduzido ao aumento da mortalidade deste grupo
de pessoas.

B. A rede urbana e as novas relações cidade-campo


1. As características da rede urbana
A rede urbana portuguesa resulta dos seguintes fatores:
-Um modelo de desenvolvimento económico baseado na industrialização e na
terciarização, com especial incidência no litoral;
-Movimentos internos e externos da população;
-Condições naturais;
-Condições históricas.
O território continental
O maior número de cidades e as cidades de maior dimensão encontram-se no litoral
do território continental. A população urbana concentra-se nas áreas metropolitanas
de Lisboa e do Porto.
As regiões do interior do território continental, além do reduzido número de cidades,
apresentam valores de população reduzidos.
Áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto
Nestes territórios, encontram-se algumas das maiores cidades do País, que, embora
apresentem um forte dinamismo demográfico, estão dependentes das duas
metrópoles em termos funcionais.

As regiões autónomas
Nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, as cidades que polarizam os espaços
urbanos são de pequena dimensão, com a exceção do Funchal (112 mil habitantes) e
de Ponta Delgada (46 mil habitantes).
A sua localização no litoral deve-se:
-Ao turismo;
-À atividade piscatória;
-Ao transporte marítimo;
-A razões físicas — relevo mais acidentado no interior;
-A razões históricas — povoamento começou no litoral.

A rede urbana portuguesa


O espaço urbano português é desequilibrado devido a aspetos sociais, demográficos,
económicos e a razões relativas a infraestruturas de transportes.
Espaço urbano em Portugal
 Lisboa e Porto no topo da hierarquia urbana
-Grande concentração de população em Lisboa — macrocefalia
-Domínio das duas maiores cidades (Lisboa e Porto) — bicefalia
 Grande número de pequenas cidades
-Área de influência confina-se aos limites do concelho, uma vez que o nível de
funções é baixo
-78 % das cidades portuguesas têm menos de 30 mil habitantes
 Falta de cidades de média dimensão
-Desempenham funções de nível intermédio
-Grande parte destas cidades está integrada nas duas áreas metropolitanas

A rede urbana portuguesa no contexto europeu

Nos últimos trinta anos, verificou-se uma crescente internacionalização da sociedade


portuguesa. A atuação da classe política e dos agentes económicos é feita, atualmente,
à escala da União Europeia ou mesmo à escala global.
A globalização da sociedade tem contribuído para que as cidades tentem afirmar-se
cada vez mais na cena internacional. Procuram, pois, modernizar-se e promover-se
com vista à captação de investimentos, nomeadamente por meio da instalação de
multinacionais.
Constituem exemplos da modernização referida e de promoção à reconversão e
reestruturação urbanística que é feita em determinadas áreas problemáticas a
realização de exposições mundiais, feiras e congressos, bem como a candidatura à
organização de eventos como os Jogos Olímpicos e outros acontecimentos
desportivos.
As cidades portuguesas não têm um papel relevante na rede urbana europeia e
ibérica. Na Península Ibérica, existe o domínio de Madrid e de outras cidades
espanholas como Barcelona, Sevilha, Valência ou Bilbau. Lisboa apresenta uma
localização marginal.
Espanha tem uma rede urbana mais equilibrada do que Portugal, posicionando-se
várias cidades a níveis próximos do da capital. Há também muitas cidades médias, com
as quais estabelecem intensas relações de interdependência.
A paisagem urbana da União Europeia apresenta desequilíbrios internos,
caracterizando-se pela:
 concentração de centros dinâmicos muito próximos e bem conectados entre si
no centro da Europa;
 rarefação em regiões geograficamente periféricas como a do Sudoeste, em que
a densidade de centros importantes e a sua proximidade são muito menores.

2. A reorganização da rede urbana


A concentração urbana e as economias de escala
A litoralização do povoamento traduziu-se no crescimento das grandes cidades no
litoral em detrimento das áreas do interior. Verifica-se uma grande concentração
das atividades económicas no litoral, nas cidades de Lisboa e do Porto.
A concentração de atividades económicas nas maiores aglomerações urbanas
provoca:
-Crescimento demográfico

-Atração de investimento em novas atividades económicas


-Economias de aglomeração e de escala (A mão de obra, as instituições de
investigação e desenvolvimento, as infraestruturas e os equipamentos
disponibilizados nas áreas urbanas são rendibilizados ao máximo, os custos são
reduzidos e os lucros aumentam).
O crescimento demográfico associado à falta de planeamento urbano pode
provocar:
 um crescimento acelerado das cidades, não controlado pelas autoridades
locais;
 um desenvolvimento insuficiente de infraestruturas e equipamentos.
Tal pode originar problemas como:
 o aumento do preço do solo urbano;
 o acréscimo de tráfego automóvel, que reduz a mobilidade e aumenta a
poluição, reduzindo a qualidade de vida nas cidades de maior dimensão;
 aumento do desemprego e do emprego precário;
 problemas de cariz social e relacionados com a segurança dos cidadãos.

Consequências da concentração urbana


O processo de urbanização em Portugal traduziu-se num padrão difuso, com fracas
acessibilidades locais e regionais. As cidades concorrem entre si, em vez de se
complementarem. Portugal desenvolveu uma rede urbana monocêntrica.
Este padrão tem, na atualidade, um conjunto de consequências, que se traduzem em
deseconomias de aglomeração.
 A inexistência de alternativas de localização relativamente às áreas de maior
concentração demográfica e populacional.
 A difícil integração das cidades portuguesas na rede urbana europeia.
 A perda de competitividade económica no quadro internacional.
 O agravamento do congestionamento das áreas metropolitanas.

Portugal deve apostar no desenvolvimento urbano mais policêntrico, com mais cidades
de média dimensão e repensar as estratégias de ordenamento do território com vista a
um desenvolvimento mais equilibrado.
Vantagens das cidades médias
 Melhor qualidade de vida
 Maior segurança
 Maior mobilidade
 Melhor qualidade do ambiente
 Menor preço das habitações e da vida cultural e social

Ordenamento do território
Os desequilíbrios do sistema urbano levaram à necessidade de reorganização da rede
urbana, através de uma política de ordenamento do território que inclui as medidas:
-Estruturação de redes de cidades a partir da existência de clusters de cidades médias.
-Fixação em centros urbanos mais pequenos e com potencial de crescimento.
-Desconcentração das áreas urbanas do litoral.
-Acessibilidades entre as várias cidades da rede urbana portuguesa e os grandes eixos
de circulação que ligam às principais cidades europeias.

3. As parcerias entre cidades e o mundo rural


A complementaridade cidade-campo
O desenvolvimento equilibrado do território nacional supõe a existência de
relações de complementaridade entre as áreas urbanas e as rurais. As áreas rurais
encontram-se em declínio há décadas, devido ao despovoamento que leva à
desertificação. Porém, o desenvolvimento das áreas rurais é muito importante na
organização territorial do espaço da UE.
O desenvolvimento rural foi condicionado pelas políticas e estratégias para o setor
agrícola.
Para reforçar as relações e criar proximidade entre o campo e a cidade, é
necessário apostar nas cidades de média dimensão, que reúnem um conjunto de
fatores que podem fixar a população e dinamizar as regiões. A aposta no
património natural e cultural e em funções diferenciadas nas áreas rurais além da
agricultura é fundamental.
A valorização das áreas rurais
Nas áreas rurais com menor densidade populacional localizadas no interior do País,
o abandono por parte da população conduziu à degradação da paisagem agrária e
à diminuição dos serviços oferecidos às populações.
As parcerias entre as cidades e o mundo rural têm apostado na valorização do
respetivo património natural e cultural, por meio do fomento do turismo e do
lazer, sendo a cidade o centro polarizador desta dinâmica.
O objetivo é permitir aos habitantes das áreas rurais beneficiar da oferta de
serviços da cidade, enquanto os habitantes da cidade desfrutam do património
paisagístico e natural, bem como de atividades de lazer e de repouso.

Os benefícios do aumento da mobilidade


No sentido de um maior aprofundamento das relações entre as áreas urbanas e as
rurais, tem sido dado um papel importante ao investimento em equipamentos e
infraestruturação básica do território:
 rede telefónica;
 serviços de correio;
 ligação à sede de concelho por transporte público;
 serviços bancários e de seguros;
 serviços de apoio sociocultural.

O papel das redes de transportes


O desenvolvimento das redes de transportes tem contribuído para reduzir os tempos
de deslocação, aumentando o conforto e permitindo uma organização do território
mais equilibrada, que promove a desconcentração e o descongestionamento urbano
do litoral do País e dá maior importância às cidades de pequena e média dimensão.

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