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Resumo do plano 1: Aula de Introdução ao 1.

Objeto: constitui o problema


Estudo do Direito central da especulação
jurídico- cientifica.
MÓDULO 1 : Reconhecer o Direito como
No que tange aos métodos,
ciência social
o estudo do Direito se
 Reconhecimento do Direito como utiliza de vários
ciência social expedientes de investigação
1. Ciências Empíricas: faz referência aos científica.
campos de estudo, partindo da o Direito faz uso de três
observação (análise) e da métodos científicos
experimentação de fenômenos e principais:
objetos naturais, origem na experiencia O método indutivo é o
sensorial. Representantes: Thomas raciocínio segundo o qual,
Hobbes e Francis Bacon. Observação, após a análise
questionamento, hipóteses, individualizada de casos,
experimentação, conclusão e chega-se a um resultado
resultados. extraível do conjunto.
Parte-se do caso particular
2. Ciências sociais (conceito onde o para o geral.
Direito se enquadra): campo de estudo
bem vasto que ganha cada vez mais O método dedutivo é
complexidade em sua observação,
aquele em que, partindo-se
através do pluralismo e do
de uma premissa geral,
reconhecimento do grau intenso da
chega-se à solução do caso
complexidade do mundo
concreto.
contemporâneo. estudo do
O método analógico é
comportamento humano e das
utilizado quando, na
relações sociais, ex: das sociedades.
ausência de norma para
Karl Marx, Max Weber (1864-1920)
e Emile Durkheim (século 19 XIX)
solução de determinado
concreto, utiliza-se norma
 Direito como ciência: Objeto e semelhante, originalmente
método não prevista para aquele
ciência social por ser destinada ao caso.
estudo da sociedade, dos O método analógico é
indivíduos e de suas relações previsto no art. 4º da Lei
O Direito, pois, ocupa-se das de Introdução às Normas
normas destinadas a regular a do Direito Brasileiro
forma e a maneira como a vida (LINDB, Decreto-Lei nº
naquela determinada sociedade 4.657 de 1942) como
ocorrerá, busca o aprimoramento método supletivo e
das relações humanas a partir de subsidiário de
sua própria utilização como
interpretação, destinado
instrumento para o progresso
a suprir lacunas jurídicas.
social e humano.
HANS KELSEN ao caso concreto, seu aplicação se
Exercicio: revela injusta ou descolada dos
1- b valores subjacentes naquela
2- c sociedade naquele dado momento.

A doutrina costuma classificar o costume


jurídico em três espécies, a saber:
Módulo 2: identificar domínios
normativos do Direito Costume secundum legem : É o costume
que fora transformado em lei formal ou
cuja lei autorizada sua utilização em
 DIREITO E COSTUMES determinadas circunstâncias.
Costume: prática reiterada em Costume praeter legem: É o costume
determinada sociedade e nela aceita previsto no art. 4° da LINDB - Decreto- Lei
como pratica jurídica, constituindo n°4657 de 1942 (Lei de Introdução às
fonte do direito e regra de Normas do Direito Brasileiro), destinado a
comportamento. Constitui a fonte suprir lacunas de índole normativa.
primaria do direito. costume é uma
fonte não formal e não escrita do Costume contra legem: É o costume
Direito. Diz-se não formal por não ser contrário à ordem jurídica, que se choca
emanada de órgão estatal com com disposição expressa do ornamento
atribuição para elaborar normas jurídico. Por se tratar de fonte não formal
jurídicas abstratas ou concretas, que são do Direito, o costume deve obediência à
fontes formais do Direito naquela ordem jurídica, sendo certo que a
sociedade. retirada da vigência e/ou da eficácia das
normas jurídicas formais somente se
 Em alguns ramos do Direito o admite pelos mecanismos previstos no
costume tem significativa ordenamento jurídico para tanto. Ex:
importância , como é o caso do art. 2° da LINBD.
direito internacional público.
DIREITO E RELIGIAO
 Quando a lei for omissa: A relação entre Direito e religião,
que permite a aplicação do costume como embora mais distante em comparação
fonte subsidiaria do Direito, 3 espécies: com outros momentos históricos, ainda
é bastante intensa, até mesmo porque
1. Lacuna normativa: Diz respeito à
grande parte do direito ocidental
hipótese de que inexiste norma
encontra referências nas religiões de
jurídica destinada a disciplinar o
caso concreto.
origem judaico-cristã.
2. Lacuna ontológica: Hipotese em Durante longo período da história, a
que, existente norma jurídica para diferenciação entre e religião não se
disciplinar o caso concreto, sua
apresentou de modo claro ou, ao
aplicação se apresenta como
menos, com a nitidez adequada.
inadequada para solução do caso
concreto, eis que descolada da  Com a fragmentação dos
realidade dos fatos. Estados e a ausência de poderes
3. Lacuna axiológica: Embora estatais para a imposição de
existente norma jurídica destinada
normas jurídicas, a religião
daquelas sociedades assumia, Moral:  um conjunto de valores
nos mais das vezes, o papel de e normas ligados à noção de
instrumento disciplinador das certo e errado. Possui
relações sociais, papel idêntico importante papel de norma de
àquele que o Direito exerce. Ex: conduta, influenciando
Idade Média. escolhas.
 A Igreja católica criou e
institucionalizou seu próprio Percebe-se a nítida distinção
Direito, o direito canônico. entre Direito e moral: a
Trata-se de ramo do Direito ausência de coercibilidade das
destinado a disciplinar normas morais.
organicamente o
funcionamento da Igreja e de A relação do Direito com a
seus institutos jurídicos. política também é bastante
  Em 1917, foi editado o primeiro intensa.  
Código de Direito Canônico, sob
o papado de Bento XV, que
 A formação do Direito, em sua
condensou as principais
essência, depende da política,
disposições a respeito do direito
considerando que parcela
canônico. O Código de 1917 foi
significativa das fontes formais
substituído pelo Código de
do Direito, como é o caso da
Direito Canônico de 1983,
Constituição e das leis, é criada
editado já sob o papado de João
pelo Poder Legislativo, órgão de
Paulo II.
deliberação política, ou pelo
  A separação entre monarca e
Poder Executivo.
Estado e a adoção da laicidade
fizeram com que essa relação se
 Tornou-se lugar-comum a
enfraquecesse. Surgiram as
propositura de mandados de
ordens jurídicas
segurança junto ao STF, visando
institucionalizadas, com poderes
obstar determinadas
de editar normas jurídicas e
deliberações
prever mecanismos para sua
parlamentares, bem como o
exigibilidade. Contudo, a
ajuizamento de ações de
influência cultural da religião
controle concentrado de
ainda é bastante sentida na
constitucionalidade com o
formação e interpretação do
objetivo de retirar do mundo
Direito atualmente.
jurídico determinadas leis e/ou
atos normativos contrários aos
DIREITO, MORAL E POLITICA
interesses e anseios do
A relação do Direito com a
impetrante/autor.
moral e a política é bastante
próxima.
Exercício:
1. B
2. A comportamento de outrem,
sendo que tal poder é conferido
Anotações da aula pela norma jurídica.
Juridico : o direito
vinculado às pessoas.  Há algumas classificações
que costumam ser adotadas
Direito: ideia do que é pela doutrina.
correto.
DIREITO ABSOLUTO E
Ciência jurídica: RELATIVO: é o direito
subjetivo oponível erga
Direito dividido em omnes, ou seja, a todos. Os
disciplinas: penal, civil, direitos reais, elencados no
administrativo,.. e em
art. 1.225 do Código Civil,
ramos: publico e privado
são direitos subjetivos
oponíveis a todos. O direito
MORAL:
Moral em Kant: relativo, por sua vez, é o
Imperativo categórico: sua direito subjetivo oponível à
ação e uma lei interativa outra parte da relação
jurídica, como é o caso dos
direitos de crédito.
Módulo 3: Descrever as
definições básicas da DIREITO TRANSMISSIVEL E
dogmática jurídica INTRANSMISSIVEL: é o
direito passível de alienação
Direito objetivo e subjetivo por seu titular. É o caso, por
 Direito objetivo: diz respeito às exemplo, do direito de
normas de conduta social propriedade, que, como
criadas pelo Estado, exemplo: regra, pode ser alienado de
constituição, Leis ordinárias, um proprietário para outra
Leis delegadas, Medidas pessoa natural ou jurídica. O
provisórias, Decretos e direito intransmissível é o
instruções normativas. direito subjetivo não
 Não se confunde com a lei. passível de alienação por
 Menciona-se o direito revisto no seu titular, quer por
ordenamento jurídico em favor disposição legal (por
de alguém, consistente na exemplo, os direitos da
faculdade de exigir de outrem personalidade), quer por
determinada prestação. disposição negocial (por
exemplo, cláusula de
 Direito subjetivo: costuma ser inalienabilidade oposta em
definido como facultas agendi. contrato de doação).
Ele representaria um poder de
exigir determinado
DIREITO PATRIMONIAL E Por se tratar de uma
NÃO PATRIMONIAL: relação entre uma pessoa
e um bem, o direito, por
exemplo, é dotado
Direito patrimonial é o
de sequela. Sequela
direito passível de avaliação
econômica (a título de exemplo, O titular de um direito real
um direito de crédito), ao passo sobre um bem pode reavê-
que o direito não patrimonial lo de quem quer que esteja
não possui valor pecuniário injustamente possuindo ou
aferível (por exemplo, os detendo esse bem, como
direitos da personalidade). deixa claro o art. 1.228 do
Como regra, direitos Código Civil, ao tratar da
patrimoniais são direitos propriedade.
alienáveis, ao passo que direitos
não patrimoniais não são  A violação ao direito
alienáveis por seu titular. objetivo pode ensejar
consequências de diversas
Há casos, contudo, direitos ordens, a depender da
patrimoniais que não são espécie de norma jurídica
passíveis de alienação, quer por infringida e do bem jurídico
disposição legal (por exemplo, tutelado por essa norma. A
direito à herança de pessoa viva, título de exemplo, a lesão à
como prevê o art. 426 do Código lei penal, no mais das vezes,
Civil), quer por disposição pode ocasionar a prisão do
contratual (por exemplo, infrator, para cumprimento
contrato de doação com de uma pena prevista
cláusula de inalienabilidade). abstratamente em lei.
 Outra distinção relevante
DIREITO REAL E DIREITO entre direitos reais e
OBRIGATORIO: O direito real diz obrigacionais diz respeito
respeito à relação jurídica entre à transmissibilidade.
uma pessoa e um bem (por Direitos reais sobre bens
exemplo, propriedade, usufruto imóveis somente se
e demais direitos elencados transferem mediante
exemplificativamente no rol do registro no cartório de
art. 1.225 do Código Civil). O registro de imóveis dos
direito obrigacional diz respeito respectivos títulos
às relações jurídicas entre aquisitivos, como exposto
pessoas. no art. 1.227 do Código Civil,
salvo as exceções legais. Por
 Tais espécies de Direito sua vez, os direitos
possuem diferenças obrigacionais, como regra,
significativas em razão da transmitem-se mediante
distinção entre as relações simples tradição (por
jurídicas existentes. exemplo, um direito de
crédito pode ser transferido,
como regra, pelo endosso A dicotomia entre direito
do título). público e direito privado
 A violação ao direito constitui uma das mais
objetivo pode ensejar tormentosas do direito
consequências de diversas contemporâneo.
ordens, a depender da
espécie de norma jurídica Tradicionalmente, ao se falar
infringida e do bem jurídico em direito público, costumava-
tutelado por essa norma. A se fazer menção às normas
elaboração de uma norma jurídicas destinadas a
jurídica em regulamentar a relação entre o
desconformidade com outra Estado e a sociedade, ao passo
que lhe seja que, ao se fazer menção ao
hierarquicamente superior direito privado, queria-se cuidar
ocasiona a invalidade das normas jurídicas cujo
daquela. objetivo seria o de disciplinar as
 Em se tratando de direitos relações entre indivíduos.
subjetivos de índole
patrimonial (ou seja, O grande traço distintivo do
aqueles que possuem valor direito público e do direito
econômico aferível), a privado residiria na
pretensão há de ser exercida predominância de normas de
dentro de determinado ordem pública no direito
prazo previsto em lei, público, previsões de índole
denominado de prazo imperativa, inderrogáveis por
prescricional. vontade das partes. No direito
 A extinção da pretensão em privado, sob essa ótica, o
razão da prescrição, domínio seria o da autonomia
contudo, não extingue o da vontade, cabendo aos
direito de si, mas tão particulares, no exercício de sua
somente sua exigibilidade, liberdade individual, estabelecer
ou seja, a possibilidade de as disposições contratuais que
exigir de outrem que lhes aprouvessem, respeitadas
cumpra a prestação de as normas de ordem pública.
maneira coativa. Não há
óbice que aquele que está Ao longo do século XX, a
obrigado a cumpri-la, referida distinção perdeu
mesmo quando decorrido o bastante força. Viu-se então o
prazo prescricional, por incremento da intervenção do
vontade própria, assim o Estado nas relações privadas.
faça (e.g., pagamento de Ramos do direito privado antes
dívida prescrita). dominados pelo império da
vontade, tais como o direito civil
DIREITO PUBLICO E DIREITO e o comercial, viram crescer de
PRIVADO maneira exponencial as normas
de ordem pública, visando,
precipuamente, assegurar a A distinção entre direito
normatividade da Constituição. material e direito
processual remonta ao
Da mesma forma, viu-se século XIX, em especial aos
também a utilização, pelo estudos de alguns autores
Estado-Administração, de italianos, tais como
normas jurídicas cuja Carnelutti e Chiovenda.
aplicação anteriormente
ficava limitada a domínios Resumir da seguinte forma:
jurídicos do direito
privado, especialmente no Direito material
campo das contratações
públicas. Isso ocorreu em Pode ser conceituado como
razão da constatação, o corpo de normas que
pelos estudiosos e pela disciplinam as relações
praxe administrativa, da jurídicas referentes a bens e
menor eficiência da utilidades da vida (CINTRA;
utilização do regime GRINOVER; DINAMARCO,
jurídico administrativo na 2007, p. 46). É o caso do
modelagem de alguns direito civil, do direito
ajustes negociais, levando penal, administrativo, entre
a uma maior abertura da outros, destinados a reger
administração ao uso de as relações jurídicas
institutos e regimes predominantemente de
jurídicos antes utilizados direito público e de direito
somente por pessoas privado.
privadas.
Direito processual
A fuga para o direito
privado é um dos pontos Diz respeito ao exercício da
de inflexão da dicotomia função jurisdicional pelo
entre direito público e Estado, disciplinando a
direito privado. relação jurídica entre o
Estado-juiz e as partes do
A significativa aproximação processo. Com efeito, o
entre o direito público e o direito processual é um
direito privado, instrumento a serviço do
atualmente, faz com que direito material, destinando-
não se possa negar a se à tutela do direito
influência recíproca entre material.
ambos os domínios,
sobretudo no viés Essa é a fase sincretista do
interpretativo. direito processual, primeiro
estágio científico desse
DIREITO MATERIAL E ramo do Direito.
DIREITO PROCESSUAL
O art. 75 do Código Civil de que deseja obter uma
1916, de certa forma prestação jurisdicional;
bastante inspirado pela esta deve ser justa e
doutrina europeia tempestiva, conferindo o
oitocentista, seguia essa bem da vida a quem tem
linha de entendimento ao razão e em prazo célere.
mencionar que a todo
direito corresponde uma EXERCÍCIO
ação, que o assegura.
1. D
Em segundo estágio
evolutivo, passou-se a 2.B
enxergar o direito
processual como ramo
autônomo do Direito. Essa é
a fase da autonomia
científica do direito
processual, que tem início
em meados do século XIX,
na Europa ocidental. Nesse
momento histórico é que
alguns dos conceitos hoje
basilares do direito
processual, tais como a
ação, a jurisdição e o
processo, ganham corpo
próprio, descolado do
direito material. O direito
processual não perde sua
natureza instrumental,
destinado à proteção de
direitos, mas sim ganha
corpo próprio.

No terceiro estágio
evolutivo, o direito
processual, além de ramo
autônomo do Direito,
destinado à proteção de
direitos, por meio do
exercício do direito de
ação, passa a ter maior
foco na efetividade do
sistema processual.

Não basta que o processo


esteja à disposição daquele

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