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das Exportações
FINANCIAMENTO ÀS EXPORTAÇÕES E
AOS INVESTIMENTOS DE EMPRESAS
BRASILEIRAS NO EXTERIOR
Brasília
2017
AM ENTO FINANC IA MENTO FINANCIAME
E ÀS EXPORTAÇÕES E ÀS EXPORTAÇ
AOS INVESTIMEN TO S AOS INVESTIM
EM P RE SAS DE EMPRESAS D E EMPRES
BRAS I LEIRAS BRASILEIRAS BRASILEIRA
EXTE RIOR NO EXTERIO R N O EXTERIO
MENTO FINANCIA MENTO FIN A NCIAMEN
E ÀS EXPORTAÇÕES E À S EXPORTAÇÕ
AOS I NVESTIMEN TO S AOS IN VESTIME
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RA SI LE I RAS BRASILEIRAS BRASILEIRA
EX T ERI OR NO EXTERIO R NO EXTERIO
MENTO F INANCIA MENTO FINANCIAMEN
E ÀS EX PORTAÇÕES E ÀS EXPORTAÇÕE
AO S I NVESTIMENTOS AOS IN VESTIMEN
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FCE Fórum de Competitividade
IM ENTOS
das Exportações
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FINANCIAMENTO ÀS EXPORTAÇÕES E AOS
RI OR INVESTIMENTOS DE EMPRESAS
MENTO BRASILEIRAS NO EXTERIOR
AÇÕ E S
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CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
Diretoria de Comunicação
Carlos Alberto Barreiros
Diretor
Diretoria Jurídica
Hélio José Ferreira Rocha
Diretor
C748f
CDU: 338.4
FINANCIAMENTO ÀS EXPORTAÇÕES E AOS
INVESTIMENTOS DE EMPRESAS
BRASILEIRAS NO EXTERIOR
6
SUMÁRIO
7
2. FINANCIAMENTO À EXPORTAÇÃO 23
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 61
ANEXOS 64
8 introdução e recomendações
SUMÁRIO EXECUTIVO
E RECOMENDAÇÕES
sumário executivo e recomendações 9
R E CO M E N DA ÇÕ E S
FINANCIAMENTO À
EXPORTAÇÃO Transferência das atividades de financia-
mento às exportações a uma subsidiária do
O BNDES responde pela maior parcela do fi- BNDES dotada de autonomia técnica e de
processo de decisão próprio, mas integra-
nanciamento governamental de médio e longo
da do ponto de vista administrativo e ope-
prazo à exportação no país, caracterizando-se racional à estrutura do banco. No futuro,
assim como uma ACE de fato. Essa configu- em um contexto político e econômico mais
ração institucional tem sido objeto de críticas, favorável, cabe considerar a alternativa de
que enfatizam sua singularidade e propõem a transformar essa subsidiária em uma em-
constituição de uma ACE especializada, que, presa independente.
em geral, é denominada nessas propostas de
Atribuição à subsidiária do BNDES respon-
Exim Bank. O Brasil não é o único caso em que
sável pelo financiamento à exportação,
uma ACE está associada a um banco de desen- aqui proposta, de autonomia para cons-
volvimento — essa associação ocorre também truir processo de aprovação, documenta-
na Alemanha, Rússia e França. ção e avaliação próprio, diferenciado das
A constituição de uma nova entidade que normas gerais do banco, que considere as
venha assumir a função de ACE exercida pelo especificidades desse financiamento.
BNDES não parece oportuna neste momento
Reformulação da governança do PROEX,
e, tampouco, necessária uma vez que o BN-
conferindo maior autonomia ao Banco
DES acumulou ao longo dos anos expertise do Brasil no processo de aprovação das
na área. operações de financiamento e de equa-
Contudo, cabe reconhecer que o finan- lização, de modo a torná-lo mais eficaz e
ciamento à exportação é uma atividade di- eficiente, para tanto: Formatando o PROEX
ferenciada em relação às demais atividades Financiamento como um produto financei-
do banco, que deve ter reservada um espaço ro que contenha critérios objetivos para
seu acesso, a serem observados pelo Ban-
institucional próprio que preserve essa es-
co do Brasil; definindo também critérios
pecificidade e confira mais agilidade e maior mais objetivos de habilitação e utilização
autonomia ao seu processo de decisão. O mo- do PROEX Equalização que automatizem,
delo observado na Alemanha, no qual a ACE tanto quanto possível, o processo de deci-
(KfW IPEX-Bank) é uma subsidiária do banco são do Banco do Brasil; e reservando-se ao
de desenvolvimento (KfW Bankengruppe) COFIG, como órgão integrante da CAMEX, a
merece ser considerado. competência para estabelecer as diretrizes
e os critérios de habilitação e comprovação
Também a eficiência e abrangência do
a serem observados na gestão do PROEX;
PROEX tem se ressentido da demora no pro- para decidir sobre eventuais operações
cesso de aprovação das operações, que decor- que não se enquadram nos critérios esta-
re inclusive de características da governança belecidos; e para supervisionar a atuação
desse programa. do agente financeiro.
12 sumário executivo e recomendações
RECOMENDAÇÕES
1. TENDÊNCIAS
MUNDIAIS DO
FINANCIAMENTO
GOVERNAMENTAL ÀS
EXPORTAÇÕES
18 tendências mundiais do financiamento governamental às exportações
2. FINANCIAMENTO À
EXPORTAÇÃO
financiamento à exportação 23
BNDES-Exim ‒ Pós-Embarque 1
PÓS-EMBARQUE
1
Taxa de juros internacional
3
TJLP ou LIBOR ou taxas do BNDS, 4
Equalização PROEX
2
CDI, taxa de mercado local recursos do FAT 5
Isenção de IOF
1
Câmbio conrtatado.
2
Concessões: corresponde a financiamentos para viabilizar a produção de bens e
serviços para exportação, não enquadrados nas modalidades ACC e ACE. No caso do
pré-pagamento de exportação, inclui apenas as operações com prazo superior a 360
dias, que requerem emissão de ROF - Registro de Operação Financeiras junto ao Banco
Central do Brasil.
3
Desembolsos.
4
Obtido por diferença.
As médias aritméticas
7
• O financiamento à produção de bens e serviços destinados à exportação é
das taxas médias de juros realizado por bancos privados, nacionais e estrangeiros, e por bancos públicos
divulgadas mensalmente
(basicamente o Banco do Brasil);
pelo Banco Central em 2015
referentes: (i) às operações
de ACC; e (ii) às operações • Esse financiamento é realizado sobretudo com funding proveniente do exterior,
de financiamento às mas também com recursos captados no mercado doméstico e com recursos repas-
exportações com recursos
sados aos bancos pelo BNDES (provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador
livres dos bancos comerciais,
são, respectivamente,
– FAT); o montante de recursos captados no exterior (ACC e pré-pagamento
2,9% e 15,9%. As médias de exportação), no período de dez anos considerado, é 20 vezes maior do que os
aritméticas dos prazos financiamentos realizados com repasses do BNDES7;
médios dessas operações
divulgadas mensalmente
pelo Banco Central em
• O risco dessas operações é assumido pelos bancos, inclusive nos casos em que
2015 são, respectivamente, repassam recursos do BNDES, sendo eventualmente mitigado com garantias do
7,0 meses e 20,7 meses Fundo de Garantia à Exportação (FGE) e de seguradoras privadas.
financiamento à exportação 25
bens que inclui principalmente bens de tações brasileiras condições de finan- operações, de valores
capital, mas também bens de consumo e ciamento equivalentes às do mercado pouco expressivos, em que
a instituição financeira
bens especiais (entre os quais automó- internacional. O Programa apresenta
aparece como garantidora
veis de passeio). Os bens financiados duas modalidades: PROEX Financia- e não como mandatária
devem apresentar índice de nacionali- mento e PROEX Equalização. (um total de US$ 1,7 milhão
zação estabelecido pelo banco. no triênio 2013/2015).
26 financiamento à exportação
Essa linha de crédito vem sendo utili- • A equalização deve igualar a taxa inter-
Atualmente estão em
9
zada para financiar o Programa Mais na de retorno do fluxo do financiador com
vigor Memorandos de
Alimentos Internacional (PMAI), a TIR do fluxo do importador. Até 2015,
Entendimento com Cuba,
Moçambique, Senegal,
coordenado hoje pelo Ministério do o percentual regulamentar da equalização
Zimbábue, Gana e Desenvolvimento Social e Agrário, era de até 2,5% ao ano. Atualmente, o
Quênia. O financiamento que tem como objetivo fomentar as percentual máximo aplicável é definido
é acompanhado por exportações de máquinas, tratores e em função do prazo da operação: até 3
Projeto de Cooperação
equipamentos aos países em desenvol- anos, 0,6%; acima de 3 e até 6 anos, 1,1%;
Técnica – PCT que envolve
treinamento específico vimento por meio de financiamento acima de 6 e até 10 anos, 1,5%; e acima de
para os bens exportados. com prazo de 15 anos, carência de 5 10 e até 15 anos, 2,0%. Quando as ope-
financiamento à exportação 27
rações são enquadradas pelo COFIG, o exportações de mais longo prazo: no pe-
percentual de equalização é analisado caso ríodo de 10 anos considerado, o montan-
a caso, considerando o fluxo financeiro de te médio anual financiado pelo BNDES
cada operação e as condições do mercado Exim Pós-embarque é cinco vezes maior
internacional. do que o desembolso do PROEX Finan-
ciamento (US$ 1.977 milhões versus US$
388 milhões).
AS DIMENSÕES RELATIVAS
DOS BNDES EXIM PÓS-EMBAR- • O desembolso do PROEX Equalização
QUE E DO PROEX é inferior aos dos outros programas. Esses
valores não são, no entanto, comparáveis,
A Tabela 2.2 apresenta informações sobre uma vez que o diferencial de taxas de juros
o volume de recursos mobilizados nos propiciado pela equalização financeira
últimos dez anos para o financiamento à viabiliza o financiamento de volume de
exportação pós-embarque pelos progra- exportações significativamente superior.
mas operados pelas instituições financei-
ras públicas, evidenciando a importância • Nas operações aprovadas no triênio
relativa dos diversos programas. 2013/2015, o dispêndio de US$ 1 no
PROEX Equalização está associado, na
• O BNDES responde pela maior par- média, ao financiamento a exportação
cela do financiamento pós-embarque às no valor de US$ 19 (Tabela 2.3).
2014 1,1 14
2015 1,1 23
MÉDIA 1,1 19
PROEX FINANCIAMENTO
No tocante ao financiamento da mo- seu processo decisório está circunscrito econômica do Tesouro
Nacional, introduzida pelo
dalidade concessional, decorrente de às diversas esferas da administração do
Plano de Sustentação do
compromissos governamentais no banco, embora eventualmente sujeita à Investimento - PSI, sob a
âmbito de negociações bilaterais, as interferência do poder público; modalidade de equalização
operações são aprovadas diretamente da taxa de juros de
várias de suas linhas de
pelo COFIG, sem interveniência do • Por fim, a gestão do BNDES Exim
financiamento, entre as
Banco do Brasil10. Pós-embarque tem como foco objetivos quais, o financiamento às
de política econômica. exportações — inicialmente
• Do ponto de vista de seus objetivos, de bens de capital e, a
partir de 2010, também
o PROEX Financiamento incorporou, PROEX EQUALIZAÇÃO
de bens de consumo.
em anos recentes, ao lado de seus obje-
tivos de política econômica de apoio a O funding e o regime de governança do Vale notar que a
12
pequenas e médias empresas exportado- PROEX Equalização são semelhantes ao contratação de uma operação
ras, uma agenda de política externa não do PROEX Financiamento. do PROEX Equalização
não envolve desembolso
necessariamente de cunho econômico.
de caixa, uma vez que o
• O PROEX Equalização também é pagamento ao financiador
Os pontos destacados sugerem que o financiado com recursos do Tesouro é escalonado ao longo do
PROEX Financiamento está dotado de Nacional, cujo montante é definido em tempo e, de resto, realizado
por meio da emissão título
um funding e de um regime de gover- dotação específica aprovada anualmente
da dívida pública (NTN-I) com
nança característico da administração no OGU e enfrenta as incertezas associa- vencimentos compatíveis
pública, que têm limitado a eficiência e das a essa fonte de recursos12. com aquele escalonamento.
30 financiamento à exportação
BNDES EXIM
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
BB 28 Itaú 1 26 BB 26 Santander 33
3000,0
2500,0
2000,0
1500,0
1000,0
500,0
2013
2001
2011
2004
2007
2009
2010
2014
2015
1999
2000
2002
2003
2005
2006
2008
2012
infraestrutura bens de capital outros setores Total
Fonte: BNDES.
100,0
17,745
20,552
25,501 26,236
80,0 8,862 31,030 45,014 46,773
9,701 54,931 27,367
60,0 57,359 11,394
32,931
21,019
40,0 16,895 13,780 73,993 29,094
64,798 57,576 52,081 40,833
20,0
28,174 28,861 25,892 32,208
,0
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
América do Sul Outros América do Sul África
Fonte: BNDES.
1º % 2º % 1º + 2º 3º % 4º % 1º a 4º
2009 Odebrecht 44,3 Embraer 33,8 78,1 Queiroz Galvão 6,0 Andrade 5,5 89,5
Gutierrez
2010 Embraer 54,9 Odebrecht 28,6 83,5 Mercedes-Benz 4,3 IVECO 3,2 90,9
2011 Odebrecht 39,9 Embraer 39,2 79,1 Andrade Gutierrez 10,8 CONFAB 3,4 93,3
2012 Odebrecht 54,4 Embraer 28,8 83,3 Queiroz Galvão 5,4 Camargo 3,1 91,8
Correa
2013 Embraer 42,9 Odebrecht 39,9 82,8 Andrade Gutierrez 9,1 OAS 2,6 94,5
2014 Embraer 49,2 Odebrecht 41,6 90,8 Andrade Gutierrez 4,4 OAS 1,7 96,9
2015 Embraer 63,4 Odebrecht 15,1 78,5 Andrade Gutierrez 14,2 OAS 3,5 96,3
PROGRAMA DE
FINANCIAMENTO ÀS
EXPORTAÇÕES – PROEX • Os recursos dispendidos pelo PRO-
EX Equalização declinam na primeira
Os montantes de recursos dispendidos metade da década passada, apresentam
nas duas linhas de atuação do PRO- certa estabilidade na segunda metade
EX desde o início da década anterior e experimentam forte crescimento no
apresentam trajetórias semelhantes, início desta década (quase 200% entre
embora defasadas. 2010 e 2014), mas caem em 2015.
financiamento à exportação 35
800,0
700,0
600,0
500,0
400,0
300,0
200,0
100,0
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Financiamento Equalização
Fonte: CAMEX.
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 30 19 28
SERVIÇOS 3 24 3
ALIMENTOS 35 26 25
TÊXTIL E CALÇADOS 19 8 18
OUTROS 1 1 2
Fontes: Tesouro Nacional - Programa de Financiamento às Exportações – PROEX. Apresentação na FIESC, junho 2016
(disponível em http://fiesc.com.br/sites/default/files/apresentacao_tesouro_nacional_08-06-16_0.pdf).
MÁQUINAS E EQUIP.
MÁQUINAS E VEÍCULOS +
ANO AERONAVES SERVIÇOS
EQUIPAMENTOS TERRESTRES 1 VEÍCULOS
TERRESTRES
2010 83 … 83 3 14
2011 82 … 82 1 17
2012 63 … 63 5 32
2013 56 12 68 0 32
2014 49 11 60 12 28
2015 46 9 55 29 16
Fontes: Tesouro Nacional - Programa de Financiamento às Exportações – PROEX. Apresentação na FIESC, junho 2016
(disponível em http://fiesc.com.br/sites/default/files/apresentacao_tesouro_nacional_08-06-16_0.pdf).
Nota: 1 As operações referentes a veículos terrestres nos anos 2010/2011 estão classificadas em conjunto com máquinas e
equipamentos.
• O BNDES, cuja participação que cresce de 31 para 40%, com predomínio nas ope-
rações aprovadas na alçada do COFIG, com destaque para as relacionadas a aeronaves;
4% 2%
MOÇAMBIQUE ZIMBABUE
4% 4% 2%
MEXICO ITALIA ARÁBIA SAUDITA
5%
E. U. A.
5%
FRANÇA
47%
CUBA
10%
CHINA
19%
OUTROS
3%
3% GANA
ARGENTINA
2%
COLÔMBIA
4%
4% CHILE 2%
MEXICO CANADÁ
9%
CUBA
33%
E. U. A.
10%
PERU
10% 22%
ANGOLA OUTROS
BNDES 33 21 38 31 39 40
Citibank 22 23 10% 25 23 21
London Forfaiting 25 23 27 22 20 18
BNP Paribas 0 11 19 13 11 10
Bradesco 7 5 3 6 4 4
Outros 13 17 3 3 3 7
RECOMENDAÇÕES
Retomada pelo BNDES da captação no exterior para Revisão da exigência de índice de nacionalização
ampliar sua capacidade de financiamento às ex- em peso e dos impactos da variação cambial
portações. sobre o índice em valor; e aceitação, no caso de
produtos destinados à indústria de óleo e gás,
Atuação do BNDES, em conjunto com a ABGF e com dos indicadores de conteúdo local aferidos pela
os gestores do PROEX Equalização, para: Desenvol- metodologia da ANP.
ver uma política proativa de captura de clientes,
ampliando o número de produtos oferecidos e con- Reformulação da governança do PROEX, confe-
ferindo especial atenção às operações estruturadas rindo maior autonomia ao Banco do Brasil no
e de co-financiamento, tendo em vista viabilizar a processo de aprovação das operações de finan-
participação dos exportadores brasileiros em ope- ciamento e de equalização, de modo a torná-lo
rações de multi-sourcing e de aquisições de bens mais eficaz e eficiente, para tanto: Formatando o
de capital de diversos países; E identificar mecanis- PROEX Financiamento como um produto finan-
mos para atrair e incorporar os bancos comerciais ceiro que contenha critérios objetivos para seu
ao financiamento às exportações a médio e longo acesso, a serem observados pelo Banco do Brasil;
prazo, passando da condição de mandatárias a de Definindo também critérios mais objetivos de ha-
garantidoras nas operações do BNDES Exim pós bilitação e utilização do PROEX Equalização que
embarque e recorrendo ao PROEX Equalização. automatizem, tanto quanto possível, o processo
de decisão do Banco do Brasil; E reservando-se
Atribuição à subsidiária do BNDES responsável pe- ao COFIG, como órgão integrante da CAMEX, a
lo financiamento à exportação, aqui proposta, de competência para estabelecer as diretrizes e os
autonomia para construir processo de aprovação, critérios de habilitação e comprovação a serem
documentação e avaliação próprio, diferenciado observados na gestão do PROEX; para decidir so-
das normas gerais do banco, que considere as es- bre eventuais operações que não se enquadram
pecificidades desse financiamento. nos critérios estabelecidos; e para supervisionar
a atuação do agente financeiro.
Revisão dos procedimentos adotados na tramitação
dos pedidos de financiamento do BNDES Exim pós- Revisão do tratamento e critérios diferenciados
-embarque e de concessão de garantia do FGE, tendo hoje adotados para o enquadramento e aprova-
em vista reduzir o tempo dispendido na sua aprova- ção de operações de exportação intracompany
ção, contemplando-se em particular: Padronização no âmbito do PROEX Equalização.
dos modelos de documentos para desembolso de
40
3. SEGURO DE
CRÉDITO À
EXPORTAÇÃO
44 seguro de crédito à exportação
Por outro lado, a expansão das ga- e sua destinação ao Fundo se dá por meio
rantias concedidas pelo FGE tem ainda de dotação específica do Orçamento da
O texto original da lei
20
outro limite, a relação máxima entre o Geral da União. Além disso, a libera-
previa a cobertura de riscos
saldo das garantias concedidas pela União ção dos recursos orçados nem sempre de obrigações contratuais
e a sua receita corrente líquida definida é imediata. “para operações de bens e de
pelo Senado Federal – a Resolução 48, Registre-se, por fim, uma fonte de serviços”, sem qualificação.
Redação introduzida em 2014
de 2007, fixou esse limite em 60%. Esse recursos para o seguro às exportações
restringiu a cobertura para
limite não tem constituído uma restrição, alternativa ao FGE. A Lei 12.712/12, “bens e serviços das indústrias
embora o percentual observado tenha que cria a ABGF, autoriza a União a do setor de defesa”. Alterações
se elevado de um patamar da ordem de participar, na qualidade de cotista, no posteriores estenderam a
cobertura aos produtos agrícolas
20% no início dessa década para 45% no limite total de R$ 14 bilhões, de fundo,
(em 2015), e aos derivados
final de 2015 – havia então espaço para a ser constituído pela ABGF, com fi- dos produtos agrícolas e aos
um aumento de cerca de R$ 100 bilhões nalidade de garantir os mesmos riscos produtos pecuários e seus
das garantias concedidas pela União24. associados às operações de exportação derivados (em 2016), quando
Cabe ter presente, no entanto, que cobertas pelo FGE. O fundo, no entan- beneficiados por cotas tarifárias
para mercados preferenciais.
esse cálculo leva em consideração, no to, terá natureza privada e patrimônio
caso do FGE, apenas a parcela já desem- próprio e não contará com qualquer No tocante à garantia de
21
bolsada dos Certificados de Garantia de tipo de garantia ou aval por parte do crédito para a exportação
Cobertura25; o comprometimento dos poder público, respondendo por suas da indústria aeronáutica, as
operações do FGE observam o
recursos do FGE, no entanto, envolve obrigações até o limite dos bens e di-
Aircraft Sector Understanding
também a parcela desses Certificados reitos integrantes do seu patrimônio. – ASU, negociado no âmbito da
que ainda não foi desembolsada, bem Esse fundo não foi ainda constituído. OECD, que constituiu o modelo
como as operações já aprovadas pelo específico de precificação para
essas operações. O Acordo não se
COFIG/SAIN, com a emissão de Pro-
aplica, no entanto, às aeronaves
messa de Garantia de Cobertura, mas 3.4. DESEMPENHO DO FUNDO militares ou serviços destinados
ainda sem qualquer desembolso. Essa DE GARANTIA À EXPORTAÇÃO a esses equipamentos e
parcela não computada será incorporada simuladores de voo.
ao cálculo requerido pela Resolução 48 O saldo das garantias concedidas pelo
Tais operações abrangem
22
no futuro próximo26. FGE entre 2010 e 2014 cresceu a uma
a aviação militar, veículos
Outra fonte de recursos para o FGE taxa anual de 14,3%, aumentando de US$ de combate, tanques,
são os prêmios ganhos na concessão de 18,2 bilhões em 2010 para US$ 31,1 bi- navios de guerra, lanchas
garantias27. O valor total acumulado lhões em 2014 (Tabela 3.1). Esse saldo patrulha, helicópteros,
mísseis e componentes,
dos prêmios até dezembro de 2015 pelo cai, no entanto, para US$ 28,4 bilhões
munições, radares, serviços
conceito de competência foi de US$ 1,8 em 2015, ou uma queda de 8,7%. Essa e pacotes logísticos.
bilhão, dos quais US$ 1,1 bilhão já foi trajetória reflete a evolução do volume
efetivamente arrecadado pelo FGE. A de operações aprovadas anualmente, que Ministério da Fazenda.
23
75,5 milhões de prêmios arrecadados e da exportação dos bens e serviços passí- garantias concedidas pela
US$ 113 milhões de prêmios ganhos. veis de cobertura pelo fundo. União cobre operações de
financiamento interno e
Cabe notar que os prêmios arrecadados O número de países de destinos das
externo de estados e municípios
não são disponibilizados diretamente ao exportações de bens e serviços cujos (2/3 do total); a parcela
FGE, uma vez que são receitas da União financiamentos foram garantidos pelo referente ao FGE é de 15%.
48 seguro de crédito à exportação
Tabela 3.1. Evolução das garantias concedidas pelo Fundo de Garantias à Exportação
Tabela 3.1. Evolução das garantias concedidas pelo
2010-2015
Fundo de Garantidas à Exportação ‒ 2010-2015
OPERAÇÕES
GARANTIAS APROVADAS
NO ANO
US$ BILHÕES 1 OPERAÇÕES DEVEDORES PAÍSES US$ BILHÕES
No caso do financiamento
25
Fontes: Ministério da Fazenda. Fundo de Garantia à Exportação. Relatório de Gestão, vários anos.
de uma exportação do Nota: 1 Corresponde ao Valor da Exposição Vigente Total que compreende: (i) as garantias concedidas
setor de serviços cujo nas operações já concretizadas em Certificados de Coberturas; e (ii) as operações aprovadas pelo
desembolso ocorra ao longo COFIG/SAIN que já foram objeto da emissão de Promessa de Garantia,
de um período, o cálculo mas ainda não geraram desembolsos.
computa apenas a parcela
efetivamente desembolsada
até a data de referência do
cálculo e não o valor total O BNDES é o principal beneficiário das garantias concedidas pelo FGE (95% do
da garantia aprovada. valor total), cabendo a parcela restante ao Banco do Brasil (operações financiadas
com recursos do PROEX) e a bancos internacionais implantados no Brasil.
26
Essa parcela não
computada era da Do ponto de vista setorial, a exportação de bens e serviços associados à infraes-
ordem de US$ 17 bilhões trutura absorveu cerca de 65% das garantias; as exportações da indústria aeronáutica,
no final de 2015. cerca de 20%. No tocante às MPMEs, o FGE só começou a operar em maio de 2015,
de modo que as garantias concedidas a essa operações correspondem hoje a menos
27
O prêmio ganho
corresponde à parcela do de 5%, e compreendem apenas financiamentos pós-embarque28.
valor recebido pelo FGE
devido à contratação da
cobertura da operação
3.5. PROBLEMAS E RECOMENDAÇÕES
(o prêmio arrecadado)
cujo risco já foi liquidado
ou incorrido. A parcela A estrutura institucional e de governança do SCE é complexa, fragmentando o
do prêmio restante fica fluxo operacional e o processo de decisão, e envolvendo a administração direta do
reservada como provisão, Governo Federal. Esse modelo de gestão do SCE tem como consequências prazos
a qual é liberada à medida
longos até a emissão do Certificado de Garantia de Cobertura, e falta de flexibili-
que parte do risco é extinta.
dade na definição de novos produtos e na estruturação das operações, afetando a
28
Informações da ABGF. competitividade das empresas exportadoras.
seguro de crédito à exportação 49
4. FINANCIAMENTO AO
INVESTIMENTO DE
EMPRESAS BRASILEIRAS
NO EXTERIOR
54 financiamento ao investimento de empresas brasileiras no exterior
O BNDES dispõe, desde meados da Marfrig (R$ 3,5 bilhões) e Bertin (R$
década passada, de programa de Finan- 2,5 bilhões)30.
ciamento de Investimento de Empresas
Nacionais no Exterior – FINEM Inter- Nesse contexto, a participação do
nacionalização – que financia a aquisição, BNDES no financiamento do investi-
implantação, ampliação ou moderniza- mento no exterior, de modo geral, não
ção de unidades produtivas no exterior, chega a ser considerada pelo investidor
bem como a participação societária em potencial no seu processo de decisão.
empresas estrangeiras29. As condições Em alguns casos, essa possibilidade foi
do financiamento desse programa estão examinada e descartada no início do
apresentadas no Anexo 3. processo.
O programa realizou um número Por outro lado, as empresas de maior
muito reduzido de operações em seus 15 porte não têm tido maiores dificuldades
anos de existência, em virtude do custo em obter financiamento no mercado in-
elevado do financiamento oferecido – ternacional para viabilizar a realização de
que corresponde ao custo de captação seus investimentos fora do Brasil. Essas
no mercado internacional, que reflete o empresas têm contado, em particular,
risco Brasil, acrescido das taxa do BN- com o apoio das instituições financeiras
DES, que inclui o prêmio de risco da internacionais com as quais já operam
operação (atualmente, essa taxa varia no Brasil ou às quais já recorreram no
entre 1,9% e 5,68% ao ano, no caso de exterior em função de suas atividades de
empresas médias-grandes e grandes). Es- exportação ou de captação de recursos no
se encargo financeiro tem sido conside- mercado internacional, bem como com
rado não competitivo pelos investidores o apoio de instituições de fomento do
potenciais. país hospedeiro. No tocante à captação
29
Mais recentemente, foi Assim, a participação do BNDES no de capital de giro para a subsidiária já em
criado também o BNDES financiamento de empresas brasileiras operação, a empresa obtém ainda recur-
ProBK - consolidação no exterior tem ocorrido apenas: sos junto aos grandes bancos comerciais
e internacionalização,
brasileiros e ao sistema bancário local.
que financia projetos de
investimento de empresas
(i) de forma não explícita, quando As empresas de menor porte, no
de bens de capital no concede à empresa um pacote de fi- entanto, encontram maiores dificulda-
Brasil e no exterior. nanciamento para suas atividades no des para acessar fontes internacionais
Brasil que compreende, de alguma de financiamento e incorrem em custos
30
Acessível em: http://www.
forma, recursos que serão utiliza- de captação mais elevados, que podem
bndes.gov.br/wps/portal/
site/home/transparencia/ dos no funding de investimento no mesmo inviabilizar a realização do in-
centraldedownloads/ exterior ou vestimento.
Central%20de%20 (ii) nos casos em que o banco partici- A redução do custo de financiamento
Downloads.
pa do capital social da emp resa bra- do FINEM Internacionalização reque-
sileira — o BNDES dispendeu, entre reria a concessão pela União de algum
2007 e 2010, R$ 11,7 bilhões com o subsídio ao programa (por exemplo, por
objetivo predominante de apoiar o meio do mecanismo de equalização da ta-
processo de internacionalização de xa de juros) ou pela alocação ao programa
seis empresas, sendo 93,5% do total de parcela dos recursos do FAT captados
destinados a JBS (R$ 4,5 bilhões), pelo BNDES – duas alternativas que não
55
5. RECOMENDAÇÕES:
UMA CONSOLIDAÇÃO
58 recomendações: uma consolidação
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Berne Union Yearbook 2015. (2015) Berne Union - International Union of Credit & Invest-
ment Insurers. Disponível em http://www.berneunion.org/wp-content/uploads/2015/12/
Berne-Union-YearBook-2015.pdf
Henrique A. Ávila, Fabrício B. Catermol Cunha e Augusto C.A. e Mello Dias. (2015). Finan-
ciamento ao comércio exterior: o desafio da inovação e implicações para o caso brasileiro,
Revista Brasileira de Comércio Exterior, no 127, julho/setembro, pp. 18/35. Rio de
Janeiro: Funcex.
ICC Trade Register Report 2015. Global risks in trade finance. (2015) ICC Banking
Commission. Dezembro.
Report to the U.S. Congress on Global Export Credit Competition [2015 EXIM
Competitiveness Report]. (2016) Export-Import Bank of the United States. Jun. Disponível
em: http://www.exim.gov/sites/default/files/reports/2015EXIMCompetitiveReportFI-
NAL-v3.3.pdf
Report to the U.S. Congress on Global Export Credit Competition [2014 EXIM Com-
petitiveness Report]. (2015) Export-Import Bank of the United States. Jun. Disponível em:
http://www.exim.gov/sites/default/files/reports/EXIM%202014CompetReport_0611.pdf
ANEXOS
64 anexos
aos custos incorridos pelo exportador para produção, com cobertura máxima embarque propicia
até o momento da eventual interrupção de até 90% para os riscos comercial, po- cobertura, na fase pré-
embarque, às operações de
contratual); lítico e extraordinário.
ACC e, no encadeamento
com a fase pós-embarque,
• o risco de crédito (pós-embarque): a ga- Os percentuais máximos de cobertura cobertura às operações de
rantia cobre o risco associado à possi- do SCE são: ACE, assim como a cobertura
às operações realizadas com
bilidade de o comprador não honrar o
recursos do PROEX, sendo
pagamento do financiamento referente • no caso de risco comercial: permitida a conjugação com
à aquisição das mercadorias e/ou dos a modalidade pré-embarque.
serviços exportados, compreendendo até 95% como regra geral No caso do pré-embarque,
são objeto de cobertura,
duas modalidades de crédito: até 100%, em operações financiadas
além das operações com ACE,
que contam com garantia bancária as operações conduzidas
supplier credit, no qual o Certificado até 100%, em exportação do setor pelo Banco do Brasil com
de Garantia de Cobertura - CGC é aeronáutico recursos oriundos do PROEX,
TAXA DO BNDES
CUSTO FINANCEIRO APOIO DIRETO APOIO INDIRETO
Nota1: Caso haja desembolsos no exterior, deverão ser utilizados para este fim, exclusivamente, recursos captados no
mercado externo, com referencial de custo financeiro definido por estas captações.
Taxa do Agente Financeiro: Negociada entre a Instituição e o cliente.
TAXA DO BNDES
CUSTO FINANCEIRO APOIO DIRETO APOIO INDIRETO
AGÊNCIA WEBSITE
AGÊNCIA WEBSITE
www.jbic.go.jp/en
nexi.ao.ip
www.jlgc.com
www.ducroire.lu
www.exim.com.my
www.bancomext.com
atradius.com/nl/en/dutchst
atebusiness/index.isp
www.nzeco.govt.nz
www.giek.no
www.ecgaoman.com
www.kuke.com.pl
www.cosec.pt
eximbank.ru/eng/
www.ecics.com.sg
www.eximbanka.sk
www.sid.si/home
www.creditguarantee.co.za
www.koreaexim.go.kr
www.ksure.or.kr/main.isp
www.cesce.es
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Robson Braga de Andrade
Presidente
Fabrizio Panzini
Coordenação do estudo
Carolina Matos
Eduardo Alvim
Equipe Técnica
Cristhyane Martins
Felipe Carvalho
Ronnie Pimentel
Silvia Menicucci
FUNCEX
Consultoria
Elemento Design
Projeto Gráfico e Diagramação
FIN ANCIAM
E
INVE
BRASILE
EXTERIOR
FINANCIAME
EX
INVES
D
BRASILEIR
EXTERIOR
FINANCIAMEN
EXP
INVEST
DE
BRASILEIR
EXTERIOR
FIN A NCIAMEN
AM ENTO FINAN CIA MENTO FINANCIAM
E XP ORTAÇÕES E ÀS EXPO RTAÇÕES E
VE S TI M ENTOS AO S INVESTIMENTOS A
D E EMPRESAS DE EMPRESAS DE EM
ILE IRAS BRASILEIRAS BRA SILEIR AS BRA
IOR NO EXTERIOR N O EXTERIOR NO E
AMENTO FINANC IA MENTO FIN A NCIAME
E X PORTAÇÕES E ÀS EXPORTAÇÕES E
VEST I M ENTOS A OS INVESTIMENTOS AO
DE EMPRESAS DE EMPRESA S DE EMP
LEI RAS BRASILEIRA S BRASILEIRAS BRA
OR N O EXTERIO R NO EXTERIO R NO EX
MENTO FINANCIA MENTO FIN A NCIAMEN
EX P O RTAÇÕES E ÀS EXPORTAÇÕES E À
ESTI ME NTOS AOS IN VESTIMENTOS AOS
DE EM PRESAS DE EMPRESA S DE EMP
EIR AS BRASILEIR AS BRA SILEIRAS BRAS
OR NO E XTERIOR NO EXTERIOR NO EXT
MENTO FINANCIAMEN TO FINANCIAMEN
80
CNI - CONFEDERAÇÃO
NACIONAL DA INDÚSTRIA