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na sociedade. Os serviços prisionais devem disponibili- lei orgânica, com numeração própria e procedendo-se à sua
zar programas específicos direccionados à prevenção e republicação integral, com a seguinte rectificação:
controlo da agressividade e da violência, à prevenção e Onde se lê «Lei n.º 31-A/2009, de 7 de Julho — Aprova
controlo da violência de género e da violência doméstica, a Lei de Defesa Nacional» deve ler-se «Lei Orgânica
à prevenção de comportamentos contra a liberdade e a n.º 1-B/2009, de 7 de Julho — Aprova a Lei de Defesa
autodeterminação sexual, à prevenção da reincidência na Nacional».
criminalidade rodoviária e à promoção da empregabilidade
futura dos reclusos. Assembleia da República, 15 de Julho de 2009. — Pela
Secretária-Geral, a Adjunta, Maria do Rosário Boléo.
todas as condições indispensáveis para a sua execução, e) Informar o Presidente da República, através de co-
no quadro do Orçamento do Estado e das leis de progra- municação fundamentada, sobre o emprego das Forças
mação militar; Armadas em missões que envolvam a colaboração com
h) Aprovar o conceito estratégico de defesa nacional; as forças e os serviços de segurança contra agressões ou
i) Determinar a mobilização dos cidadãos para a defesa ameaças transnacionais;
nacional. f) Propor ao Conselho de Ministros, conjuntamente com
o Ministro da Defesa Nacional, a nomeação e a exoneração
3 — Sem prejuízo de outras competências que lhe se- do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas
jam atribuídas pela Constituição ou pela lei, compete ao e dos Chefes do Estado-Maior da Armada, do Exército e
Governo, em matéria de defesa nacional, no âmbito ad- da Força Aérea;
ministrativo: g) Propor ao Conselho de Ministros, em conjunto com
o Ministro da Defesa Nacional, a aprovação do conceito
a) Assegurar o cumprimento da Constituição e das leis estratégico de defesa nacional.
relativas à defesa nacional e às Forças Armadas, nomea-
damente fazendo os regulamentos necessários à sua boa 3 — O Primeiro-Ministro pode delegar, no todo ou em
execução; parte, a competência referida na alínea a) do número an-
b) Sem prejuízo da competência da Assembleia da terior no Ministro da Defesa Nacional.
República, orientar e fiscalizar a execução da lei de pro-
gramação militar e do orçamento das Forças Armadas, Artigo 14.º
bem como a respectiva gestão patrimonial, supervisio-
Ministro da Defesa Nacional
nando o exercício das competências próprias e delegadas
dos chefes de estado-maior em matéria de administração 1 — O Ministro da Defesa Nacional assegura a elabora-
financeira; ção e a execução da política de defesa nacional e das Forças
c) Assegurar que a defesa nacional é exercida benefi- Armadas e é politicamente responsável pela componente
ciando das actividades de informações dos órgãos compe- militar da defesa nacional, pelo emprego das Forças Ar-
tentes do Sistema de Informações da República Portuguesa madas e pelas suas capacidades, meios e prontidão.
(SIRP) e das Forças Armadas, nos termos da lei; 2 — O Ministro da Defesa Nacional dirige, assegura e
d) Garantir a capacidade, os meios e a prontidão das fiscaliza a administração das Forças Armadas e dos demais
Forças Armadas para o cumprimento das suas missões; serviços e organismos integrados no Ministério da Defesa
e) Propor ao Presidente da República a nomeação e a Nacional.
exoneração do Chefe do Estado-Maior-General das Forças 3 — Compete, em especial, ao Ministro da Defesa Na-
Armadas e dos Chefes do Estado-Maior da Armada, do cional:
Exército e da Força Aérea; a) Apresentar ao Conselho de Ministros todas as pro-
f) Dirigir os órgãos e serviços da administração directa e postas relativas a matéria da competência deste órgão nos
exercer tutela e superintendência sobre os da administração domínios da defesa nacional e das Forças Armadas, in-
indirecta da defesa nacional; cluindo a sua componente militar;
g) Requisitar os bens móveis e imóveis, materiais e b) Participar no Conselho Superior de Defesa Nacional;
imateriais, indispensáveis para a defesa nacional; c) Presidir ao Conselho Superior Militar;
h) Aprovar os mecanismos que assegurem a cooperação d) Dirigir a actividade interministerial de execução da
entre as Forças Armadas e as forças e os serviços de segu- política de defesa nacional e das Forças Armadas, por
rança, tendo em vista o cumprimento conjugado das suas delegação do Primeiro-Ministro;
missões no âmbito do combate a agressões ou ameaças e) Aprovar o conceito estratégico militar elaborado pelo
transnacionais. Conselho de Chefes de Estado-Maior, de acordo com o con-
ceito estratégico de defesa nacional referido no artigo 7.º;
Artigo 13.º f) Coordenar e orientar as acções necessárias para garan-
tir o cumprimento de compromissos militares resultantes
Primeiro-Ministro
de acordos internacionais, nomeadamente a participação de
1 — O Primeiro-Ministro dirige a política de defesa na- destacamentos das Forças Armadas em operações militares
cional e das Forças Armadas, bem como o funcionamento no exterior do território nacional;
do Governo nessa matéria. g) Coordenar e orientar as relações com ministérios
2 — Sem prejuízo de outras competências que lhe se- congéneres e instituições militares estrangeiros e com as
jam atribuídas pela Constituição ou pela lei, compete ao organizações internacionais que prossigam atribuições em
Primeiro-Ministro, em matéria de defesa nacional: matéria militar, sem prejuízo da competência do Ministro
dos Negócios Estrangeiros;
a) Dirigir a actividade interministerial de execução da h) Orientar a elaboração do orçamento da defesa nacio-
política de defesa nacional e das Forças Armadas; nal e das Forças Armadas, bem como das leis de programa-
b) Participar no Conselho Superior de Defesa Nacional; ção militar, e orientar e fiscalizar as respectivas execução
c) Informar o Presidente da República sobre a política e gestão patrimonial;
e as decisões nas matérias da defesa nacional e das Forças i) Propor ao Conselho de Ministros, conjuntamente com
Armadas; o Primeiro-Ministro, a nomeação e a exoneração do Chefe
d) Sem prejuízo do disposto na alínea anterior, o em- do Estado-Maior-General das Forças Armadas e dos Chefes
prego de Forças Armadas em operações militares no exte- do Estado-Maior da Armada, do Exército e da Força Aérea;
rior do território nacional é sempre precedido de comuni- j) Propor ao Conselho de Ministros, em conjunto com o
cação fundamentada do Primeiro-Ministro ao Presidente Primeiro-Ministro, a aprovação do conceito estratégico de
da República; defesa nacional e assegurar a respectiva execução;
Diário da República, 1.ª série — N.º 138 — 20 de Julho de 2009 4545
l) Propor ao Conselho Superior de Defesa Nacional a c) Ministro da Defesa Nacional, Ministro dos Negócios
confirmação do conceito estratégico militar e a aprovação, Estrangeiros, Ministro da Administração Interna e Ministro
sob projecto do Conselho de Chefes de Estado-Maior, das das Finanças;
missões específicas das Forças Armadas e os sistemas de d) Ministros responsáveis pelas áreas da indústria, ener-
forças necessários ao seu cumprimento; gia, transportes e comunicações;
m) Aprovar o dispositivo dos sistemas de forças definido e) Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas;
pelo Conselho de Chefes de Estado-Maior; f) Representantes da República para as Regiões Autó-
n) Aprovar e fazer publicar as normas indispensáveis à nomas;
execução das leis da defesa nacional e das Forças Armadas g) Presidentes dos governos das Regiões Autónomas
que não sejam da competência do Conselho de Ministros; dos Açores e da Madeira;
o) Elaborar e dirigir a política nacional de armamentos h) Presidente da Comissão de Defesa Nacional da As-
e de equipamentos da defesa nacional;
p) Elaborar e dirigir as políticas de saúde a desenvolver sembleia da República;
no âmbito militar e de articulação com outros organismos i) Chefes do Estado-Maior da Armada, do Exército e
congéneres do Estado; da Força Aérea;
q) Elaborar e dirigir as políticas relacionadas com o j) Dois Deputados à Assembleia da República, eleitos
ensino superior militar; nos termos da alínea r) do artigo 11.º
r) Exercer os poderes do Governo relativos à direcção
dos órgãos e serviços da administração directa e à tutela e 4 — No exercício das competências previstas no n.º 2
superintendência sobre os órgãos e serviços da adminis- do artigo 17.º, o Conselho Superior de Defesa Nacional
tração indirecta da defesa nacional; é composto exclusivamente pelos membros referidos nas
s) Autorizar a realização de manobras e exercícios mi- alíneas a) a e) e i) do número anterior.
litares; 5 — O Presidente da República pode, por sua iniciativa
t) Licenciar obras em áreas sujeitas a servidão militar, ou a pedido do Primeiro-Ministro, convidar outras pessoas
ouvido o chefe de estado-maior do ramo das Forças Ar- para participar, sem direito a voto, em reuniões do Conse-
madas competente; lho Superior de Defesa Nacional.
u) Apresentar ao Conselho Superior de Defesa Nacional, 6 — O Conselho Superior de Defesa Nacional reúne
bem como ao Conselho de Ministros, propostas relativas à ordinariamente a cada três meses e extraordinariamente
mobilização e à requisição, necessárias à prossecução dos sempre que for convocado pelo Presidente da República,
objectivos permanentes da política de defesa nacional; por sua iniciativa ou a pedido do Primeiro-Ministro.
v) Nomear e exonerar os titulares dos órgãos submetidos 7 — O Conselho Superior de Defesa Nacional é secre-
ao seu poder de direcção ou superintendência; tariado por um oficial general ou outra personalidade de
x) Aprovar as promoções a oficial general, bem com reconhecido mérito, nomeado e exonerado pelo Presidente
as promoções dos oficiais generais, após deliberação do
Conselho de Chefes de Estado-Maior; da República, ouvido o Governo.
z) Coordenar e orientar as acções necessárias para garantir 8 — O cargo do Secretário do Conselho Superior de
a colaboração das Forças Armadas com as forças e serviços Defesa Nacional é equiparado, para todos os efeitos, a
de segurança. cargo de direcção superior do primeiro grau.
9 — O apoio ao Conselho Superior de Defesa Nacio-
Artigo 15.º nal é assegurado pela Secretaria-Geral da Presidência da
República, em cujo orçamento são inscritas as verbas ne-
Competências dos outros ministros cessárias à sua execução.
1 — Em conjunção com o Ministro da Defesa Nacional,
todos os outros ministros asseguram a execução de compo- Artigo 17.º
nentes não militares da política de defesa nacional que se
insiram no âmbito das atribuições dos respectivos ministérios. Competência do Conselho Superior de Defesa Nacional
2 — Compete, em especial, a cada ministro: 1 — Sem prejuízo de outras competências que lhe sejam
a) Preparar a adaptação dos seus serviços para o estado atribuídas pela Constituição ou pela lei, compete ao Con-
de guerra, o estado de sítio e o estado de emergência; selho Superior de Defesa Nacional, no âmbito consultivo,
b) Dirigir a acção dos seus serviços na mobilização emitir parecer sobre:
e requisição, no planeamento civil de emergência e na
protecção civil. a) A declaração de guerra e feitura da paz;
b) A política de defesa nacional;
Artigo 16.º c) A aprovação de tratados internacionais em que o Es-
Conselho Superior de Defesa Nacional
tado assume responsabilidades internacionais no domínio
da defesa, nomeadamente os tratados de participação de
1 — O Conselho Superior de Defesa Nacional é o órgão Portugal em organizações internacionais de segurança
específico de consulta para os assuntos relativos à defesa e defesa, bem como os tratados de paz, de defesa, de
nacional e à organização, funcionamento e disciplina das rectificação de fronteiras e os respeitantes a assuntos mi-
Forças Armadas. litares;
2 — O Conselho Superior de Defesa Nacional é presidido d) Os projectos e as propostas de actos legislativos
pelo Presidente da República, que tem voto de qualidade. relativos à política de defesa nacional e das Forças Arma-
3 — O Conselho Superior de Defesa Nacional tem a das, à organização, funcionamento e disciplina das Forças
seguinte composição: Armadas e às condições de emprego das Forças Armadas
a) Primeiro-Ministro; no estado de sítio e no estado de emergência;
b) Vice-Primeiro-Ministro e Ministros de Estado, se e) Os projectos e as propostas de leis de programação
os houver; militar;
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2 — Dependem do Ministro da Defesa Nacional, nos 2 — Os militares em efectividade de serviço são ri-
termos das competências previstas na lei: gorosamente apartidários e não podem usar a sua arma,
o seu posto ou a sua função para qualquer intervenção
a) O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Ar-
política, partidária ou sindical, nisto consistindo o seu
madas;
dever de isenção.
b) Os Chefes do Estado-Maior da Armada, do Exército
3 — Aos militares em efectividade de serviço não
e da Força Aérea.
são aplicáveis as normas constitucionais relativas aos
direitos dos trabalhadores cujo exercício pressuponha
Artigo 24.º os direitos fundamentais a que se referem os artigos se-
Missões das Forças Armadas guintes, na medida em que por eles sejam restringidos,
nomeadamente a liberdade sindical, o direito à criação
1 — Nos termos da Constituição e da lei, incumbe às
e integração de comissões de trabalhadores e o direito
Forças Armadas:
à greve.
a) Desempenhar todas as missões militares necessárias
para garantir a soberania, a independência nacional e a Artigo 28.º
integridade territorial do Estado; Liberdade de expressão
b) Participar nas missões militares internacionais neces-
sárias para assegurar os compromissos internacionais do 1 — Os militares em efectividade de serviço têm o
Estado no âmbito militar, incluindo missões humanitárias direito de proferir declarações públicas sobre qualquer
e de paz assumidas pelas organizações internacionais de assunto, com a reserva própria do estatuto da condi-
que Portugal faça parte; ção militar, desde que aquelas não ponham em risco
c) Executar missões no exterior do território nacio- a coesão e a disciplina das Forças Armadas, nem o
nal, num quadro autónomo ou multinacional, destinadas dever de isenção política, partidária e sindical dos seus
a garantir a salvaguarda da vida e dos interesses dos por- membros.
tugueses; 2 — Os militares em efectividade de serviço estão
d) Executar as acções de cooperação técnico-militar, no sujeitos a dever de sigilo relativamente às matérias
quadro das políticas nacionais de cooperação; cobertas pelo segredo de justiça ou pelo segredo de
e) Cooperar com as forças e serviços de segurança tendo Estado e por outros sistemas de classificação, aos fac-
em vista o cumprimento conjugado das respectivas missões tos referentes ao dispositivo, à capacidade militar, ao
no combate a agressões ou ameaças transnacionais; equipamento e à acção operacional das Forças Armadas
f) Colaborar em missões de protecção civil e em tarefas de que tenham conhecimento em virtude do exercício
relacionadas com a satisfação das necessidades básicas e das suas funções, bem como aos elementos constantes de
a melhoria da qualidade de vida das populações. centros de dados e registos de pessoal que não possam
ser divulgados.
2 — As Forças Armadas podem ser empregues, nos
termos da Constituição e da lei, quando se verifique o Artigo 29.º
estado de sítio ou de emergência. Direito de reunião