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A relação dos seres humanos com o Mundo não é uma relação de indiferença, pois o Homem aprecia, mede e avalia
a importância que a realidade tem para si.
b) São hierarquizáveis, ou seja é possível estabelecer uma ordem crescente ou decrescente de valores de
acordo com aqueles que consideramos mais estimáveis e aqueles que damos menos atenção.
Ex.
-3 -2 -1 0 1 2 3
c) Valores meio e valores fim: há valores que são fins em si mesmo, ou seja valem por si, não precisando de
outros para ter valor.
Ex. A felicidade é um valor fim, enquanto a riqueza é um valor meio para atingir a felicidade. A liberdade
é também um valor fim.
O objetivismo axiológico:
Afirma que o valor existe independentemente de cada pessoa e para reconhecer e aceitar determinado valor apenas
temos de considerar valiosas as coisas que o incorporam.
Assim os valores são objetivos, dotados de universalidade e de intemporalidade. Os críticos desta teoria contestam a
legitimidade da separação do valor, não só do bem que o corporiza, mas também do sujeito que valoriza.
Subjetivismo axiológico:
Para esta teoria, o valor depende dos sentimentos de agrado ou desagrado, do facto de serem ou não desejados,
isto é da subjetividade humana individual ou coletiva.
Assim defendem o caráter subjetivo dos valores e reconhecem que estes são mutáveis e temporais ou transitivos. Os
críticos desta teoria, contestam que se esqueça completamente as propriedades do objeto que o tornam valioso.
Teoria conciliadora:
Esta teoria procura conciliar quer as propriedades do objeto que o tornam valioso quer os sentimentos de agrado ou
desagrado que cada sujeito reconhece no objeto, retirando 3 conclusões:
Não há valores fora da apreciação humana, pois é o ser humano que reconhece os valores incorporados nos
objetos;
Há valores em que o elemento subjetivo é fundamental dependendo dos gostos, desejos ou interesses
pessoais;
Há valores éticos e políticos como a igualdade, a liberdade, a tolerância, a solidariedade e a paz que são
valores básicos consagrados na declaração dos Direitos Humanos que não podem depender da
subjetividade. São princípios orientadores da ação, universais e absolutos que temos obrigação de
reconhecer e defender.
4.5 A questão dos critérios valorativos
Um critério valorativo é um princípio geral que, quando aplicado a uma situação prática e particular, permite
identificar e justificar algo como valioso.
Rodolfo Pereira nº17 10ºD Página 2 de 5
A ação humana e os valores
Assim, se considerarmos que os valores são impensáveis sem o sujeito humano e que as propriedades do objeto só
são valiosas em função dele, podemos dizer que as “coisas” são valiosas porque vão ao encontro das necessidades
do sujeito.
Mas as necessidades que o ser humano experimenta não se encontram todas ao mesmo nível. Abraham Maslow
(1908-1970), psicólogo norte-americano, propôs uma escala hierárquica das necessidades humanas que apresentou
sob a forma de uma pirâmide, que ficou conhecida por “pirâmide de Maslow”.
Na base encontram-se as necessidades físicas e mentais de cuja satisfação depende a sobrevivência do ser humano.
No nível intermédio estão as necessidades de relações pessoais e sociais. E no vértice da pirâmide surgem as
necessidades de desenvolvimento pessoal.
Base: sobrevivência:
Nível intermédio: relações pessoais e sociais:
Topo: desenvolvimento pessoal.
Neces
Segundo Maslow, só procuraremos satisfazer as sidade
s
necessidades do nível médio depois de termos
de
assegurado a satisfação das necessidades básicas, e as auto-
Necessidades
realiza
do vértice da pirâmide só se fazem sentir quando se ção
de auto-estima
encontram satisfeitas as da base e as do nível
Necessidades
intermédio. de afeto e de presença
Em conclusão pode dizer-se que terá valor tudo o que Necessidades de segurança
Valores e cultura
Embora a aculturação sempre tenha existido, foi-se acentuando a partir de meados do século XX, graças à facilidade
de comunicação e de contacto entre as diferentes culturas:
Movimentos migratórios;
Viagens;
Trocas comerciais;
Televisão;
Internet.
Na história há inúmeros casos de aculturações, uns violentos (implicando por vezes destruição de indivíduos ou raças
e seus elementos culturais) outros naturais (a partir dos quais surgiram novas criações culturais).
Ex1 A palavra sacana vem do japonês sacana, que significa peixe. Quando os portugueses chegaram ao Japão os seus
olhos redondos contrastavam com os olhos em bico dos japoneses. Daí o nome dado aos portugueses.
Ex2 A worldfood está a impor-se por todo o lado, substituindo algumas identidades gastronómicas locais e regionais.
Cada ser humano é único. O respeito pela diversidade individual significa que devemos estar abertos, abertura
nascida do conhecimento, da compreensão e do espírito crítico às múltiplas diferenças.
Face à diversidade cultural frequentemente manifestam-se atitudes que não desenvolvem esse sentimento de
justiça e compreensão. São os casos do etnocentrismo e relativismo cultural.
Uma tentativa para lidar de forma mais eficaz com a diversidade cultural e criar condições para a conivência
saudável das várias culturas é o interculturalismo. O qual aposta no diálogo entre as culturas e exige:
A criação de mecanismos de integração e não de exclusão de minorias culturais;
Encontrar um número mínimo de direitos reconhecidos por todos que favoreça o diálogo em vez da
confrontação;
Ex. Quando compramos umas sapatilhas fabricadas na China ou na Indonésia estamos a comprar a
exploração da mão de obra infantil.
Reconhecer que a ideia estática de cultura ligada ao relativismo cultural é não só falsa, mas sobretudo
perigosa. As culturas são realidades dinâmicas e podem enriquecer-se e aperfeiçoar-se se mantiverem
relações recíprocas e intercambiais.
Ex1 Sem outras culturas a nossa seria mais pobre.
Ex2 Um português que só é português não é português.
Procurar um fundamento dos direitos humanos e o seu enraizamento na natureza humana, pois esta é
igual em dignidade e direitos para além da diversidade de raças, cores, etnias e culturas.
Nesta procura de fundamentos devemos destacar o papel da filosofia na definição de conceitos como
liberdade, igualdade, fraternidade, tolerância e dignidade da pessoa humana.